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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE TECNOLOGIA
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

INGRID DE PINHO CAVALCANTE


ENZO GABRIEL SOUZA GONÇALVES
LOHANT VINICIUS SANTOS BRAULE PINTO

DESVENDANDO AS PATOLOGIAS ESTRUTURAIS NA


CONSTRUÇÃO CIVIL: CAUSAS, PREVENÇÕES E
SOLUÇÕES

Manaus – AM
2023
1
INGRID DE PINHO CAVALCANTE
ENZO GABRIEL SOUZA GONÇALVES
LOHANT VINICIUS SANTOS BRAULE PINTO

DESVENDANDO AS PATOLOGIAS ESTRUTURAIS NA


CONSTRUÇÃO CIVIL: CAUSAS, PREVENÇÕES E
SOLUÇÕES

Trabalho apresentado como


requisito parcial para obtenção
de aprovação na disciplina
FTC043 – Metodologia
Científica e Tecnológica, na
Universidade Federal do
Amazonas.

Orientador: Prof. Dr.


Raimundo Kennedy Vieira.

Manaus – AM
2023

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

2. METODOLOGIA ................................................................................................... 6

3. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 7

3.1 Principais causas das patologias estruturais................................................... 7

3.1.1 Falha de projeto ................................................................................................ 8

3.1.2 Qualidade do material ...................................................................................... 9

3.1.3 Falha de execução ........................................................................................... 9

3.1.4 Má utilização pelo usuário ............................................................................. 10

3.2 Fissuras.............................................................................................................. 10

3.2.1 Causas............................................................................................................. 11

3.2.2 Prevenção ....................................................................................................... 11

3.2.3 Soluções ......................................................................................................... 12

3.3 Rachaduras ........................................................................................................ 12

3.3.1 Causas............................................................................................................. 12

3.3.3 Prevenção ....................................................................................................... 13

3.3.4 Soluções ......................................................................................................... 13

3.4 Infiltrações ......................................................................................................... 14

3.4.1 Causas............................................................................................................. 14

3.4.2 Prevenção ....................................................................................................... 14

3.4.3 Soluções ......................................................................................................... 15

3.5 Descolamento de revestimento ....................................................................... 15

3.5.1 Causas............................................................................................................. 15

3.5.2 Prevenção ....................................................................................................... 16

3.5.3 Soluções ......................................................................................................... 16

4. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 17

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1. INTRODUÇÃO

Segundo Engenharia Compartilhada (2017), entre os séculos IV e VII a.C., os


seres humanos conceberam as maiores estruturas já vistas no mundo. Templos,
palácios e diversas outras construções tinham como objetivo primordial glorificar tanto
o poder dos líderes no âmbito físico quanto no espiritual. Entretanto, muito antes desse
período, durante o Neolítico, que ocorreu de 9 a 6 mil anos a.C., a humanidade
enfrentou a necessidade de abandonar cavernas, desenvolver a agricultura, criar
animais e aprender a edificar suas próprias habitações.

Inicialmente, na construção civil, predominavam os materiais encontrados na


natureza em estado bruto, que eram moldados e ajustados conforme as demandas
da época, isso incluía elementos como pedra, barro, metais e fibras vegetais. Com o
decorrer do tempo, as comunidades humanas tornaram-se mais densas, o que gerou
a demanda por estruturas de maior porte, com maior resistência, durabilidade, estética
aprimorada e a capacidade de abranger vãos mais amplos. Essas crescentes
exigências levaram os materiais naturais como madeira e pedra, com suas
imperfeições naturais e recursos de extração cada vez mais limitados, a serem
relegados para segundo plano em favor dos materiais fabricados. (ENGENHARIA
COMPARTILHADA, 2017)

À medida que a engenharia e a arquitetura evoluem, as estruturas tornam-se


mais complexas e sofisticadas, o que por sua vez aumenta os desafios associados à
sua manutenção e durabilidade. Por sua vez, o progresso das estruturas na história
da humanidade está intimamente relacionado ao estudo da patologia das estruturas.

