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Engenharia Mecânica
joao.matias@iff.edu.br
Referências Bibliográficas
➢ Ciência e Engenharia de Materiais, uma Introdução.
Callister; Rethwisch. 8ª edição, Editora gen|LTC.
(Capítulos 7, 9, 10 e 11)
Bibliografia complementar:
➢ Aços e Ligas Especiais. Costa e Silva; Mei. 3ª edição, Editora Blucher.
➢ Metalurgia Mecânica. Dieter. 2ª edição, Editora Guanabara Dois, 1981.
➢ Ensaios de Materiais. Garcia; Spim; Santos. 2ª edição, Editora gen|LTC.
Mecanismos de Aumento da
Resistência Mecânica
Introdução
• Busca por projetos de ligas que possuam alta resistência mecânica, mas com
ductilidade e tenacidade satisfatórias.
• Normalmente a ductilidade é sacrificada quando a liga tem sua resistência
aumentada.
• O aumento da resistência dos metais se baseia em impor obstáculos e
dificuldades ao movimento das discordâncias.
• Mecanismos de aumento da resistência mecânica em metais:
- Encruamento
Movimentação das Discordâncias
Movimentação das Discordâncias
Movimentação das Discordâncias
Movimentação das Discordâncias Provocando
Deformação Plástica
Movimentação das Discordâncias Provocando
Deformação Plástica
Movimentação das Discordâncias Provocando
Deformação Plástica
Relembrando...
• Discordâncias ??
• Resistência mecânica ??
• Dureza ??
• Ductilidade ??
• Fragilidade ??
• Tenacidade ??
Tamanho de Grão
• Os grãos dos materiais policristalinos possuem orientações
cristalográficas diferentes.
• O contorno de grão atua como uma barreira para a movimentação das
discordâncias, pois será necessário a mudança de direção no
movimento, dificultando o mesmo.
Tamanho de Grão
Motivo ?
Redução do Tamanho de Grão (Refinamento)
• O refino de grãos além de aumentar a resistência mecânica do aço,
também aumenta sua tenacidade.
Tração Compressão
Solução Sólida
• Átomos de soluto “deformam” a estrutura cristalina da matriz e
interferem na movimentação das discordâncias.
• O efeito dos átomos intersticiais é maior que o dos substitucionais.
Solução Sólida
Exemplo: Influência do % de Carbono
(a) Laminado
(b) Fundido
Encruamento
Encruamento e o Aumento da Resistência
Processos de Fabricação por Conformação
Mecânica
• Quando realizados
a frio, promovem
o encruamento
dos metais.
Processos de Fabricação por Conformação
Mecânica
• Quando realizados a frio, promovem o encruamento dos metais.
• Laminação:
Frio
Quente
Processos de Fabricação por Conformação
Mecânica
• Quando realizados a frio, promovem o encruamento dos metais.
• Trefilação:
Processos de Fabricação por Conformação
Mecânica
• Quando realizados a frio, promovem o encruamento dos metais.
• Estampagem:
Processos de Fabricação por Conformação
Mecânica
• Análises por softwares de Elementos Finitos:
Encruamento
Tendência:
Encruamento: considerações
A nível subestrutural:
• Geração de grande quantidade de
discordâncias. A densidade destas pode
aumentar de 106 a 1012 cm/cm3.
A nível atômico:
• Geração de grande quantidade de lacunas.
Efeitos do Encruamento nos Metais
(Svyetlichnyy, 2015)
Recristalização
• Existe uma deformação crítica (c)
para a recristalização, assim como uma
temperatura abaixo da qual não
ocorre recristalização (TNR -
Temperatura de não recristalização).
• Durante a fabricação, as operações de
deformação plástica são
frequentemente realizadas acima da
temperatura de recristalização
(trabalho a quente). Assim, o metal
está dúctil e com baixa dureza, pois
não encrua, permitindo grandes
deformações.
Fatores que Influenciam na Cinética de Recristalização
• Temperatura: A velocidade de recristalização aumenta exponencialmente com a
temperatura.
• Grau de deformação prévia: Quanto maior a deformação prévia, mais
rapidamente acontece a recristalização.
• Presença de impurezas no metal: Pequenas porcentagens, como 0,01%, de um
átomo estranho em solução sólida podem elevar a temperatura de recristalização
de algumas centenas de graus. Assim, um metal extra puro geralmente
recristaliza em temperaturas muito mais baixas do que um metal de pureza
comercial.
