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Universidade Federal do Pará

Campus Universitário de Tucuruí


Faculdade de Engenharia Mecânica

Conformação Plástica dos


Metais

Prof. Dr. Fernando Nunes da Silva

1
Ementa

Fundamentos do Processo
de Conformação Plástica

Laminação

Conformação Plástica dos


Trefilação
Metais

Extrusão
Esta Foto de Autor Desconhecido está
licenciado em CC BY-NC

Forjamento

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Objetivo

• Esta disciplina tem com objetivo fazer com que o aluno


conheça e assimile os principais fundamentos dos processos
de conformação plástica dos materiais metálicos, dessa
forma podendo identificar os principais processos
(laminação, trefilação, extrusão e forjamento) e suas
aplicações na indústria metalmecânica.

• Carga horária: 30 h

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Referências

• Básica:
• Groover, M. P.; Introdução aso Processos de Fabricação. LTC, 1ª Ed, 2014.
• Helman, H.; Cetlin, P. R.; Fundamentos da Conformação Mecânica dos Metais. ARTLIBER, 1ª Ed,
2005.
• Bresciani Filho, E.; Conformação plástica dos metais. Editora da Unicamp, 5ª Ed, Campinas, 1997.
• Chiaverini, E.: Tecnologia mecânica, vol. 2, 2a edição, McGraw-Hill, Rio de Janeiro, 1986.
• Complementar:
• Van Vlack, L.H.: Princípios de ciência e tecnologia dos materiais, quarta edição, Campus, São
Paulo, 1984.
• Altan, T., Oh, S., Gegel, H.: Conformação de metais: fundamentos e aplicações, EESC/USP, São
Carlos, 1999.
• Rizzo, E. M. S.; Processos De Laminação Dos Aços - Uma Introdução. ABM, 1ª Ed, 2007.
• Dieter, G.E.: Metalurgia mecânica, 2a edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1981.
• Coutinho, C. Bottrel.; Materiais Metálicos para Engenharia. Belo Horizonte: Fundação Cristiano
Ottoni, 1992.

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Avaliação da Disciplina

• A avaliação se dará através de atividades desenvolvidas em


sala de aula (individual e/ou em grupo);
• Atividades como lista de exercícios, seminários, trabalhos de
pesquisa, etc.
• Cada atividade desenvolvida valerá 10 pontos ao final será
feita uma média aritmética simples.

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Introdução

• Visão geral da conformação dos metais:


• A conformação dos metais (processos de conformação)
engloba extenso grupo de processos de manufatura, nos quais a
deformação plástica é empregada na mudança de forma de
peças metálicas.
Tensões acima Obter a forma
Deformação Ferramenta do limite de Deformação determinada
resultante (matriz) escoamento plástica pela geometria
do metal da matriz.

Processos de conformação volumétrica


(ou maciça)
Processo de conformação dos metais
kkk Processos de conformação de chapas

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Introdução

• Visão geral da conformação dos metais:


• As componentes de tensão aplicadas para deformar
plasticamente o metal são de modo usual compressivas.
• Alguns processos de conformação estiram o metal,
enquanto outros dobram o metal, e ainda alguns aplicam
tensões de cisalhamento ao metal.
• As propriedades desejadas no material a ser conformado
incluem baixa resistência ao escoamento e elevada
ductilidade.
• Parâmetros importantes: temperatura (conformação à quente, frio e
morno) e atrito.
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Processos de conformação volumétrica

• Visão geral da conformação


dos metais:
• Os processos de conformação
volumétrica são geralmente
caracterizados por
deformações relevantes com
mudanças na forma da peça, e
uma relação relativamente
pequena entre a área
superficial e o volume da peça.

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Processos de conformação de chapas

• Visão geral da
conformação dos metais:
• Os processos de
conformação de chapas são
operações de corte ou de
mudança de forma
realizadas em metais sob a
forma de chapas, tiras e
bobinas. A razão entre área
superficial e o volume do
esboço de partida é grande.