A patologia das estruturas é uma área de estudo que desempenha um papel


vital na engenharia civil moderna. Este campo de estudo concentra-se na avaliação,
identificação e correção de questões que impactam a integridade, segurança e
conservação de edifícios e infraestruturas. Este tópico foi escolhido para este artigo
devido à crescente relevância da patologia das estruturas atualmente, à medida que
as cidades se expandem, os edifícios envelhecem e os desafios ambientais e sociais
se intensificam.

A principal motivação para a escolha deste tema foi a centralidade da estrutura


na vida contemporânea. De residências a edifícios comerciais, pontes, viadutos e
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rodovias, os edifícios são a espinha dorsal da infraestrutura urbana. Mantêm a nossa
qualidade de vida e facilitam o comércio, os transportes e o abastecimento de água e
energia. Porém, com o decorrer do tempo, as estruturas sofrem determinadas
patologias que prejudicam sua funcionalidade e segurança.

A justificativa para a escrita deste artigo decorre da urgência de divulgar o


conhecimento sobre as patologias das estruturas e suas implicações. A falta de
manutenção adequada e a falta de compreensão das principais patologias podem
causar enormes prejuízos à sociedade, tendo como consequência paralizações em
infraestruturas essenciais.

A questão de pesquisa que norteia este artigo é a seguinte: “Quais as


patologias estruturais são mais comuns, o que as causa, quais os métodos de
prevenção mais eficazes e que soluções estão disponíveis quando estas condições
ocorrem?”

A hipótese deste estudo é que através da identificação das patologias


estruturais mais predominantes e adotando-se métodos de prevenção haverá uma
redução do risco de falha estrutural e o seu impacto negativo na sociedade.

O principal objetivo deste artigo é apresentar de forma abrangente e


esclarecedora as principais patologias que afetam as estruturas. Além disso,
pretende-se identificar as suas causas, exibir os métodos de prevenção mais eficazes
e analisar possíveis soluções para cada situação. Através deste estudo pretende-se
não só fornecer informações técnicas valiosas aos profissionais da área, mas também
sensibilizar para a importância da prevenção e manutenção adequada das estruturas.

Neste caso, abordaremos patologias como infiltrações, fissuras e muito mais.


Analisaremos as causas, incluindo fatores ambientais, erros de projeto e qualidade
inferior do material de construção. Também discutiremos métodos de prevenção,
desde a escolha de materiais resistentes ao desgaste até inspeções e manutenção
regulares. Além disso, exploraremos as ações corretivas que podem ser tomadas
quando os problemas são descobertos, com o objetivo de restaurar a integridade
estrutural e reduzir os danos.

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2. METODOLOGIA

O presente artigo se baseia pelo viés de pesquisa bibliográfica, sendo assim, a


base teórica para embasamento e elaboração deste se deu por meio de revisão de
literatura, através de consulta em bases de dados virtuais nas plataformas Scientific
Eletronic of Libraty (SCIELO) e Google Acadêmico, utilizando as palavras-chaves:
patologias, estruturas, ações preventivas, engenharia civil, onde foram selecionados
livros, artigos científicos em português publicados entre os anos de 2010 até 2023,
teses de mestrado e doutorado, dentre outros.

Para a seleção dos artigos utilizados nesta pesquisa, analisou-se os seguintes


critérios de conteúdo: abordar sobre os principais tipos de patologias identificadas em
construções civis, suas causas e maneiras de preveni-las.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Principais causas das patologias estruturais

Desde a Antiguidade, o homem busca construir estruturas que atendam às


suas necessidades. Ao longo dos séculos, a humanidade acumulou um grande
conhecimento científico e tecnológico, o que permitiu o desenvolvimento da tecnologia
da construção. Essa tecnologia abrange a concepção, o cálculo, a análise e o
detalhamento das estruturas. (FERREIRA; LOBÃO, 2018).

Segundo Ferreira e Lobão (2018), ainda existem limitações ao desenvolvimento


científico e tecnológico, além das inevitáveis falhas humanas. Nesse sentido, algumas
estruturas apresentam desempenho insatisfatório, gerando as patologias da
construção civil.

