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FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE ENSINO DE

PIRACICABA

Escola de Engenharia de Piracicaba EEP

LABORATÓRIO DE PROCESSOS METALÚRGICOS

Aula prática nº 01

Moldes e Modelos

Autor: Almir Cordeiro RA: 201100897


Sumário
1. Objetivo.............................................................................................................3
2. Introdução.........................................................................................................3
2.1. Modelo.......................................................................................................3
2.1.1. Fabricação do Modelo.............................................................................4
2.1.2. Classificação dos Modelos......................................................................5
2.2. Molde.........................................................................................................6
2.2.1. Fabricação do Molde...............................................................................6
3. Materiais utilizados na aula prática..................................................................9
5. Procedimento da aula prática...........................................................................9
4. Conclusão.......................................................................................................12
5. Referências bibliográficas..............................................................................12
1. Objetivo
Dar uma noção para os alunos dos tipos de Moldes e Modelos usados na
fundição e como estes são confeccionados. Nesta mesma linha, dar uma
noção de todos os materiais usados na confecção dos modelos, destacando
suas vantagens e desvantagens.
Serão mostrados aos alunos os cuidados na fabricação dos modelos,
principalmente quando se tratar de materiais frágeis.

2. Introdução
O processo de fundição consiste em fabricar peças metálicas por meio do
preenchimento do molde com as medidas da peça original com metal líquido.
Antes de realizarmos tal procedimento devemos ter algumas noções básicas,
tal como: o molde deverá ser um pouco maior que a peça original, pois quando
o metal se resfria ele se contrai.

A fundição também permite a produção de peças de qualquer tamanho e


formatos com um alto grau de automatização. Abrange tanto materiais de
superfícies mais lisas como os materiais mais ásperos, dependendo da
tolerância dimensional.

A matéria-prima metálica para a produção de peças fundidas são as ligas


metálicas ferrosas (ligas de ferro e carbono) e não-ferrosas (ligas de cobre,
alumínio, zinco e magnésio).

O processo de fabricação de peças por meio de fundição será explicado no


decorrer do relatório.

2.1. Modelo
A função do modelo é preparar o molde para ser preenchido com o metal
líquido, onde terá exatamente a peça desejada, porém com maiores dimensões
prevendo a contração do metal quando resfriado.
São utilizados variados materiais, tais como: o Isopor, gesso, metal, Cera e
outros dependendo da sua aplicabilidade. Para produção em serie, onde são
utilizadas máquinas de moldar, o material mais comum para confecção dos
modelos é o alumínio, devido a facilidade de ser usinado. Porém, geralmente
os modelos são em madeiras, que apresentam um baixo custo, baixa
densidade e a facilidade de trabalhar, mas tem o inconveniente de deformar-se
com a umidade e com o tempo.

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2.1.1. Fabricação do Modelo
Podem ser em peça única (para peças grandes) ou montada em placas
(para produção seriada, peças com muitos detalhes e de peças pequenas,
facilitando o uso de máquinas de moldar). Devem ser considerados: a
contração do metal ao solidificar (Tabela 01), e também a quantidade de
sobremetal para posterior usinagem de acabamento (Tabela 02). Os valores
dos acréscimos dependem do metal ou liga a ser fundido. Exemplos:

Tabela 01: Margens dimensionais recomendadas nos modelos para prever a contração do
metal

Tabela 02: Margens dimensionais recomendadas nos modelos para prever a usinagem de
acabamento

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Também se deve verificar a divisão do modelo, sendo exatamente no
centro para peças simétricas ou detalhadas para peças não simétricas (Figura
01).
• Linha divisória ou linha de partição representa a linha que divide as
partes que formam a cavidade superior e a cavidade inferior do molde.

