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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA : MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA ll

ALUMÍNIO E SUAS LIGAS


ZINCO E SUAS LIGAS
Alumínio
-Elemento metálico;
-Numero atômico 13;
- Encontrado na forma de óxido;
- Apenas em 1886 sua aplicação industrial se expandiu
devido a dois processos:
- Obtenção da alumínia a partir da bauxita;
- Obtenção do alumínio metálico a partir da alumínia
por eletrólise;
- Em 1906 nota-se que as ligas com cobre endureciam
devido a tratamentos térmicos;
- No século XX o alumínio ultrapassou o cobre em
produção mundial;
- Atualmente o alumínio é obtido a partir da matéria-prima
virgem (alumínio primário);
-97,2% do alumínio é reciclado no Brasil.
Alumínio
Alumínio comercialmente puro
- Pela Aluminum Association (AA) e ABNT a série 1XXX
identifica o alumínio comercialmente puro em diferentes
graus. Exemplos: 1000 (99,00% de pureza), 1050
(99,50%), 1099 (99,99%);
Como deu pra notar, os dois últimos algarismos
correspondem ao grau da casa decimal acima de
99,00%. O Alumínio 99,99% tem baixa resistência a
tração.

Características
- Elevada condutividade térmica e elétrica; baixa
resistência mecânica; elevada resistência a corrosão
(devido a formação de uma camada de óxido –
Conhecido como Passivação);
Alumínio comercialmente puro
Aplicações
-Componentes de sistemas térmicos e elétricos que
exige alta condutividade; Cladding – revestimento de
ligas de aplicação aeronáutica;
- Vantagem sobre o cobre: O alumínio é mais
barato e tem menor densidade apesar de perder em
condutividade térmica e elétrica.
- Essas propriedades dependem do grau de
pureza. Os elementos que são encontrados como
impurezas no alumínio são o ferro e o silício. Esses
elementos formam fases intermetálicas que prejudicam a
matriz.
- Nas ligas, elementos mais distantes de potencial
eletroquímico do alumínio diminuem a resistência à
corrosão. Exemplo: Cobre.
Alumínio
Resumo das ligas de alumínio
Ligas de Alumínio – Cobre
- ligas da série 2XXX (trabalhadas) e 2XX.X
(fundidas)
-Conhecidas por duralumínio.
-Resistência à corrosão relativamente baixa;
conformabilidade limitada e soldabilidade restrita.

-Em geral apresentam:


- A liga 2017 é a mais antiga e conhecida (4% de
cobre; 0,5% de magnésio e 0,7% de manganês).
A efeito de comparação, ela eleva a resistência a
tração do alumínio puro de 9,1 kg/mm^2 para 18,2
Kg/mm^2. O tratamento térmico de envelhecimento
(endurecimento por precipitação) aumenta ainda mais
para 43 Kg/mm^2.
Ligas de Alumínio – Cobre
Dividida em dois grupos:

Al-Cu com teores de manganês baixo (2017, 2025,


2219). Neste grupo, só contribuem para o endurecimento
por precipitação as fases precursoras de fase θ (Al2Cu): θ’ e
θ”.

As ligas com alto teores de magnésio (acima de 1%)


são conhecidas como Al-Cu-Mg. Neste caso, quem contribui é
a fase S’ precursora da fase S (Al2CuMg).
Podemos ter a fase quarternária Q (Al4Cu2Mg8Si7) com teor
de silício alto. Podemos adicionar vários elementos de liga na
liga Al-Cu(-Mg) obtendo diversas fases.
Ligas de Alumínio – Cobre
Ligas de Alumínio – Cobre

As ligas Al-Cu(-Mg) apresentam elevada


resistência mecânica depois do processo térmico de
endurecimento por precipitação.