As patologias estruturais podem ocorrer em qualquer fase da vida de uma


estrutura, desde a sua concepção até a sua demolição. No entanto, elas são mais
comuns nas fases de projeto, execução e manutenção. Segundo Ferreira e Lobão
(2018), os problemas patológicos geralmente são causados por erros ou falhas
cometidos em pelo menos uma das fases do projeto. As fases em que podem ocorrer
as causas que levam a possíveis defeitos futuros são: planejamento, projeto,
fabricação das matérias-primas, execução e uso. No entanto, das etapas listadas,
algumas são mais críticas para o surgimento de patologias, como a execução, o
controle de materiais e o uso.

Como apontam Ferreira e Lobão (2018), no desenvolvimento de uma


edificação, é possível que ocorram falhas em diversas etapas, como planejamento,
materiais, projeto e execução. Para evitar esses problemas, é fundamental que haja
coordenação e administração adequadas dos projetos, buscando novas técnicas e
tecnologias para aprimorar a construção civil.

De acordo com Ferreira e Lobão (2018), o estudo do solo, do clima e do tipo de


terreno é fundamental para a prevenção de patologias em estruturas. O projeto de
uma edificação deve considerar as características do terreno e as condições

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climáticas da região onde será construída. Essas informações são importantes para
garantir a segurança e a durabilidade da estrutura.

A investigação das patologias é essencial para identificar as causas dos


problemas, que podem estar relacionados a erros cometidos em qualquer fase do
processo de construção, desde o planejamento até a manutenção. Ao identificar a
origem da patologia, é possível reconhecer o erro que a originou e tomar medidas
para corrigi-lo, evitando que o problema se repita. (FERREIRA; LOBÃO, 2018).

O gráfico 01 abaixo, mostra as principais causas das patologias estruturais.

Gráfico 01: Principais causas de patologias estruturais

15% 11%
7%
22%

45%

Má utilização pelo usuário Outros Falha de projeto


Falha de execução Má qualidade dos materiais

Fonte: MITSUZAKI; SILVA; DE JESUS; AMARANTE (2019)

3.1.1 Falha de projeto

Os erros de projeto são uma das principais causas de patologias estruturais.


Eles podem ocorrer em qualquer fase do processo de projeto, desde a concepção até
a elaboração dos detalhes executivos. Dentre alguns exemplos que podem ocasionar
a existência de patologias, de acordo com Filho, Miranda e Souza (2022), estão a
ausência de informações relevantes sobre local de execução da obra, incluindo
irregularidades já existentes que devem ser sanadas previamente antes de realizar
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uma construção, falta de estudos prévios quanto às mudanças ambientais previstas e
imprevistas, desinformação quanto a qualidade dos materiais utilizados, e também,
erros de cálculo, de execução, de materiais necessários para a obra e despreparo por
parte dos profissionais podem favorecer para o surgimento de irregularidades a curto
prazo.

3.1.2 Qualidade do material

Os defeitos de material são outra causa importante de patologias estruturais.


Eles podem ocorrer durante a fabricação, o transporte ou a estocagem dos materiais.
É essencial que o controle do material adquirido seja rigoroso e considere alguns
requisitos importantes que busquem garantir a qualidade e durabilidade da obra no
geral e também prevenir o surgimento precoce de patologias. Portanto, Mitsuzaki,
Silva, De Jesus e Amarante (2019) apontam que alguns desses requisitos se baseiam
na verificação das propriedades técnicas dos materiais, onde devem ser verificados
com o intuito de analisar se os mesmos atendem os requisitos necessários
condizentes com o que consta em projeto para uma boa qualidade e desempenho.
Além disso, é necessário que exista um cuidado e preparo técnico para o manuseio
destes materiais, seja durante o armazenamento, transporte e especialmente durante
a utilização dos mesmos nas construções, evitando que sejam danificados e possam
prejudicar sua utilidade e sustentação na estrutura.

