Você está na página 1de 17

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

CELSO SUCKOW DA FONSECA


UnED Itaguaí

Técnico em Mecânica Integrado ao


Médio
Disciplina: Ciência dos Materiais
Professora: Vanessa Milhomem Schmitt

1
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Os metais apresentam, na prática, valores de
resistência mecânica muito inferiores aos previstos
teoricamente, devido à presença de discordâncias.
• Portanto, para se elevar a resistência mecânica de
metais ou ligas na forma como são utilizados,
empregam-se técnicas baseadas em impedir a
movimentação das discordâncias já existentes.
• Cada técnica apresenta particularidades quanto ao
ganho na resistência à tração e quanto ao seu efeito
em outras propriedades dos metais como
ductibilidade, usinabilidade, tenacidade.

2
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Processos de mecanismos de endurecimento:
1) Refino de Grão
2) Endurecimento por solução sólida
3) Endurecimento por precipitação
4) Transformação martensítica
5) Encruamento

3
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Refino de Grão
• O tamanho médio dos grãos em um metal
policristalino influencia nas propriedades mecânicas.
• Grãos adjacentes possuem diferentes orientações
cristalinas e um contorno de grão em comum. Os
contornos de grão atuam como barreiras para a
movimentação de discordâncias por duas razões:

4
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Refino de grãos
1- Como os grãos possuem orientações diferentes, uma
discordância que se movimenta do grão A para B,
deve mudar sua direção de movimento; e isso, é
mais difícil quanto maior for a diferença de
orientação entre os grãos.
2- A desordem atômica na região de um contorno de
grão resulta em uma descontinuidade no plano de
escorregamento de um grão para outro.

5
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Refino de Grão
• O tamanho de grão está relacionado com o limite de
escoamento pela equação Hall-Petch:

• Onde:
• é a tensão limite de escoamento
• é a tensão de fricção da rede cristalina, resistindo
ao movimento da discordância
• é a chamada constante de desprendimento
• d é o tamanho do grão
6
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Refino de Grão:
• Para se obter aços de granulação fina, deve-se
minimizar o crescimento do grão da austenita
durante tratamentos térmicos ou durante a
fabricação do aço.
• O uso de elementos de liga favorece o refino de grão,
pois através da adição de elementos como o
manganês e o níquel, amplia-se o campo de
estabilidade da austenita permitindo-se a
austenitização em temperaturas mais baixas.

7
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Refino de Grão:
• Ele é o único mecanismo de aumento de resistência
que também aumenta a tenacidade.

8
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Endurecimento por solução sólida
• O endurecimento por solução sólida consiste na
adição de elementos de liga, visando a formação de
soluções sólidas substitucionais ou intersticiais
(dependendo da relação de tamanhos atômicos
entre o solvente e o soluto).
• As ligas metálicas são mais resistentes que metais
puros porque os átomos do elemento de liga (soluto)
impõem tensões e deformações no reticulado ao
redor destes átomos. A interação entre estes campos
de tensão e as discordâncias provoca,
consequentemente, uma restrição no movimento
das discordâncias, endurecendo a liga.
9
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Endurecimento por solução sólida
• Existem interações entre discordâncias e átomos em
solução sólida. As deformações no reticulado
provocadas pela presença de uma discordância
formam sítios que acomodam átomos
substitucionais e reduzem as tensões no reticulado.
• De um modo geral os átomos em solução sólida
substitucional causam uma distorção simétrica e um
moderado aumento na resistência à tração. Os
átomos em solução intersticial causam uma
distorção assimétrica com um endurecimento muito
maior.
10
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Endurecimento por solução sólida

Intersticial

Substitucional

11
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Endurecimento por precipitação
• A movimentação das discordâncias é dificultada pela
presença de partículas de segunda fase. Estas
partículas podem ser precipitadas, a partir de uma
solução sólida supersaturada, ou então, podem ser
introduzidas por dispersão, como é o caso de ligas de
alumínio reforçadas pela dispersão de partículas de
alumina.
• Para vencer estas barreiras, as discordâncias podem
cortar os precipitados ou então contorná-los,
formando anéis de discordâncias.

12
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Endurecimento por precipitação

13
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Transformação Martensítica
• Ela ocorre de maneira adifusional, não depende de
difusão, com resfriamento rápido a partir do campo
austenítico. A transformação ocorre por
cisalhamento da rede cristalina.
• A formação da martensita subdivide o grão da
austenita, aumenta a densidade de discordâncias e
promove envelhecimento pela interação dos átomos
em solução sólida intersticial com as discordâncias.

14
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Encruamento
• Materiais encruados são aqueles que são
“trabalhados a frio” (cold worked) ou seja
conformados mecanicamente (ou deformados
plasticamente) em uma temperatura inferior à
temperatura de recristalização.
• A densidade de discordâncias em um metal aumenta
com a deformação ou com o encruamento, devido à
multiplicação das discordâncias ou à formação de
novas discordâncias.

15
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Encruamento
• A distância média entre as discordâncias diminui
sendo posicionadas mais próximas umas das outras.
O resultado global é tal que o movimento de uma
discordância é dificultado pela presença de outras
discordâncias.
• Desta forma a tensão imposta necessária para
deformar um metal aumenta com o aumento do
trabalho a frio.

16
Mecanismos de Aumento de
Resistência
• Encruamento
Multiplicação das Discordâncias

17

Você também pode gostar