Você está na página 1de 59

PAINEL DE INDICADORES SETORIAIS

PARA O COMÉRCIO ATACADISTA DE


SUCATAS METÁLICAS

São Paulo, dezembro de 2018


Equipe

Gesner Oliveira – Presidente do Conselho Administrativo de Defesa


Econômica/Cade (1996-2000); Presidente da Sabesp (2007-10); Ph.D em Economia pela
Universidade da Califórnia/Berkeley; Professor da Fundação Getúlio Vargas-SP desde
1990. Professor Visitante da Universidade de Columbia nos EUA (2006); Sócio da GO
Associados.

Andréa Zaitune Curi – Doutora em Economia pela Escola de Economia da


Fundação Getúlio Vargas-SP. Mestre em Economia pelo Instituto de Pesquisas
Econômicas da FEA/USP. Possui mais de dez anos de experiência em consultoria
econômica. Especialista na área de pesquisa econômica, com ênfase em métodos e
modelos matemáticos, econométricos e estatísticos, atuando principalmente nas áreas de
inteligência de mercado, estimação e projeção de demanda, regulação e defesa da
concorrência. Coordenadora de Projetos da GO Associados.

Cláudia Orsini Machado de Sousa – Bacharel em Administração de Empresas e


em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP). Possui experiência em
consultoria econômica, com ênfase em defesa da concorrência, regulação e saneamento.
Analista da GO Associados.

1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 8

2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE COMÉRCIO ATACADISTA DE SUCATA


METÁLICA ................................................................................................................................................ 9

2.1 SUCATA METÁLICA FERROSA .......................................................................................................... 9

2.1.1 Sucata de aço............................................................................................................... 11

2.1.2 Sucata de Aço Inox ...................................................................................................... 12

2.2 SUCATA METÁLICA NÃO FERROSA................................................................................................. 12

2.2.1 Sucata de Alumínio ...................................................................................................... 13

2.2.2 Sucata de Cobre .......................................................................................................... 13

2.2.3 Outras sucatas metálicas ............................................................................................. 14

3 DIMENSIONAMENTO DO MERCADO NACIONAL DE SUCATA .......................................... 16

3.1 INFORMAÇÕES GERAIS: SETOR DE COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS ................. 17

3.2 EMPRESAS E EMPREGO: SETOR DE COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS


18

3.3 GERAÇÃO E CONSUMO .................................................................................................................. 23

3.1 INFRAESTRUTURA ......................................................................................................................... 28

4 EVOLUÇÃO DAS CONDIÇÕES DE MERCADO DA SUCATA METÁLICA NO BRASIL ... 31

4.1 OFERTA DE SUCATA ...................................................................................................................... 31

4.2 COMÉRCIO INTERNACIONAL .......................................................................................................... 36

5 ANÁLISE DE IMPACTO AMBIENTAL ........................................................................................ 42

5.1 MENOR CONSUMO DE MATÉRIA PRIMA BRUTA .............................................................................. 42

2
5.2 MENOR CONSUMO DE ENERGIA E COMBUSTÍVEL ........................................................................... 44

5.3 MENORES EMISSÕES ...................................................................................................................... 45

5.4 MENOR GERAÇÃO DE RESÍDUOS .................................................................................................... 47

5.5 REDUÇÃO DO CONSUMO DE RECURSOS HÍDRICOS .......................................................................... 49

6 CONCLUSÕES ................................................................................................................................... 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................... 55

3
SUMÁRIO DE QUADROS

QUADRO 1: PRINCIPAIS TIPOS DE SUCATA METÁLICA .......................................... 9

QUADRO 2: ORIGENS DA SUCATA E ETAPAS DE COMERCIALIZAÇÃO .................. 11

QUADRO 3: PROCESSO DE PRODUÇÃO DE COBRE E DERIVADOS ......................... 14

QUADRO 4: PAC - DADOS COMPARATIVOS DAS EMPRESAS COMERCIAIS DE

RESÍDUOS E SUCATAS: BRASIL – 2015/2016 .................................................................... 17

QUADRO 5: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPREGADOS NO SETOR DE COMÉRCIO

ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS ............................................................................. 18

QUADRO 6: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPREGADOS NO SETOR DE COMÉRCIO

ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS .......................................................... 19

QUADRO 7: EVOLUÇÃO POR ESTADO DO NÚMERO DE EMPREGADOS NO SETOR DE


COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS ........................................ 20

QUADRO 8: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS NO SETOR DE

COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS ........................................ 21

QUADRO 9: ESTABELECIMENTOS DO COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E

SUCATAS METÁLICOS (2016) ........................................................................................... 21

QUADRO 10: DISTRIBUIÇÃO POR ESTADO DOS EMPREENDIMENTOS DO COMÉRCIO


ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS NO BRASIL EM 2016 ......................... 22

QUADRO 11: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS DO COMÉRCIO

ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO .............. 23

QUADRO 12: CONSUMO E GERAÇÃO DE SUCATA FERROSA ................................ 24

4
QUADRO 13: PROCEDÊNCIA DA SUCATA FERROSA CONSUMIDA NO PAÍS POR ANO
........................................................................................................................................ 25

QUADRO 14: RELAÇÃO ENTRE AÇO PRODUZIDO E SUCATA CONSUMIDA ............ 25

QUADRO 15: RELAÇÃO CONSUMO DE SUCATA FERROSA/ PRODUÇÃO DE AÇO ... 26

QUADRO 16: ESTIMATIVA DO TAMANHO E DISTRIBUIÇÃO DO MERCADO DE SUCATA


FERROSA NO BRASIL (POR ANO) ....................................................................................... 27

QUADRO 17: EVOLUÇÃO DO CONSUMO DE SUCATA METÁLICA NÃO FERROSAS –


ALUMÍNIO E COBRE (103 TON) ........................................................................................... 27

QUADRO 18: EXEMPLOS DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA PREPARAÇÃO DE

SUCATA METÁLICA- PRENSAS .......................................................................................... 28

QUADRO 19: EXEMPLOS DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA PREPARAÇÃO DE

SUCATA METÁLICA- MANIPULADORES ............................................................................ 29

QUADRO 20: ESTIMATIVA DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PELAS EMPRESAS

BRASILEIRAS DE COMÉRCIO DE SUCATA METÁLICA .......................................................... 29

QUADRO 21: PRINCIPAIS PRODUTORES MUNDIAIS DE AÇO ................................. 32

QUADRO 22: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE AÇO NO BRASIL ............................. 33

QUADRO 23: EVOLUÇÃO DO ÍNDICE MENSAL DE PRODUÇÃO FÍSICA DE SEGMENTOS


SELECIONADOS (MÉDIA DE 2012 = 100) ........................................................................... 34

QUADRO 24: EVOLUÇÃO DO ÍNDICE MENSAL DE PRODUÇÃO FÍSICA DE

EMBALAGENS METÁLICAS (MÉDIA DE 2012 = 100) .......................................................... 35

QUADRO 25: CLASSIFICAÇÃO NCM DA SUCATA FERROSA ................................ 36

QUADRO 26: BALANÇA COMERCIAL DA SUCATA FERROSA ................................ 37

5
QUADRO 27: BALANÇA COMERCIAL DA SUCATA FERROSA (MILHÕES DE USD
FOB) ............................................................................................................................... 37

QUADRO 28: PREÇO MÉDIO (US$/KG) DAS EXPORTAÇÕES E DAS IMPORTAÇÕES

BRASILEIRAS DE ALGUNS TIPOS DE SUCATA FERROSA ...................................................... 38

QUADRO 29: PRINCIPAIS IMPORTADORES BRASILEIROS DE SUCATA DE FERRO E DE


AÇO, EM 2017 .................................................................................................................. 39

QUADRO 30: PRINCIPAIS EXPORTADORES DE SUCATA DE FERRO E DE AÇO ........ 39

QUADRO 31: CLASSIFICAÇÃO NCM DA SUCATA NÃO FERROSA ........................ 40

QUADRO 32: BALANÇA COMERCIAL DA SUCATA DE COBRE (MILHÕES DE USD


FOB) ............................................................................................................................... 40

QUADRO 33: BALANÇA COMERCIAL DA SUCATA DE ALUMÍNIO (MILHÕES DE USD


FOB) ............................................................................................................................... 41

QUADRO 34: AÇO BRUTO PRODUZIDO A PARTIR DA RECICLAGEM ..................... 42

QUADRO 35: GANHOS RELACIONADOS AO MENOR CONSUMO DE MATERIAL BRUTO


EM 2017 ........................................................................................................................... 43

QUADRO 36: ECONOMIA DE ENERGIA COM A UTILIZAÇÃO DE SUCATA PARA A

PRODUÇÃO DE AÇO .......................................................................................................... 44

QUADRO 37: EMISSÕES DE CO2 EQUIVALENTE EVITADAS ................................. 46

QUADRO 38: EMISSÕES POR TIPO DE FORNO ...................................................... 46

QUADRO 39: EMISSÕES EVITADAS (1.000 TON) ................................................. 47

QUADRO 40: CONSUMO DE ÁGUA NA PRODUÇÃO DE AÇO .................................. 50

QUADRO 41: VAZÕES DE RETIRADA PARA A SIDERURGIA .................................. 51


6
QUADRO 42: ECONOMIA DE ÁGUA DECORRENTE DA RECICLAGEM DE FERRO E AÇO
........................................................................................................................................ 52

QUADRO 43: PAINEL DE INDICADORES INESFA .................................................. 54

7
1 INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é apresentar um painel de indicadores de desempenho


do comércio atacadista de sucatas metálicas para as empresas associadas ao Instituto
Nacional das Empresas de Preparação de Sucata Não Ferrosa e de Ferro e Aço
(“INESFA”), entidade nacional representante do setor.