3.1.3 Falha de execução

As falhas de execução são um dos principais fatores que contribuem para o


surgimento de patologias estruturais. Granato (2002) traz como exemplo as falhas de
execução em uma fachada que quando ocorrem, podem comprometer diretamente na
estrutura e desencadear consequências patológicas que podem aumentar
consideravelmente e interferir na durabilidade, impermeabilidade e favorecer para os
riscos de quedas acidentais de placas e nos custos de manutenção.

Sendo assim, para que uma obra seja de qualidade, segundo Mitsuzaki, Silva,
De Jesus e Amarante (2019), é preciso que exista um planejamento prévio sobre como

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deve ser feita a execução da obra, existindo também profissionais capacitados para
realizar os trabalhos e manuseios dos materiais corretamente para evitar que
comprometem negativamente a estrutura. Outro fator é haver condições adequadas
não só do ambiente em que será realizado a construção, mas também um ambiente
seguro e favorável para que seja feito um bom trabalho por parte dos trabalhadores,
havendo equipamentos de segurança que contribuam para evitar acidentes.

3.1.4 Má utilização pelo usuário

A má utilização da construção pelo usuário pode contribuir para o surgimento


de patologias estruturais. Por exemplo, a utilização de cargas acima do que foi
projetado para a estrutura pode levar a fissuras, corrosão e outros problemas. De
acordo com Granato (2002), outros fatores como: sobrecargas não previstas no
projeto, alterações estruturais indevidas em função de reformas, utilização de
produtos químicos com agentes agressivos, falta de programações de manutenção
adequada, falta de inspeções periódicas para detecção de sintomas patológicos,
danificação de elementos estruturais por impactos, erosão por abrasão, retração do
cimento, excesso de deformação das armaduras, dentre outros.

Todavia, Granato (2002) afirma ainda que não se pode inibir a responsabilidade
dos responsáveis técnicos sobre a obra pois é importante pensar nesses fatores e em
formas de alterar os usuários sobre as maneiras corretas de cuidados e usos da
estrutura e também sobre importância de manutenções periódicas, especialmente ao
surgirem irregularidades.

3.2 Fissuras

Segundo Santos (2015), fissuras são descritas como o começo do estágio das
patologias estruturais e correspondem a aberturas finas de até 1 milímetro, que podem
agravar seu estado tornando-se outras patologias como trincas e rachaduras. São
ocorrências comuns na construção civil e podem resultar de uma série de fatores,
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incluindo cargas estruturais, variações de temperatura, retração do material,
movimentação térmica, infiltrações e reações químicas. Entender as causas
subjacentes, bem como adotar medidas preventivas e soluções apropriadas, é
fundamental para garantir a integridade das edificações.

3.2.1 Causas

Dentre as principais causas, estão as sobrecargas, recalques e erros de projeto


ou execução estrutural, quando há a existência de tensões que podem resultar no
surgimento de fissuras: cargas não previstas ou mal distribuídas podem causar
deformações na estrutura; materiais de construção, como concreto e argamassa,
passam por processos de retração à medida que secam e endurecem e essa retração
pode gerar fissuras no revestimento; variações de temperatura levam a expansões e
contrações dos materiais, o que pode causar tensões e fissuras; edifícios expostos a
extremos climáticos são particularmente suscetíveis; a penetração de água no
revestimento pode enfraquecer a estrutura e causar fissuras pois a água pode corroer
o material ou congelar e expandir, causando infiltrações e ampliando as fissuras;
quando há incompatibilidade entre os materiais do revestimento e o substrato, reações
químicas podem ocorrer, levando à formação de fissuras. (SANTOS, 2015)

3.2.2 Prevenção

Segundo Amarante (2019), um projeto estrutural bem elaborado, considerando


as cargas previstas e os materiais apropriados, é fundamental para prevenir fissuras
decorrentes de sobrecargas e erros estruturais, desde a escolha de materiais
adequados, selecionando os itens de revestimento compatíveis com as condições de
uso da edificação até o manuseio dos mesmos para a execução da construção. A
análise da interação entre esses materiais e o substrato são cruciais para evitar
reações químicas prejudiciais. A incorporação de juntas de dilatação nas estruturas
pode permitir acomodar a movimentação térmica e minimizar o surgimento de fissuras
e portanto, uma impermeabilização eficaz pode proteger a estrutura contra infiltrações,

