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Curso: Engenharia Civil

Disciplina: Estruturas Metálicas 1


Peças Tracionadas

• CARGA HORÁRIA: 36 h/a


• 1º semestre 2017
• Prof. Me. Leandro Dias Küster
1
Aula 03 – Peças Tracionadas

Tipos Construtivos

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Aula 03 – Peças Tracionadas

Tipos Construtivos

• As peças tracionadas são empregadas nas estruturas,


sob diversas formas:

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Tipos Construtivos
• As peças tracionadas podem ser constituídas por barras de seção
simples ou composta, como por exemplo:
– barras redondas (a);
– barras chatas (b);
– perfis laminados simples (L, U, I) (c);
– perfis laminados compostos (d).

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Tipos Construtivos

• As ligações das extremidades das peças


tracionadas com outras partes da estrutura
podem ser feitas por:
– soldagem;
– conectares aplicados em furos;
– rosca e porca (caso de ban·as rosqueadas).

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Aula 03 – Peças Tracionadas

Tipos Construtivos

• A figura abaixo mostra o desenho de um nó de


treliça, cujas barras são formadas por associação
de duas cantoneiras.

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Critérios de
dimensionamento

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Distribuição de Tensões normais na seção

Regime elástico

• Nas peças tracionadas com furos,


as tensões em regime elástico
não são uniformes, verificando-
se tensões mais elevadas nas
proximidades dos furos
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Aula 03 – Peças Tracionadas

Distribuição de Tensões normais na seção

Após escoamento

• No estado limite, graças à


ductilidade do aço, as tensões
atuam de maneira uniforme em
toda a seção da peça.

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Distribuição de Tensões normais na seção

• Devidos ao esforço normal de tração N, as


tensões normais sn somam-se com as tensões
residuais sr, oriundas do processo de fabricação, e
cuja resultante é nula em cada seção como mostra
a figura abaixo, para uma chapa laminada.

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Distribuição de Tensões normais na seção


• Com o acréscimo da força de tração ocorre a plastificação
progressiva da seção, como ilustrado na figura abaixo. A
força de tração N, que provoca a plastificação total da seção
não se altera com a presença das tensões residuais. Da
mesma forma, a carga Ny, para a qual a peça com furo atinge
o estado limite, independe das tensões residuais.

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Estados Limites últimos e Esforços


Normais Resistentes
• A resistência de uma peça sujeita à tração axial
pode ser determinada por:
– Ruptura da seção com furos;
– Escoamento generalizado da barra ao longo de seu
comprimento, provocando deformações
exageradas.

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Peças em Geral, com furos

• Nas peças com furos, a resistência de projeto é


dada pelo menor dos seguintes valores:
a) Ruptura da seção com furos, de área An (área
líquida);
𝐴𝑛,𝑒𝑓 . 𝑓𝑢
𝑅𝑑𝑡 =
𝛾𝑎2

• Sendo:
– ga2 = 1,35 para esforço normal solicitante decorrente de
combinação normal de ações;
– fu = tensão resistente à tração do aço;
– An,ef = área líquida efetiva.

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Aula 03 – Peças Tracionadas

Peças em Geral, com furos

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Peças em Geral, com furos

b) Escoamento da seção bruta, de área Ag.


𝐴𝑔 . 𝑓𝑦
𝑅𝑑𝑡 =
𝛾𝑎1
• Sendo:
– ga1 = 1,10 para esforço normal solicitante decorrente de
combinação normal de ações;
– fy = tensão de escoamento à tração do aço.

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Peças em Geral, com furos

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Peças com Extremidades Rosqueadas


• Nesse tipo de situação, o dimensionamento dessas barras é determinado
pela ruptura da seção da rosca.
• Considerando-se que, com os tipos de rosca usados na indústria, a relação
entre a área efetiva à tração na rosca (Aef) e a área bruta da bana (Ag) varia
dentro de uma faixa limitada (0,73 a 0,80), é possível calcular a resistência
das banas tracionadas em função da área bruta Ag, com um coeficiente
médio 0,75.
0,75. 𝐴𝑔 . 𝑓𝑢
𝛾𝑎2
𝑅𝑑 ≤
𝐴𝑔 . 𝑓𝑦
𝛾𝑎1
• Sendo:
– ga2 = 1,35 para esforço normal solicitante decorrente de combinação normal de
ações;
– ga1 = 1,10 para esforço normal solicitante decorrente de combinação normal de
ações;

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Chapas Ligadas por Pinos

• No caso de chapas ligadas por pinos, a


resistência é determinada pela ruptura da
seção líquida efetiva.