O painel foi concebido para atender os seguintes objetivos:

i. permitir a avaliação e o monitoramento permanente do segmento;


ii. propiciar informações essenciais do setor para a sociedade civil,
explicitando a importância socioambiental do segmento;
iii. servir de subsídio para a formulação de sugestões de políticas públicas;
e
iv. organizar um subconjunto de indicadores que possa ser divulgado para
analistas e público em geral, nacional e internacional, com periodicidade
regular.

Este Estudo está dividido em seis seções, incluindo esta introdução.

A Seção 2 descreve brevemente o setor, apresentando as principais


características das sucatas metálicas, ferrosas e não ferrosas. A Seção 3 destaca o
dimensionamento do mercado nacional de sucata, incluindo o número de empresas, a
organização espacial, o número de empregos, entre outros elementos.

A Seção 4 apresenta a evolução das condições de mercado da sucata ferrosa no


Brasil. A Seção 5 aborda as questões ambientais relacionadas à reciclagem de sucata
metálica ferrosa. A Seção 6 traz as principais conclusões sobre o trabalho, incluindo os
dados compilados na forma de um painel de indicadores.

Este Parecer está baseado em fontes públicas, devidamente referenciadas ao


longo do texto.

8
2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE COMÉRCIO
ATACADISTA DE SUCATA METÁLICA

Esta seção visa apresentar um descritivo geral do comércio atacadista de sucata


metálica. Os materiais comercializados no mercado atacadista de sucata metálica podem
ser separados em dois grandes grupos: as sucatas ferrosas e as não-ferrosas.

O Quadro 1 traz alguns dos principais tipos de metais e suas principais


aplicações.

QUADRO 1: PRINCIPAIS TIPOS DE SUCATA METÁLICA


Tipo Aplicação
Ferrosas
Ferro e Aço Peças de automóveis, equipamentos em geral, construção, estruturas,
rolamentos, tubos, chapas e vigas
Aço-inox Tubos e chapas, equipamentos para indústria química e para a indústria
alimentícia
Não ferrosas
Alumínio Latas de bebidas, esquadrias, indústria automobilística e construção civil
Bronze Buchas, tubos, válvulas, joias, estátuas
Chumbo Mantas isolantes, pigmentos, soldas e munições
Cobre Cabos condutores, enrolamentos elétricos, tubos e placas eletroeletrônicas
Estanho Ligas para soldas, proteção de materiais
Elaboração: GO Associados.

As empresas atuantes neste mercado são responsáveis por coletar, classificar,


processar e fornecer as sucatas metálicas à indústria de transformação, que os utiliza para
a produção do aço. Seus clientes são as indústrias siderúrgicas e fundições, as quais
buscam reduzir insumos associados ao uso de matéria prima virgem.

2.1 Sucata metálica ferrosa

Dentre os materiais metálicos passíveis de reciclagem, merece atenção a sucata


ferrosa, pois trata-se de um dos materiais mais reciclados no mundo (Hartman, 2009).
Existem duas rotas tecnológicas para a produção de aço: usina integrada e usina semi-
integrada. Pelo procedimento tradicional, os lingotes feitos com o ferro-gusa são usados

9
para produzir ferro fundido e aço, ao extrair o carbono em excesso nos fornos “LD”1.
Esse procedimento dá origem aos chamados materiais primários ou produção integrada.
A produção integrada envolve as três fases básicas da produção de aço: a redução do
minério de ferro, o refino e a laminação.

Nas aciarias semi-integradas, o ferro-gusa e a sucata ferrosa são misturados para


a produção de aço em fornos elétricos (“EAF”)2. A produção semi-integrada não inclui a
fase da redução do óxido de ferro presente no minério, iniciando-se o processo na aciaria
já a partir do ferro-gusa ou da sucata. Trata-se de uma rota tecnológica mais compacta e
que tem como matéria prima principal a sucata.

As especificações de sucata ferrosa estão previstas na norma ABNT NBR -


16229: 2013 (Sucata de Ferro Fundido e Aço). Esse tipo de sucata pode ser proveniente
da própria indústria de aço e de outros setores que fazem uso deste material, além de
carcaça de veículos, máquinas e equipamentos, eletrodomésticos (linha branca), barras e
vigas de reforço na construção civil, trilhos de ferrovias.

Considerando esses tipos de sucata ferrosa, é possível dividi-la em quatros


diferentes grupos, de acordo com a sua origem:

i. Geração interna: é o aço sucateado na própria usina, que normalmente é


redirecionado para o forno;
ii. Geração industrial: resultante de qualquer processamento industrial. É
originária das metalúrgicas, fundições e outras plantas industriais (como a
automobilística). Trata-se de uma sucata de alta qualidade pela
composição química conhecida e pela baixa quantidade de contaminação;
iii. Sucata de obsolescência: originária de todos os materiais considerados
obsoletos e irrecuperáveis para o uso a que estavam destinados. Vêm de

1
A sigla LD refere-se a conversores de oxigênio do tipo Linz-Donawitz.
2
EAF é a sigla para “electric arc furnace”.
10
bens de consumo de ferro ou aço, como automóveis, eletrodomésticos,
entre outros. Incluem aqueles bens e produtos fabricados pela indústria
nacional e os importados; e
iv. Bens de capital sucateados: obtidos na demolição de unidades industriais
ou originados da obsolescência de máquinas e equipamentos.

O ciclo contínuo da sucata envolve uma vasta gama de agentes, incluindo as


siderúrgicas (geradoras de sucata interna), a indústria de bens de consumo e de bens de
capital (geradoras de sucata industrial) e o setor de comércio atacadista de sucata
propriamente dito. Este, por sua vez, é formado por catadores, cooperativas, grandes e
microempresários e, na sua maioria, por empresas de pequeno e médio porte, que atuam
de forma capilarizada na coleta, na triagem, no processamento e na venda de materiais
recicláveis (Quadro 2).

QUADRO 2: ORIGENS DA SUCATA E ETAPAS DE COMERCIALIZAÇÃO

Elaboração: GO Associados.

2.1.1 Sucata de aço

A sucata de aço, principal tipo de sucata ferrosa, tem capacidade de


transformação praticamente infinita e pode ser utilizada em novas aplicações sem perda
de qualidade. Como consequência, o aço é o material mais reciclável do mundo (IABr,
2017). Dados da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (“ABM”)

11
indicam que cerca de 65% do ferro que a indústria usa atualmente e 30% do aço são
provenientes da reciclagem.

2.1.2 Sucata de Aço Inox

O aço inoxidável é utilizado nos mais diversos setores, destacando-se pela


facilidade de limpeza, baixa manutenção e higiene total. A reciclagem de aço inox requer
um tratamento adequado e eliminação de impurezas, utilizando-se equipamentos
específicos.

A Aperam, produtora de aço inox no Brasil, declara que atualmente, a maior


parte da produção mundial da companhia é proveniente de reciclagem. No Brasil, em
2017, a empresa gerou 760,7 mil toneladas de coprodutos e resíduos não perigosos, e
desses reaproveitou 551,48 mil toneladas. Isso significa que praticamente 72,5% do total
de resíduos não perigosos gerados foram reintroduzidos no processo produtivo
(APERAM, 2017).

Destaque-se ainda que a indústria tem se empenhado para aumentar cada vez
mais os índices de reciclagem deste material. Cite-se, por exemplo, o reaproveitamento
de sucatas metálicas de aço carbono/elétricos em frações menores que 12 milímetros. Este
material costumava ser descartado, mas hoje é reciclado nas aciarias.

2.2 Sucata metálica não ferrosa

Sucata não ferrosa é aquela que, como o próprio nome diz, não contém ferro em
sua composição ou possui porcentagem deste material muito baixa. Tratam-se de
materiais não magnéticos e geralmente são mais resistentes à corrosão, característica essa
que permite um maior valor de mercado.

As peças de sucata metálica não ferrosa são utilizadas em diversos segmentos da


indústria, como na fabricação de automóveis, equipamentos industriais e eletroeletrônicos
e em processos de galvanização, além do uso doméstico. Elas possuem diferentes
12
características de acordo com o material principal que as compõe. Por exemplo, a sucata
de alumínio tem como principais características a leveza e a resistência, enquanto que a
sucata de chumbo caracteriza-se pela maleabilidade e resistência à corrosão.

Nas subseções seguintes são apresentadas algumas características dos principais


tipos de sucata de metal não ferroso.

2.2.1 Sucata de Alumínio

O alumínio é um elemento metálico extraído de bauxita. Suas propriedades de


leveza, dureza, resistência à corrosão e condutividade elétrica tornam as ligas que
possuem este material na sua composição apropriadas para diversas finalidades. Contudo,
a destinação mais conhecida para alumínio é, provavelmente, a fabricação de latas para
alimentos e bebidas.

Segundo informações da Associação Brasileira de Alumínio (“ABAL”),


atualmente a reciclagem do material no país acontece com altos índices de eficácia. A
relação entre o volume reciclado e o volume de alumínio consumido é de
aproximadamente 40%. Em relação especificamente às latas de alumínio para bebida, o
índice de reciclagem nacional é de 98% (dados para 2016).

2.2.2 Sucata de Cobre

O cobre é um metal de alta condutibilidade elétrica e térmica, sendo empregado


principalmente na transmissão elétrica e na telefonia. Ele pode ser reciclado/reutilizado
sem perda de suas características. Estima-se que, no Brasil, 50% do cobre produzido pela

13
indústria provenha da reciclagem3, sendo que deste total, parte provém da própria
indústria (cerca de 55%) e parte provém do consumo doméstico (45%).

O Quadro 3 apresenta a cadeia produtiva do cobre, evidenciando como se insere


a reciclagem de sucata no processo.