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prevenindo danos e fissuras relacionados à penetração de água. Utilizar aditivos e
técnicas adequadas durante a mistura e aplicação de materiais de construção, como
o concreto, pode ajudar a controlar a retração e reduzir a formação de fissuras.

3.2.3 Soluções

De acordo com Amarante (2019), para fissuras menores, o reparo localizado


pode envolver a aplicação de materiais de preenchimento, como epóxi, resinas ou
argamassa de reparo, para restaurar a integridade do revestimento. Em casos mais
graves, onde as fissuras comprometem a estrutura, pode ser necessário realizar
reforço estrutural para recuperar a capacidade de carga da edificação. Para isso, é
fundamental destacar a importância da manutenção preventiva para identificar
fissuras em estágios iniciais e realizar reparos antes que se agravem. Para isso, pode-
se consultar especialistas em patologias ou engenheiros para avaliar o problema,
determinar a causa raiz e planejar as soluções adequadas.

3.3 Rachaduras

De acordo com Filho, Miranda e Souza (2022), podem ser definidas como
aberturas que aparecem na superfície das estruturas como em vigas, pilares, paredes,
etc, com características acima de 3mm, podendo até mesmo passar o vento e a água
da chuva através delas. Estas podem indicar que há sérios problemas estruturais, na
fundação e com o solo, e que quando não sanadas podem comprometer seriamente
as estruturas e causar sérios acidentes como o desmoronamento da construção.

3.3.1 Causas

Assim como as trincas e fissuras, as rachaduras podem também serem


desencadeadas pela retração do concreto, cargas excessivas, variações de
temperatura e falhas na qualidade da mistura ou compactação. Essas rachaduras

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podem comprometer a integridade das estruturas e, em casos graves, levar a danos
significativos. Em edifícios, as rachaduras nas paredes e tetos podem ter várias
origens, desde assentamento desigual do solo até fundações inadequadas, incluindo
o movimento da estrutura de um edifício também pode causar rachaduras. Essas
fissuras não apenas comprometem a estética, mas também podem ser indicativas de
problemas estruturais mais sérios. Além disso, materiais como cerâmica, vidro e
metais também são suscetíveis a rachaduras devido a tensões mecânicas, mudanças
de temperatura, corrosão e defeitos na fabricação. Em relação a plásticos e polímeros,
rachaduras podem surgir devido ao envelhecimento, tensões mecânicas e exposição
a produtos químicos.

3.3.2 Prevenção

Considerando que as rachaduras são um dos estados mais agravados de


pequenas fissuras, é importante que sejam adotadas medidas antes de chegar nesse
estado avançado, ou seja, devem ser corrigidas ainda em sua fase inicial. É
fundamental que sejam feitas avaliações periódicas para analisar o estado das
estruturas e do solo onde se localizam visando averiguar possíveis indícios do
surgimento de patologias e corrigi-las, bem como realizar a manutenção preventiva
para evitar o surgimento destas rachaduras. Além disso, através da seleção de
materiais de alta qualidade e também do seu uso correto, é um fator que pode evitar
o surgimento precoce de fissuras e rachaduras.

3.3.3 Soluções

Conforme Granato (2002), pode-se utilizar de aditivos inibidores, aplicação de


injeções de produtos como epóxi, poliuretano e metacrilatos hidro-reativos para
obturar, preencher vazios e solidarizar as trincas e fissuras.

