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Resumo
Os principais fenômenos microestruturais que ocorrem durante a deformação a quente dos metais são
analisados neste trabalho. Iniciando-se com uma breve análise da recuperação dinâmica, é feita uma
revisão da recristalização dinâmica, com ênfase nos mecanismos de nucleação. A recristalização
metadinâmica também é tratada de maneira simples e objetiva, com novas ilustrações concebidas pelo
autor. Uma conseqüência direta do estudo da recristalização durante a deformação a quente é a
possibilidade de analisar criticamente os processos industriais de conformação plástica. Por isso, faz-se
uma breve revisão dos princípios do processamento termomecânico dos aços, assim como o “elo de
ligação” entre os fenômenos descritos e o processamento em si através da tensão média de escoamento.
Finalmente, é feita uma pequena descrição dos tipos e características dos principais modelos matemáticos
que podem ser aplicados ao processamento a quente de metais.
Contato: e-mail: fulvio@cbmm.com.br
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RECUPERAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO DURANTE A DEFORMAÇÃO A QUENTE
2 hi
ln (1)
3 h f
onde hi e hf são as espessuras iniciais e finais da
chapa. Outras equações são utilizadas em outros
métodos de deformação. A taxa (ou velocidade)
de deformação média , por sua vez, é definida Figura 1- Mecanismos de restauração
por: (recuperação e recristalização) possíveis durante
a deformação a quente. (a) durante a laminação
(baixas deformações) para metais de alta EDE.
(b) durante a laminação para metais de baixa
(2) EDE. (c) durante a extrusão (altas deformações)
onde t é o tempo de deformação. para metais de alta EDE. (d) durante a extrusão
para metais de baixa EDE /1/.
Os fenômenos denominados "dinâmicos"
acontecem simultaneamente à deformação, 2. Recuperação Dinâmica
quando o material está sob um campo de tensões À medida que o metal é deformado a quente, o
e geralmente em alta temperatura. O parâmetro número de defeitos cristalinos aumenta. Devido à
temperatura depende, obviamente, do material ativação térmica, as discordâncias geradas se
que está sendo considerado. Por exemplo: o rearranjam para uma estrutura de subgrãos
chumbo recristaliza dinamicamente à conforme ilustra a Figura 2, em particular na
temperatura ambiente. A Figura 1 mostra parte inferior direita da mesma, onde se observa
esquematicamente os mecanismos de uma grande concentração de discordâncias em
paredes de subgrãos. Esse tipo de arranjo de
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Fulvio Siciliano Júnior
Figura 2- Formação de contornos de baixo ângulo durante a deformação a quente de aço inoxidável
austenítico AISI 304. Microscopia eletrônica de transmissão. (gentileza de H.-J. Kestenbach, UFSCar).
discordâncias não se formaria neste material de A curva acima pode apresentar um ligeiro
baixa EDE se a deformação tivesse sido declive negativo (queda de tensão) na região do
realizada à temperatura ambiente. estado estacionário devido ao calor gerado na
deformação /2,3/. Esse efeito é geralmente
A temperatura elevada permite, em um certo observado quando ao material é deformado com
instante, que a quantidade de defeitos gerados taxas de deformação superiores a
seja compensada pela quantidade de defeitos aproximadamente 1 s-1. Durante a recuperação
eliminados. Nesse ponto é atingido um estado dinâmica não ocorre migração de contornos de
estacionário ("steady state"), ou seja, a alto ângulo, os grãos vão se alongando de acordo
quantidade de defeitos permanece constante. Na com a mudança de forma do material, enquanto
curva tensão-deformação, esse efeito aparece os subgrãos mantêm estrutura eqüiaxial, como
como uma estabilização da tensão à medida que mostrado esquematicamente na Figura 4.
o material vai sendo deformado, como mostrado
na Figura 3. É interessante notar que no interior dos subgrãos
existem discordâncias que são geradas e
eliminadas no processo de deformação. A
quantidade de discordâncias, o espaçamento
médio entre elas e a diferença de orientação entre
os subgrãos não variam significativamente no
estado estacionário ("steady state"). As
dimensões dos subgrãos, as diferenças de
orientação e a perfeição dos subcontornos
dependem principalmente da natureza do metal,
da temperatura e da taxa de deformação.