QUADRO 3: PROCESSO DE PRODUÇÃO DE COBRE E DERIVADOS

Elaboração: GO Associados.

2.2.3 Outras sucatas metálicas

Existem ainda outros tipos de sucatas metálicas que, apesar de serem menos
representativas no mercado brasileiro, não podem ser desconsideradas nesta análise.
Tratam-se das sucatas de níquel, estanho e zinco.

O níquel é um material metálico que possui diversas aplicações. A maior parte


deste material é utilizada na fabricação de aço inoxidável, mas também se usa o níquel
para produção de ligas não metálicas, para fins militares e aeroespaciais e para
galvanização. A reciclagem do níquel é feita principalmente pela indústria de aço
inoxidável.

3
Estimativa da empresa Termomecânica, líder no setor de transformação de metais não ferrosos (cobre e
suas ligas).

14
O estanho é um material utilizado em latas e containers, equipamentos elétricos,
na construção, entre outros itens. Trata-se de um material relativamente escasso, de forma
que sua reciclagem é bastante importante. Por este fato, a sucata de estanho apresenta
valor alto, de forma que a indústria de reciclagem tem se empenhado para melhorar a
eficiência na recuperação deste material.

O zinco é um material que pode ser infinitamente reciclado, por não perder suas
propriedades físicas e químicas durante este processo. Segundo o Instituto de Metais Não-
Ferrosos (“ICZ”), cerca de 30% do suprimento mundial deste metal vêm da reciclagem.
Porém, como os produtos com zinco em sua composição têm uma vida útil longa, os
indicadores de reciclagem deste material são de difícil comparação.

15
3 DIMENSIONAMENTO DO MERCADO NACIONAL DE
SUCATA

O objetivo desta seção é dimensionar o mercado de sucata no Brasil, destacando


sua importância para a economia nacional. O setor de comércio atacadista de sucata
metálica no Brasil tem que trabalhar com informações públicas de fontes diferentes sobre
seu tamanho e a evolução do desempenho. Assim, o objetivo desta seção é oferecer um
panorama mais completo do setor a partir dos dados disponíveis.

A principal fonte de dados secundários sobre o comércio atacadista de sucata


ferrosa é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (“IBGE”). Outras fontes
secundárias importantes são o sistema Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (“MDIC”) e as informações de emprego da Relação Anual de
Informações Sociais (“RAIS”) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(“CAGED”), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego (“MTE”).

A comercialização de sucata é identificada na Classificação Nacional de


Atividades Econômicas (“CNAE 2.0”) do IBGE pela classificação 46.87-7 (Comércio
Atacadista de Resíduos e Sucatas). Esta classe compreende todo tipo de comércio de
resíduos e sucatas, como:

a. Resíduos de fiação e tecelagem;


b. Sucata metálica (ferrosa e não ferrosa) e não metálica (aparas de papel,
bagaço de cana, pó de madeira, plásticos, papel e vidros);
c. Coleta, classificação e separação de bens usados (sem transformação) para
obtenção de peças para reuso.

A subclasse 46.87-7/03 é específica para o Comércio Atacadista de Resíduos e


Sucatas Metálicos, mas os dados públicos não estão disponíveis neste nível de
desagregação.

16
3.1 Informações gerais: Setor de Comércio Atacadista de
Resíduos e Sucatas

O Quadro 4 apresenta uma síntese das informações públicas disponíveis das


empresas comerciais de resíduos e sucatas, em 2015 e 2016. Observe-se que em 2016,
ano da edição mais recente da Pesquisa Anual do Comércio (“PAC”) do IBGE, a classe
de comércio atacadista de resíduos e sucatas auferiu receita operacional líquida de R$
9,75 bilhões, uma redução de 2,2% em relação a 2015, quando a receita operacional
líquida foi de R$ 9,97 bilhões. Contudo, o valor adicionado bruto em 2016 somou R$
2,06 bilhões, um aumento de 19,6% em relação ao ano anterior. A participação da classe
de resíduos e sucatas representa 0,83% do total da receita líquida operacional gerada por
empresas comerciais no país, e 0,44% do valor adicionado gerado por essas empresas.

Ainda segundo as informações apresentadas no Quadro 4, em 2016 o setor


abrangia quase 5,5 mil empresas e empregava 46.990 trabalhadores diretos, valores 1% e
4% maiores que em 2015, respectivamente.

QUADRO 4: PAC - DADOS COMPARATIVOS DAS EMPRESAS COMERCIAIS


DE RESÍDUOS E SUCATAS: BRASIL – 2015/2016
Salários,
Receita Valor
retiradas e
Divisões, grupos e classes operacional adicionado Pessoal
outras Empresas
de atividades líquida bruto ocupado
remunerações
R$ 1.000
2015
Total 10.295.63
3.122.123.144 538.522.106 204.107.923 1.592.968
(empresas comerciais) 7
Resíduos e sucatas 9.974.522 2.056.470 930.602 46.527 5.347
2016
Total 10.030.15
3.263.067.401 555.998.162 214.793.083 1.546.646
(empresas comerciais) 2
Resíduos e sucatas 9.752.989 2.460.480 1.001.714 46.990 5.459
Fonte: PAC-IBGE. Elaboração a análise: GO Associados.

Os números da PAC incluem dados referentes a outros tipos de sucata, que não
aquelas foco deste estudo. Além disso, é possível que os dados utilizados subestimem
algumas informações, como a quantidade de trabalhadores empregados no setor, uma vez
que considera apenas trabalhadores formais declarados pelas empresas da amostra da

17
pesquisa4. Por fim, os últimos dados da PAC referem-se ao ano de 2016, ou seja, há uma
defasagem de dois anos. Assim, para o acompanhamento mais detalhado do desempenho
e da importância do setor de sucata metálica, foram levantadas informações de outras
fontes, tais como RAIS e CAGED, ambos do MTE.

3.2 Empresas e emprego: Setor de Comércio Atacadista de


Resíduos e Sucatas Metálicos

No que se refere ao emprego, o CAGED apresenta dados sobre o número de


empregados formais. No setor de comércio atacadista de resíduos e sucatas, após queda
entre 2015 e 2016, o número de empregados se reestabeleceu com expansões sucessivas,
em 2017 e no primeiro semestre de 2018, atingindo 42.445 vagas até julho/2018 (Quadro
5).

QUADRO 5: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPREGADOS NO SETOR DE


COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS

Fonte: Caged. Elaboração e análise: GO Associados. *Dados até julho/2018.

Especificamente no que diz respeito ao setor de comércio atacadista de resíduos


e sucatas metálicos, os dados públicos estão disponíveis até o ano de 2016, somente.

4
Não são consideradas cooperativas de catadores de sucata e/ou outros tipos de trabalho informal.

18
Contudo, as informações apresentadas pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado de São Paulo (“Fecomércio SP”) trazem dados mais recentes e
demonstram que, após retrações em 2016 e em 2017, o número de empregos no setor
voltou a crescer em 2018, mas ainda encontra-se em nível inferior ao de 2015 (Quadro
6).

QUADRO 6: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPREGADOS NO SETOR DE


COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS

Fonte: RAIS e Fecomércio-SP. Elaboração e análise: GO Associados. *Dados até julho/2018.

O Estado de São Paulo continua sendo o que mais emprega pessoas no setor,
seguido pelos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. O estado paulista emprega
aproximadamente 4 vezes mais o número de pessoas do que os estados mineiro e
fluminense, representando mais de 40% do total das vagas nacionais para este setor
(Quadro 7).

19
QUADRO 7: EVOLUÇÃO POR ESTADO DO NÚMERO DE EMPREGADOS NO
SETOR DE COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS
2014 2015 2016 %
São Paulo 10.026 9.258 8.773 43%
Minas Gerais 2.615 2.421 2.341 11%
Rio de Janeiro 2.517 2.399 2.193 11%
Paraná 1.277 1.266 1.291 6%
Rio Grande do Sul 1.224 1.185 1.099 5%
Santa Catarina 1.067 1.020 1.006 5%
Pernambuco 681 621 635 3%
Bahia 637 597 572 3%
Rio Grande do Norte 486 376 361 2%
Goiás 300 307 273 1%
Pará 174 237 266 1%
Mato Grosso 252 249 263 1%
Espírito Santo 250 247 226 1%
Ceará 227 216 205 1%
Mato Grosso do Sul 198 238 179 1%
Distrito Federal 176 192 177 1%
Paraíba 105 105 109 1%
Alagoas 95 84 109 1%
Maranhão 92 115 105 1%
Rondônia 118 87 76 0%
Sergipe 99 69 72 0%
Amazonas 152 97 68 0%
Amapá 21 31 34 0%
Tocantins 25 30 31 0%
Acre 22 24 16 0%
Piauí 20 33 16 0%
Roraima 8 11 15 0%
Total 22.864 21.515 20.511 100%
Fonte: RAIS. Elaboração e análise: GO Associados.

Com relação ao número de estabelecimentos, a RAIS registra 5.131 empresas


do comércio atacadista de resíduos e sucatas metálicos no país em 2016, um número
inferior ao registrado nos dois anos anteriores (queda anual de cerca de 1,6%).

20
QUADRO 8: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS NO SETOR
DE COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS

Fonte: RAIS e FecomércioSP. Elaboração e análise: GO Associados.

Em relação ao tamanho destes estabelecimentos, observa-se que ainda são


predominantes os menores estabelecimentos, com até quatro empregados (Quadro 9). Em
todas as faixas de tamanho houve redução do número de empresas atuantes, com exceção
dos estabelecimentos com 250 a 499 empregados, que registrou um estabelecimento em
2014 e dois em 2015. As empresas que possuem até quatro empregados são a grande
maioria, representando quase 77% do total de estabelecimentos. Este número permaneceu
relativamente constante no período analisado, de 2014 a 2016.