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3.4 Infiltrações

Filho, Miranda e Souza (2022) destacam que as infiltrações são causadas


quando há contato direto de água na entrada das construções, locais esses que não
deveriam ser expostos à umidade pois estão sujeitos ao surgimento de mofos, fungos,
bolores, dentre outros, Muitas vezes surgem quando há a existência de trincas,
fissuras e rachaduras que permitem a passagem de água e absorção desta para as
partes internas da estrutura, consequentemente comprometendo sua estética,
degradando a qualidade da construção e pondo em risco não só na segurança dos
usuários mas também a sua saúde.

3.4.1 Causas

A infiltração ocorre devido a diversas causas, sendo uma das mais comuns a
má impermeabilização de estruturas. Telhados com telhas quebradas, calhas
obstruídas, rachaduras em paredes e pisos, e janelas com vedação inadequada são
fontes potenciais de infiltração. Além disso, áreas sujeitas a enchentes e inundações
podem sofrer infiltração a partir do solo. Em edifícios e residências, a água infiltrada
pode causar danos nas fundações, estruturas de madeira, revestimentos e
acabamentos, levando ao enfraquecimento da estrutura e ao desenvolvimento de
mofo e bolor. A infiltração da água da chuva pode sobrecarregar sistemas de
escoamento de água, causando enchentes e danos à infraestrutura.

3.4.2 Prevenção

A prevenção, detecção precoce e ação corretiva são essenciais para lidar com
esse problema de maneira eficaz. Ao adotar medidas de manutenção adequadas,
garantir uma impermeabilização eficiente e agir rapidamente diante de sinais de
infiltração, podemos proteger nossas estruturas, a saúde das pessoas e o meio
ambiente. Manter telhados e calhas em bom estado de conservação, reparar
rachaduras e fissuras, e garantir uma boa vedação de janelas e portas são ações

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preventivas importantes. Em áreas sujeitas a inundações, a construção de sistemas
de drenagem eficazes pode ajudar a direcionar a água longe das estruturas.

3.4.3 Soluções

Granato (2002) propõe a adição de revestimentos impermeabilizantes para


proteger a estrutura e evitar surgimentos precoces de fissuras e rachaduras que
possibilitem a entrada de água como argamassas, aditivos inibidores, aplicação de
injeções de produtos como epóxi, poliuretano e metacrilatos hidro-reativos para
obturar, preencher vazios e solidarizar as trincas e fissuras e impermeabilizar ou vedar
infiltrações, endurecedores de superfície para melhorar a resistência à abrasão de
construções sujeitas a erosão por água e principalmente, utilizar materiais de proteção
de alta qualidade como pinturas, vernizes e hidrofugantes.

3.5 Descolamento de revestimento

O descolamento de revestimento em edificações é uma preocupação comum


na construção civil que pode afetar tanto a estética quanto a integridade estrutural dos
edifícios. Compreender as causas subjacentes, implementar medidas de prevenção
adequadas e adotar soluções eficazes é fundamental para evitar e lidar com esse
problema.

3.5.1 Causas

Uma das causas mais frequentes de descolamento de revestimento é a falha


na adesão entre o material do revestimento e o substrato. Isso pode ocorrer devido a
problemas durante a aplicação, como má preparação da superfície, excesso de
umidade ou sujeira. Tensões mecânicas excessivas, como vibrações constantes,
impactos ou movimentações na estrutura, podem provocar o descolamento do
revestimento. As mudanças de temperatura podem causar expansões e contrações

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nos materiais, afetando a aderência do revestimento ao substrato e inclusive
favorecendo o surgimento de trincas e fissuras, que podem ainda facilitar para a
entrada de água no sistema de revestimento resultado em infiltrações que causam o
descolamento. Além disso, reações químicas resultantes da incompatibilidade entre
os materiais de revestimento e o substrato podem levar também ao descolamento.
(CAMPANTE, 2008)

3.5.2 Prevenção

De acordo com Oliveira (2018), uma impermeabilização eficaz ajuda a


proteger a estrutura contra infiltrações, evitando danos e descolamento relacionados
à penetração de água. Garantir que a superfície do substrato esteja limpa, seca e
devidamente preparada antes da aplicação do revestimento é essencial para garantir
uma boa aderência. A seleção de materiais de revestimento que sejam compatíveis
com o substrato e as condições de uso é crucial para evitar reações químicas
prejudiciais. A incorporação de juntas de dilatação na estrutura permite acomodar a
expansão e contração dos materiais de revestimento, reduzindo a probabilidade de
descolamento. Outro aspecto é evitar tensões mecânicas excessivas na estrutura por
meio de projeto e execução adequados contribui para a prevenção do descolamento.