No envelhecimento natural (temperatura


ambiente) temos a formação das zonas de Guinier-
Preston (GP) em forma de discos formados por um
arranjo de átomos de cobre e alumínio nas zonas
onde há mais cobre.
Ligas de Alumínio – Cobre
Microestruturas das Ligas de Alumínio –
Cobre
Ligas Alumínio-Cobre

Algumas ligas, e suas composições contando com a 2017 citada


anteriorimente
Ligas Alumínio-Cobre
Ligas Alumínio-Manganês
- Série 3XXX

-São endurecidas por encruamento ( trabalho mecânico).

-Possuem melhores propriedades mecânicas que o


alumínio comercialmente puro, dutilidade
ligeiramente inferior e boa resistência à corrosão

- O manganês é usado como elemento de liga minoritário


em outras ligas de alumínio. Ele aumenta a resistência
mecânica dessas ligas (na formação de fases
intermetálicas ou por endurecimento de solução
sólida). Mas em quantidade excessiva reduz a
ductilidade. Outro efeito da adição de manganês e
reduzir a susceptibilidade à corrosão sob tensão.
Ligas Alumínio-Manganês
-Nas ligas Al-Mn:
temperatura eutética= 660°C a um teor de 1,9%
Fase intermetálica = Al6Mn
Fase metaestável = Al12Mn com 14,5% de manganês Ferro
e silício acima de 0,2 % suprimem sua formação.

No sistema Al-Mn-Cr existe uma fase ternária que se forma


apenas no estado sólido por reação peritetóide a 590 ºC.
Al12(CrMn) (2 % a 4 % de cromo e 10 a 12 % de manganês)
O manganês precipita sob a forma de partículas
dispersóides, os quais dificultam muito a recristalização
durante o recozimento posterior à deformação.
As ligas 3003 e 3004 apresentam excelente
resistência à corrosão, combinada com razoável resistência
mecânica.
Ligas Alumínio-Manganês
Ligas Alumínio-Silício

São mais utilizadas como ligas de fundição (série 4XX.X),


ou seja, para a fabricação de peças fundidas(pistões
para motores de automóveis e aviões) mas também
encontram algumas aplicações como produtos
trabalhados, como metais de adição para soldagem,
embora também possam ser usados para a fabricação de
pistões forjados e também em algumas aplicações
arquitetônicas .
O silício confere uma qualidade de estrutura resultante
própria para fundição e soldagem. 12 ou 13% de silício
e aumenta a fluidez do alumínio líquido; propicia a
redução da contração durante o resfriamento, reduz a
porosidade nas peças fundidas, reduz o coeficiente
de expansão térmica e melhora a soldabilidade.
Ligas Alumínio-Silício

O tratamento térmico (recozimento) permite o


coalescimento e a esferoidização do silício A dureza das
partículas de silício promove o aumento da resistência ao
desgaste destas ligas.