QUADRO 9: ESTABELECIMENTOS DO COMÉRCIO ATACADISTA DE


RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS (2016)
Nº empregados
2014 2015 2016
4.093 4.031 3.940
Até 4
(75,9%) (76,3%) (76,8%)
694 696 644
De 5 a 9
(12,9%) (13,2%) (12,6%)
386 342 347
De 10 a 19
(7,2%) (6,5%) (6,8%)
167 171 154
De 20 a 49 (3,1%) (3,2%) (3,0%)
42 38 36
De 50 a 99
(0,8%) (0,7%) (0,7%)
10 6 8
De 100 a 249
(0,2%) (0,1%) (0,2%)
1 2 2
De 250 a 499
(0,0%) (0,0%) (0,0%)
5.393 5.286 5.131
Total
(100%) (100%) (100%)
Fonte: RAIS. Elaboração e análise: GO Associados.

21
Ainda de acordo com as informações disponibilizadas pela RAIS, verifica-se que
o Estado de São Paulo concentra a maior parte dos estabelecimentos voltados ao comércio
atacadista de resíduos e sucata metálicos (Quadro 10), onde estão 43% do total de
estabelecimentos ativos no país em 2016 (último ano para o qual existe essa informação).

QUADRO 10: DISTRIBUIÇÃO POR ESTADO DOS EMPREENDIMENTOS DO


COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS NO
BRASIL EM 2016
Estado N° empreendimentos %
SP 2.206 43,0%
MG 625 12,2%
RS 465 9,1%
PR 368 7,2%
SC 267 5,2%
RJ 243 4,7%
BA 145 2,8%
PE 121 2,4%
MT 104 2,0%
PA 72 1,4%
GO 72 1,4%
CE 60 1,2%
MS 60 1,2%
ES 56 1,1%
RN 34 0,7%
DF 34 0,7%
RO 31 0,6%
MA 30 0,6%
PB 31 0,6%
AL 29 0,6%
SE 20 0,4%
AP 8 0,2%
TO 12 0,2%
PI 12 0,2%
AC 4 0,1%
RR 3 0,1%
PI 12 0,2%
Total 5.131 100,0%
Fonte: RAIS. Elaboração e análise: GO Associados.

Apesar de manter-se como líder em relação ao número de estabelecimentos e de


pessoas empregadas na área, o estado paulista vem apresentando redução em relação a
esses dois quesitos. O número de pessoas empregadas caiu de 10.026 para 8.773 entre
22
2014 e 2016 (redução de 12%) e o número de estabelecimentos diminuiu 8,3% no mesmo
período.

O Quadro 11 apresenta a evolução no número de estabelecimentos no Estado de


São Paulo desde 2007. Verifica-se que, após alguns anos mantendo-se num patamar por
volta de 2.400 estabelecimentos, em 2016 esse número atingiu o nível mais baixo do
período, de 2.206 estabelecimentos.

QUADRO 11: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS DO


COMÉRCIO ATACADISTA DE RESÍDUOS E SUCATAS METÁLICOS NO
ESTADO DE SÃO PAULO

Fonte: RAIS. Elaboração e análise: GO Associados.

Os dados da PAC, da RAIS e do CAGED, entretanto, são discrepantes das


estatísticas do INESFA, que estima que, no território nacional, as empresas de comércio
de sucata de aço no país empregam em torno de 1,5 milhões de trabalhadores direta e
indiretamente, sendo cerca de 800.000 catadores de materiais recicláveis, segundo
estimativa do Movimento Nacional de Catadores (MNC).

3.3 Geração e consumo

Sucata ferrosa

No que se refere à geração e ao consumo de sucata ferrosa, o Erro! Fonte de


referência não encontrada., elaborado a partir de informações do Instituto Aço Brasil
23
(“IABr”), destaca os principais números do setor siderúrgico. Verifica-se que, após um
pico no consumo de sucata para geração de aço bruto em 2013, houve uma queda nos
anos seguintes, com leve recuperação em 2017 (de 6,4% em relação ao ano anterior).

QUADRO 12: CONSUMO E GERAÇÃO DE SUCATA FERROSA


Variação do
Geração Consumo de sucata
Consumo consumo em Geração Produção de
de fontes / Produção de aço
de sucata relação ao interna aço bruto
externas bruto
ano anterior
2005 8.125 - 3.083 5.042 31.610 25,7%
2006 8.544 5,2% 2.973 5.571 30.901 27,7%
2007 8.853 3,6% 2.876 5.977 33.782 26,2%
2008 9.405 6,2% 3.423 5.982 33.716 27,9%
2009 7.452 -20,8% 2.229 5.223 26.506 28,1%
2010 9.321 25,1% 2.396 6.925 32.948 26,3%
2011 9.992 7,2% 2.305 7.687 35.220 28,4%
2012 8.928 -10,6% 2.859 6.069 34.682 29,5%
2013 10.345 15,9% 3.054 7.291 34.163 30,3%
2014 9.615 -7,1% 2.969 6.646 33.897 28,4%
2015 9.323 -3,0% 3.446 5.936 33.256 28,0%
2016 8.381 -10,1% 2.779 5.602 31.275 26,8%
2017 8.920 6,4% 3.166 5.754 34.371 25,9%
Fonte: IABr. Elaboração e análise: GO Associados. *Em 1.000 toneladas.

Destaque-se ainda que a sucata ferrosa utilizada para produção de aço é dividida
entre geração interna (siderúrgica) e geração de fontes externas (sucateiros) na proporção
de aproximadamente 1:2, com poucas variações ao longo dos anos (Quadro 13), mas uma
tendência de aumento do consumo de sucata de geração interna a partir de 2011.

24
QUADRO 13: PROCEDÊNCIA DA SUCATA FERROSA CONSUMIDA NO PAÍS
POR ANO

Fonte: IABr. Elaboração e análise: GO Associados.

É possível inferir a partir dos dados do Quadro 12 que, após uma tendência de
aumento no consumo de sucata nas aciarias entre 2005 e 2013, a relação “Consumo de
sucata/produção de aço bruto” apresentou quedas sistemáticas até 2017 (Quadro 14). Isso
significa que, nos últimos quatro anos, tem-se utilizado menos sucata por tonelada de aço
bruto produzido nacionalmente.

QUADRO 14: RELAÇÃO ENTRE AÇO PRODUZIDO E SUCATA CONSUMIDA

Fonte: IABr. Elaboração e análise: GO Associados. *Em 1.000 toneladas.

Há espaço para ampliação da utilização da sucata ferrosa nas aciarias no Brasil,


não apenas para se recuperar a participação deste material na produção de aço para níveis
mais elevados, como o verificado em 2013, mas também porque, historicamente, o país
25
aproveita pouco este material. Destaque-se que a média mundial da participação da sucata
na produção de aço bruto foi de 35,5% em 2016. Além disso, há países em que a relação
“consumo de sucata de ferro e aço/produção de aço bruto” chega a bem maiores, como
apresentado no Quadro 15.

QUADRO 15: RELAÇÃO CONSUMO DE SUCATA FERROSA/ PRODUÇÃO DE


AÇO
País %
Turquia 80,8
Estados Unidos 72,1
União Europeia 55,5
Coreia do Sul 43,0
Rússia 39,9
Mundo (média) 35,5
Japão 34,2
Brasil 25,9
China 17,8
Fonte: Bureau of International Recycling - BIR, 2016.

A partir do cruzamento de dados das fontes públicas disponíveis (Conselho


Administrativo de Defesa Econômica – Cade5, Anuário IABR e Relatórios de
Sustentabilidade de diversas empresas), foi possível regionalizar o mercado brasileiro de
sucata ferrosa. O Quadro 16 traz a localização e o consumo potencial estimado de sucata
de ferro, considerando as principais usinas demandantes. Destaque-se que a informação
trazida no referido quadro se encontra subestimada, pois foram consideradas apenas as
usinas produtoras de aços longos e aquelas que possuem fornos elétricos. Além disso, por
falta de informação, não foram consideradas algumas empresas, tais como Aperam (MG),
Vallourec (MG) e Vilares (SP).

5
Informações disponibilizadas no âmbito do Ato de Concentração nº 08700.002165/2017-97, entre
ArcelorMittal e Votorantim.

26
QUADRO 16: ESTIMATIVA DO TAMANHO E DISTRIBUIÇÃO DO MERCADO
DE SUCATA FERROSA NO BRASIL (POR ANO)

Fonte: IABr, Cade, Relatórios de sustentabilidade.

Sucata não ferrosa

No que se refere à geração e ao consumo de sucata não ferrosa, as informações


públicas disponíveis dizem respeito apenas à reciclagem de alumínio e cobre. Os valores
sobre estes dois metais são apresentados no Quadro 17.

QUADRO 17: EVOLUÇÃO DO CONSUMO DE SUCATA METÁLICA NÃO


FERROSAS – ALUMÍNIO E COBRE (103 TON)
2014 2015 2016 2017
Alumínio* 596 602 576 683
Cobre** 120 120 90 n/d
Fontes: Abal e Abcobre. Elaboração e análise: GO Associados.
*Material reciclado; ** Material gerado.

Com relação à reciclagem de alumínio, verifica-se que o ano de 2017 apresentou


o maior valor de material reciclado: 683 mil toneladas. Além disso, destaque-se que,
historicamente, praticamente metade da reciclagem de alumínio refere-se à reciclagem de

27
latas de bebidas. O Brasil é o país que mais recicla este tipo de material, com um índice
de reciclagem de quase 100%.

Já em relação ao cobre, observa-se uma redução de 25% no consumo de sucata


no Brasil em 2016, último ano para o qual se tem registro. A redução da sucata de cobre
tem sido observada globalmente. Em 2011, por exemplo, a taxa mundial de adição de
material reciclado para a produção de cobre era de aproximadamente 35%, mas caiu para
praticamente 29% em 2015 (Abcobre, 2017).

