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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
Para realizar uma operação de fundição, o metal deve ser aquecido até a
chamada temperatura de vazamento.
A energia térmica requerida é a soma de (1) o calor para aumentar a
temperatura até a temperatura de fusão, (2) o calor de fusão para convertê-lo do
estado sólido ao líquido, (3) o calor que atinja a temperatura adequada ao
vazamento. Podendo ser expresso pela equação:
𝐻 = 𝜌𝑉{𝐶𝑠 𝑇𝑓 − 𝑇0 + 𝐻𝑓 + 𝐶𝑙 𝑇𝑣 + 𝑇𝑓 }
Onde , H= calor total necessário para aumentar a temperatura do metal até a
temperatura de vazamento [J]; 𝜌 = massa específica, [g/cm³]; Cs= calor específico
do metal sólido,[J/gC]; Tf = temperatura de fusão do metal °C; T0= temperatura de
partida (geralmente ambiente) [°C]; Hf= calor de fusão [J/g]; Cl = calor específico
do líquido, [J/gC]; Tv= temperatura de vazamento [°C] e V= volume do metal que
está sendo aquecido, [cm³].
VAZAMENTO DO METAL FUNDIDO
𝑝1 𝑣1 2 𝑝2 𝑣2 2
ℎ1 + + + 𝑓1 = ℎ2 + + + 𝑓2
𝜌 2𝑔 𝜌 2𝑔
Ela pode ser usada para determinar a velocidade do metal fundido na base
do canal de alimentação. Definindo o ponto 1 no topo do canal e o ponto 2 em
sua base. Se o ponto 2 for usado como plano de referência, então a altura nesse
plano será zero (h2 = 0) e h1 será a altura (comprimento) do canal. Quando o
metal é vazado na bacia de vazamento e transborda no canal, sua velocidade
inicial no topo é zero (v1= 0).
Assim:
𝑣2 2
ℎ1 =
2𝑔
Logo :
𝑣= 2𝑔ℎ
𝑣= velocidade do metal líquido na base do canal e ℎ = altura do canal.
ENGENHARIA DOS SISTEMAS DE VAZAMENTO
a) 𝑣 = 2 ∗ 981 ∗ 20 = 198,1cm/s
b) Q = (2,5cm²)(198,1cm/s) = 495 cm³/s
1560
c) TENC = = 3,2 𝑠
495
SOLIDIFICAÇÃO E RESFRIAMENTO
A Figura esquematiza a
solidificação de uma liga de
composição hipoeutética A. A
zona "pastosa" - onde coexistem
fase sólida e fase líquida é
denominada de camada de
solidificação. Assim metais puros
ou ligas de composição próximas
ao eutético pertenceriam ao grupo
"camadas finas" enquanto as
demais se enquadrariam nas ligas
que se solidificam por "camadas
espessas".
Esquema de Solidificação de uma Liga Hipoeutética
Fonte: Foundry Engineering
SOLIDIFICAÇÃO DAS LIGAS METÁLICAS
A maioria das ligas solidifica numa faixa de temperatura ao invés de numa única
temperatura. Solidificação de uma liga pode ser explicada com a ajuda do diagrama de
fases de uma liga particular e a curva de resfriamento para uma determinada
composição.
SOLIDIFICAÇÃO DAS LIGAS METÁLICAS
➢ O inicio da solidificação é similar ao que ocorre com o metal puro. Uma fina camada
sólida é formada na parede do molde devido ao grande gradiente de temperatura
nessa superfície.
➢ Devido diferença entre as temperaturas liquidus e solidus, a natureza do crescimento
dendrítico é tal que uma frente de solidificação é formada, na qual metal sólido e
metal liquido coexistem, denominada de zona pastosa.
➢ Outro aspecto que complica a solidificação de ligas é que a composição das
dendritas em seu início de formação é mais rica nos elementos de mais alta
temperatura de fusão. Com a continuação da solidificação e o crescimento
dendrítico, se desenvolve um desequilíbrio de composição química entre o metal já
solidificado e o metal fundido remanescente.
SOLIDIFICAÇÃO DAS LIGAS METÁLICAS
No nível macroscópico, a
composição química varia ao longo da
peça fundida. Uma vez que regiões do
fundido que solidificam primeiro são
mais ricas num dado componente, no
momento que a solidificação ocorre na
parte central, o metal liquido
remanescente estará empobrecido
naquele elemento de liga. Assim, há uma
segregação geral ao longo da seção
transversal da peça, algumas vezes
denominada segregação de lingote
(concentração de impurezas).
SOLIDIFICAÇÃO DAS LIGAS METÁLICAS
➢ cristalização,
➢ contração de volume,
➢ concentração de impurezas e
➢ desprendimento de gases.
