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3.

PROCESSOS DE
SOLIDIFICAÇÃO
Prof. Me. Diego Rosa
E-mail: diego.santos@ceuma.br
3.1 FUNDAMENTOS
DA FUNDIÇÃO DE
METAIS
3.1.1
INTRODUÇÃO
Considerações iniciais

■ Consideraremos os processos de
fabricação em que o material de partida
é um líquido ou está numa condição
altamente plástica, e uma peça é criada a
partir da solidificação do material.
Classificação dos materiais
■ (1) metais,

■ (2) cerâmicas, especificamente vidros, e

■ (3) polímeros e compósitos de matriz


polimérica (CMPs).
Definições

■ Fundição
– É um processo no qual metal fundido
flui pela força da gravidade, ou por
ação de outra força, num molde em
que ele solidifica com a forma da
cavidade do molde.
Definições

■ Fundido
– É aplicado ao componente ou peça
obtido por esse processo.
Definições

■ O processo de fundição inclui:

– A fundição de lingotes, e

– A fundição de peças.
Definições

■ Lingote
– Descreve um fundido de grande porte
que possui forma simples com o
intuito de ser subsequentemente
conformado de maneira mecânica por
processos como laminação ou
forjamento.
Definições

■ Fundição de peças
– Envolve a produção de geometrias
mais complexas que são muito mais
próximas da forma desejada final da
peça ou do produto.
Capacitações e Vantagens

■ A fundição pode ser usada para criar peças

com geometrias complexas, incluindo

formas externas e internas;


Capacitações e Vantagens

■ Alguns processos de fundição são capazes de

– produzir peças com a forma final (net shape), nenhuma


operação de manufatura é necessária para se atingir a
geometria e dimensões requeridas pela peça.

– Outros processos de fundição alcançam geometrias


próximas à final (near net shape), para os quais alguma
etapa de processamento adicional é requerida
(usualmente usinagem) de forma a atingir dimensões e
detalhes de exatidão;
Capacitações e Vantagens

■ A fundição pode ser usada para produzir


peças de grande porte, como, por
exemplo, fundidos com peso superior a
100 ton.;
■ O processo de fundição pode ser
aplicado a qualquer metal que possa ser
aquecido até o estado líquido;
■ Alguns métodos de fundição são
particularmente adequados à produção
seriada.
Desvantagens associadas
com a fundição
■ limitações em propriedades mecânicas,

■ porosidade,

■ baixa precisão dimensional e


acabamento superficial,

■ riscos à segurança, e

■ problemas ambientais.
Aplicações
3.1.2 TECNOLOGIA
DE FUNDIÇÃO
Processo de produção
Processos de fundição

■ Molde
– Contém a cavidade cuja geometria
determina a forma da peça fundida.
Processos de fundição

■ Processos de fundição se subdividem em


duas grandes categorias, de acordo com
o tipo de molde empregado:

– fundição em moldes perecíveis, e

– fundição em moldes permanentes.


Processos de fundição
■ Molde perecível
– Significa que o molde no qual o metal
líquido se solidifica deve ser destruído
para que se remova a peça fundida.
– Esses moldes são fabricados com
areia, gesso, ou materiais similares,
cuja forma é mantida com o uso de
aglomerantes de diversos tipos.
Processos de fundição
■ Molde permanente
– Pode ser utilizado diversas vezes para
produzir muitos fundidos.
– Ele é feito em metal (ou, menos comumente,
numa cerâmica refratária) que pode resistir
às elevadas temperaturas envolvidas nas
operações de fundição.
Fundição em moldes de areia

■ Processo de fundição mais importante:


– O molde consiste em duas metades -
parte superior e parte inferior.
– A parte superior é a metade de cima do
molde, e a parte inferior, a de baixo.
– Essas duas partes são contidas numa
caixa de moldagem, também bipartida.
– As duas metades do molde são
separadas pela linha de partição.
Vídeo

■ https://www.youtube.com/watch?v=pt6Tb
1Wf1DA&t=11s
■ https://www.youtube.com/watch?v=vTbAn
J_eDoQ
3.1.3
AQUECIMENTO E
VAZAMENTO
Considerações iniciais

