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Fundição

Processos de Fabricação Mecânica

Prof.: Rodolpho Toniato Corteletti


Sumário

1) Introdução a fundição
2) O processo
3) Esfriamento e solidificação
4) Micro e macroestruturas presentes
5) Tipos de fundição
6) Defeitos do processo
Processos Mecânicos

Processos Mecânicos são Processos Metalúrgicos


divididos em: são divididos em:

Processos por Conformação por Conformação por


Processos por
conformação solidificação: sinterização
usinagem:
plástica:
Temperatura de Temperatura de
Tensões aplicadas < Tensões aplicadas
trabalho > trabalho <
Limite de ruptura do > Limite de
Temperatura de Temperatura de
material ruptura do material
fusão do metal fusão do metal
Introdução

Fundição é um processo de fabricação


onde um metal ou liga metálica, no
estado líquido, é vazado em um
molde com formato e medidas
correspondentes aos da peça a ser
produzida.

Em muitos casos após a fundição, a


peça necessita de outros processos,
geralmente usinagem.
Materiais para fundição

➢ Ferrosas
• Ferro fundido
• Aços
➢ Não Ferrosas
• Alumínio
• Bronze
• Latão
➢ Outros materiais
• Vidros
• Polímeros
• Compósitos
O processo
Esfriamento e solidificação

❑ Esta é a etapa mais crítica de todo o processo, já que um


esfriamento excessivamente rápido pode provocar tensões
mecânicas na peça, inclusive com aparecimento de trincas,
e a formação de bolhas.
❑ Se houver um resfriamento muito lento ocorrerá a
diminuição da produtividade.
❑ Estes eventos influenciam bastante o tamanho, forma,
uniformidade e composição química dos grãos formados na peça
fundida, que por sua vez influencia as suas propriedades globais.
❑ Os fatores mais importantes considerados na solidificação são: o
tipo do metal, as propriedades térmicas do metal e do molde, a
relação geométrica entre o volume e área da superfície da fundição
e a forma do molde.
Esfriamento e solidificação

❑ A solidificação dos metais no interior dos moldes =>transição do


estado líquido para o sólido => fator mais importante na
fundição.
❑ A solidificação se processa em duas etapas consecutivas: de
nucleação e crescimento de novas fase(sólida) em meio a
anterior(líquida).
❑ Nucleação traduz o modo pela qual a fase sólida surge de
forma estável no meio da fase líquida, sob a forma de
pequenos núcleos cristalinos.
❑ Crescimento traduz o modo pelo qual esses núcleos crescem
sob a forma de cristais formando grãos cristalinos. Desta
forma a etapa de nucleação, ou mais precisamente a quantidade de
núcleos determinará o tamanho de grão nas células.
Esfriamento e solidificação