𝑉 𝑛
𝑇𝑇𝑆 = 𝐶𝑚 ( )
𝐴
Em que :
➢ T TS = tempo total de solidificação [min]
➢ V= volume do fundido [cm³]
➢ A = área superficial do fundido [cm²]
➢ 𝑛 = constante, sendo usualmente utilizado o valor = 2
➢ 𝐶𝑚 = constante do molde, depende das condições particulares do processo, incluindo
material do molde (calor específico, condutividade térmica), propriedades térmicas do
metal fundido etc..[min/cm]
TEMPO DE SOLIDIFICAÇÃO
Para uma dada operação o valor de Cm pode ser baseado em dados
experimentais de operações anteriores realizadas com o mesmo material de
moldagem metal e temperatura de vazamento, ainda que a forma da peça possa ser
diferente.
A regra de Chvorinov indica que uma peça fundida com maior razão
volume/área resfriará e solidificará de forma mais lenta que uma peça com razão
menor. Esse princípio é bastante utilizado no projetos de massalotes de um molde.
Para atender a função de alimentar com metal fundido a cavidade principal do
molde, o metal no massalote precisa permanecer no estado líquido mais tempo que
a peça, a constante do molde será igual.
Projetando um massalote para que tenha maior razão volume/área estaremos
seguros de que a peça solidificará primeiro e os efeitos de contração serão
minimizados.
PROJETOS DE MASSALOTES
Assim, para ser efetivo o massalote deve atender aos seguintes requisitos:
♦ estar localizado junto à região que se solidifica por último - denominada
de ponto quente.
♦ solidificar após a região que está alimentando, ou seja, o tempo de
solidificação do massalote deve ser maior que o tempo de solidificação do
ponto quente.
♦ conter quantidade de metal suficiente para compensar a contração
metálica.
♦ atuar com pressão máxima durante o tempo de solidificação, empurrando
o metal em direção à zona quente da peça.
PROJETOS DE MASSALOTES
SOLUÇÃO:
𝑽
Utilizando a regra de Chvorinov → 𝑻𝑻𝑺 = 𝑪𝒎 (𝑨)𝒏
𝑇𝑇𝑆 1,6𝑚𝑖𝑛
Logo,𝑪𝒎 = 𝑉 2
→ 187,5 𝑐𝑚3 2
= 3,26 min/cm2
(𝐴) ( )
267,5𝑐𝑚2
EXEMPLO 1 - PROJETOS DE MASSALOTES
Para projetar o massalote de tal modo que o tempo de solidificação seja 2,0 min,
utilizamos o mesmo valor da constante do molde.
𝝅𝑫𝟐
→ O volume do massalote: 𝑽 = ∗𝒉
𝟒
𝝅𝑫𝟐
→ A área superficial do massalote: 𝑨 = 𝝅𝑫𝒉 + 𝟐 ∗ 𝟒
Uma vez que estamos considerando D/h =1,0, então D = h, Substituindo h por
D nas equações do volume e área superficial, teremos:
𝜋𝐷2 𝝅𝑫𝟑
→ O volume do massalote: 𝑽 = ∗D =
4 𝟒
2𝜋𝐷2 2𝜋𝐷 2
→ A área superficial do massalote: 𝑨 = 𝜋𝐷 ∗ 𝐷 + = 𝜋𝐷2 + = 𝟏, 𝟓𝝅𝑫𝟐
4 4
EXEMPLO 1 - PROJETOS DE MASSALOTES
Assim, a razão V/A = D/6. Usando essa razão na equação de Chvorinov, temos:
Para TTS = 2,0
𝑽
𝑻𝑻𝑺 = 𝑪𝒎 ( )𝒏
𝑨
𝐷
2,0 = 3,26*( 6 )2
3,26
2,0 = 36
∗ 𝐷2 = 0,09056 D2
2,0 = 0,09056 D2
2,0
D2 = = 22,086 𝑐𝑚2
0,09056
D = 4,7 cm e h = 4,7cm
Obs: O massalote representa desperdício de metal, pois será separado do peça fundida
e refundido para fabricar outras peças.
EXEMPLO 2 - PROJETOS DE MASSALOTES
Projete um massalote cilíndrico com uma altura igual a duas vezes seu diâmetro, que
compensará a contração de solidificação de um material fundido de 2 cm × 8 cm × 16
cm .
𝑉 𝑉
𝐶𝑚 ( )²m = 1,25 𝐶𝑚 ( )²f
𝐴 𝐴
𝑉 𝑉
( ) m = 1,25 ( )f
𝐴 𝐴
EXEMPLO 2 - PROJETOS DE MASSALOTES
𝜋𝐷2 𝜋𝐷2
Af = (2)(2 cm)(8 cm) + (2)(2 cm)(16 cm) + (2)(8 cm)(16 cm) - = 352 cm² -
4 4
𝜋𝐷2 𝜋𝐷2 9
Am= + 𝜋 DH = + 𝜋 D(2D) = 4 𝜋D²
4 4
EXEMPLO 2 - PROJETOS DE MASSALOTES
mais uma vez, não incluímos a área do massalote adjacente ao material fundido no
cálculo da área. O volume do raio da área do massalote é dado por:
𝑉 𝜋𝐷3 9 2
( )𝑚= / 𝜋D² = 𝐷
𝐴 2 4 9
2 256 cm3
Substituindo: 𝐷> 1,25( 𝜋𝐷2
)=
9 352 cm² − 4
Resolvendo para o menor diâmetro do massalote:
D= 3,78cm
Apesar de o volume do massalote ser menor do que o do material fundido, o massalote
solidifica mais lentamente em razão de sua forma compacta.