■ Para realizar uma operação de fundição,


o metal deve ser aquecido a uma
temperatura um pouco acima do seu
ponto de fusão, e então vazado dentro
da cavidade do molde para solidificar.
Aquecimento do metal
■ A energia térmica requerida é a soma de:
– (1) o calor para aumentar a temperatura até
a temperatura de fusão,
– (2) o calor de fusão para convertê-lo do
estado sólido ao líquido, e
– (3) o calor para que o metal líquido atinja a
temperatura adequada ao vazamento.
Vazamento do metal fundido

■ Fatores que afetam a operação de


vazamento:
– Temperatura de vazamento,
– Velocidade de vazamento, e
– Turbulência.
Vazamento do metal fundido

■ Temperatura de vazamento

– É a temperatura do metal fundido no


momento em que é introduzido no
molde.
Vazamento do metal fundido

■ Taxa de vazamento
– Refere-se à vazão na qual o metal
fundido é vertido no molde.
– Se a taxa for muito lenta, o metal
resfria e para de fluir antes de encher
a cavidade.
– Se a taxa de vazamento for
excessiva, turbulência pode se
tornar um sério problema.
Vazamento do metal fundido

■ Turbulência
– Em escoamento de fluidos é
caracterizada por variações erráticas
na magnitude e direção da velocidade
do fluido.
– Turbulência também agrava a erosão
do molde.
3.1.4
SOLIDIFICAÇÃO E
RESFRIAMENTO
Aspectos associados com a
solidificação
■ Tempo para o metal solidificar;

■ Contração de solidificação;

■ Solidificação direcional; e

■ Projeto do massalote.
Solidificação dos metais

■ O processo de solidificação difere se o


metal for:

– um elemento puro; ou

– uma liga.
Solidificação dos metais
Metais Puros
Solidificação dos metais
Metais Puros

■ Estrutura de grãos característica de um metal puro


fundido, mostrando camada de grãos finos aleatoriamente
orientados próximo à parede do molde, e grãos colunares
grosseiros orientados em direção ao centro do fundido
Solidificação dos metais
Metais Puros

■ Crescimento dendrítico
– Com a continuação do resfriamento, grãos adicionais são
formados e crescem na direção contrária da transferência
de calor. Uma vez que a transferência de calor ocorre por
meio da camada e da parede do molde, os grãos crescem
para o interior como agulhas ou protuberâncias de metal
sólido. À medida que essas protuberâncias crescem,
braços laterais são formados e, com o crescimento desses
braços, adicionais braços se formarão perpendicularmente
aos primeiros.
Solidificação dos metais
Ligas metálicas

(a) Diagrama de fases para um sistema de ligas cobre-níquel e (b) curva de resfriamento
correspondente à fundição da liga com composição 50%Ni-50%Cu.
Solidificação dos metais
Ligas metálicas

Estrutura de grãos característica de uma liga fundida,


mostrando segregação dos componentes de liga na região
central do fundido.
Solidificação dos metais
Ligas eutéticas

■ É uma composição particular de um sistema de ligas


no qual a temperatura solidus é igual à temperatura
liquidus.

■ Assim, a solidificação ocorre à temperatura


constante (temperatura eutética) em vez de se dar
num intervalo de temperatura.

■ Exemplos de ligas eutéticas utilizadas em fundição


incluem ligas Al-Si (11,6% Si) e fofo (4,3% C).
Tempo de solidificação

■ O tempo total de solidificação é o tempo


requerido para, após o vazamento, o
fundido solidificar.

■ Esse tempo é dependente do tamanho e


forma do fundido.
Tempo de solidificação
■ Regra de Chvorinov

■ TTS = tempo total de solidificação, min;

■ V = volume do fundido, cm3 (in3);

■ A = área superficial do fundido, cm2 (in2);

■ n = exponencial, sendo usualmente utilizado o valor = 2; e

■ Cm é a constante do molde.
Tempo de solidificação

■ Observações:
– Considerando n = 2, a unidade de cm é min/cm2
(min/in2), e seu valor depende de condições
particulares do processo de fundição, incluindo
material do molde (por exemplo, calor
específico, condutividade térmica), propriedades
térmicas do metal fundido (por exemplo, calor de
fusão, calor específico, condutividade térmica), e
temperatura de vazamento em relação à
temperatura de fusão do metal.
Tempo de solidificação

