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PCC 339 USP 20/03/00

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PCC 339

Nesta aula serão apresentados os conceitos básicos dos metais em


geral e, em particular, dos metais não ferrosos. Em outras aulas
serão abordados o aço para concreto armado e o aço para
construção.

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Pontos de nucleação

■ A estrutura cristalina dos


metais é polifásica
■ Cada fase compõe um grão
■ A diferenciação entre fases é
dada pela direção de
crescimento dos cristais
■ Esta estrutura permite a
ocorrência de deformações
plásticas o que torna os
metais dúcteis. Grãos

A estrutura cristalina dos metais é polifásica. Cada fase é constituída de


um grão, cuja diferenciação em relação à fase vizinha é a direção dos
cristais que surgiram a partir do resfriamento do metal.
Durante o processo de resfriamento surgem os pontos de nucleação que
vão crescendo até atingirem o outro cristal formando entre ambos uma
superfície irregular e bem “amorfisada”. Quanto maior a velocidade de
resfriamento, tanto maior será o número de grãos com menor tamanho.
Devido à característica dos metais serem polifásicos, temos que os
mesmos são isotrópicos.
Além disso, a maioria dos metais permite o escorregamento dos planos
cristalinos através do movimento de discordância. Esse movimento é
barrado na fronteira entre os grãos o que confere as características de
plasticidade e, consequentemente, ductilidade para os metais.

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■ planos de clivagem ■ Velocidade de
– def. plástica resfriamento
– dutilidade – tamanho grãos
■ fusão – afeta desempenho
■ resfriamento – interface entre grãos
• descontinuidade

Outro ponto importante é a estrutura cristalina sempre presente nos metais.


Como eles são obtidos a partir da fusão de matérias primas, durante o seu
resfriamento vão surgindo pontos de nucleação dos cristais, cujo crescimento
da origem aos grãos que compõem a estrutura cristalina polifásica do material.
Esta estrutura cristalina apresentará grande influência no comportamento do
material. Como o engenheiro pode atuar nesta estrutura, inclusive através de
tratamentos térmicos, isto possibilita uma modificação nas propriedades dos
metais de forma a otimizar o seu desempenho.

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■ átomos grandes ■ não direcional
■ elétrons livres – ↑ empacotamento
• ccc, cfc e hc
– condutividade térmica
– densidade elevada
– condutividade elétrica
• f(temperatura)
– dilatação térmica
• 2,56 a 11,45 kg/dm3
– opacidade • platina: 21,30 kg/dm3
– brilho

Conforme já foi visto na aula sobre Estrutura dos Materiais, a principal


característica dos metais é ter ligação metálica, cujas características são:
possuir elétrons livres, não direcional e, consequentemente proporcionar um
grande fator de compactação. Este elevado fator de compactação explica o fato
dos metais em geral apresentarem elevada densidade. A aproximação dos íons
metálicos é função da temperatura e, com isto, temos a variação da densidade
que é inversamente proporcional à elevação da mesma. A movimentação dos
elétrons livres possibilita uma grande condutividade térmica e elétrica. Estes
elétrons livres também impedem a passagem de fótons através dos metais, por
mais finas que sejam as lâminas produzidas com eles. Tal característica faz
com que os metais sejam sempre opacos.

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l alteram tamanho cristais
l f(ToC recristalização)

■ Encruamento ■ Recozimento
– endurecimento a frio – tratamento a quente
(> ToC recristalização)
– rearranja microestrutura
• rearranjo átomos
• cristais menores = ↑
• cristais maiores, +
tenacidade
moles
• cristais orientados = ↑ Rmec
• ↓ dureza
– ↑ dureza
– cuidado ToC trabalho!