3.1 Infraestrutura

Levantamento conduzido pelo Inesfa estima que, por todo o país, para manter o
funcionamento do setor de reciclagem de sucata metálica, são utilizados atualmente cerca
de 50.000 unidades dos mais diversos equipamentos (Quadro 20): caminhões, caçambas,
prensas, prensas tesoura, shedderes, manipuladores e pás carregadoras.

QUADRO 18: EXEMPLOS DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA


PREPARAÇÃO DE SUCATA METÁLICA- PRENSAS

Fonte: Acervo GO Associados.

28
QUADRO 19: EXEMPLOS DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA
PREPARAÇÃO DE SUCATA METÁLICA- MANIPULADORES

Fonte: Acervo GO Associados.

Os equipamentos mais utilizados pelas empresas de comércio atacadista de


sucata metálica são caçambas e caminhões. Hoje em dia, as empresas que atuam no setor
utilizam, ao todo, cerca 43 mil caçambas e 3 mil caminhões. Estes itens devem ser
considerados como os mais essenciais para a condução dos negócios no setor.

Outros equipamentos, tais como manipuladores, prensas e pás carregadeiras


também são bastante utilizadas, ao passo que tesouras e trituradores são menos comuns.
Um dos prováveis motivos para que esses últimos sejam menos utilizados pelas empresas
do setor pode ser que geralmente tais equipamentos devem ser importados, gerando
elevados investimentos, além do alto tempo de espera decorrente dos trâmites para
importação.

QUADRO 20: ESTIMATIVA DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PELAS


EMPRESAS BRASILEIRAS DE COMÉRCIO DE SUCATA METÁLICA
Equipamento Unidades
Caçambas 43.000
Caminhões 3.000
Manipuladores 600
Prensas 400
Pá carregadeiras 200
Tesouras 200
Prensas Tesoura 100
Shredder 40
Fonte: Inesfa. Elaboração: GO Associados.

29
Ao longo dos anos, para a estruturação do mercado, estima-se que já foram
realizados investimentos de mais de R$ 3,8 bilhões pelas empresas deste ramo.

30
4 EVOLUÇÃO DAS CONDIÇÕES DE MERCADO DA
SUCATA METÁLICA NO BRASIL

Nesta seção, serão avaliadas as condições de mercado da sucata metálica no


Brasil dando ênfase à oferta nacional de sucata e ao mercado internacional.

4.1 Oferta de Sucata

Esta subseção traz informações sobre as principais fontes de sucata metálica, ou


seja, ferrosa e não ferrosa.

Sucata ferrosa

No que diz respeito à geração interna de sucata ferrosa, essa é derivada da


produção de aço: quanto maior a produção de aço, maior será a demanda desse tipo de
sucata. Segundo a Worldsteel Association6, o Brasil é o 9° maior produtor de aço do
mundo (Quadro 21).

6
Informações disponíveis em: https://www.worldsteel.org/media-centre/press-releases/2018/world-steel-
in-figures-2018.html

31
QUADRO 21: PRINCIPAIS PRODUTORES MUNDIAIS DE AÇO
Posição País 106 toneladas
1 China 831,7
2 Japão 104,7
3 Índia 101,4
4 EUA 81,6
5 Rússia 71,3
6 Coreia do Sul 71
7 Alemanha 43,4
8 Turquia 37,5
9 Brasil 34,4
10 Itália 24,1
Fonte: Worldsteel.

O Quadro 22 mostra a evolução da produção nacional de aço nos últimos cinco


anos. Verifica-se que, após presenciar uma queda anual de produção desde 2013 (CAGR7
= -2,2%), em 2017 a produção nacional de aço voltou a crescer, atingindo
aproximadamente 34,4 milhões de toneladas, um aumento de aproximadamente 9,9% em
relação ao ano anterior. Em 2018, até o mês de julho, a produção já havia passado de 17
milhões de toneladas, quase 3% maior do que a produção no mesmo período de 2017
(IABr, 2018).

7
Compound Annual Growth Rate. Representa uma taxa de crescimento composta de um determinado
período.

32
QUADRO 22: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE AÇO NO BRASIL
(1.000 TONELADAS)

Fonte: IABr. Elaboração e análise: GO Associados.

Uma explicação para os valores dos últimos dois anos é o mercado internacional.
Segundo o INESFA, em 2018, mesmo em meio à desaceleração da economia, as
siderúrgicas estão maximizando a produção de aço para atender o mercado externo e
potenciais setores da economia nacional, como a indústria automobilística e o setor da
construção civil8. Por isso, segundo a visão do Instituto, há uma consequente maior
procura por sucata ferrosa.

O Quadro 23 mostra a evolução do índice de produção física de alguns


segmentos que são intensivos em aço, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal –
Produção Física (“PIM-PF”) do IBGE. Verifica-se que, todos os setores apresentaram
queda de produção entre 2015 e 2016, mas vêm se recuperando a partir de 2018. Esses

8
Mais informações, ver: https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/apesar-de-retracao-
empresas-de-sucata-metalica-mantem-contratacoes/

33
dados corroboram a tese do INESFA, de que o incremento da recente produção de aço no
país tem como foco atual o mercado internacional.

QUADRO 23: EVOLUÇÃO DO ÍNDICE MENSAL DE PRODUÇÃO FÍSICA DE


SEGMENTOS SELECIONADOS (MÉDIA DE 2012 = 100)

Fonte: PIM – PF/IBGE. Elaboração e análise: GO Associados.

Sucata não ferrosa

Sabe-se que existe um movimento de aumento da participação de embalagens


não metálicas em mercados historicamente cativos, como o de latas. Assim, estas têm
cedido espaço para plásticos e para embalagens cartonadas longa vida. Registre-se que a
recente tentativa de ingresso (ou retorno) das latas de aço no segmento de bebidas não foi
plenamente implementada. Mesmo no segmento de tintas e vernizes já surgem
sucedâneos para as tradicionais latas de aço. De fato, o Quadro 24 mostra a evolução da
produção de embalagens metálicas desde 2014, evidenciando uma tendência de queda.

34
QUADRO 24: EVOLUÇÃO DO ÍNDICE MENSAL DE PRODUÇÃO FÍSICA DE
EMBALAGENS METÁLICAS (MÉDIA DE 2012 = 100)

Fonte: PIM–PF/IBGE. Elaboração e análise: GO Associados.

Contudo, em paralelo a essa queda na produção, vêm ocorrendo um aumento no


incentivo e na conscientização da população acerca da importância da separação de
resíduos para reciclagem. Vale destacar que a implementação da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), que induz à criação e o desenvolvimento de
cooperativas e outras formas de associações de catadores de materiais recicláveis, trouxe
condições para a estruturação deste mercado, favorecendo o incremento nos índices de
reciclagem de metais. Por fim, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública
e Resíduos Especiais (“Abrelpe”), demonstrou, em suas publicações anuais sobre a
situação dos resíduos sólidos no Brasil, que a quantidade de municípios com iniciativas
para coleta seletiva de resíduos vem crescendo ano a ano.

Como consequência, verifica-se uma melhoria nos níveis de reciclagem de


materiais metálicos, como embalagens. Por exemplo, segundo a Associação Brasileira do
Alumínio (“Abal”), hoje a relação entre o volume de reciclado deste material e o consumo
doméstico é de 38,5%, superior à média mundial, de 27,1%9. Em 2015, o país reciclou

9
Dados de 2014.

35
602 mil toneladas de alumínio e, deste total, 292,5 mil toneladas referem-se à sucata de
latas de alumínio para bebidas, o que corresponde a 97,9% do total de embalagens
consumidas naquele ano.

4.2 Comércio internacional

Sucata ferrosa

A sucata ferrosa é classificada na posição 72.04 da Nomenclatura Comum do


Mercosul (“NCM”). A posição compreende cinco subposições, conforme mostra o
Quadro 25.

QUADRO 25: CLASSIFICAÇÃO NCM DA SUCATA FERROSA


72.04 Desperdícios e resíduos de ferro fundido, ferro ou aço; desperdícios de ferro ou aço, em
lingotes.
7204.10.00 Desperdícios e resíduos de ferro fundido
7204.20.00 Desperdícios e resíduos de ligas de aços:
7204.21.00 De aços inoxidáveis
7204.29.00 Outros
7204.30.00 Desperdícios e resíduos de ferro ou aço estanhados
7204.40.00 Outros desperdícios e resíduos:
7204.41.00 Resíduos do torno e da fresa, aparas, lascas ("meulures"), pó de serra, limalhas e
desperdícios da estampagem ou do corte, mesmo em fardos
7204.49.00 Outros desperdícios e resíduos de ferro ou aço
7204.50.00 Desperdícios em lingotes
Elaboração: GO Associados.

O Brasil é tradicionalmente exportador líquido de sucata ferrosa. O Quadro 26


mostra que a balança comercial destes materiais, em volume, atingiu 654 mil toneladas
em 2016, caindo para 572 mil toneladas em 2017.

O superávit em dólares dos mesmos anos analisados é apresentado no Quadro


27, destacando um saldo positivo de 180 milhões de dólares em 2017, 32% maior que em
2016.

36
QUADRO 26: BALANÇA COMERCIAL DA SUCATA FERROSA
(MILHÕES DE KG)

Fonte: Comex Stat. Elaboração GO Associados.

QUADRO 27: BALANÇA COMERCIAL DA SUCATA FERROSA


(MILHÕES DE USD FOB)

Fonte: Comex Stat. Elaboração GO Associados.