■ Observações:
– Para uma dada operação de fundição, o
valor de Cm pode ser baseado em dados
experimentais de operações anteriores
realizadas com o mesmo material de
moldagem, metal e temperatura de
vazamento, ainda que a forma da peça
possa ser razoavelmente diferente.
Tempo de solidificação

■ Observações:

– A Regra de Chvorinov indica que uma


peça fundida com maior razão
volume/área resfriará e solidificará de
forma mais lenta que uma peça com
menor razão.
Contração de solidificação

■ A contração ocorre em três etapas:


(1) contração do líquido durante o resfriamento
antes da solidificação;
(2) contração durante a transformação de fase do
líquido para o sólido, denominada contração de
solidificação; e
(3) contração térmica do fundido solidificado
durante seu resfriamento até a temperatura
ambiente.
Contração de solidificação
Contração de solidificação
Contração de solidificação

■ Compensação do modelo para contração


– O quanto maior deve ser o molde relativo
ao tamanho final do fundido.
– Fabricantes de modelos levam em conta
a contração térmica ao produzir
cavidades de molde
superdimensionadas.
Solidificação direcional

■ Para minimizar os efeitos nocivos da


contração, é desejável que as regiões da
peça mais distantes do ponto de suprimento
do metal líquido solidifiquem primeiro e a
solidificação progrida dessas regiões
remotas até o(s) massalote(s).
■ Desse modo, metal fundido estará
continuamente disponível nos massalotes
de forma a evitar a formação de vazios de
contração durante a solidificação.
Projeto de massalotes

■ É usado em moldes de fundição em areia para


alimentar a peça com metal líquido durante a
solidificação, de forma a compensar a contração
de solidificação.
3.2 PROCESSOS DE
FUNDIÇÃO DE
METAIS
3.2.1 FUNDIÇÃO
EM AREIA
Fundição em areia

■ Mais largamente utilizado;

■ Quase todas as ligas podem ser fundidas;

■ Podem ser usados com metais de alto ponto de


fusão, como aços, Ni, e Ti;

■ Versatilidade (tamanho e quantidade de peças).


Fundição em areia
Modelos e machos
■ Modelo
– Uma reprodução em tamanho real da peça, com
dimensões maiores para considerar a contração de
solidificação e as tolerâncias para usinagem da peça
fundida acabada.
Modelos e machos

■ Materiais empregados na confecção de


modelos:
– Madeira,
– Plásticos e
– Metais.
■ Seleção de um material apropriado para um
modelo:
– Depende da quantidade total de fundidos a
serem produzidos.
Modelos e machos

■ Tipos de modelos
– Modelo sólido (individual)

– Modelos bipartidos

– Placas-modelo
Modelos e machos

■ Modelo sólido (individual)


– mesma geometria da peça.
– ajustada no tamanho para a contração de
solidificação e a usinagem.
– modelo de mais fácil fabricação.
– são geralmente limitados à produção de lotes muito
pequenos.
Modelos e machos

■ Modelos bipartidos
– consistem em duas peças, cujo plano de
separação coincide com a linha de partição do
molde.
– são apropriados para peças com geometrias
complexas e quantidades moderadas de
produção.
– a linha de partição do molde é predeterminada
pelas duas metades do modelo, em vez do
julgamento do operador.
Modelos e machos
■ Placas-modelo
– produção de grandes quantidades
– cada metade do modelo é fixada num lado de uma placa de madeira ou
metal - placa reversível.
– furos-guias na placa permitem o alinhamento das seções (superior e
inferior) do molde.
– também, cada metade do modelo pode ser fixada em placas
separadas, de tal forma que as seções superior e inferior do molde
podem ser fabricadas de modo independente.
Modelos e machos

■ Macho
– é um modelo em tamanho natural do
interior das superfícies do componente.
Moldes e confecção de moldes

■ As areias de fundição são constituídas de


sílica (SiO2) ou sílica misturada com
outros minerais.
■ Deve possuir boas propriedades
refratárias.
■ Propriedades incluem tamanho de grão,
distribuição granulométrica e a forma dos
grãos individuais.
Moldes e confecção de moldes

■ Grãos finos
– resultam no melhor acabamento
superficial da peça fundida.