Motivo: na recristalização, os contornos de grão se movimentam quando ocorre
nucleação e crescimento. A presença de átomos estranhos nas atmosferas
associadas a esses contornos retarda muito a sua movimentação e, assim,
diminui a velocidade de recristalização.
Fatores que Influenciam na Cinética de Recristalização
• Presença de precipitados muito finos nos contornos de grão: Também
pode impedir o movimento dessas superfícies e, dessa forma, retardar a
recristalização. Um exemplo típico é a microadição de Ti, Nb ou V nos aços
para retardar a recristalização. Esses elementos formam carbonetos muito
finos nos contornos de grão, os quais impedem o movimento das paredes.
Crescimento de Grãos
• Com o prolongamento do aquecimento ocorre o crescimento dos grãos, já
isentos de deformação.
• É na recristalização que a
ductilidade pode recuperar os
valores encontrados antes do
encruamento e a dureza e a
resistência mecânica caem
acentuadamente.
Consequências do Recozimento
Objetivos do Recozimento
• Lembrar que:
• α é uma fase sólida de Cu e Ni.
• A solubilidade entre Cu e Ni é total.
• Resfriamentos em condições de
equilíbrio (tempo prolongado)
resultam em microestruturas estáveis.
Diagrama Isomorfo (Cu-Ni)
• Desenvolvimento da microestrutura durante a
solidificação fora do equilíbrio de uma liga 35Ni-65Cu.
• Taxas de resfriamento mais rápidas (casos reais).
• Consequências:
• Um gradiente de concentração é formado dentro
dos grãos (segregação).
• Esta estrutura é denominada zonada e promove
propriedades inferiores às ótimas.
• O centro dos grãos (primeira fração a solidificar) é
rico no elemento de maior ponto de fusão (ex: Ni).
• Com o reaquecimento, os contornos de grão se
fundirão primeiro, promovendo perda na
integridade mecânica devido à fina película de
líquido que separa os grãos (Ponto e’).
• A microestrutura zonada pode ser eliminada por
um tratamento térmico de homogeneização,
conduzido abaixo da linha solidus. Assim, a difusão
atômica produzirá grãos homogêneos.
Propriedades Mecânicas de Ligas Isomorfas (Cu-Ni)
• Efeito da composição química nas propriedades mecânicas.
• Aumento de resistência por solução sólida substitucional.
• Comportamento antagônico entre resistência mecânica e ductilidade.
Sistemas Eutéticos Binários
• Exemplo:
➢ Sistema Cobre-Prata (Cu-Ag).
Sistemas Eutéticos Binários
• Exemplo: sistema Cobre-Prata (Cu-Ag).
• Solubilidade parcial, pois apenas uma quantidade limitada de um componente irá se
dissolver no outro.
• Há 3 regiões monofásicas no diagrama: α, β e líquido (L).
• A fase α é uma solução sólida rica em cobre, apresenta a prata como componente soluto e
uma estrutura cristalina CFC.
• A fase β também é uma solução sólida de estrutura CFC, porém rica em prata, logo, tem o
cobre como soluto.
• O cobre puro e a prata pura também são considerados como as fases α e β, respectivamente.
• Há 3 regiões bifásicas no diagrama: α + L , β + L , α + β
• As composições relativas das fases são determinadas traçando-se as linhas de amarração.
Sistema Eutético Binário Cobre-Prata (Cu-Ag)
Reação Eutética:
Líquido → Sólido 1 + Sólido 2
Sistema Eutético Binário Chumbo-Estanho (Pb-Sn)
• Sistema Chumbo-Estanho (Pb-Sn).
• Ocasionalmente, são preparadas ligas
com baixas temperaturas de fusão e
composições próximas às do eutético.
• Exemplo: solda de estanho 60–40
para eletrônicos, que contém 60% Sn
e 40% Pb.
• Exercícios:
1) Qual é o ponto eutético e sua
correspondente reação?
2) Qual a composição de cada fase no
ponto eutético?
3) Para uma liga com 40% Sn a 150°C,
quais são as fases presentes e quais as
suas composições?
Sistema Eutético Binário Chumbo-Estanho (Pb-Sn)
• Exercícios:
1) Qual é o ponto eutético e sua
correspondente reação?
2) Qual a composição de cada fase no
ponto eutético?