O Quadro 28 mostra a evolução dos preços médio das exportações e das


importações brasileiras de sucata ferrosa desde 2014. Verifica-se que o valor da sucata
proveniente de aços inoxidáveis é consideravelmente mais elevado do que dos demais
tipos de desperdícios de aço, variando de US$ 0,85 (importações em 2015) até
aproximadamente US$ 1,60 (exportações em 2014). O valor deste material apresentou

37
uma tendência de aumento de preço, tanto nas importações quanto nas exportações, nos
últimos três anos.

QUADRO 28: PREÇO MÉDIO (US$/KG) DAS EXPORTAÇÕES E DAS


IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ALGUNS TIPOS DE SUCATA FERROSA

Fonte: Comex Stat. Elaboração e análise: GO Associados. *Dados até julho/2018.

Conforme mostra o Quadro 29, os principais países importadores da sucata


ferrosa brasileira são asiáticos: Bangladesh (33%), Índia (24%) e Paquistão (17%). Já o
principal exportador (Quadro 30), que abastece o mercado nacional, é o Paraguai (60%).

As exportações e as importações de sucata do Brasil representam, cada uma,


menos de 1% do total de exportações e importações mundiais. Assim, apesar de sua
economia, de seu território e de sua população, o Brasil pode ser considerado como um
país “pequeno” no comércio mundial de sucata, no sentido de que a sua oferta e demanda
não são capazes de influenciar o preço internacional da sucata.

38
QUADRO 29: PRINCIPAIS IMPORTADORES BRASILEIROS DE SUCATA DE
FERRO E DE AÇO, EM 2017

Fonte: Comex Stat. Elaboração e análise: GO Associados.

QUADRO 30: PRINCIPAIS EXPORTADORES DE SUCATA DE FERRO E DE AÇO

Fonte: Trademap (ITC). Elaboração e análise: GO Associados. * Valor


exportado (mil US$) de escória, desperdícios e outros resíduos da produção
de ferro e aço – Produto 2619)

Sucata não ferrosa

Para a análise do comércio internacional de sucata metálica não-ferrosa, foram


considerados os seguintes materiais: Alumínio, Cobre, Estanho, Níquel e Zinco. A
classificação de sucata desses materiais segundo a NCM é apresentada no Quadro 31.

39
QUADRO 31: CLASSIFICAÇÃO NCM DA SUCATA NÃO FERROSA
7602.00.00 Desperdícios e resíduos, e sucata, de alumínio
7404.00.00 Desperdícios e resíduos, e sucata, de cobre
8002.00.00 Desperdícios e resíduos, e sucata, de estanho
7503.00.00 Desperdícios e resíduos, e sucata, de níquel
7902.00.00 Desperdícios e resíduos, e sucata, de zinco
Elaboração: GO Associados.

O Brasil é exportador líquido de sucatas de cobre, estanho e níquel e, até 2016,


também apresentava balança comercial positiva e significativa de sucata de zinco. Por
outro lado, o país possui balança comercial negativa para sucata de alumínio. Os quadros
a seguir, trazem os dados da balança comercial de sucatas de cobre e alumínio, que
possuem valores mais expressivos do que os demais metais.

Segundo informações apresentadas no Quadro 32, observa-se que o superávit


em dólares do comércio de desperdícios de cobre foi de US$ 39 milhões em 2017, com
crescimento de 86% em relação ao ano anterior. Por outro lado, o déficit do comércio de
desperdício de alumínio foi de US$ 63 milhões, um aumento de 75%, como destacado no
Quadro 33.

QUADRO 32: BALANÇA COMERCIAL DA SUCATA DE COBRE


(MILHÕES DE USD FOB)

Fonte: Comex Stat. Elaboração e análise: GO Associados.

40
QUADRO 33: BALANÇA COMERCIAL DA SUCATA DE ALUMÍNIO
(MILHÕES DE USD FOB)

Fonte: Comex Stat. Elaboração e análise: GO Associados.

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME, 2018), referentes a


2016, os principais destinos das sucata de cobre exportada pelo Brasil foram China (54%)
e Coreia do Sul (18%). Já as importações brasileiras de sucata de alumínio são
provenientes principalmente de México (25%), Guatemala (13%) e África do Sul (11%).

41
5 ANÁLISE DE IMPACTO AMBIENTAL

A reciclagem é um fator crítico e fundamental para a mitigação dos efeitos


negativos ao meio ambiente. No setor siderúrgico a reciclagem gera externalidades
positivas altíssimas ao meio ambiente, permitindo redução da emissão de poluentes,
diminuição no consumo de energia e menor geração de escória, entre outros benefícios.

Segundo o IABr, desde 2015 o conceito de economia circular passou a fazer


parte do discurso dos principais atores do mercado. A transição para uma produção 100%
alimentada por materiais secundários será gradativa, mas, segundo o Instituto, pode ser
plenamente concretizada a longo prazo (IABr, 2017).

Nas subseções a seguir, serão tratados alguns dos principais ganhos ambientais
decorrentes da reciclagem de sucata metálica. Para as estimativas de ganhos ambientais
relacionados à sucata ferrosa, considerou-se o consumo de sucata de ferro e aço para cada
ano estimado pelo IABr e já apresentado neste Estudo, no Quadro 12. Também,
considerou-se que 30% do aço gerado no país é proveniente de reciclagem, ou seja, que
foram produzidos os volumes de aço bruto a partir da reciclagem apresentados no Quadro
34.

QUADRO 34: AÇO BRUTO PRODUZIDO A PARTIR DA RECICLAGEM


(EM 1.000 TONELADAS)

Fonte: IABr e Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração.

5.1 Menor consumo de matéria prima bruta

A reciclagem de matérias reduz a necessidade de utilização de matéria prima


bruta. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana
42
(Environmental Protect Agency – “EPA”), a reciclagem de materiais metálicos pode gerar
uma redução no uso de matéria virgem de até 90%.

Especificamente em relação à sucata de aço, o mesmo estudo da EPA estima que


a reciclagem de uma tonelada deste material gera a economia de 1.115kg de minério de
ferro, 625kg de carvão e 53kg de calcário. Isso significa que, em 2017, como houve um
consumo de 8,92 milhões de toneladas de sucata ferrosa, houve uma redução de 9,95
milhões toneladas de minério de ferro, 5,58 milhões de toneladas de carvão e 0,47 milhões
de toneladas de calcário (Quadro 35).

QUADRO 35: GANHOS RELACIONADOS AO MENOR CONSUMO DE


MATERIAL BRUTO EM 2017

Elaboração, GO Associados.

Além desses ganhos, as empresas de reciclagem de sucata ferrosa podem


contribuir para o reaproveitamento de outros materiais, metálicos e não metálicos, que
vêm misturados ao ferro e ao aço na sucata. Destaquem-se também os equipamentos e
componentes metálicos passíveis de reutilização em mercados de 2ª linha e de peças
usadas (em especial, provenientes da desmontagem de veículos), com benefício ambiental
ainda maior que o da reciclagem.

43
5.2 Menor consumo de energia e combustível

No que diz respeito ao aço e, consequentemente, à sucata ferrosa, a produção


primária é consideravelmente mais intensiva que a secundária, uma vez que utiliza
minério de ferro, exigindo mais energia para sua fusão e redução se comparado ao
derretimento de aço na forma de sucata. Adicionalmente, o processo integrado consome
coque ou carvão vegetal, enquanto nas aciarias elétricas, que recebem sucata, o consumo
de combustíveis fósseis é indireto, associadas à parcela de origem fóssil da matriz elétrica
brasileira, que é majoritariamente hidroelétrica.

De acordo com pesquisa conduzida pela EPA, a reciclagem de sucata ferrosa


pode gerar uma redução no consumo de energia de até 75%. Especificamente no que diz
respeito à produção de aço, dados do mercado10 mostram que cada tonelada de aço obtida
por fornos elétricos consome 1700 kWh a menos do que em altos-fornos. Isso significa
que, em 2017, a reciclagem de sucata de ferro e aço gerou a redução no consumo de
energia de mais de 17,53 bilhões de kWh (Quadro 36).

QUADRO 36: ECONOMIA DE ENERGIA COM A UTILIZAÇÃO DE SUCATA


PARA A PRODUÇÃO DE AÇO
Produção de aço Aço bruto produzido a Economia de
bruto partir de reciclagem energia
(1.000 ton) (1.000 ton) (1.000 kWh)
2014 33.897 10.169 17.287.470
2015 33.256 9.977 16.960.560
2016 31.275 9.383 15.950.250
2017 34.371 10.311 17.529.325
Elaboração: GO Associados.

10
Informações disponíveis em: www.nucor.com/responsibility/environment

44
Em relação a outros metais, a EPA estima os seguintes ganhos de energia com a
reciclagem:

 Alumínio: redução de 95% no uso de energia;


 Cobre: redução de 85% no uso de energia;
 Chumbo: redução de 65% no uso de energia;
 Zinco: redução de 60% no uso de energia.

Como não existem informações sobre consumo de sucata destes materiais, não
foi possível calcular a economia bruta de energia decorrente da reciclagem.

5.3 Menores emissões

De acordo com pesquisa conduzida pela EPA, o uso de sucata metálica pode
gerar a redução na poluição atmosférica de até 86%. Destaque-se que além de poluentes,
este tipo de processo também implica na redução de emissão de gases de efeito estufa
(“GEEs”): estima-se que para cada tonelada de aço gerado a partir de fontes recicláveis,
reduz as emissões de CO2 equivalente em 1,5 tonelada11. Isso significa que, em 2017, as
10,3 milhões de toneladas de aço produzidas a partir de reciclagem evitaram as emissões
de 15,5 milhões de CO2 equivalente (Quadro 37).