■ Grãos grosseiros
– são mais permeáveis (para permitir o
escape dos gases durante o vazamento).
Moldes e confecção de moldes

■ Os grãos de areia são mantidos unidos


por uma mistura de água e argila como
aglomerante.

■ Uma típica mistura (em volume) é 90%


areia, 3% água e 7% argila.
Moldes e confecção de moldes

■ Aglomerantes podem ser usados em substituição à


argila, tais como:

– Resinas orgânicas (por exemplo, resinas fenólicas) e


é um polímero
termorrígido,
produzido
através de
reações
químicas de
condensação
entre um fenol
e um aldeído
Moldes e confecção de moldes

■ Aglomerantes podem ser usados em


substituição à argila, tais como:
– Aglomerantes inorgânicos (por exemplo,
silicato e fosfato de sódio).
Moldes e confecção de moldes

■ O processo de compactação pode ser:


– Manual

– Mecanizado
Moldes e confecção de moldes

■ Mecanismos de opção das máquinas:


(1) compressão da areia ao redor do modelo
por pressão pneumática;
(2) ação de impacto na qual a caixa contento
a areia e o modelo cai repetidamente para
compactá-la; e
(3) projeção centrífuga, na qual os grãos de
areia são impactados contra o modelo em
alta velocidade.
Moldes e confecção de moldes

■ Indicadores usados para determinar a


qualidade do molde em areia:
(1) resistência mecânica
(2) permeabilidade
(3) estabilidade térmica
(4) colapsibilidade e
(5) reutilização
Moldes e confecção de moldes

■ (1) Resistência mecânica


– Habilidade do molde para manter sua
forma e resistir à erosão causada pelo
fluxo de metal líquido; depende do
formato dos grãos e das qualidades
adesivas do aglomerante;
Moldes e confecção de moldes

■ (2) Permeabilidade
– Capacidade do molde de permitir que o
ar quente e os gases oriundos das
operações de fundição passem através
dos vazios da areia;
Moldes e confecção de moldes

■ (3) Estabilidade térmica


– Habilidade da camada de areia da
superfície do molde de resistir ao
trincamento e empenamento após o
contato com o metal fundido;
Moldes e confecção de moldes

■ (4) Colapsibilidade
– Habilidade do molde de desmoronar,
permitindo que o fundido se contraia sem a
formação de trincas na peça fundida;
também se refere à habilidade de remover
a areia do fundido durante as operações
de limpeza;
Moldes e confecção de moldes

■ (5) Reutilização
– Pode a areia, oriunda do molde
destruído, ser empregada novamente
para fabricar outros moldes?
Moldes e confecção de moldes

■ Moldes em areia, classificação:


– areia-verde,
– areia-seca, ou
– moldes em casca.
Moldes e confecção de moldes

■ Moldes em areia-verde
– mistura de areia, argila e água, e “verde” se refere ao molde
conter umidade no momento do vazamento;
– possuem resistência mecânica suficiente para a maioria das
aplicações;
– boa colapsibilidade;
– boa permeabilidade;
– boa reutilização;
– são os moldes menos caros;
– a umidade da areia pode causar defeitos em alguns fundidos,
dependendo do metal e da geometria da peça.
Moldes e confecção de moldes
■ Molde em areia-seca
– usa aglomerantes orgânicos de preferência à argila;
– é estufado num forno a temperaturas de 200°C a 320°C;
– a secagem em estufa aumenta a resistência do molde e
endurece superficialmente a cavidade;
– garante melhor controle dimensional do produto fundido, em
relação à areia-verde;
– é mais cara;
– produtividade é reduzida por causa do tempo gasto na
secagem;
– aplicações limitadas a fundidos de tamanho médio-grande, em
lotes pequenos ou médios.
Moldes e confecção de moldes

■ Molde-seco na superfície
– as vantagens do molde em areia-seca são
parcialmente atingidas pela secagem da
superfície de um molde em areia-verde até
profundidades de 10 a 25 mm da cavidade do
molde, usando maçaricos, lâmpadas
aquecedoras ou outros meios.
Moldes e confecção de moldes

■ Moldes com aglomerantes não


convencionais:
– resinas furânicas (consistindo em álcool
furfurílico, ureia e formaldeído),
fenólicas e resinas alquídicas.
3.2.2 OUTROS
PROCESSOS COM
MOLDES
PERECÍVEIS
Processos com moldes
perecíveis

