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3°A Eletromecânica
FUNDAMENTOS E PROCESSOS
DE FUNDIÇÃO DE METAIS
Cascavel PR
08 de Junho de 2023
FUNDAMENTOS DA FUNDIÇÃO DE METAIS
O capítulo trata dos processos principais e básicos, partindo do estado líquido,
passando dos moldes até o momento da solidificação do metal líquido. Também são
citados métodos, componentes secundários e problemas durante o processo.
PROCESSOS DE FUNDIÇÃO
A fundição inicia pelo molde, uma cavidade maior em tamanho e forma, para
que a peça saia como desejado, permitindo a contração do metal. Moldes geralmente
são de areia, gesso, cerâmica e metal. Em moldes abertos o metal líquido preenche o
molde, já em moldes fechados, o metal flui do exterior até a cavidade.
O metal, ao resfriar e solidificar, é retirado do molde, passando por rebarbação,
limpeza, inspeção e tratamentos térmicos. A peça também pode passar por usinagem.
A fundição pode ocorrer em um molde perecível, que é um molde que deve ser
destruído para remover a peça (são feitos de areia ou gesso), ou em um molde
permanente, podendo ser reutilizado e que consiste em duas ou mais seções para
remover a peça (são feitos de metal).
AQUECIMENTO E VAZAMENTO
O metal deve ser aquecido a uma temperatura levemente acima da de fundição, e
então vazado no molde para solidificar. Há diversos aspectos nessas duas etapas.
AQUECIMENTO DO METAL
A energia para fundição é a soma do calor para aumentar a temperatura até a de
fusão, do calor de fusão para levar de sólido à líquido e do calor para atingir a
temperatura para o vazamento. [ H=pV{Cs (Tf – To) + Hf + Cl (Tv – Tf)} ]
H = calor total para aumentar temperatura do metal para vazamento; p = massa
específica; Cs = calor específico do metal sólido; Tf = temp. de fusão do metal; To =
temp. de partida; Hf = calor de fusão; Cl = color específico do metal líquido; Tv = temp.
de vazamento; e V = volume do metal que está sendo aquecido.
O valor computacional é limitado decido, calor específico, que varia; o calor que
pode ser diferente no estado sólido ou líquido; por ser liga, funde num intervalo, entre
temperatura liquidus e solidus; há perdas de calor para o ambiente no aquecimento.
SOLIDIFICAÇÃO E RESFRIAMENTO
Análise do mecanismo físico da solidificação durante fundição.
TEMPO DE SOLIDIFICAÇÃO
O tempo dependo do tamanho e da forma do fundido. Através da equação da
Regra de Chvorinov afirma-se que: [ Tts = Cm (V/A)n ]
Tts = tempo total de solidificação; V = volume; A = área superficial; e Cm = constante
do molde. Se n = 2, Cm vai depender das condições do processo de fundição.
Devido maior razão volume/área a peça solidificará e resfriará mais lenta que
uma de menor razão.
CONTRAÇÃO DE SOLIDIFICAÇÃO
A contração ocorre em três etapas. (1) Contração do líquido durante o
resfriamento antes da solidificação, (2) contração durante a transformação de fase do
líquido para o sólido, chamada contração de solidificação e (3) contração térmica do
fundido solidificado durante resfriamento até a temperatura ambiente.
A contração ocorre em quase todos os metais. Os fabricantes levam em conta
isso para produzir cavidades de molde superdimensionadas.
SOLIDIFICAÇÃO DIRECIONAL
É desejável que as partes mais distantes do ponto de suprimento solidifiquem
primeiro, progredindo das partes remotas aos massalotes, para assim evitar vazios de
contração. Deve-se evitar a solidificação prematura próxima aos massalotes.
A área transversal deve ser grande o bastante para retardar o ínicio da
solificicação, fazendo um pescoço curto e largo, absorvendo o calor do massalote e da
peça.
PROJETO DE MASSALOTES
O massalote é usado em moldes de fundição em areia para alimentar a peça com
metal líquido durante solidificação, para compensar a contração. É possível determinar
as dimensões do massalote com a Regra de Chvorinov: [ Cm = Tts/(V/A)² ]
O volume é dado por: V = πD²h/4; e a área superficial por: A = πDh + 2πD²/4
Substituindo D por h temos: V = πD³/4 e A = πD² + 2πD²
O massalote representa desperdício de metal, pois será separado da peça fundida
refundido para fabricar outras peças, sendo desejável que o metal no massalote seja
mínimo. Há diferentes massalotes, o lateral (conectado na lateral por um conduto), o de
topo (na parte superior do molde), aberto (no exterior, no topo da superfície do molde) e
o cego (inteiramente dentro do molde).
PROCESSOS DE FUNDIÇÃO DE METAIS
O capítulo trata dos processos de fundição, baseado nos moldes perecíveis e
permanente e é organizado em fundição em areia, outros processos de fundição
empregando moldes perecíveis e processos que utilizam moldes permanentes.
FUNDIÇÃO EM AREIA
Amplamente utilizado, podendo ser utilizado para metais de alto ponto de fusão.
O processo consiste em vazar o metal no molde, esperar solidificar e depois realizar
limpezas e tratamentos térmicos.