11
Estimativa elaborada pela ArcelorMittal. Disponível em: http://blog.arcelormittal.com.br/o-aco-e-a-
economia-circular/

45
QUADRO 37: EMISSÕES DE CO2 EQUIVALENTE EVITADAS
CO2 eq (ton)
2014 15.253.650
2015 14.965.200
2016 14.073.750
2017 15.467.051
Elaboração: GO Associados.

Além da emissão de CO2, a produção de aço também resulta na emissão de


outros poluentes, como material particulado (“MP”), óxidos de enxofre (“SOx”), óxidos
de nitrogênio (“NOx’), monóxido de carbono (“CO”) e compostos orgânicos voláteis
(“COVs”). O Quadro 38 apresenta um comparativo das emissões desses gases, conforme
informações disponibilizadas pela Nucor, demonstrando que as emissões são menores no
processo EAF.

QUADRO 38: EMISSÕES POR TIPO DE FORNO


Tipo de MP SOx NOx CO COV`s
forno (kg/t) (kg/t) (kg/t) (kg/t) (kg/t)
Alto-forno 17,8 2,27 0,18 19,9 0,63
Elétrico 0,14 0,27 0,045 1,8 0,18
Diferença 17,66 2,00 0,14 18,10 0,45
Fonte: Nucor.

Com base nos valores apresentados no Quadro 38, estima-se que, em 2017, o
uso de sucata ferrosa para a produção de aço no Brasil contribuiu para a redução na
eliminação de 182 milhões de toneladas de material particulado, 20,6 milhões de
toneladas de óxidos de enxofre, 1,4 milhões de toneladas de óxidos de nitrogênio, 186
milhões de toneladas de monóxido de carbono e 4,6 milhões de toneladas de compostos
orgânicos voláteis (Quadro 39).

46
QUADRO 39: EMISSÕES EVITADAS (1.000 TON)
MP SOx NOx CO COV`s

2014 179.586 20.338 1.373 184.061 4.576


2015 176.190 19.954 1.347 180.580 4.490
2016 165.695 18.765 1.267 169.823 4.222
2017 182.099 20.623 1.392 186.636 4.640
Elaboração: GO Associados.

Com a reciclagem de sucata, ocorre também a redução das emissões associadas


ao transporte de matérias-primas, uma vez que o minério de ferro, geralmente, provém de
uma distância superior à das sucatas.

5.4 Menor geração de resíduos

A reciclagem de sucata ferrosa gera economia do espaço em aterros, o que


aumenta sua vida útil, em linha com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (“PNRS”,
Lei nº 12.305/10). A referida lei, promulgada em agosto de 2010, instituiu um novo marco
regulatório para os resíduos sólidos no país. Uma das abordagens mais relevantes da Lei
é o incentivo à redução dos resíduos gerados pelas atividades humanas.

Com relação à gestão e ao gerenciamento de resíduos sólidos, a PNRS determina


que deva ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução,
reaproveitamento, reciclagem, tratamento de resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada de rejeitos. Além disso, a Lei tem como um de seus princípios
o reconhecimento do resíduo sólido como um bem econômico e de valor social, gerador
de trabalho e renda.

Na versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2012),


é lembrado que a disseminação de uma política de minimização dos resíduos e de

47
valorização dos 3Rs12 são ações presentes também na Agenda 2113, a qual o Brasil se
propôs a seguir. Segundo o Plano, é necessário ampliar a relevância do conceito, muitas
vezes confundido e limitado à implantação de pequenas ações de reutilização de materiais
que resultam em objetos e produtos de baixo valor agregado e/ou sem real valor
econômico ou ambiental.

O ferro é um dos minérios que mais contribuiu para a geração de resíduos,


durante o processo de mineração (SILVA et al., 2011). Os autores estimam que a
quantidade anual de rejeitos produzida no Brasil dobre de 2010 a 2030, passando de 348
milhões a 684 milhões de toneladas. Considerando este cenário, alternativas para o uso
de material bruto mostram-se extremamente necessárias. Nesta linha, a utilização de
materiais metálicos recicláveis contribui significativamente para a redução de rejeitos da
mineração. Segundo estimativas da EPA, essa redução pode chegar a 97%.

Além da menor geração de resíduos no processo de mineração, o uso de


materiais reciclados garante redução na quantidade de resíduos de outras etapas da cadeia
produtiva. No caso da produção de aço, por exemplo, as aciarias elétricas usando sucata
geram menos escória que os altos-fornos: 220 - 350 kg por tonelada de ferro gusa em
contraposição a 100 - 150 kg por tonelada de sucata de aço (GO ASSOCIADOS, 2014).

Com a menor geração de resíduos sólidos, consequente do uso de sucata como


matéria prima para o aço, tem-se a uma menor necessidade de destinar resíduos sólidos a
aterros, aumentando a vida útil destes. Em 2017, por exemplo, com a reciclagem de 8.920
mil toneladas de sucata (de geração interna e obsolescência), evitou-se a destinação diária

12
Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Ações devem ser preferencialmente executadas nesta escala decrescente,
substituindo o consumo e o descarte desenfreado de bens e resíduos.
13
Programa de ação global apresentado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, que visa promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento,
denominado “desenvolvimento sustentável”.
48
de mais de 24 mil toneladas de sucata a aterros, eliminando cerca de 8.000 viagens de
caminhão de lixo por dia14 e permitindo “economizar” 77 dias de aterro sanitário15.

A reciclagem de sucata ferrosa resulta também na redução da liberação de


poluentes ao meio ambiente por sucatas contaminadas com óleo e graxa e que, não sendo
recolhidas, ficariam expostas à intempérie e lixiviação pela chuva.

5.5 Redução do consumo de recursos hídricos

Tal como muitas outras indústrias, as usinas siderúrgicas utilizam grandes


quantidades de água em suas atividades, sendo o volume de água empregado bastante
variável. Tal variação é resultado das diferentes configurações, da integração e da
complexidade de seus processos constituintes, além da capacidade de reutilização e a
localização (França, 2012).

A maior parte da água utilizada nas usinas é empregada em sistemas de


resfriamento percorrendo, geralmente, circuitos fechados (CNI, 2017). Segundo França
(2012), o consumo de água em diferentes siderúrgicas varia entre menos de 1 e 150 m3
por tonelada de aço produzido, dos quais mais de 80% são utilizados com propósito de
resfriamento.

A Agência Nacional das Águas (ANA), em seu estudo que apresenta


coeficientes de uso de água nas diferentes indústrias nacionais, estimou o consumo deste

14
Cada viagem de caminhão permite transportar até 15m3 de resíduos.

15
Considerando-se que, a cada dia, são dispostos em aterros sanitários 41 milhões de toneladas de resíduos
no país, segundo informações da Associação Brasileira de Empresa de Limpeza Pública e Serviços
Especiais (Abrelpe, 2017).

49
recurso para o setor siderúrgico. De acordo com a publicação, o consumo de água pode
ser maior ou menor, dependendo do produto (Quadro 40).

QUADRO 40: CONSUMO DE ÁGUA NA PRODUÇÃO DE AÇO


Siderurgia - Coeficiente de retirada Coeficiente de Consumo Consumo
Aço (litros.empregado/dia) (litros.empregado/dia) (%)
Produção de
9.626 2.492 25,9
semiacabados
Produção de
laminados 6.419 1.662 25,9
planos
Produção de
laminados 1.477 382 25,9
longos
Fonte: Ana, 2017.

Infere-se, a partir do Quadro 40, que o processo de produção do aço semiacabado


demanda mais água por empregado e por dia do que a produção de produtos finais. Já
considerando esses últimos, o processo produtivo de aços planos necessita mais deste
recurso do que o de aços longos.

Uma grande preocupação em relação ao consumo de água pela indústria


siderúrgica dá-se pelo fato de que, devido à concentração de empresas do setor na região
Sudeste do país, a maior demanda por este recurso ocorre em locais onde não há grande
disponibilidade hídrica. Segundo informações da ANA (2017), a demanda hídrica das
indústrias siderúrgicas apresenta concentração em polos localizados na região Sudeste,
notadamente nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais (Quadro 41). E mais: os cinco
municípios que possuem as maiores demandas nacionais correspondem a Volta Redonda-
RJ, Ipatinga-MG, Rio de Janeiro-RJ, Serra-ES e Cubatão-SP, contabilizando cerca de
50% da demanda total para a indústria siderúrgica.

50
QUADRO 41: VAZÕES DE RETIRADA PARA A SIDERURGIA

Fonte: ANA, 2017.

Com a ameaça de escassez em algumas regiões do país, as siderúrgicas


investiram no aumento da eficiência no uso da água. Entre as ações se destacam o
treinamento dos trabalhadores, a captação e o uso da água da chuva e a otimização dos
sistemas de tratamento de efluentes para sua reutilização e maior diversificação de reúso.
(CNI, 2017).

A racionalização e a recirculação da água utilizada no processo produtivo de aço


a partir da sucata reduz a demanda por esse recurso. Estima-se que são necessárias 50m3
de água para cada tonelada de aço produzido, considerando não só a utilização
diretamente no processo produtivo do aço, mas também a quantidade deste recurso
necessária para a produção de minério de ferro e de carvão mineral ou vegetal, insumos
do aço (COELHO & HAVENS, 2014). Isso significa que, em 2017, as 10,3 milhões de
toneladas de aço produzidas a partir de reciclagem reduziram a retirada da natureza em

51
mais de 500 milhões m3 de água (Quadro 42), o equivalente a mais de 200 mil piscinas
olímpicas.

QUADRO 42: ECONOMIA DE ÁGUA DECORRENTE DA RECICLAGEM DE


FERRO E AÇO
mil m3
2014 508.455
2015 498.840
2016 469.125
2017 515.568
Elaboração: GO Associados.