Uma particularidade interessante na deformação
a quente de metais e ligas é a formação de
Figura 3- Curva tensão-deformação a quente.
'ondulações' ("serrations") nos contornos de grão.
Ocorrência somente de recuperação dinâmica. O
As ondulações são observadas em vários metais
patamar é a tensão do estado estacionário
como Al, Cu, Ni, Fe- e aços inoxidáveis /4/ e se
("steady state").
formam devido a interações entre contornos de
grão e subcontornos em condições de baixas
taxas de deformação. O fenômeno consiste em
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RECUPERAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO DURANTE A DEFORMAÇÃO A QUENTE
Figura 4- Alterações microestruturais durante a recuperação dinâmica. (a) microestrutura inicial; (b)
microestrutura após uma deformação 1; (c) microestrutura após uma deformação 2>1.
3. Recristalização dinâmica
p
A curva tensão-deformação para a recuperação
dinâmica descrita anteriormente tem seu estado
estacionário ("steady state") definido pela
Figura 5- Curvas esquemáticas tensão-
geração e eliminação simultânea de defeitos
cristalinos. A eliminação dos defeitos, nesse deformação mostrando comparativamente a
caso, acontece por eventos individuais de ocorrência de encruamento, recuperação
aniquilação de discordâncias de sinais opostos e dinâmica e recristalização dinâmica.
do desaparecimento de intersticiais e lacunas. Na
recristalização dinâmica, deve-se considerar a A velocidade de deformação é um fator
aniquilação de grandes quantidades de defeitos importante a ser considerado. Para altas taxas de
através da migração de contornos de grão. deformação, a curva tensão-deformação
apresenta um pico de tensão correspondente à
A ocorrência da recristalização dinâmica está deformação p seguido de uma estabilização da
associada à geração de um número grande de tensão à medida que o material se deforma. Para
defeitos durante a deformação a quente. Esses baixas velocidades de deformação, a restauração
defeitos não podem ser eliminados apenas por se dá em ciclos de deformação-recristalização
recuperação dinâmica, seja devido às altas taxas dinâmica, como mostrada na Figura 6. Nesse
de deformação ou devido à baixa EDE do último caso, a curva apresenta vários picos de
material, aumentando o potencial termodinâmico tensão que aparecem com certa periodicidade.
para a recristalização. Quando esse estágio é
atingido, ocorre recristalização durante a
deformação. A Figura 5 mostra
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Fulvio Siciliano Júnior
ssRe c
recuperação
dinâmica
ssRe c
Ponto de
inflexão = c p
recristalização
dinâmica = 0)
c,c p,p ssRD
ssRD
(a) (b)
Figura 7- Determinação da deformação crítica através de curvas e . (a) a deformação crítica,
corresponde ao ponto onde a curva sai do comportamento onde ocorre apenas a recuperação dinâmica. (b) o
ponto de inflexão corresponde à tensão crítica, c.
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RECUPERAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO DURANTE A DEFORMAÇÃO A QUENTE
Figura 8- Mecanismo de nucleação por formação de colares sucessivos. (a) grão original; (b) primeira
etapa ocorrendo junto aos contornos de grão, quando a deformação c é superada; (c) segunda etapa
ocorrendo junto aos grãos recristalizados dinamicamente; (d) terceira etapa, idem a segunda; (e) quarta
etapa que corresponde ao estado estacionário ou "steady state" /10/.
Dessa forma, o processo fica muito parecido com comportamento é característico de baixas taxas
o da recristalização estática. Com relação ao de deformação e altas temperaturas, como visto
tamanho de grão inicial, este pode sofrer um anteriormente, e é mostrado esquematicamente
ligeiro refino ou até um engrossamento. Veremos na Figura 9(a). Por outro lado, quando o
mais adiante as condições que geram refino ou material é submetido a altas taxas de deformação