O ferro, presente em teores acima de 1,5%) pode


prejudicar as propriedades mecânicas desse material.
Em teores mais baixos ele minimiza a tendência da liga
Al-Si soldar-se ao molde metálico na fundição em molde
permanente.
Ligas Alumínio-Silício Fases
A fase a aparece
geralmente sob a forma de
"escrita chinesa" ("Chinese
script") ou como partículas
arredondadas muito
pequenas, sendo mais
favorável às propriedades
mecânicas no último caso.
A fase b surge como
plaquetas ou agulhas finas
e compridas, sendo em
geral mais nocivas às
propriedades mecânicas
das ligas de alumínio.
• Elementos adicionados à liga Al-Si
Podemos aumentar a resistência mecânica adicionando
cobre (3 a 11%), e assim propicia o tratamento térmico. Do
ponto de vista do processo de fundição, favorece a
diminuição da contração interna durante o resfriamento e a
melhoria da usinabilidade das peças fundidas. Entretanto,
ao contrário do silício, acarreta fragilidade a quente e menor
fluidez, além de reduzir a resistência à corrosão.
Podemos adicionar magnésio para a liga ser tratada
termicamente, entretanto ele dificulta a fundição por formar
borra (oxidação excessiva). Entretanto, melhora a resistência
à corrosão e a usinabilidade.
O Titânio (0,05 a 0,20%) é adicionado como refinador de
grão. Aumento da resistência à tração e da dutilidade,
reduzindo porém a condutividade térmica
O Boro (até 0,01%) é empregado com o titânio para
reforçar o efeito deste.
• Outros elementos para efeitos
específicos nas ligas Al-Si
Ferro( 0,15 a 1,2%): reduzir a contração, mas ajuda a
refinar o grão e favorece a extração das peças fundidas
ao molde.
Manganês: age como refinador de grão e permite reduzir
a contração durante o resfriamento/solidificação,
melhoria na resistência à tração em alta temperatura.
Entretanto, em teores elevados, leva à formação de
partículas grosseiras que causam perda de dutilidade .
Cromo: utilizado como refinador de grão, ao ser
adicionado juntamente como o titânio. Também é usado
para diminuir a incidência de trincas resultantes de
tensões e de corrosão sob tensão, além de proporcionar
aumento de resistência mecânica em temperaturas
elevadas.
• Outros elementos para efeitos
específicos nas ligas Al-Si
Níquel (0,5 a 3%): melhora a estabilidade dimensional e
a resistência mecânica em temperaturas elevadas, sendo
portanto muito usado na fabricação de pistões para
motores. Entretanto, um teor de níquel da ordem de 5 %
causa elevada contração.
Zinco: maior resistência ao impacto, alta resistência à
tração e ótima dutilidade. Em ligas que contêm cobre
pequenos teores de zinco proporcionam melhor
usinabilidade. Contudo, altos teores de zinco apresentam
inconvenientes tais como a fragilidade a quente elevada
contração.
Ligas Alumínio-Silício
Ligas Alumínio-Magnésio

-Série 5XXX
-Endurecidas por solução sólida e encruamento (trabalho
mecânico). elevado nível de dutilidade, assim como
excelente resistência à corrosão e soldabilidade.
- Temperatura eutética: 450°C a 35%.
- A solidificação em equilíbrio termodinâmico só pode ser
obtida com taxas de resfriamento inferiores a 0,000005
ºC/h. Em condições de não equilíbrio leva à segregação.
-Quando o silício tem teor acima de 0,5% forma a fase
Mg2Si responsável pelo endurecimento por precipitação.
Ligas Alumínio-Magnésio

-Quando o magnésio supera 3,5 % a fase Al3Mg2 pode


se precipitar nos contornos de grão ou dentro dos grãos.
- O cromo pode formar dispersóides.
-Possuem a melhor combinação de resistência
mecânica, resistência à corrosão e ductilidade.
-Aplicados principalmente na indústria naval. As ligas
5042, 5352, 5082 e 5182 são usadas na fabricação de
tampas para latas de bebidas. A liga 5182 e 5052,
também é usada na indústria automobilística. As ligas
5356, 5554 e 5556 são usadas como metais de adição
na soldagem.
.
Ligas Alumínio-Magnésio

- Produtos trabalhados mecanicamente de ligas Al-Mg


estão sempre disponíveis na têmpera. As ligas Al-Mg
combinam uma ampla faixa de níveis de resistência
mecânica com a facilidade de serem conformadas e
soldadas. Além disso tem a capacidade de apresentar
excelente qualidade de acabamento superficial, como
brilho intenso e baixa rugosidade.
Ligas Alumínio-Magnésio
Ligas Alumínio-Magnésio-Silício
Série 6XXX o magnésio e o silício combinam-se e tornam-se
responsáveis pelo endurecimento dessas ligas. Facilidade de
fabricação ;Boa combinação de resistência mecânica e à corrosão
Facilidade de estampagem; Bom acabamento; Aplicações na
Automotiva.
Ligas Alumínio-Magnésio-Silício

O aumento da dureza com o tempo e a


temperatura de envelhecimento está relacionado com o
crescimento das partículas de segunda fase, desde
dimensões características de zonas de Guinier-Preston
até partículas com menor grau de coerência.
A queda de dureza, que ocorre para tratamentos
térmicos em altas temperaturas e/ou longos tempos de
envelhecimento, está relacionada com o crescimento
excessivo dos precipitados, favorecendo o movimento
das discordâncias quando de uma solicitação mecânica,
o que possibilita o amolecimento da liga, e que
caracteriza o superenvelhecimento.
Ligas Alumínio-Magnésio-Silício

No processo de envelhecimento temos a formação das


zonas GP e posteriormente da fase Beta”. Beta” é
totalmente coerente e beta’ é semi-coerente. Na
sequencia surge beta’ e continuando com o tratamento
temos a fase b (totalmente incoerente com a matriz )
correspondente a relação Mg2Si. Associado ao
amolecimento da liga.