■ Moldagem em casca
■ Processo com poliestireno estendido
■ Fundição de precisão
■ Fundição em molde de gesso e em molde
cerâmico
Moldagem em casca (shell-
molding)

■ É um processo de fundição no qual o molde


é uma casca fina (tipicamente 9 mm ou 3/8
in) confeccionado em areia, cujos grãos são
unidos com uma resina aglomerante
termofixa.
Moldagem em casca (shell-
molding)
Processo com poliestireno
expandido

■ Usa um molde com areia compactada ao


redor de um modelo em espuma de
poliestireno que é vaporizado quando o
metal fundido é vazado no molde.
Processo com poliestireno
expandido
Fundição de precisão
(investment casting)

■ Um modelo feito em cera é recoberto com um


material refratário para fabricar o molde, após
a cera ser derretida antes do vazamento do
metal fundido.

■ É também conhecido como processo de


cera-perdida.
Fundição de precisão
(investment casting)
Fundição de precisão
(investment casting)
Fundição em molde de
gesso e em molde cerâmico

■ Fundição em molde de gesso é similar à


fundição em areia, exceto que o molde é
confeccionado em gesso (gipsita —
CaSO4-2H2O) em vez de areia.
Fundição em molde de
gesso e em molde cerâmico

■ Fundição em molde cerâmico é similar à


fundição em gesso, exceto que o molde é
fabricado em materiais cerâmicos
refratários que podem ser expostos a
temperaturas mais elevadas que o gesso.
Fundição em molde de
gesso e em molde cerâmico
3.2.3 PROCESSOS
DE FUNDIÇÃO EM
MOLDE
PERMANENTE
Base do processo em molde permanente
Fundição sob pressão (die
casting)

■ É um processo de fundição em molde


permanente no qual o metal fundido é
injetado na cavidade do molde sob alta
pressão.
Fundição sob pressão (die
casting)
Fundição sob pressão (die
casting)
Em máquinas
câmara-quente,
o metal é fundido
num contêiner
anexo à máquina,
e um êmbolo é
usado para injetar
o metal líquido
sob alta pressão
na matriz.
Fundição sob pressão (die
casting)
Em máquinas de fundição sob pressão câmara-fria, metal fundido é vazado numa
câmara não aquecida a partir de um contêiner externo contendo o metal, e um êmbolo é
usado para injetar o metal sob alta pressão na cavidade da matriz.
Fundição centrífuga

■ O metal fundido é vazado num molde


giratório para produzir uma peça tubular.
3.2.4 ROTINA DE
FUSÃO
Fornos

■ Tipos de fornos mais comumente utilizados


em fundições são:
(1) cubilôs,
(2) fornos diretos a combustível,
(3) fornos a cadinho,
(4) fornos elétricos a arco, e
(5) fornos de indução.
Fornos –
cubilô
Fornos - fornos diretos a
combustível
Fornos - Fornos a
Cadinho
Fornos - Fornos a Arco
Elétrico
Fornos - Fornos de
Indução
Vazamento
3.2.5 QUALIDADE
DO FUNDIDO
Defeitos de Fundição

■ Alguns defeitos são comuns a qualquer e


todos os processos de fundição, tais como:
(a)Falha de preenchimento
(b)Delaminação
(c)Gotas frias
(d)Cavidade de contração
(e)Microporosidade
(f)Ruptura a quente
Defeitos de Fundição

(a) Falha de preenchimento: aparece em


fundidos que solidificam antes de a cavidade
do molde estar totalmente preenchida.
Defeitos de Fundição

(b) Delaminação: ocorre quando duas


porções do metal fluem juntas, mas falta fusão
das duas frentes devido à solidificação
prematura.
Defeitos de Fundição

(c) Gotas frias: resultam do respingo durante


o vazamento, causando a formação de
grânulos sólidos de metal que ficam
aprisionados no fundido.
Defeitos de Fundição

(d) Cavidade de contração: é a depressão na


superfície ou um vazio interno no fundido,
causado pela contração de solidificação que
restringe a quantidade de metal fundido
disponível na última região a se solidificar.
Defeitos de Fundição

(e) Microporosidade: consiste numa rede de


pequenos vazios distribuídos por todo o
fundido, causada pela contração que ocorre
no fim da solidificação do metal nos espaços
entre a estrutura dendrítica.
Defeitos de Fundição