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Relação entre tensão e deformação

• Diagrama tensão-deformação: Ensaios experimentais


Carga máxima (LRT)
Materiais dúcteis x frágeis.
Os materiais dúcteis podem
sofrer grandes deformações
antes de se romper.
Exemplos: aço estrutural e
quaisquer outros metais.

Após o início do
escoamento, nota-se que a Quando o corpo de prova
deformação pode ser até atinge o valor máximo (𝝈𝒖 ),
200 vezes maior do que inicia-se uma redução
antes de iniciar o localizada em seu diâmetro,
escoamento. devido a uma perda de
resistência local, conhecida
como estricção.
Diagrama tensão-deformação de um material dúctil (aço estrutural)
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Relação entre tensão e deformação

• Diagrama tensão-deformação: Ensaios experimentais

Liga de Ferro fundido


alumínio nodular

https://upload.wikimedia.o
https://upload.wikimedia.o rg/wikipedia/commons/th
rg/wikipedia/commons/thu umb/f/fd/Cast_iron_tensil
mb/6/6f/Al_tensile_test.jp e_test.JPG/220px-
https://eaiconvergiu.wordpress.com/201
g/199px- Cast_iron_tensile_test.JP
5/04/18/fratura-fragil-e-fratura-ductil/
Al_tensile_test.jpg G

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Relação entre tensão e deformação

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Relação entre tensão e deformação

• Diagrama tensão-deformação: Ensaios experimentais

Convencionou-se chamar
de tensão de escoamento
(𝜎 ) aquela que se obtém
traçando uma reta
paralela ao trecho inicial
do diagrama, partindo do
eixo da deformação
específica igual a 0,2%
(ou 𝜀 = 0,002).

Diagrama tensão-deformação Determinação da 𝜎 pelo método


liga de alumínio do desvio
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Relação entre tensão e deformação

• Tensões e deformações específicas verdadeiras:


• As tensões nos diagramas das Figuras anteriores foram
obtidas por meio da razão do carregamento (P) pela área da
seção transversal ( ) do corpo de prova, esta é área
inicial, sem levar em conta a deformação no decorrer do
ensaio.
• No entanto, a área da seção transversal reduz com o
acréscimo do carregamento, com isso, as tensões nos
diagramas não correspondem aos valores reais de tensão no
material.
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Relação entre tensão e deformação

• Tensões e deformações
específicas verdadeiras:
• As tensões verdadeiras ( )
são obtidas pelo
carregamento divido pela
área da seção deformada.

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Relação entre tensão e deformação

• Tensões e deformações
específicas verdadeiras:
• A deformação específica verdadeira
( 𝑽 ), ao invés de utilizar a
deformação ( ) pelo comprimento
inicial (L), utiliza-se de todos os
valores consecutivos de L anotados
no ensaio.
• Com isso, define-se a deformação
específica verdadeira como o
somatório dos valores ( ),
conforme a seguinte equação:

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Relação entre tensão e deformação

• Tensões e deformações
específicas verdadeiras:

• Substituindo a somatória por
uma integração, a
deformação específica
verdadeira é expressa pela
Equação:

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Relação entre tensão e deformação

• Tensões e deformações específicas verdadeiras:


• Assim, as tensões e deformações verdadeiras e de
engenharia estão relacionadas de acordo com as
expressões:

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Relação entre tensão e deformação

• Tensões e deformações
específicas verdadeiras:
• O aumento da tensão na curva
tensão-deformação verdadeira
significa que o metal está se
tornando mais resistente à medida
que a deformação aumenta.
• Esta é uma propriedade conhecida
como encruamento (ou
endurecimento por trabalho
mecânico), que a maioria dos
metais exibe com maior ou menor
grau.