engrossamento de grãos. e baixas temperaturas, x é maior que c. Isso
significa que antes de um ciclo de recristalização
se completar, o próximo já foi iniciado. A Figura
3.2 Recristalização dinâmica contínua e 9(b) mostra esquematicamente esse mecanismo.
periódica Essa característica se deve à elevada taxa de
Luton & Sellars /11/ chegaram a uma relação criação de defeitos. Em outras palavras, a
entre deformações características que definem se elevada taxa de criação de defeitos cristalinos
a curva tensão-deformação apresenta um ou permite que ocorra nova nucleação sem que o
vários picos. Quando ocorre a presença de ciclo anterior tenha se completado e assim por
vários picos, significa que acontecem ciclos diante. Dessa forma, as regiões que sofreram
distintos e seqüenciais de deformação- recristalização primeiro atingem rapidamente a
recristalização dinâmica. Em outras palavras, deformação crítica c para que ocorra nova
quando um ciclo termina, imediatamente tem nucleação.
início um novo ciclo deformação-recristalização.
Quando a curva tensão-deformação apresenta um
único pico, significa que os ciclos de 3.3 Influência da recristalização dinâmica no
deformação-recristalização estão superpostos, ou tamanho de grão
seja, o início de um ciclo está acontecendo
simultaneamente com o final do ciclo anterior e O trabalho de Sakai & Jonas /12/ estabelece
assim por diante. relações entre o tamanho de grão inicial e o
parâmetro de Zener-Hollomon (Z) com o
Esses mecanismos são definidos por relação tamanho de grão recristalizado dinamicamente.
entre a deformação crítica para início da O parâmetro de Zener-Hollomon é a taxa de
recristalização, c , e a deformação para 95% de deformação, , corrigida pela temperatura
absoluta de deformação, T, e é dado por:
amolecimento x. Quando x é menor que c, é
caracterizada a periodicidade. Isso significa que
cada ciclo de recristalização se completa antes
que o material seja encruado suficientemente (3)
para iniciar o próximo ciclo. Esse
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Fulvio Siciliano Júnior
Figura 9- Curvas tensão-deformação esquemáticas para a recristalização dinâmica. (a) cíclica, quando c >
x; (b) ciclos superpostos, quando c < x /11/.
onde Q é a energia de ativação para deformação pontos (D01,Z1) e (D02,Z1), por exemplo, nota-se
e R é a constante dos gases. O parâmetro Z é um que após a recristalização dinâmica, o mesmo
fator importante no modelamento matemático tamanho de grão final é atingido (função de Z).
dos fenômenos relacionados com a deformação a Para os pontos citados, ocorre engrossamento e
quente. O refino de grão é observado quando a refinamento, respectivamente.
curva tensão-deformação apresenta um único
pico (condição de Z elevado). Por outro lado, o
engrossamento dos grãos ocorre quando a curva
apresenta múltiplos picos (condição de Z
pequeno).
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RECUPERAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO DURANTE A DEFORMAÇÃO A QUENTE
Z alto Refino
final inicial
Z1
inicial final
Engrossamento
D 01 D 02
Figura 11- Diagrama esquemático mostrando a
dependência entre o tamanho de grão original, o Figura 12- Curva tensão-deformação em ensaio
parâmetro de Zener-Hollomon (Z), os tipos de de compressão com taxa de deformação de 1,8
curva tensão-deformação e refino/engrossamento 10-2 s-1 em ligas de cobre e cobre de alta pureza
de grãos. A área hachurada corresponde à região /16/.
em que ocorre um único pico e refino de grão
/13-redesenhado pelo presente autor/. O cobre de alta pureza possui cinética de
recristalização rápida, se comparado com
Sabe-se que metais com alta EDE, como o materiais mais impuros. No cobre de alta pureza,
alumínio, não apresentam recristalização a migração de contornos de grão não é afetada
dinâmica durante a deformação a quente, por átomos de soluto e nem por partículas. Este
ocorrendo apenas recuperação dinâmica. No caso representa a situação dos múltiplos picos na
entanto, estudos realizados com soluções sólidas curva tensão-deformação onde c > x. No caso
Al-Mg, submetidas a extrusão a 400C com do Cu-0,05%O (cobre tenaz), a presença de
redução de 40:1, mostraram que teores de Mg a partículas finas de Cu2O retarda a migração dos
partir de 5% causavam recristalização dinâmica contornos de grão durante a recristalização
/14/. Em vista desses resultados, pode-se avaliar dinâmica (caso onde C < X ). Esses fatores
indiretamente que o magnésio diminui a EDE do resultaram na presença de um único pico na
alumínio. Possivelmente os átomos de Mg em curva tensão-deformação. Já a liga Cu-9,5%Ni
solução sólida também dificultam a apresenta sensível aumento de tensões durante o
movimentação de discordâncias por meio da ensaio sem apresentar picos. Esse
formação de atmosferas de soluto ao seu redor. comportamento é típico de materiais que sofrem
Existem afirmações na literatura /15/ que 1% de recuperação dinâmica /16/.