Os engenheiros metalurgistas podem proporcionar alguns tratamentos aos aços


que melhora a “saúde” deles. Melhor dizendo, alteram algumas características
da micro-estrutura no sentido de se modificar propriedades macroscópicas e
melhorarem o desempenho do material.
Alguns tratamentos alteram o tamanhos dos cristais e reduzem as imperfeições
cristalinas de modo a se aumentar o limite elástico e a resistência final do
material. Este tratamento é função da temperatura de recristalização, na qual
os átomos têm mobilidade suficiente para rearranjarem a micro-estrutura.
Uma outra possibilidade para se aumentar o limite elástico e a dureza através
do rearranjo da micro-estrutura é o encruamento a frio. Consiste na imposição
de uma deformação plástica ao material, por esforço mecânico (tração ou
torção ou compressão). Isto produz cristais menores e orientados o que
aumenta a resistência mecânica apesar de, em alguns casos, produzir uma
certa anisotropia e uma certa fragilização. Associado ao recozimento (elevação
da temperatura até um nível inferior ao da temperatura de recristalização)
elimina-se uma série de imperfeições cristalinas e se aumenta a tenacidade do
material também.
Um cuidado que se deve está relacionado ao fato dos metais encruados estarem
sujeitos à temperatura de recristalização onde o efeito do encruamento pode
ser apagado.

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■ Composição ■ Altera propriedades
– soluções sólidas – > resistência mecânica
• hábito de cristalização – > resistência à corrosão
• ≠ raio atômico <15% – “impurezas” <
– substituição de
dutilidade
átomos do metal
original
• espaço intersticial
■ Produção
– compostos (fases) – estado líquido
• f(limite solubilidade) – estado sólido
– monofásicas
• metalurgia do pó
– polifásicas
• mistura mecânica

Os metais apresentam uma grande facilidade de formarem ligas, que são


composições de metais com outras substâncias. Os tipos de ligas que podem
ocorrer são a de solução sólida e de compostos. No primeiro caso os íons que
são adicionados aos metais ficam presos no espaço intersticial da estrutura
cristalina ou substituem um íon metálico original. Com isso se introduzem
deformações nos planos cristalinos o que dificulta o seu escorregamento
produzindo metais com maior limite elástico e resistência mecânica e mais
frágeis. As ligas compostas existem a mistura de metais propicia a formação de
duas ou mais fases distintas.
As ligas também proporcionam um aumento da resistência à corrosão dos
metais, tornando-os mais estáveis em alguns casos como o ferro fundido. Em
outros, como é o caso do alumínio, o resultado é inverso, as ligas têm menor
resistência à corrosão que o metal puro.
A produção das ligas se dá no estado líquido, com o metal fundido onde o
material de liga é adicionado ao metal e se encaixa na sua micro-estrutura
durante o resfriamento. É assim que são produzidas a quase totalidade das
ligas utilizadas na construção civil.
Outra possibilidade de formação de ligas é no estado sólido, através da
metalurgia do pó, que proporciona a mistura das substâncias através de um
esforço mecânico.

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■ Função ■ ↑ Dureza
– composição – força p/ penetração
Brinnel -> esfera
– tratamentos térmicos
– tratamentos ■ Dutilidade
mecânicos maleabilidade
■ Elastoplásticos – deformação
– deformação elástica ■ ↑ Tenacidade
– deformação plástica – resistência a
impactos
σ • Pêndulo de Charpy

As propriedades mecânicas dos metais são função da composição do mesmo


(teor dos elementos de liga), dos tratamentos térmicos que possibilitam um
melhor arranjo cristalino e dos mecânicos que são os principais responsáveis
pela elevação do limite elástico por imporem ao material uma deformação
plástica. Isto porque os metais são, em sua grande maioria elasto-plásticos, isto
é, apresentam um trecho perfeitamente elástico onde se obedece a lei de Hooke
e, a partir do limite elástico, apresenta deformações plásticas. Se submetermos
o metal a uma tensão superior ao limite elástico original ser-lhe-á imposta uma
deformação plástica e o material apresentará um novo limite elástico
(correspondente ao nível de tensão atingido no tratamento).
Esta capacidade dos metais de apresentarem deformação plástica e
consequentemente ductilidade, que do ponto de vista industrial pode ser
considerada como maleabilidade, isto é a propriedade que permite a
conformação a frio produzindo chapas e fios.
Como vocês lembram da aula de propriedades mecânicas, a ductilidade confere
uma grande tenacidade (que é a energia absorvida pelo material até a sua
ruptura) e, em consequência, uma maior resistência a impactos. Esta
resistência pode ser medida pelo pêndulo de Charpy e é tão maior quanto
maiores forem as deformações plásticas apresentadas pelo material até o
momento da ruptura.

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