3.5.3 Soluções

Para casos de descolamento incipiente, é possível realizar reparos


localizados, removendo a porção afetada e reaplicando o revestimento. Certifique-se
de tratar a causa subjacente. Quando a adesão entre o revestimento e o substrato
está comprometida, é possível aplicar adesivos ou argamassas de reforço para
melhorar a fixação. Em situações mais severas, a remoção completa do revestimento
e uma nova aplicação podem ser necessárias. Isso deve ser conduzido de forma
adequada para garantir uma aderência sólida. Consultar um engenheiro ou
especialista em patologias estruturais é crucial para avaliar a gravidade do
descolamento, determinar a causa raiz e planejar as soluções apropriadas.
(OLIVEIRA, 2018)
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4. CONCLUSÃO

O objetivo central deste artigo era analisar de maneira abrangente as


patologias das estruturas, a fim de proporcionar uma compreensão sólida das causas
subjacentes, medidas de prevenção e soluções apropriadas. Agora, ao chegar nas
considerações finais, é relevante destacar que esses objetivos foram alcançados e
que avanços significativos foram feitos na busca por uma abordagem mais informada
e eficaz em relação a essas questões críticas na construção civil.

No decorrer deste artigo, as origens das patologias foram exploradas em


detalhes, com destaque para as causas que vão desde sobrecargas estruturais até
reações químicas entre materiais. Medidas preventivas essenciais foram identificadas,
incluindo a preparação adequada da superfície e a escolha criteriosa de materiais.

Além disso, soluções que variam desde reparos localizados até o reforço
estrutural foram abordadas, enfatizando a necessidade de diagnóstico preciso e
consultoria técnica. Nesse sentido, pode-se concluir que o artigo cumpriu sua missão
de fornecer informações e orientações práticas para lidar com as patologias em
questão.

Em relação aos objetivos delineados, a análise das causas, prevenção e


soluções para as patologias, ofereceu insights valiosos para profissionais da
construção, engenheiros, arquitetos e proprietários de edificações. Além disso,
reforçou a importância da prevenção como uma abordagem econômica e eficaz em
comparação com correções posteriores.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DE JESUS, V. A.; MITZSUZAKI, C. Y. Y.; DA SILVA, A. B.; AMARANTE, M. DOS


S. Patologias na construção civil. Revista Pesquisa e Ação, v. 5, n. 4, p. 132-145,
dez. 2019. Disponível em: PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL | Revista Pesquisa
e Ação (brazcubas.edu.br). Acesso em: 15 out. 2023.

FERREIRA, J. B.; LOBÃO, V. W. N. Manifestações patológicas na construção


civil. Caderno de Graduação - Ciências Exatas e Tecnológicas - UNIT - SERGIPE,
Aracaju, v.5, n.1, p.71 – 80, out. 2018. Disponível em:
https://periodicos.set.edu.br/cadernoexatas/article/view/5853. Acesso em: 15 out.
2023.

GRANATO, José Eduardo. Patologia das Construções, 2002.

MIRANDA. H. O. O.; SOUZA, J. A. G. D.; FILHO, E. B. D. S. Patologia da


construção civil. Disponível em: repositorio.animaeducacao.com.br. Acesso em: 29
jun. 2022.

Saiba quais materiais eram empregados na engenharia da antiguidade.


Engenharia Compartilhada, 2017. Disponível em: Saiba quais materiais eram
empregados na engenharia da antiguidade - Engenharia Compartilhada. Acesso em:
01 de out. de 2023.

SANTOS. T. R. E. As Patologias da Construção Civil e suas reações nas


Obras. São Paulo. 2015.

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