Mg em solução sólida no alumínio causa uma
diminuição da EDE de 200 para 50 mJ/m2. Um fato interessante é o efeito de soluto na
cinética de recristalização dinâmica da austenita.
Sabe-se que adições de soluto atrasam a cinética
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Fulvio Siciliano Júnior
A deformação ponto de
crítica c é descarregamento
superada na zona sentido de
de deformação laminação
1
recristalizada
fração
0
log t
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Fulvio Siciliano Júnior
d) Laminação a morno (warm rolling): exemplo dos comportamentos citados para uma
laminação realizada abaixo da temperatura seqüência hipotética de 5 passes. Observa-se que
Ar1, onde o aço se encontra no estado cada declive característico é associado à
ferrítico. Dentre as características principais, recristalização estática, acúmulo de deformações
estão: menores cargas de laminação, pois a e recristalização dinâmica, seguida por
ferrita é mais mole que a austenita e menor metadinâmica. Esse método permite a
consumo de energia para o reaquecimento da visualização metalúrgica de um processo
placa, o que também implica em menores qualquer de conformação a quente de múltiplos
perdas por oxidação. passes.
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RECUPERAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO DURANTE A DEFORMAÇÃO A QUENTE
Tnr
Ar3
tempo
Tnr
Ar3
tempo
RD RMD
Tnr
Ar3
Laminação controlada por RD
(objetivo: refino de grão por RD+RMD)
tempo
Figura 15- Diagramas tempo-temperatura comparando as três estratégias de laminação controlada. (a)
Laminação controlada por recristalização; (b) Laminação controlada convencional e (c) Laminação
controlada por recristalização dinâmica. RD = recristalização dinâmica; RMD = recristalização
metadinâmica /18/.
Do ponto de vista conceitual, Hodgson /17/ o parâmetro de interesse. Embora a técnica mais
numerou os principais tipos de modelos aplicada seja a de regressões lineares simples,
matemáticos, que são mencionados em seguida. existem métodos mais sofisticados para construir
modelos desse tipo.
i) Modelo fenomenológico. Este tipo de modelo
descreve os mecanismos físicos que ocorrem iii) Modelo semi-empírico. Este terceiro tipo de
durante o processamento. Um exemplo típico são modelo apresenta características dos dois tipos
as equações diferenciais de transmissão de calor. mencionados acima. Um exemplo de modelo
Poucos fenômenos microestruturais foram semi-empírico é o modelamento da
modelados com esse nível de detalhe. recristalização da austenita em altas
temperaturas. Neste caso, o modelo cinético faz
ii) Modelo empírico. Este segundo tipo de uso de um fator de temperatura do tipo
modelo caracteriza-se pela análise empírica de Arrehnius, associado com expressões que levam
dados experimentais. Estes modelos procuram em conta os potenciais termodinâmicos e as
estabelecer relações entre variáveis de processo e forças retardadoras (tais como grau de
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Fulvio Siciliano Júnior
deformação, presença de partículas e de átomos c) Previsão de variáveis que não podem ser
de soluto) além da quantidade de contornos de medidas. Um exemplo simples e importante é a
grão austeníticos por unidade de volume. A temperatura interna de uma chapa de aço durante
partir dos parâmetros mencionados acima, o a laminação. Em alguns casos, existe uma grande
modelo prevê a morfologia do grão austenítico e diferença entre a temperatura medida através de
o tamanho de grão ferrítico. Tais modelos pirômetros ópticos e a temperatura real do centro
caracterizam bem os fenômenos de interesse, da chapa. Um outro parâmetro que não pode ser
apesar de serem essencialmente empíricos. avaliado é a condição microestrutural durante o
processamento termomecânico.