Figura 01: Linha divisória ou linha de partição

Nos modelos é determinado também a localização dos machos, o qual


corresponde às cavidades que são necessárias nas peças fundidas. Sua
função no molde é onde o metal não penetrará, de modo que a peça apresente
um vazio naquela região. Tal fato é exemplificado na figura 02:

Figura 02: Montagem do macho

2.1.2. Classificação dos Modelos

 Modelo solto bi-partido: são duas partes que podem ou não ser iguais.
O alinhamento entre as duas partes é obtido através do encaixe por
cavilhas, o qual deve ser perfeitamente ajustado;

 Modelo solto múltiplo: é usado para peças mais complexas, ou seja,


detalhadas e sem simetria, onde exigem caixas de moldagem com duas
ou mais partes;
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 Modelo solto monobloco: devido ao baixo rendimento na moldagem, é
usado apenas para peças simples ou em pequenas séries de produção.

2.2. Molde

O molde é o negativo da peça que será fundido, aonde o metal líquido será
despejado. Caso o modelo tenha a mesma dimensão da peça original, o molde
devera conter locais especiais aonde o metal ira contrair, um lugar fora do
desenho do modelo e depois cortado. É importante saber qual será a aplicação
do molde para definir qual processo será utilizado.

2.2.1. Fabricação do Molde

A fabricação do molde sugere duas considerações principais: a decisão de


fazer o molde a partir da liga fundida ou trabalhada e a seleção da composição
do metal de que será feito o molde. Na maioria dos casos usam-se metais
fundidos para a construção de moldes sempre que seu desempenho seja
considerado satisfatório.

O principal requisito de um molde é que ele deve extrair o calor do metal líquido
a uma velocidade determinada, caso seja muito lento, faz-se necessária a
utilização de resfriamento com água para aumentar a velocidade de
transferência de calor. A direção do fluxo de calor também é controlada, de
modo que as peças solidifiquem nas direções convenientes. São distribuídos
em um molde o funil de vazamento (“Massalote”) e os canais de alimentação.
O perfil do molde, suas espessuras de parede e sua refrigeração estão
dimensionadas para proporcionar solidificação direcional e controlada da peça.

Figura 03: Esquema de um molde para fundição

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2.2.2. Moldagem em areia

São fabricados manualmente ou utilizando uma ampla variedade de maquinas


e normalmente possui duas partes (tampa e fundo) e o numero de machos
pode variar de zero até várias dúzias dependendo da complexidade do perfil da
peça. A partir do desenho da peça, fabrica-se um modelo, em torno do qual
soca-se a mistura de moldagem, usando-se caixas de moldagem para suportar
as faces laterais do molde; remove-se o modelo, colocam-se os machos em
posição, fecham-se as diferentes partes do molde e verte-se o metal na
cavidade, obtendo-se então a peça requerida.

Para suportar a socagem da areia na operação da moldagem e a pressão do


metal durante a fundição, o recipiente do molde é de uma estrutura rígida.
Normalmente o molde é em duas partes (superior e inferior). Para que haja
uma centragem perfeita, as caixas são dotadas de pinos.
Para moldagem em areia, alguns requisitos são necessários:

 Refratariedade;
 Devem apresentar resistência suficiente para suportar o peso e a
pressão do metal líquido;
 Gerar a menor quantidade possível de gás, para não ocorrer erosão do
molde;
 Plasticidade e consistência;
 Moldabilidade;

Figura 04: Caixa de moldagem

2.3. Machos
Macho é um elemento refratário, feito também de areia, que tem a finalidade de
formar os vazios, furos e reentrâncias no fundido final. Eles são colocados nos
moldes antes que eles sejam fechados para receber o metal líquido. Como o
fundido irá fluir em volta do macho ele tem de ser mecanicamente resistente

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durante o vazamento e ainda tornar-se quebradiço após o vazamento e o
resfriamento, permitindo assim, uma fácil desmoldagem.

2.3.1. Fabricação dos Machos


A areia para a fabricação do macho é preparada em um misturador através da
mistura de areia de sílica com um ligante orgânico tal como o óleo de linhaça e
amido ou dextrina. Então, a areia preparada é colocada em uma caixa de
macho determinando a forma do mesmo, após o macho é retirado e curado em
uma estufa para se conseguir uma forma refratária enrijecida.