❑ Por outro lado, a velocidade de crescimento (determinada


principalmente pelo gradiente térmico), a constituição da liga
e as condições de nucleação do líquido determinarão a forma da
frente de crescimento e, consequentemente, a forma do grão.
Estruturas de solidificação
❑ A morfologia de interface da solidificação e o modo de
crescimento dos cristais sólidos em direção ao líquido
apresenta-se de várias maneiras:
❑ Com interface lisa (podendo ser com crescimento planar (a) ou
celular (b) ), ou com interface difusa (crescimento dendrítico
(c) ou com nucleação independente (d)).
Estruturas de solidificação
❑ As condições térmicas que
controlam o tipo de interface de
crescimento variam de liga para
liga.
❑ Na figura 2, apresenta-se
qualitativamente essas condições,
observa-se que uma combinação de
alta velocidade de resfriamento
juntamente com baixos
gradientes térmicos: interface
difusa.
❑ Enquanto que uma combinação de
baixa velocidade de
resfriamento juntamente com
altos gradientes térmicos:
interface lisa.
Estruturas de solidificação
❑ O formato da forma (molde) de
fundição apresenta grande influência
nas propriedades mecânicas do
fundido final.
❑ Figura 3: solidificação de um metal no
interior de uma lingoteira metálica com
cantos arredondados; neste caso, a
solidificação tem início nas paredes com
nao sao
as quais o metal líquido entra
interessantes imediatamente em contato, e os cristais
para a fundição
tendem a crescer mais rapidamente na
direção perpendicular às paredes do
molde: estrutura colunar até um
determinada profundidade.
Estruturas de solidificação
❑ A figura 4 apresenta grupos colunares de
cristais, crescendo de paredes
contíguas, que se encontram segundo
planos diagonais, que são indesejáveis
por constituírem planos de maior
fragilidade principalmente se submetido
a operações de conformação mecânicas
posterior.
❑ Esse inconveniente é eliminado
arredondando-se os cantos.
Estruturas de solidificação
❑ A figura 5 mostra a forma de crescimento dos cristais durante a
solidificação (dendritas).
Macroestrutura de solidificação
❑ Peças fundidas ou lingotes, apresentam 3
zonas distintas em sua macroestrutura:
❑ 1° Zona Coquilhada: Os grãos coquilhados
nucleiam e crescem sobre as paredes do molde
e serão mais notáveis quanto maior for o
contato térmico na interface metal/molde.
❑ 2° Zona Colunar: Os grãos colunares
desenvolvem-se a partir dos grãos coquilhados,
por meio de crescimento seletivo e preferencial
no sentido paralelo a extração de calor. O
comprimento da zona colunar depende muito
do superaquecimento de vazamento e do teor
da liga principal.
Macroestrutura de solidificação
❑ 3° Zona Equiaxial Central:
é a zona mais complexa da
macroestrutura de fundição.
Nela os grãos são equiaxiais
na forma, mas são
geralmente grandes em
tamanho. A formação
desta zona é favorecida
por altos teores de liga e
por baixos
superaquecimentos.
Controle da macro estrutura de fundição
❑ Em quase toda aplicação, com exceção de apenas algumas muito
especiais, é necessário obter estruturas com grãos pequenos e
equiaxiais.
❑ Para o desenvolvimento dessas estruturas é necessário suprir o
crescimento colunar por meio de estímulos das condições favoráveis à
formação de núcleos equiaxiais. Pode ser conseguido por 2
procedimentos principais:
1. Controle da nucleação pelo controle das condições de fundição
ou pelo uso de INOCULANTES.
2. Utilização de métodos físicos (a agitação, vibração ultra-sônica)
para induzir o refino dinâmico de grão.
Controle da macro estrutura de fundição
❑ A adição de um inoculante será efetivo somente se ele permanecer
uniformemente distribuído por todo o metal líquido, e não seja
contaminado ou liquefeito.
❑ A diminuição da eficiência do inoculante, durante todo o tempo
que o metal é conservado no estado líquido antes do vazamento, é
conhecido como “FADING”.
❑ No refino dinâmico de grão, se o metal líquido contendo os
núcleos de dendríticos iniciais for agitado durante o esfriamento
subsequente, ocorre fragmentação das dendritas e resulta um
substancial refino de grão.
Controle da macro estrutura de fundição
❑ A figura 7: estrutura de solidificação normal ( bruta de fusão) de
lingotes de alumínio, a figura 8 mostra a estrutura com inoculação e
refino de grão
Variações da fundição

❑ Fundição em molde de areia


❑ Fundição em casca
❑ Fundição por injeção
❑ Fundição em moldes permanentes
❑ Fundição em cera perdida
❑ Outros
Fundição em molde de areia

MOLDE

PADRAO
Fundição em molde de areia

❑ A fundição em areia é um dos processos de fundição mais


difundidos
❑ Pode ser empregado para gerar formar a peças metálicas
complexas que podem ser feitas de praticamente com
qualquer liga.
❑ O molde de areia são destruído para remover a peça
❑ Geralmente tem uma baixa taxa de produção.
❑ As peças podem variar muito em tamanho e peso.
❑ Aplicações em peças maiores necessitam de equipamentos e
máquinas específicas para manipulação.
Etapas

❑ Fabricação dos padrões (cópia da peça que será fundida)


❑ Fabricação de moldes
❑ Remoção dos padrões
❑ Montagem dos moldes
❑ Preparação do material a ser fundido
❑ Vazamento no molde
❑ Arrefecimento
❑ Desmoldagem (remoção da areia)
❑ Aparagem (remoção dos canais de fundição, massalote,
funil, rebarbas, etc.)
Etapas
Fabricação dos moldes
Elementos de um molde
Elementos de um molde
A areia

❑ A areia usada para criar os moldes é tipicamente areia de sílica


(SiO2) que é misturada com um tipo de ligante para ajudar manter
as formas das cavidades.
❑ A areia é muito barata e resistente a altas temperaturas,
permitindo que muitos metais sejam fundidos com altas temperaturas
de fusão.
Tipos de molde de areia

➢ Molde em areia verde: usam uma mistura de areia, água e argila


ou aglutinante. A composição típica da mistura é 90% de areia, 3%
de água e 7% de argila ou ligante. Os moldes verdes são os menos
dispendiosos e os mais utilizados.