Temperatura
d) Avaliação do sinergismo entre parâmetros. O
RD+RMD modelamento matemático permite estudar mais
de um parâmetro simultaneamente, e na prática
essa é a situação que realmente acontece. O
TME processamento termomecânico é um exemplo
RE típico no qual ocorre uma combinação de
eventos térmicos, mecânicos e microestruturais.
Acúmulo de
deformação e) Controle baseado em modelo matemático. O
controle microestrutural com auxílio de modelo
1000/T matemático na laminação a quente poderá ser o
próximo passo nos anos futuros. Atualmente, não
Figura 16- Representação esquemática de
existem modelos microestruturais "on-line" em
processo de conformação a quente de 5 passes.
laminação a quente. No entanto, modelos que
A evolução da TME em função do inverso da
relacionam a temperatura e a força de laminação
temperatura absoluta. Cada declive é associado
estão sendo aplicados "on-line" com sucesso
com um fenômeno metalúrgico como
/38/.
recristalização estática, acúmulo de deformações
e recristalização metadinâmica. RE =
f) Pesquisa de baixo custo. Ao utilizar-se
recristalização estática; RD = recristalização
métodos numéricos simples, os custos são
dinâmica; RMD = recristalização metadinâmica
desprezíveis. Mesmo considerando a utilização
/18/.
de um laboratório de ensaios mecânicos, os
custos ainda assim são muito baixos, quando
As principais vantagens do modelamento
comparados a uma experiência na produção. A
matemático são citadas abaixo. Apesar de
flexibilidade da simulação e do modelamento
algumas delas não serem muito relevantes do
permite gerar uma grande quantidade de dados,
ponto de vista acadêmico, elas se tornam muito
sem altos custos envolvidos.
importantes industrialmente.
As principais variáveis consideradas no
a) Redução do número de experiências na
modelamento matemático do processamento
produção. Este é um dos fatores mais
termomecânico de aços são mostradas na Figura
importantes devido aos altos custos envolvidos.
17.
O custo do equipamento, associado ao tempo
gasto, custos com pessoal, e algumas vezes, a
Os modelos utilizados no processamento
produção de uma grande quantidade de sucata
termomecânico podem ser divididos em: modelo
justificam o desenvolvimento de modelos
de temperaturas, modelo de forças de
matemáticos e simulações.
laminação, modelo de microestrutura e modelo
de transformação e propriedades
b) Avaliação de modificações de equipamentos.
mecânicas. O modelo integrado é aquele que une
Os modelos matemáticos permitem avaliar, por
todos os “sub-modelos” citados acima.
exemplo, as mudanças de configuração de um
laminador. Além disso, o treinamento de pessoal
técnico pode ser antecipado à própria A principal etapa do modelamento matemático é,
modificação. sem dúvida, organizar as equações que
descrevem determinados processos metalúrgicos
de maneira lógica. Por exemplo, para o cálculo
do tamanho de grão, devemos considerar qual o
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RECUPERAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO DURANTE A DEFORMAÇÃO A QUENTE
tipo de recristalização o material foi submetido e das equações utilizadas não seria pertinente no
qual a extensão da mesma. Em seguida, devemos presente trabalho. Publicações recentes e
levar em consideração a ocorrência do detalhadas estão disponíveis, com equações que
crescimento de grão, caso a recristalização tenha descrevem a TME, a deformação crítica para o
se completado em tempo menor que o tempo início da recristalização dinâmica, a cinética de
interpasse. recristalização, o tamanho de grão recristalizado,
o crescimento de grão e a precipitação de
Força de carbonitretos de Nb /6,7,18,19,22-26,40/. Nesses
Microestrutura laminação estudos, são analisados os aços carbono, os
inicial Passe (deformação)
, T, microligados ao nióbio e os aços Cr-Mo e
encruamento + Microestrutura
testados com dados industriais de laminação de
recuperação (recristalização) final
dinâmica várias siderúrgicas de diferentes países.
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Fulvio Siciliano Júnior
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