Resumindo:
Solução sólida --> zonas GP (esféricas) --> beta"
(agulhas) --> beta' (bastonetes) --> b (plaquetas
quadradas) : Mg2Si.
• Processamento e aplicações das ligas
da série 6xxx
Duas características que justificam o seu uso mais
freqüente quando comparadas às demais ligas de
alumínio: a capacidade de endurecimento por
precipitação (são termicamente tratáveis) aliada à
facilidade de serem extrudadas. Ainda apresentam
elevada dutilidade, que permite o uso em extrusão, por
exemplo.
Além disso, apresentam maior soldabilidade e
maior resistência à corrosão do que as demais ligas
termicamente tratáveis.
Temos aplicações em perfis de arquitetura,
também temos as ligas de aplicação estrutural com
grande potencial de aplicação na indústria
automobilística. Para aplicações na indústria aeronáutica
às novas ligas Al-Mg-Si-Cu podem ser usadas
Ligas Alumínio-Magnésio-Silício
Ligas Alumínio-Zinco-Magnésio

-Série 7XXX (Al-Zn) destacam-se : Al-Zn-Mg e Al-Zn-Mg-


Cu.
-Endurecidas por precipitação.
- Aplicadas na fabricação de aviões, pois são aquelas
que atingem os níveis mais elevados de resistência
mecânica entre as ligas de alumínio. Entretanto, tem
baixa resistência à corrosão sob tensão
- Temperatura típica de solubilização de uma liga Al-Zn-
Mg :480 ºC. Para uma liga Al-Mg-
Si:560 ºC
- O zinco é altamente solúvel no alumínio e não exerce
influência apreciável na microestrutura de uma liga
simples.
Ligas Alumínio-Zinco-Magnésio

- Nas ligas Al-Zn-Mn-Cu e Al-Zn-Mg (mais utilizadas)


contem elementos adicionais como cromo, manganês
e zircônio além de ferro e silício presentes como
impurezas.

- As fases em equilíbrio com a matriz rica em


alumínio são a fase M (MgZn2), T (Al2Mg3Zn3) e a
fase beta (Al3Mg5) (teor de magnésio é muito mais
alto que o teor de alumínio).
- Além da formação da fase (M) endurecedora, o
magnésio tem importante efeito no endurecimento
por solução sólida.
Ligas Alumínio-Zinco-Magnésio

- Com zinco em excesso temos formação de zonas GP


(a partir da solução supersaturada), aparecimento dos
precipitados metaestáveis M’ até chegar a M (etapa de
queda de dureza e superenvelhecimento). Se o
magnésio estiver em excesso forma-se a fase T ao invés
da M.
-Nas ligas que contêm cobre (quarternárias com zinco
como principal elemento de liga), mas o teor de
magnésio é superior ao teor de cobre. Se o teor de cobre
for muito alto aparece a fase S (Al2CuMg), cuja variação
de composição é pouco significativa. Nas zonas GP o
teor de cobre é menor do que nos precipitados de
equilíbrio.
Ligas Alumínio-Zinco-Magnésio
-O recozimento nas ligas termicamente tratáveis tem dois
propósitos: a remoção dos efeitos do trabalho a frio
residual e a precipitação de soluto a partir da solução
sólida( resfriamento lento controlado, resultando numa
distribuição aleatória de precipitados, por isso fica difícil
revelar a estrutura de grãos resultante da tempera, uma
vez que são densamente distribuídos).