52
6 CONCLUSÕES

A compilação dos resultados da pesquisa aponta para as seguintes evidências:

I. trata-se de setor bastante heterogêneo, com empresas mais estruturadas e


com sistemas de gestão certificados e exportadoras, ao lado de outras de
menor porte. Estas são as mais frequentes;
II. o setor apresenta crescimento em receita, valor adicionado, empregos e
salários. Tais números demonstram que o setor vem se recuperando da
crise econômica que atingiu o país nos últimos anos;
III. há um potencial de crescimento promissor, considerando o advento da
PNRS, maior nível de conscientização ambiental da população e pressão
para redução das emissões de gases de efeito estufa, tanto pela
reciclagem em si mesma, como pelo fato de as aciarias adotarem fornos
elétricos;
IV. no campo ambiental trata-se de um setor que inequivocamente gera
benefícios. Tais benefícios estão relacionados a menores demandas de
matéria prima, de energia e de água e a menor emissão de diversos gases.
Além disso, vislumbra-se que a economia circular, uma tendência no
mercado principalmente de aço, deve incentivar a reciclagem,
aumentando os benefícios ambientais decorrentes dela; e
V. A reciclagem de outras sucatas metálicas (não ferrosa) carece de
informações mais completas. O mercado, para buscar melhores
indicadores e visibilidade, precisa de uma melhor sua estruturação.

O Quadro 43 sumaria as informações secundárias coletadas neste Estudo, as


quais compõem o painel de indicadores setoriais para o comércio atacadista de sucata
metálica, o Painel de Indicadores do Inesfa.

53
QUADRO 43: PAINEL DE INDICADORES INESFA
Variação %
Indicador Unidade Fonte 2014 2015 2016 2017 (último período
registrado)
Receita Operacional Líquida milhões de R$ PAC-IBGE 9.427.478 9.974.522 9.752.989 - -2,2%
Valor adicionado bruto milhões de R$ PAC-IBGE 2.438.849 2.056.470 2.460.480 - 19,6%
mil
Pessoal ocupado em 31/12 PAC-IBGE 53,30 46,52 46,99 - 1,0%
trabalhadores
Nº de empresas mil PAC-IBGE 6.659 5.347 5.459 - 2,1%
Nº de estabelecimentos do
Comércio Atacadista de Resíduos e unidades RAIS-MTE 5.393 5.286 5.131 - -2,9%
Sucatas
Com até 50
unidades RAIS-MTE 5.340 5.240 5.085 - -3,0%
Nº de estab. de funcionários
Comércio Entre 50 e 249
unidades RAIS-MTE 52 44 44 - 0,0%
Atacadista de funcionários
Resíduos e Com mais de
Sucatas 250 unidades RAIS-MTE 1 2 2 - 0,0%
funcionários
Nº de empregados - comércio
unidades RAIS-MTE - 40.230 39.706 40.639 2,3%
atacadista de resíduos e sucatas
Nº de empregados formais -
comércio atacadista de resíduos e unidades RAIS-MTE 22.864 21.515 20.511 20.382 -0,6%
sucatas metálicas
Geração interna de sucata mil toneladas IABr 2.969 3.446 2.779 3.166 13,9%
Geração de fontes externas mil toneladas IABr 6.646 5.936 5.602 5.754 2,7%
Consumo de sucata mil toneladas IABr 9.615 9.323 8.381 8.920 6,4%
Produção de aço bruto mil toneladas IABr 33.897 33.256 31.275 34.371 9,9%
Consumo de sucata / Produção de
mil toneladas IABr 28,4% 28,0% 26,8% 25,9% -
aço bruto
Exportações mil toneladas MDIC 588 679 611 589 -3,6%
Exportações milhões USD MDIC 235 179 144 185 28,5%
Importações mil toneladas MDIC 23 25 31 17 -45,2%
Importações milhões USD MDIC 5,24 4,07 7,90 4,43 -43,9%
Saldo Balança Comercial mil toneladas MDIC 565 654 580 572 -1,4%
milhões de
Saldo Balança Comercial MDIC 229 175 136 180 32,4%
USD
Economia no uso de minério de milhões de GO
10,7 10,4 9,3 9,9 6,4%
ferro toneladas Associados
milhões de GO
Economia no uso de carvão 6.009 5.826 5.238 5.575 6,4%
toneladas Associados
milhões de GO
Economia no uso de calcário 0,51 0,49 0,44 0,47 6,4%
toneladas Associados
milhões de GO
Economia de energia 17.287 16.960 15.950 17.287 9,9%
kWh Associados
milhões de GO
Redução de emissões de CO2eq 15.253 14.965 14.073 15.467 9,9%
toneladas Associados
milhões de GO
Redução emissões MP 179,6 176,2 165,7 182,1 9,9%
toneladas Associados
milhões de GO
Redução emissões SOx 20,4 19,9 18,8 20,6 9,9%
toneladas Associados
milhões de GO
Redução emissões Nox 1,4 1,3 1,3 1,4 9,9%
toneladas Associados
milhões de GO
Redução emissões CO 184,1 180,6 169,8 196,6 9,9%
toneladas Associados
milhões de GO
Redução emissões COV's 4,6 4,5 4,2 4,6 9,9%
toneladas Associados
GO
Redução no consumo de água milhões de m3 508 498 469 515 9,9%
Associados
Elaboração e análise: GO Associados.

54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABAL – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO ALUMÍNIO. Sustentabilidade:


Reciclagem. Disponível em: http://abal.org.br/sustentabilidade/reciclagem/latinhas-
campeas/. Acesso em: outubro/2018.

ABCOBRE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO COBRE. Anuário Brasileiro


do Cobre 2017, ano base 2016. 2017.

ABM – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE METALURGIA, MATERIAIS E


MINERAÇÃO. Reciclagem. Disponível em: https://www.abmbrasil.com.br/busca
?s=reciclagem. Acesso em outubro/2018.

ABRELPE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA


URBANA E RESÍDUOS ESPECIAIS. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil
2017. 2017.

ANA – AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS. Água na Indústria: uso e


coeficientes técnicos. Ministério do Meio Ambiente (MMA), Brasília: 37p. 2017.

APERAM. Made for life – Relatório de Sustentabilidade 2016. 2017.

BIR – Bureau of International Recycling. World Steel Recycling in Figures.


Disponível em: http://www.bir.org/assets/Documents/publications/brochures/180222-
Ferrous-report-2017-V07.pdf. Acesso em: outubro/2018.

BRASIL. Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Lei n° 12.305, de 02 de


agosto de 2010. Brasília, 2010.

BRASIL. Plano Nacional dos Resíduos Sólidos. Brasília, 2012.

CADE - CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA.


Parecer 21 – Versão Púbica, sobre o Ato de Concentração nº 08700.002165/2017-97,
entre ArcelorMittal e Votorantim. 2017.

55
CEMPRE – COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA A RECICLAGEM. Um
compromisso que se renova há 25 anos. Cempre Informa, 153, maio/junho. Disponível
em: http://www.cempre.org.br/25anos/. Acesso em setembro/2018.

CNI - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. A indústria do aço


no Brasil / Confederação Nacional da Indústria. Instituto Aço Brasil. Brasília: CNI,
64 p. 2017.

FRANÇA, A.L.F. Minimização do consumo de água e da geração de


efluentes líquidos em siderurgia. Dissertação submetida ao corpo docente do Curso de
Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de
Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências. Rio de Janeiro, 2012.

GO ASSOCIADOS. Painel de indicadores setoriais para o comércio


atacadista de sucata ferrosa – 2014. 2014.

IABr – INSTITUTO AÇO BRASIL. Estatística Preliminar n° 40. Agosto,


2018.

IABr - INSTITUTO AÇO BRASIL. Relatório de Sustentabilidade da


Indústria Brasileira do Aço – 2016/2017. 2017.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.


PAC- Pesquisa Anual do Comércio. 2016.

ICZ – Instituto de Metais Não Ferrosos. O Zinco e o meio ambiente. Disponível


em: http://www.icz.org.br/zinco-meio-ambiente.php. Acesso em: outubro/2018.

INESFA. Origem da sucata. Disponível em: <


http://www.inesfa.org.br/reciclagem.htm>. Acesso em: 11 Dez. 2013.

HARTMAN, R.A. Recycling. Encarta - Archived from the original on 2008-


04-14. 2009.

56
MCT – MINISTÉRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. 2º Inventário Bras.
Emissão e Remoção de GEEs – relatório de referência de ferro e aço. Instituto Aço
Brasil. 2010.

MCT – MINISTÉRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Emissão de Gases de


Efeito Estufa na Produção de carvão Vegetal na Siderurgia. Disponível em
www.ecen.com. Acesso em 15/04/2014.

MIDC - MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E


SERVIÇOS. Comex Stat. Disponível em: Acesso em:
http://comexstat.mdic.gov.br/pt/home

MME – MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Anuário Estatístico do Setor


Metalúrgico – 2016. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral.
Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral. 2017.

MME – MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Anuário Estatístico do Setor


Metalúrgico – 2017. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral,
Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral, Versão preliminar - atualizado
12/03/2018. 2018.

MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Caged- Cadastro


Geral de Empregados e Desempregados. Disponível em:
https://caged.maisemprego.mte.gov.br/portalcaged/. Acesso em: outubro/2018.

MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. RAIS – Relação Anual


de Informações Sociais. Disponível em:
https://caged.maisemprego.mte.gov.br/portalcaged/. Acesso em: outubro/2018.

SILVA, A. P. M., J. P. VIANA & A. L. B. CAVALCANTE. Resíduos Sólidos


da Atividade de Mineração. IPEA, 2011.

57
WORLD STEEL ASSOCIATION. World Steel in figures 2018. Disponível em:
https://www.worldsteel.org/media-centre/press-releases/2018/world-steel-in-figures-
2018.html. Acesso em: outubro/2018.

58

Você também pode gostar