A cavidade do molde é feita pela compactação de areia em volta do modelo. O
molde, conta com um sistema de canais e massalotes, podendo ser adicionado machos
nele. Após o uso do molde, o mesmo deve ser sacrificado para retirar a peça feita.
MODELOS E MACHOS
Há modelos de diferentes matérias, variando a qualidade. Existem diferentes
modelos, o modelo sólido (individual) tem o mesmo formato da peça (tendo ajuste para
contração), por ser individual, determinar a linha de partição para ser um problema,
sendo, geralmente, limitados à lotes muito pequenos. O modelo bipartido, onde a linha
de partição é determinada pelas duas metades do modelo, sendo utilizado para formas
mais complexas. A placa-modelo pode ser cada metade fixada de uma placa, onde
furos-guias permitem alinhar as seções do molde.
Os modelos definem a forma externa, já os machos que definem a interna são
colocados na cavidade do molde. O tamanho real do macho deve incluir tolerância para
contração e usinagem, e também, se necessário, chapelins, para suportar o macho.
FUNDIÇÃO CENTRÍFUGA
O molde é girado em elevadas velocidades, distribuindo o metal a regiões
periféricas.
O metal é vazado num molde giratório e a alta velocidade faz com que o metal
tome forma da cavidade do molde. A força centrífuga é definida sendo: [ F = mv²/R ]
F = força; m = massa; v = velocidade; R = raio interno do molde. A força da gravidade P
= mg; g = aceleração da gravidade. O Fator-G FG é a razão entre a força centrífuga
dividida pelo peso: [ FG = F/P = mv²/Rmg = v²/Rg ]. A velocidade v pode ser expressa
como 2πRN/60 = πR/30, em que N = velocidade de rotação, assim obtendo:
[ FG = (R.πN/30)²/g ]. Rearranjando a velocidade de rotação N, e usando D em vez de
raio na equação, teremos: [ N = 30/π √2gFG/D ] D = diâmetro interno do molde. Se o
valor de G for muito baixo, o metal não permanecerá forçado contra o molde durante a
metade superior.
Na fundição centrífuga vertical o efeito da gravidade resulta em uma parede
mais espessa na base que no topo, assumindo forma parabólica. O comprimento é no
máximo o dobro dos seus diâmetros. São caracterizadas pela elevada massa específica
ROTINA DE FUSÃO
Tipos de forno usados na fundição e as rotinas de vazamento para distribuir
metal fundido do forno ao molde.
FORNOS
Cubilô: forno cilíndrico vertical com uma bica de vazamento. Usados para
fundição de ferro fundido. Ele é formado por uma grande carcaça de chapa de aço
refratário. A carga (ferro, coque, fundente e ligas) é introduzida pela porta de
carregamento. À medida que a mistura é aquecida e a fusão ocorre, o forno é sangrado
para prover metal líquido para o vazamento.
Fornos diretos a combustível: contêm uma pequena soleira aberta, onde a carga é
aquecida por queimadores a combustível na lateral e o teto reflete a chama ajudando. Na
beira da soleira há um furo para sangrar o forno.
Fornos a cadinho: funde o metal sem contato direto com o combustível. No
forno a cadinho-removível, o cadinho é colocado num forno e aquecido para fundir, e
depois retirado. No cadinho-fixo o metal líquido é retirado do contêiner. No cadinho-
basculante, o conjunto é basculado para o vazamento.
Fornos a arco elétrico: a carga é fundida pelo calor gerado por um arco elétrico
que flui entre dois ou três eletrodos e a carga metálica.
Fornos de indução: utiliza corrente alternada passando por uma bobina para criar
um campo magnético e a corrente induzida aquecimento e fusão do metal. O campo de
força eletromagnética realiza mistura, havendo homogeneização do banho. O metal por
não entrar em contato direto com os elementos de aquecido, o ambiente pode ser
controlado com precisão.
QUALIDADE DO FUNDIDO
Defeitos mais comuns na fundição:
Falha de preenchimento: quando o fundido solidifica antes de preencher todo espaço
Delaminação: quando duas porções ficam juntas, mas não fundidas devido erro de
solidificação.
Gotas frias: respingos no vazamento, gerando grânulos sólidos que ficam presos ao
fundido.
Cavidade de contração: depressão na superfície ou vazio interno, devido contração.
Microporosidade: rede de pequenos vazios por todo fundido, devido contração no fim.
Ruptura a quente: separação no ponto de elevada tensão de tração, causado pela
impossibilidade de contrair naturalmente.
Defeitos principais em fundição em areia:
Bolha: cavidade causada pela liberação de gás do molde durante vazamento.
Microporosidade: pequenas cavidades por liberação de gás na superfície.
Erosão por lavagem: irregularidade na superfície devido erosão durante vazamento.
Crosta de erosão: áreas rugosas na superfície do fundido devido incrustações.
Penetração: defeito superficial que ocorre quando fluidez do metal é alta, penetrando no
molde ou no macho
Deslocamento do molde: defeito por movimento da parte superior em relação à inferior.
Deslocamento do macho: similar ao do molde, geralmente vertical.
Trinca no molde: defeito por resistência mecânica do molde ser insuficiente, gerando
uma trinca.
Os procedimentos de inspeção são: visual, dimensional, teste metalúrgicos,
químicos, físicos e outros. Teste na categoria incluem: testes hidrostáticos, métodos
radiográficos e testes mecânicos.