(f) Ruptura a quente: também chamada


trinca a quente, ocorre quando, nos estágios
finais da solidificação ou nos primeiros
estágios do resfriamento, a contração do
fundido é restringida devido ao molde ser
pouco deformável.
Defeitos de Fundição

■ Alguns defeitos são relacionados ao uso dos moldes


em areia. Dentre eles:
(a)Bolha
(b)Microporosidade
(c)Erosão por lavagem
(d)Crosta de erosão
(e)Penetração
(f)Deslocamento do molde
(g)Deslocamento do macho
(h)Trinca no molde
Defeitos de Fundição

(a) Bolha: é um defeito que consiste numa


cavidade de gás com a forma de um balão,
causada pela liberação de gases do molde
durante o vazamento.
Defeitos de Fundição

(b) Microporosidade: também causada pela


liberação de gases durante o vazamento,
consiste em diversas e pequenas cavidades
formadas na superfície da peça, ou logo
abaixo dela.
Defeitos de Fundição

(c) Erosão por lavagem: é uma


irregularidade na superfície do fundido que
resulta da erosão da areia do molde durante o
vazamento, e o contorno da erosão será
reproduzido na superfície da peça.
Defeitos de Fundição

(d) Crosta de erosão: são áreas rugosas na


superfície do fundido devido a incrustações de
areia e metal.
Defeitos de Fundição

(e) Penetração: é um defeito superficial que


ocorre quando a fluidez do metal líquido é alta,
penetrando no molde ou no macho em areia.
Defeitos de Fundição

(f) Deslocamento do molde: se refere ao


defeito causado pela movimentação da parte
superior do molde em relação à parte inferior;
o resultado é um degrau no fundido na altura
da linha de partição.
Defeitos de Fundição

(g) Deslocamento do macho: é similar ao


deslocamento do molde, mas é o macho que
se movimenta, e o deslocamento é geralmente
vertical.
Defeitos de Fundição

(h) Trinca no molde: ocorre quando a


resistência mecânica do molde é insuficiente e
uma trinca se desenvolve, na qual o metal
líquido pode penetrar para formar um
“apêndice” na peça final.
3.2.6
CONSIDERAÇÕES
SOBRE O PROJETO
DO PRODUTO
Diretrizes e considerações importantes
para a fundição

■ Simplicidade geométrica
■ Cantos
■ Espessura das seções
■ Tolerâncias para usinagem
■ Uso de machos
■ Tolerâncias dimensionais
■ Acabamento superficial
3.3
PROCESSAMENTO
DOS VIDROS
Introdução
Preparação das matérias

■ O principal componente em praticamente


todos os vidros é a sílica (é o quartzo natural
da areia);
■ Pode-se adicionar: carbonato de sódio (fonte
de Na2O), calcário (fonte de CaO), óxido de
alumínio, potassa (fonte de K2O) e outros
minerais;
■ A fusão do vidro é normalmente realizada em
temperaturas em torno de 1500oC a 1600oC.
Conformação de utensílios
de vidro
Centrifugação: semelhante à fundição por
centrifugação. Usada para produzir
componentes com formatos afunilados.
Conformação de utensílios
de vidro
Prensagem: muito usado para a produção em
massa de utensílios de vidro, tais como
pratos, travessas, lentes de faróis e itens
semelhantes, que sejam relativamente planos.
Conformação de utensílios
de vidro
Prensagem-e-sopro: adequado para a produção
de recipientes com gargalo largo.
Conformação de utensílios
de vidro
Sopro-e-sopro: é usado para produzir
garrafas com gargalos menores.
Conformação de vidro plano
e tubular
Laminação de Vidros Planos: Chapas
planas de vidro podem ser produzidas.
Conformação de vidro plano
e tubular
Conformação de vidro plano
e tubular
Extrusão de Tubos de Vidro: Os produtos
tubulares de vidro incluem as vidrarias de
laboratório, tubos de lâmpadas fluorescentes e
termômetros.
Conformação de fibras de
vidro
Fibras de vidro são
usadas em
aplicações que
variam desde lãs
isolantes até linhas
de comunicação de
fibras ópticas.
Considerações sobre o projeto
de produto

■ O vidro é transparente e possui certas


propriedades ópticas que são incomuns, se
não forem únicas, entre os materiais de
engenharia. Para aplicações que precisam de
transparência, transmissão de luz, ampliação
e propriedades ópticas semelhantes, o vidro é
provavelmente o material a ser escolhido.
■ O vidro é diversas vezes mais resistente em
compressão que em tração.
Considerações sobre o projeto
de produto

■ As cerâmicas, incluindo o vidro, são frágeis.