3) Para uma liga com 40% Sn a 150°C,
quais são as fases presentes e quais as
suas composições?
Fases α e β.
Composições:
Cα = 11% Sn – 89% Pb
Cβ = 98% Sn – 2% Pb
Sistema Eutético Binário Chumbo-Estanho (Pb-Sn)
• Exercícios:
4) Qual o limite máximo de solubilidade do
Sn na fase α, e em que temperatura
ocorre?
5) Qual o limite de solubilidade do Sn na
fase α em temperatura ambiente?
6) Qual o limite máximo de solubilidade do
Pb na fase β, e em que temperatura
ocorre?
Desenvolvimento da Microestrutura em Ligas Eutéticas
• Chumbo-Estanho (Pb-Sn)
• Resfriamento lento, em
equilíbrio.
• Dependendo da composição
da liga, são possíveis vários
tipos de microestruturas
diferentes.
1% Sn 15% Sn
Desenvolvimento da Microestrutura em Ligas Eutéticas
• Chumbo-Estanho (Pb-Sn)
• Composição eutética:
61,9% Sn – 38,1% Pb
• Resfriamento lento, em
equilíbrio.
• Reação eutética:
Desenvolvimento da Microestrutura em Ligas Eutéticas
• Composição eutética: 61,9% Sn – 38,1% Pb (Pb-Sn)
• Microestrutura em equilíbrio da liga eutética:
Fase α – escura
Fase β – clara
Desenvolvimento da Microestrutura em Ligas Eutéticas
• Composição eutética: 61,9% Sn – 38,1% Pb
Fase α – escura
Fase β – clara
Desenvolvimento da Microestrutura em Ligas Eutéticas
• Composição: 40% Sn – 60% Pb
• Microestrutura resultante do resfriamento em equilíbrio:
Reação Eutetoide:
Sólido 1 → Sólido 2 + Sólido 3
γ → α + β
Reação Peritética
Reação Peritética:
Líquido + Sólido 1 → Sólido 2
L + α → β
Reação Eutetoide
• Diagrama de equilíbrio binários.
• É extremamente difícil trabalhar com diagramas ternários completos. Assim, são construídos
cortes horizontais (isotérmicos) e verticais (pseudo-binários).
Cortes dos Diagramas de Fases Ternários
Cortes horizontais formando diagramas isotérmicos Cortes verticais formando diagramas pseudo-binários
Exemplo de Diagrama Pseudo-binário (Aços Inoxidáveis)
Liga 70%Cu–30%Ni
Estruturas Brutas de Fusão
Materiais trabalhados
mecanicamente (laminados,
forjados, trefilados) geralmente
apresentam uma microestrutura
mais homogênea e com grãos
mais definidos.
Comparação de Microestruturas
Ferrita δ
(CCC)
Austenita γ
(CFC)
Ferrita α
(CCC)
Temperatura Ambiente
Sistema Ferro-Carbono (Fe-C)
• Logo, o diagrama de fases Fe-Fe3C (Ferro – Carbeto de Ferro) vem a ser o mais
apropriado para o estudo dos aços carbono e baixa liga, pois é nesta forma
metaestável que o carbono se precipita nessas ligas.
• Cristalografia do ferro
puro.
• Limites de solubilidade
importantes.
• Patamares e reações
importantes.
Influência de Outros Elementos de Liga
• As temperaturas de fronteira, tais como as linhas A1 e A3 , são função da composição
química do aço. Na verdade, elas dependem não só do carbono (C), mas também de
outros elementos de liga (Mn, Si, Cr, Ni, Mo, Ti, W etc). Algumas relações de
dependência são mostradas abaixo:
Constituintes do Diagrama de Fases Fe-Fe3C
• Ferrita (δ) : Solução sólida intersticial de carbono no ferro CCC. Dissolve até
0,09%C na temperatura peritética (1493°C). A solubilidade máxima do carbono
nesta fase é um pouco maior do que na ferrita α (0,09% contra 0,022%) porque
ocorre em temperaturas maiores, onde a agitação térmica dos átomos é maior. A
ferrita δ é virtualmente a mesma que a ferrita α, exceto pela faixa de temperatura
ao longo da qual cada uma existe.
Microestrutura de um aço hipoeutetoide com 0,20 %C. Grande ampliação mostrando em detalhe o
Ampliação: 635x grão de perlita
Aço Hipoeutetoide
Aço Hipereutetoide