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Limitações da Esbeltez das Peças


Tracionadas
• Denomina-se índice de esbeltez de uma haste a relação
entre seu comprimento l entre pontos de apoio lateral e o
raio de giração mínimo imín da seção transversal.
• Nas peças tracionadas, o índice de esbeltez não tem
importância fundamental, uma vez que o esforço de tração
tende a retificar a haste, reduzindo excentricidades
construtivas iniciais. Apesar disso, as normas fixam limites
superiores do índice de esbeltez de peças tracionadas, com
a finalidade de reduzir efeitos vibratórios provocados por
impactos, ventos etc.

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Diâmetro dos furos de Conectores

• Quando as seções recebem furos para permitir


ligações com conectares (rebites ou parafusos),
a seção da peça é enfraquecida pelos furos.
• No caso de furos-padrão, o diâmetro total a
reduzir é igual ao diâmetro nominal do
conector (d) acrescido de 3,5mm, sendo 2mm
correspondentes ao dano por puncionamento
e 1,5mm à folga do furo em relação ao
diâmetro do conector.
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Área da Seção Transversal Líquida de


Peças Tracionadas com Furos
• Numa barra com furos, a área líquida (An) é obtida
subtraindo-se da área bruta (Ag) as áreas dos furos
contidos em uma seção reta da peça.

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Área da Seção Transversal Líquida de


Peças Tracionadas com Furos
• No caso de furação enviesada (Fig. 2.5b), é
necessário pesquisar diversos percursos ( 1 - 1 - 1 ,
1 -2-2- 1 ) para encontrar o menor valor de seção
líquida, uma vez que a peça pode romper segundo
qualquer um desses percursos. Os segmentos
enviesados são calculados com um comprimento
reduzido, dado pela expressão empírica:
𝑠2
𝑔+
4𝑔
– Onde s e g são respectivamente os espaçamentos
horizontal e vertical entre dois furos.
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Área da Seção Transversal Líquida de


Peças Tracionadas com Furos
• A área líquida An de barras com furos pode ser
representada pela equação:

𝑠2
𝐴𝑛 = 𝑏 − 𝑑 + 3,5𝑚𝑚 + .𝑡
4𝑔

– Onde:
• t = espessura da chapa
adotar o menor valor obtido nos diversos
percursos pesquisados.
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Área da Seção Transversal Líquida efetiva


• Quando a ligação é feita por todos os segmentos de um perfil, a
seção participa integralmente da transferência dos esforços. Isto
não acontece, por exemplo, nas ligações das cantoneiras com a
chapa de nó da figura abaixo, nas quais a transferência dos esforços
se dá através de uma aba de cada cantoneira.
• Nesses casos as tensões se concentram no segmento ligado e não
mais se distribuem em toda a seção.

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Área da Seção Transversal Líquida efetiva

• Este efeito é levado em consideração


utilizando, no cálculo da resistência à ruptura, a
área líquida efetiva dada por:
𝐴𝑛,𝑒𝑓 = 𝐶𝑡 . 𝐴𝑛
– Onde
• Ct é um fator redutor aplicado à área líquida An, no caso
de ligações parafusadas, e à área bruta Ag no caso de
ligações soldadas (peças sem furacão).
• Quanto maior o comprimento da ligação, menor é a
redução aplicada às áreas.
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Aula 03 – Peças Tracionadas