PROCESSOS DE FUNDIÇÃO DE METAIS
d) Difusão térmica – Corresponde a capacidade que deve ter a areia que constitui os
moldes de transmitir calor dos pontos mais quentes, como a superfície de contato com o
metal liquido, para as áreas mais frias, sob um regime transiente de transmissão de calor.
e) Sinterização – É a temperatura em que se observa o inicio do amolecimento dos seus
grãos em contato com o metal liquido, provocando um mau acabamento superficial da
peca.
f) Dureza – É a capacidade de resistir ao atrito do metal.
g) Estabilidade térmica dimensional – Com o vazamento do metal nos moldes, ha
naturalmente algumas partes deles que são mais aquecidas que as outras. Essa propriedade
esta ligada diretamente ao fenômeno de dilatação da areia sob o efeito do calor. Uma areia
com boa estabilidade térmica dimensional não apresenta grandes variações dimensionais
das partes mais aquecidas do molde em relação as outras.
FUNDIÇÃO EM MOLDE DE AREIA
AREIA DE FUNDIÇÃO
Definição – “ De forma ampla define-se areia de fundição como a mistura de areia
base, aglomerantes e aditivos”.
“ Uma areia aglomerada com argila úmida, é chamada de areia verde. Embora toda
areia aglomerada com argila seja moldada no estado úmido e, portanto, a verde, costuma-
se empregar o termo moldagem em areia verde quando os moldes não sofrem secagem
antes do vazamento..” (Senai Itaúna)
Moldagem em areia a verde
AREIA BASE + AGLOMERANTE + ÁGUA + ADITIVOS
Areia base→ constituinte granular refratário
→ Inorgânicos →Bentonita (argila)
Aglomerante Ação de ligação entre os
→ Orgânicos → Resinas grãos de areia base.
Água→ aglomeração dos grãos, propicia a obtenção da moldabilidade.
PROCESSOS DE FUNDIÇÃO EM AREIA VERDE
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA FUNDIÇÃO EM AREIA VERDE
1 Material que pode resistir às altas temperaturas dos metais líquidos. São usadas nas
paredes de fornos e moldes de fundição, e são geralmente cerâmicas, como dolomita,
magnesita e silica.
2 Canais de alimentação são os canais ou condutos por onde o metal líquido passa para
chegar ao molde.
3 Massalote é uma reserva de metal para compensar a contração do material líquido que
vai se resfriando. Para compensar a contração da peça sólida, o molde é construído com
sobremetal.
PROCESSO DE FUNDIÇÃO EM MOLDES DE AREIA
O modelo de cera é mergulhado numa pasta ou lama refratária feita com sílica ou
zircônia, na forma de areia muito fina, misturada com um aglomerante de água, silicato
de sódio e/ou silicato de etila.
Essa lama endurece em contato com o ar e, após endurecida, o molde é aquecido e o
modelo derrete. Permanece só a casca, que recebe o metal líquido. Assim que a peça é
solidificada, o molde é quebrado para retirada da peça. Portanto, tanto o molde quanto o
modelo são inutilizados no processo.
➢ As desvantagens são:
▪ Não permite materiais com alto ponto de fusão;
▪ Dimensões e pesos limitados;
▪ A produção deve ser grande para compensar o custo do molde;
▪ Retenção de ar no interior da matriz, gerando peças incompletas e
porosas.
VARIANTES NA FUNDIÇÃO EM MOLDES PERMANENTES
➢ As desvantagens são:
- Limitações de materiais;
- Limitação de peso e dimensões;
- A produção deve ser grande para compensar o custo da máquina.
FUNDIÇÃO CENTRÍFUGA
𝑚𝑣 2
𝐹=
𝑅
Sendo :
F= força [N]
𝑚 = massa [kg]
𝑣 = velocidade [m/s]
𝑅 = raio interno do molde [m]
FORNOS DE FUNDIÇÃO
Cubilô empregado
para a fusão do ferro
fundido. Típico para
pequena fundição e
omite detalhes do
sistema de controle de
emissões necessário em
cubilôs modernos.
FORNOS DE FUNDIÇÃO FORNOS DIRETOS A COMBUSTÍVEL
Falha de preenchimeto.
DEFEITOS DOS PRODUTOS FUNDIDOS
Delaminação
Gotas frias
DEFEITOS DOS PRODUTOS FUNDIDOS