➢ Molde seco: Um molde seco é obtido a partir de um molde de areia


verde, onde são adicionados materiais de ligação extras que
são secos para aumentar a resistência. Isso também melhora a
precisão dimensional e o acabamento da superfície, mas reduz a
dobrabilidade. Moldes de secos são mais caros e requerem mais
tempo, diminuindo a taxa de produção.
Tipos de molde de areia

➢ Molde de areia seca ou de molde de caixa fria: a areia é


misturada apenas com um aglutinante orgânico. O molde é
reforçado por meio de aquecimento em forno. Resultando em um
molde de alta precisão dimensional, mas é caro e resulta em uma
menor taxa de produção.

➢ Molde resinado: A areia do molde é misturada com uma resina


líquida e endurece à temperatura ambiente.
Padrões

➢ A principal ferramenta para fundição em areia é o padrão


usado para criar a cavidade do molde.

➢ O padrão é um modelo em tamanho real da peça que causa uma


impressão no molde de areia. No entanto, algumas superfícies
internas podem não ser incluídas no padrão, pois serão criadas por
núcleos separados.

➢ O padrão é realmente feito para ser ligeiramente maior que a


peça, porque a fundição encolherá dentro da cavidade do molde.
Vários padrões idênticos podem ser usados para criar várias
impressões no molde de areia, criando várias cavidades que
produzirão tantas peças em uma peça fundida.
Tipos de Padrão

➢ Padrão sólido: é um modelo da peça como uma


peça única. É o mais fácil de fabricar, mas pode
causar algumas dificuldades na fabricação do molde.
➢ Os padrões sólidos são normalmente usados para
peças geometricamente simples que são produzidas
em pequenas quantidades.

➢ Padrão bi partido: neste o padrão é dividido em


duas peças, essas se unem ao longo da linha de
partição do molde. O uso de duas peças
separadas permite a reprodução de cavidades
no molde.
➢ Os padrões bi partidos são normalmente usados para
peças geometricamente complexas e produzidas em
quantidades moderadas.
Tipos de Padrão

➢ Padrão de placa de correspondência: é


semelhante a um padrão bi partido, exceto que cada
metade do padrão é anexada a lados opostos de uma
única placa.
➢ Esse design de padrão garante o alinhamento
adequado das cavidades do molde.

➢ Padrão de arrastar: Um padrão de arrastar é


semelhante a um padrão de placa, exceto que cada
metade do padrão está em uma placa separada,
e as metades do molde são feitas independentemente.
➢ As placas garantem o alinhamento adequado das
cavidades do molde. Os padrões de arrastar são
frequentemente desejáveis para peças fundidas
maiores, onde os outros tipos de padrões ficariam
muito pesados.
Fundição em casca
➢ A fundição em casca é um processo de fundição de metal
semelhante a fundição em areia, contudo o metal fundido é
derramado em um molde descartável.

➢ O molde é uma concha de paredes finas criada a partir da aplicação


de uma mistura de resina de areia em torno de um padrão.

➢ O padrão é reutilizado para formar vários moldes de casca.


➢ Permite taxas de produção mais altas e moldar geometrias mais
complexas.
Fundição em casca
Fundição por injeção ou sob pressão
➢ A fundição sob pressão é um processo de fabricação que pode
produzir peças metálicas geometricamente complexas através do
uso de moldes reutilizáveis, chamados matrizes.

➢ O processo de fundição envolve o uso de um forno, metal, máquina


de fundição e matriz.

➢ Normalmente usados em ligas não ferrosas, tais como alumínio ou


zinco.

➢ O metal é derretido no forno é depois injetado nas matrizes na


máquina de fundição sob pressão.
Fundição por injeção ou sob pressão
Fundição em molde permanente
➢ A fundição em moldes permanentes é um processo de fundição de
metal que compartilha semelhanças com a fundição em areia e sob
pressão.

➢ Na fundição permanente o molde, é fabricado em metal (matriz) e é


reutilizado por vários milhares de ciclos. Contudo o metal
fundido é derramado na matriz e não é injetado à força.

➢ A fundição em molde permanente do também é freqüentemente


chamada de fundição por gravidade.
Fundição em molde permanente
Fundição em cera perdida
➢ A fundição em cera perdida junto com a fundição em moldes de
areia é um dos processos de fabricação mais antigos, datados de
milhares de anos.

➢ Nesta o metal fundido é derramado em um molde de cerâmica


descartável. O molde é formado usando um padrão de cera que é
uma peça descartável na forma da peça desejada. O padrão é
cercado, ou "investido" por uma pasta de cerâmica que
endurece no molde.

➢ Esta é chamada de fundição por cera perdida porque o padrão de


cera é derretido para fora do molde após o preenchimento.
Fundição em cera perdida
Defeitos em peças fundidas
Defeitos em peças fundidas
Defeitos em peças fundidas
➢ Ilustração esquemática do fenômeno da contração durante a solidificação.

Em %
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