Peças de vidro não devem ser usadas em
aplicações que envolvam carregamentos de
impacto ou tensões elevadas, que poderiam
causar fratura.
■ Certas composições de vidro possuem
coeficientes de expansão térmica muito baixos
e são, portanto, tolerantes ao choque térmico.
Esses vidros podem ser selecionados para
aplicações nas quais essa característica é
importante.
Considerações sobre o projeto
de produto

■ Nas peças de vidro, arestas externas e vértices devem


ter raios ou chanfros grandes; do mesmo modo,
vértices internos devem ter raios grandes. Tanto os
vértices externos quanto internos são pontos potenciais
de concentração de tensão.
■ Diferente das peças fabricadas com cerâmicas
tradicionais ou novas, roscas podem ser incluídas no
projeto de peças de vidro; elas são tecnicamente
possíveis com os processos de conformação com
pressão e sopro. Entretanto, as roscas devem ser
grossas.
3.4 PROCESSOS DE
CONFORMAÇÃO DOS
PLÁSTICOS
Introdução
Razões pelas quais os processos de conformação de plásticos são
importantes:
– A variedade dos processos de conformação e a facilidade
pela qual os polímeros podem ser processados permitem a
produção de uma diversidade quase ilimitada de formas
geométricas.
– Muitas peças de plástico são fabricadas por moldagem, que
é um processo de net shape.
– Menos energia é requerida em comparação aos metais, pois
as temperaturas de processamento são muito menores.
– Como no processamento são usadas temperaturas menores,
o manuseio dos produtos durante a produção é simplificado.
– Acabamento por pintura ou por revestimento não é
necessário para os plásticos.
Classificação

De acordo com a geometria do produto final da seguinte


maneira:
(1) produtos extrudados contínuos, com seção transversal
constante à exceção de chapas, filmes e filamentos;
(2) chapas e filmes contínuos;
(3) filamentos contínuos (fibras);
(4) peças moldadas, que são majoritariamente sólidas;
(5) peças moldadas ocas, com paredes relativamente finas;
(6) peças isoladas conformadas a partir de chapas e de
filmes;
(7) fundidos e
(8) espumas.
Extrusão de polímeros
É um processo de compressão, no qual o material é forçado a
escoar por uma abertura na matriz, para gerar um produto
contínuo e longo, cuja forma da seção transversal é
determinada pelo formato da abertura.
Produção de chapas e filmes

Chapas e filmes de várias espessuras são


produzidos por extrusão convencional, usando
um canal fino como a abertura na matriz.
Produção de fibras e filamentos
(fiação)

A aplicação
mais
importante de
fibras e de
filamentos
poliméricos é
na indústria
têxtil.
Processos de revestimento

Revestimentos plásticos (ou com borracha)


envolvem a aplicação de uma camada de
certo polímero sobre um substrato.
Moldagem por injeção
É o processo no qual um polímero é aquecido até um estado
altamente plástico e é forçado, sob alta pressão, para dentro
da cavidade de um molde, no qual ele solidifica.
Moldagem por compressão
É um processo de moldagem antigo e largamente
usado para plásticos termorrígidos (Ex. pneus de
borracha).
Considerações sobre o projeto
de produtos

Resistência e rigidez.
Os plásticos não são tão resistentes nem
tão rígidos quanto os metais.
Eles não devem ser usados em aplicações
nas quais existirão tensões elevadas.
A resistência à fluência é também uma
limitação.
Considerações sobre o projeto
de produtos

Resistência ao impacto. A capacidade dos


plásticos de absorver impacto é geralmente boa.
As temperaturas de serviço dos plásticos são
limitadas em relação às dos metais e cerâmicas
de engenharia.
A expansão térmica é maior para os plásticos
que para os metais; portanto, as variações
dimensionais devido a variações de temperatura
são muito mais importantes que para os metais.

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