Área da Seção Transversal Líquida efetiva

• Nos perfis de seção aberta (Fig. 2.6) tem-se para Ct


𝑒𝑐
𝐶𝑡 = 1 − ≥ 0,60
𝑙
– Onde
• ec = excentricidade do plano da ligação (ou da face do
segmento ligado) em relação ao centro geométrico da seção
toda ou da parte da seção que resiste ao esforço transferido;
• l = comprimento da ligação, igual ao comprimento do cordão
de solda em ligações soldadas, e em ligações parafusadas é
igual à distância entre o primeiro e o último parafusos na
direção da força.
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Área da Seção Transversal Líquida efetiva

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Área da Seção Transversal Líquida efetiva

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Área da Seção Transversal Líquida efetiva

• Para peças tracionadas ligadas apenas por soldas


transversais tem-se:
𝐴𝑐
𝐶𝑡 =
𝐴𝑔
– Onde Ac é a área do segmento ligado.
• No caso de chapas planas ligadas apenas por soldas
longitudinais, o coeficiente Ct depende da relação entre
o comprimento lw das soldas e a largura b da chapa:
𝐶𝑡 = 1,00 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑙𝑤 ≥ 2𝑏
𝐶𝑡 = 0,87 𝑝𝑎𝑟𝑎 1,5𝑏 ≤ 𝑙𝑤 < 2𝑏
𝐶𝑡 = 0,75 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏 ≤ 𝑙𝑤 < 1,5𝑏
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Cisalhamento de Bloco
• No caso de perfis de chapas finas tracionados e ligados por
conectores, além da ruptura da seção líquida o colapso por
rasgamento ao longo de uma linha de conectores pode ser
determinante no dimensionamento.
• Nesse tipo de colapso, ocorre ruptura do segmento do perfil que
recebe a ligação, envolvendo cisalhamento nos planos paralelos à
força (áreas Av) e tração no plano normal à força (área At).

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Cisalhamento de Bloco
• A ruptura da área tracionada pode estar acompanhada da ruptura ou do
escoamento das áreas cisalhadas, o que fornece a menor resistência. Dessa
forma, a resistência é calculada com a seguinte expressão:
1
. 0,60. 𝑓𝑢 . 𝐴𝑛𝑣 + 𝐶𝑡𝑠 . 𝑓𝑢 . 𝐴𝑛𝑡
𝛾𝑎2
𝑅𝑑 ≤
1
. 0,60. 𝑓𝑦 . 𝐴𝑔𝑣 + 𝐶𝑡𝑠 . 𝑓𝑢 . 𝐴𝑛𝑡
• Onde: 𝛾𝑎2
– 0,60fu e 0,60fy são respectivamente as tensões de ruptura e escoamento a
cisalhamento do aço;
– Anv e Agv são respectivamente as áreas líquida e bruta cisalhadas;
– Ant é a área líquida tracionada;
– Cts = 1,0 quando a tensão de tração na área Ant é uniforme;
– Cts = 0,5 para tensão não uniforme.
• Observa-se que a resistência Rd é obtida com a soma das resistências à
ruptura das áreas cisalhadas Anv e da área tracionada Ant sendo que a
resistência da área cisalhada deve ser limitada pelo escoamento a
cisalhamento.
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Exemplo 1

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Exemplo 1 (2.3.1 do livro)

• Calcular a espessura necessária de uma chapa


de I00mm de largura, sujeita a um esforço axial
de 100kN (10tf). Resolver o problema para o
aço MR250 (ASTM A36) utilizando o método
das tensões admissíveis com st, = 0,6fy.

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Aula 03 – Peças Tracionadas

Exemplo 1 – fy e fu
Diagrama tensão-deformação (s, e)
Figuras retiradas da página 14
(capítulo 1) do livro base. Figuras
1.12 e 1.13
fu
fy

fy
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Exemplo 1 - solução

• Para o aço MR250, temos a tensão admissível


(referida à área bruta):
𝜎𝑡 = 0,6.250 = 150 𝑀𝑃𝑎 = 15𝑘𝑁/𝑐𝑚2
• Área bruta necessária:
𝑁 100
𝐴𝑔 = = = 6,67𝑐𝑚2
𝜎𝑡 15
• Espessura necessária
6,67
𝑡= = 0,67𝑐𝑚 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑟 7,94𝑚𝑚 = 5/16"
10
Obs. Isso dependerá de catálogo de peças.
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Exemplo 2

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Exemplo 2 (2.3.2 do livro)

• Calcular a espessura necessária de uma chapa


de I00mm de largura, sujeita a um esforço axial
de 100kN (10tf). Resolver o problema para o
aço MR250 (ASTM A36) utilizando o método
dos estados limites.