As areias devem reunir uma série de propriedades a fim de que se possam


preparar machos facilmente e sem defeito. Essas são:

 Estabilidade térmica dimensional: não deve sofrer grandes variações


dimensionais quando submetido a mudanças de temperatura que
ocorrem no vazamento do metal.

 Moldabilidade: capacidade do material adotar a forma do modelo, e de


mantê-la durante o processo de fundição.

 Inércia química em relação ao metal líquido: não deve reagir com o


metal líquido ou com gases presentes na cavidade dos moldes.

 Permeabilidade a gases: propriedade que deve ter o molde de deixar


passar o ar, os gases e os vapores existentes ou gerados em seu
interior, por ocasião do vazamento do metal, para não dar defeitos na
peça, como cavidades originadas por bolhas.

 Colapsibilidade e resistência a quente: colapsibilidade é a qualidade


que a areia de moldagem deve ter de ceder, quando submetida aos
esforços resultantes da contração da peça ao solidificar-se, para não
ocorrer o rompimento das peças ou a formação de trinca a quente.
Entretanto, se as paredes do molde e os machos devem ter a resistência
a quente o suficiente, para resistir aos esforços devido ao impacto e
empuxo exercidos pela massa de metal que enche o molde.

 Refratariedade: capacidade de o material resistir à temperatura de


vazamento do metal sem que haja fusão dos grãos de areia.

 Desmoldabilidade: facilidade de se retirar à peça do interior do molde.

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2.4. Fusão e vazamento
Etapa aonde ocorre a fusão do material e o despejamento dele no molde.

2.5. Desmoldagem
É o processo em que a peça já solidificada dentro do molde é retirada,
manualmente ou por processos mecânicos.

2.6. Rebarbação e limpeza

A limpeza é necessária porque a peça apresenta uma série de


incrustações da areia usada na confecção do molde. Geralmente ela é feita por
meio de jatos abrasivos.
A rebarbação é a retirada dos canais de alimentação, massalotes e rebarbas
que se formam durante a fundição. A medida que a peça atinge a temperatura
próximas a do ambiente.

3. Materiais utilizados na aula prática


Caixa de moldagem bipartida

Areia úmida para moldes

Areia seca de separação

Pinceis

Peneira

Soquete em “L”

Régua de desempeno

Bastão para canais alimentador/vazamento

Espátula

Modelo

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5. Procedimento da aula prática

1- Molhar 2cm de todo contorno da caixa de moldagem com aux. De um pincel

2 – Colocar o modelo dentro da caixa (de ponta cabeça) e cobrir com areia
úmida usando uma peneira

3 – Compactar bem a areia na caixa usando o soquete

4 – Com a régua de desempeno retirar o excesso faceando a areia na borda da


caixa

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5 – Virar a caixa e aplicar areia de separação na face livrando apenas a face do
modelo

6 – Observar a posição de montagem correta das caixas e repetir o


procedimento com a caixa superior posicionando os bastões um em cima do
modelo e o outro bastão no canto da caixa deixando um espaço de 3 cm da
borda

7 – Com a palma da mão, fazer movimentos circulares com o bastão de forma


que o furo fique cônico, com o diâmetro de entrada maior que o de saída

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8 – Desmontar as caixas e com um pincel fino molhar a areia nos cantos e
arestas da face do modelo

9 – Com a espátula, fazer um canal de ligação e uma bacia de Ø4 cm por 2 cm


de profundidade, depois disso retirar o modelo

4. Conclusão
A aula prática possibilitou o conhecimento dos principais tipos de molde bem
como sua fabricação em areia verde, além de suas principais características e
particularidades.

5. Referências bibliográficas
 Kondic, V – Princípios metalúrgicos de fundição. São Paulo, 1973;
 Torre, J – Manual prático de fundição e elementos de prevenção da
corrosão. São Paulo, 1975;
 Caderno professor Erivelto Marino, Tecnologia e Metalurgia da fundição;
 http://www.cimm.com.br/portal/fundição
 http://mmborges.com/processos/Conformacao/cont_html/fundicao.htm
 Relatório sobre moldes e modelos da turma de eng. mec. de 2009

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