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Relação entre tensão e deformação

• Tensões e deformações específicas verdadeiras:

Curva de fluxo

K – constante chamada coeficiente de


resistência, MPa
n – parâmetro chamado expoente de
encruamento

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Relação entre tensão e deformação

Trefilação

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Relação entre tensão e deformação

• Propriedades de compressão:

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Relação entre tensão e deformação

• Propriedades de compressão:

Laminação, forjamento, e extrusão.

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Relação entre tensão e deformação

• Propriedades de compressão:
Representa melhor o
Pode-se utilizar os processo de
resultados de um ensaio compressão
de tração para uma
operação de compressão
ignorando o efeito da
estricção.

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Relação entre tensão e deformação

• Flexão e ensaios de materiais frágeis:

𝒖𝒇 𝟐
𝑺𝒖𝒇 – resistência à ruptura
transversal, MPa.
F – Carga aplicada no instante da
ruptura, N.
L – Comprimento do corpo de prova
entre os dois apoios, mm.
b e t – são as dimensões da seção
transversal do corpo de prova, mm.

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Relação entre tensão e deformação

• Cisalhamento:
𝝉 – Tensão de cisalhamento, MPa.
F – Carga aplicada, N.
A – Área ao longo da qual a força é
aplicada, mm².

𝜸 – Deformação de cisalhamento,
mm/mm.
𝜹 – Deflexão do elemento, mm.
b – Distância ortogonal ao longo da
qual a deflexão ocorre, mm.

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Relação entre tensão e deformação

• Cisalhamento (ensaio de torção):


𝟐
T – Torque aplicado, N-mm.
R – Raio do tubo medido até o eixo
neutro da parede, mm.
t – espessura da parede, mm.

𝜽 – Deflexão angular (radianos).


L – Comprimento, mm.

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Relação entre tensão e deformação

• Cisalhamento (ensaio de torção):


𝒖𝒄 𝒖

G – Módulo de cisalhamento ou
módulo de elasticidade ao
cisalhamento, MPa.

A ação de cisalhamento é utilizada


para cortar folhas de metal em
prensas, puncionamento e outras
operações de corte. Em usinagem,
o material é removido pelo
mecanismo de deformação de
cisalhamento.

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Relação entre tensão e deformação

• Dureza (Ensaio de Dureza Brinell):

𝟐𝑭
𝑯𝑩 =
𝝅𝑫𝒃 𝑫𝒃 − 𝑫𝟐𝒃 − 𝑫𝟐𝒊

Unidade: Número de Dureza


Brinell (BHN – kg/mm²) ou HB

Cargas: 500, 1500 ou 3000 kg.


O Ensaio de Dureza de Brinell é
amplamente utilizado para
ensaiar metais e não metais de
baixa ou média dureza.

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Relação entre tensão e deformação

• Dureza (Ensaio de Dureza Rockwell):

Penetrador de formato cônico ou uma esfera de


pequeno diâmetro, com diâmetro = 1,6 ou 3,2 mm
(1/16 ou 1/8 in) é pressionado contra o corpo de
prova utilizando uma pré-carga de 10 kg.

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Relação entre tensão e deformação

• Dureza (Ensaio de Dureza Vickers):

𝟏, 𝟖𝟓𝟒𝑭
𝑯𝑽 =
𝑫𝟐

Unidade: HV

O ensaio Vickers pode ser


utilizado para todos os metais e
possui uma das mais amplas
escalas entre os ensaios de
dureza.

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Relação entre tensão e deformação

• Dureza (Ensaio de Dureza Knoop):

𝑭
𝑯𝑲 = 𝟏𝟒, 𝟐
𝑫𝟐
Unidade: HK

É um ensaio de microdureza, o
que significa que é adequado
para medir corpos de prova
pequenos e finos ou materiais
com dureza elevada que possam
fraturar se forem aplicadas
cargas elevadas.

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Relação entre tensão e deformação

• Dureza (Metais):

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Relação entre tensão e deformação

• Dureza (Metais):

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Relação entre tensão e deformação

• Dureza (Cerâmicas):

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Relação entre tensão e deformação

• Dureza (Polímeros):

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