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Exemplo 2 - solução
• Admitindo-se que o esforço de tração seja provocado por uma carga
variável de utilização, a solicitação de cálculo vale:
𝑁𝑑 = 𝛾𝑞 . 𝑁 = 1,5.100 = 150𝑘𝑁
• Área bruta necessária:
𝑁𝑑 150
𝐴𝑔 = = = 6,60𝑐𝑚2
𝑓𝑦 25
𝛾𝑎1 1,10
• Espessura necessária
6,60
𝑡= = 0,66𝑐𝑚 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑟 7,94𝑚𝑚 = 5/16"
10
• Verifica-se que no caso de tração centrada devida a uma carga
variável, o método dos Estados Limites e o de Tensões Admissíveis
fornecem o mesmo dimensionamento.
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Exemplo 3

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Exemplo 3 (2.3.3 do livro)

• Duas chapas 22 X 300 mm são emendadas por meio de


talas com 2 X 8 parafusos f 22 mm (7/8"). Verificar se as
dimensões das chapas são satisfatórias, admitindo-se
aço MR250 (ASTM A36).

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Exemplo 3 - solução

• Área bruta:
𝐴𝑔 = 30.2,22 = 66,6𝑐𝑚2
• A área líquida na seção furada é obtida deduzindo-se
quatro furos com diâmetro 22 + 3,5 = 25,5 mm.
𝐴𝑛 = 30 − 4.2,55 . 2,22 = 43,96𝑐𝑚2
• Admitindo-se que a solicitação seja produzida por uma
carga variável de utilização, o esforço solicitante de
cálculo vale:
𝑁𝑑 = 𝛾𝑞 . 𝑁 = 1,5.300 = 450 𝑘𝑁

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Aula 03 – Peças Tracionadas

Exemplo 3 - solução

• Esforços resistentes:
– Área bruta:
𝐴𝑔 . 𝑓𝑦 66,6.25
𝑁𝑑𝑟𝑒𝑠 = 𝑅𝑑𝑡 = = = 1513𝑘𝑁
𝛾𝑎1 1,10
– Área Líquida
𝐴𝑛,𝑒𝑓 . 𝑓𝑢 44,0.40
𝑁𝑑𝑟𝑒𝑠 = 𝑅𝑑𝑡 = = = 1304𝑘𝑁
𝛾𝑎2 1,35
Os esforços resistentes são superiores aos esforços
solicitantes, concluindo-se que as dimensões
satisfazem com folga.
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Exemplo 4

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Exemplo 4 (2.3.4 do livro)


• Duas chapas 280 mm X 20 mm são emendadas por traspasse, com
parafusos d = 20 mm, sendo os furos realizados por punção. Calcular
o esforço resistente de projeto das chapas, admitindo-as
submetidas à tração axial. Aço MR250 (ASTM A36).

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Exemplo 4 - solução
• A ligação por traspasse introduz excentricidade no esforço
de tração. No exemplo, esse efeito será desprezado,
admitindo-se as chapas sujeitas à tração axial. O diâmetro
dos furos, a considerar no cálculo da seção líquida, é:
20 + 3,5 = 23,5𝑚𝑚
• O esforço resistente de projeto poderá ser determinado pela
seção bruta ou pela seção líquida da chapa, e a menor seção
líquida deverá ser pesquisada nos percursos 1-1-1 , 2-2-2 e
3-3-3.
– Seção bruta:

𝐴𝑔 = 28.2 = 56𝑐𝑚2

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Exemplo 4 - solução
– Seção bruta:
𝑠2 Horizontal 𝑠2
𝑔= 𝐴𝑛 = 𝑏 − 𝑑 + 3,5𝑚𝑚 + .𝑡
4𝑔 Vertical 4𝑔
• 1-1-1
𝐴𝑛 = 28 − 2.2,35 . 2 = 46,6𝑐𝑚2
• 2-2-2
7,52
𝐴𝑛 = 28 + 2. − 4.2,35 . 2 = 48,45𝑐𝑚2
4.5
• 3-3-3
7,52
𝐴𝑛 = 28 + 4. − 5.2,35 . 2 = 55,0𝑐𝑚2
4.5
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Exemplo 4 - solução

• Observa-se que a menor seção líquida


Corresponde à seção reta 1-1-1. Os esforços
resistentes de projeto são:
– Área bruta:
𝐴𝑔 . 𝑓𝑦 56,0.25
𝑁𝑑𝑟𝑒𝑠 = 𝑅𝑑𝑡 = = = 1273𝑘𝑁
𝛾𝑎1 1,10
– Área líquida
𝐴𝑛,𝑒𝑓 . 𝑓𝑢 46,6.40
𝑁𝑑𝑟𝑒𝑠 = 𝑅𝑑𝑡 = = = 1381𝑘𝑁
𝛾𝑎2 1,35
O esforço resistente de projeto é determinado pela seção
bruta, valendo 1273 kN.

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Exemplo 5

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Aula 03 – Peças Tracionadas

Exemplo 5 (2.3.5 do livro)

• Calcular o diâmetro do tirante capaz de


suportar uma carga axial de 150 kN, sabendo-
se que a transmissão de carga será feita por um
sistema de roscas e porcas. Aço ASTM A36
(MR250). Admite-se que a carga seja do tipo
permanente, com grande variabilidade.

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Exemplo 5 - solução

• O dimensionamento de barras rosqueadas é feito com a


seguinte equação: 0,75. 𝐴 . 𝑓 𝑔 𝑢
𝛾𝑎2
𝑅𝑑 ≤
𝐴𝑔 . 𝑓𝑦
𝛾𝑎1
• A área bruta necessária se obtém com a expressão:
𝛾𝑔 . 𝑁 1,4.150 2
𝛾𝑔 . 𝑁 1,4.150
𝐴𝑔 = = = 9,45𝑐𝑚 ≤ = = 9,24𝑐𝑚2
𝑓 40 𝑓𝑦 25
0,75. 𝑢 𝛾𝑎2 0,75. 1,35 𝛾𝑎1 1,10
• O diâmetro de barra pode ser adotado igual a:

𝒅 ≥ 𝟑, 𝟒𝟕𝒄𝒎 𝒅𝒂𝒅𝒐𝒕𝒂𝒅𝒐 = 𝟑, 𝟒𝟗𝒄𝒎 𝟏 𝟑/𝟖" 𝑨𝒈 = 𝟗, 𝟓𝟕𝒄𝒎𝟐

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Exemplo 6

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Exemplo 6 (2.3.6 do livro)


• Para a cantoneira L 178 X 102 X 12,7 (7" X 4" X 112"), indicada nas
figuras a e b, determinar:
– a) a área líquida, sendo os conectares de diâmetro igual a 22mm (7/8");
– b) maior comprimento admissível, para esbeltez máxima igual a 300.

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Exemplo 6 - solução

• O cálculo pode ser feito rebatendo-se a linha média da


cantoneira no plano da maior aba. A distância entre
furos é igual a 115mm mostrada na figura c, resulta do
cálculo: (2.64mm-12,7mm). Comprimentos líquidos dos
percursos, considerando-se furos com diâmetro
22,2+3,5=25,7mm ( 1 "):
– Percurso 1-1-1
178 − 102 − 12,7 − 2.25,4 = 𝟐𝟏𝟔, 𝟓𝒎𝒎

– Percurso 1-2-2-1
762 762
178 − 102 − 12,7 + + − 3.25,4 = 222,6𝑚𝑚
4.76 4.115
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Exemplo 6 - solução

• O caminho 1-1-1 é crítico. A seção líquida se dá


por:

𝐴𝑛 = 21,6.1,27 = 27,4𝑐𝑚2

• O maior comprimento desta cantoneira


trabalhando como peça tracionada será
Valores geralmente tabelados
𝐼
𝑙𝑚á𝑥 = 300. 𝑖𝑚í𝑛 = 300. = 300.2,21 = 663𝑐𝑚
𝐴
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Exemplo 7

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Exemplo 7 (2.3.7 do livro)

• Para o perfil U 152 (6") X 12,2 kg/m, em aço MR250,


indicado abaixo, calcular o esforço de tração resistente.
Os conectares são de 12,7 mm de diâmetro.

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Exemplo 7 - solução
a) Escoamento da seção bruta
𝑓𝑦 25
𝑁𝑑𝑟𝑒𝑠 = 𝐴𝑔 . = 15,5. = 352𝑘𝑁
𝛾𝑎1 1,10
b) Ruptura da seção líquida
– Diâmetro do furo a se considerar no cálculo = 12,7 + 3,5 = 16,2mm
– Área líquida (seção 1-1) = 15,5 - 2 X 1,62 X 0,51 = 13,84cm²
– Área líquida efetiva, considerando-se fator de redução Ct:
𝑒𝑐 1,3
𝐶𝑡 = 1 − ≥ 0,60 = 1 − = 0,83 > 0,60 ∴ 𝑂𝑘
𝑙 8,0
𝐴𝑛,𝑒𝑓 = 𝐶𝑡 . 𝐴𝑛 = 0,83.13,84 = 11,49𝑐𝑚2
𝑓𝑢 40
𝑁𝑑𝑟𝑒𝑠 = 𝐴𝑛,𝑒𝑓 . = 11,49. = 341𝑘𝑁
𝛾𝑎2 1,35
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Aula 03 – Peças Tracionadas

Exemplo 7 - solução

c) Ruptura por cisalhamento de bloco no perímetro


da área hachurada na figura apresentada:
– Área cisalhada
• Bruta 𝐴𝑔𝑣 = 2.0,51.12 = 12,2𝑐𝑚2
• Líquida 𝐴𝑛𝑣 = 2.0,51. 12 − 2,5.1,62 = 8,11𝑐𝑚2
– Área tracionada 𝐴𝑛𝑡 = 0,51. 3,8 − 1.1,62 = 1,11𝑐𝑚2
1
. 0,60. 𝑓𝑢 . 𝐴𝑛𝑣 + 𝐶𝑡𝑠 . 𝑓𝑢 . 𝐴𝑛𝑡
𝛾𝑎2
𝑅𝑑 ≤
1
. 0,60. 𝑓𝑦 . 𝐴𝑔𝑣 + 𝐶𝑡𝑠 . 𝑓𝑢 . 𝐴𝑛𝑡
𝛾𝑎2
0,6.40.8,11 + 40.11,1 0,6.25.12,2 + 40.11,1
𝑅𝑑 = = 177𝑘𝑁 > = 𝟏𝟔𝟖𝒌𝑵
1,35 1,35
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Exemplo 7 - solução

• O esforço resistente de tração do perfil é


determinado pela ruptura por cisalhamento de
bloco da área hachurada.

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Aula 03 – Peças Tracionadas

Bibliografia
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de
estrutura de aço e de estrutura mista de aço e concreto de edifícios.
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• PFEIL, W; PFEIL M. Estruturas de aço: dimensionamento prático. Rio de
Janeiro. LTC, 2009.
• SILVA, P. V.; PANNONI, F. D. Estruturas de aço para edifícios: aspectos
tecnológicos e de concepção. Editora Edgard Blucher, 2010.
• BELLEI, I. Edifícios industriais em aço: projeto e cálculo. 5.ed.São Paulo:
Pini, 2006.
• BELLEI, I.; PINHO, F. O.; PINHO, M. O. Edifícios de múltiplos andares em
aço. 2.ed. São Paulo:Pini, 2008.
• DIAS, L. A. M. Estruturas de aço: conceitos, técnicas e linguagem. Rio de
Janeiro. CBCA, 2006.
• PINHEIRO, A. C. F. B. Estruturas metálicas: cálculos, detalhes, exercícios
e projetos. 2.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

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