- As ligas 7X49, 7X50, 7175 e 7475 nas


têmperas T6X e particularmente nas têmperas T7X,
assim como as ligas 2124, 2419 e 2048 nas têmperas
T8X, apresentam uma combinação favorável de
propriedades. Elas têm alta resistência mecânica, alta
resistência à corrosão sob tensão, e quando
submetidas a tratamentos térmicos e mecânicos
especiais, tenacidade à fratura.
Outras ligas de alumínio

 As ligas Al-Li:
Um das mais baixas densidades entre as ligas de
alumínio, tem uma boa resistência mecânica (obtida
por tratamentos térmicos e mecânicos), capacidade de
endurecimento por precipitação (formação da fase
metaestável e ordenada delta’ (Al3Li) em forma de
precipitados finos).
Utilizada em aplicações industriais. Na composição
eutética, temos 9,9 % de lítio e a temperatura é 600
ºC. A adição de cobre às ligas do sistema binário
alumínio-lítio reduz significativamente a solubilidade do
lítio, para cerca de 1,5 % a 515 ºC.
Outras ligas de alumínio

 A adição de magnésio (densidade: 1,74 g/cm3) às


ligas Al-Li, formando as ligas Al-Mg-Li, reduz ainda
mais a densidade, mas tem um efeito pouco
significativo no módulo de elasticidade. A adição de
magnésio também reduz a solubilidade do lítio no
alumínio.

Nas ligas Al-Mg-Li o magnésio contribui para o aumento


da resistência mecânica de dois modos: através de
endurecimento por solução sólida e pelo decréscimo
da solubilidade do lítio no alumínio, o que resulta em
aumento na fração volumétrica de delta'.
Outras ligas de alumínio

 Ligas Al-Fe: o ferro geralmente é uma impureza


presente em praticamente todas as ligas de alumínio,
mas em algumas ligas de alumínio pode estar
presente como um importante elemento de liga, com
teores inferiores a 1 %.
 Ligas Al-Sn: são usadas para a fabricação de
mancais e buchas e apresentam grande resistência à
fadiga e boa resistência à corrosão que poderia ser
causada pela ação de óleos lubrificantes. Estas ligas
são fabricadas por fundição. Contudo, a prática de
fundição dessas ligas deve ser cuidadosa no sentido
de procurar evitar a fissuração a quente.
Outras Ligas de alumínio

Nos anos 60 foram introduzidas no mercado as ligas com cerca


de 20 % de estanho, atualmente bastante difundidas. Estas
ligas contêm cerca de 1 % de cobre que atua como
endurecedor em solução sólida do alumínio. A microestrutura
dessas ligas é estanho praticamente puro entre os grãos de
alumíni, o que compromete a resistência à tração, o limite de
fluência e a ductilidade. Por isso são laminados a frio (para
destruir as partículas intergranulares de estanho, sendo
posteriormente submetidas a um recozimento).
Tratamentos térmicos de ligas de Alumínio
Tratamentos térmicos de ligas de Alumínio

4 principais processos:

Alívio de tensões

Recozimento para recristalização e homogeneização;

Solubilização;

Precipitação ou envelhecimento
Tratamentos térmicos de ligas de Alumínio

Alívio de tensões

As tensões internas do Alumínio puro trabalhado ou


fundido ou ainda em peças soldadas são removidas pelo
aquecimento na faixa de 130 a 150ºC, por tempo
determinado conforme a espessura ou diâmetro da peça
sendo, no mínimo, de 1 min/mm. O alívio de tensões
envolve apenas a recuperação ou ainda uma
recristalização apenas parcial da estrutura.
Tratamentos térmicos de ligas de Alumínio
Recozimento para recristalização e homogeneização

A Recristalização de ligas laminadas, extrudadas e


trefiladas ou a homogeneização de peças fundidas são
efetuados normalmente pelo aquecimento na faixa de 300–
400ºC*, havendo uma recristalização quase instantânea,
evitando-se atingir 460ºC na maior parte das ligas. O
resfriamento posterior é feito ao forno em taxa de 30ºC/h até
250ºC e depois resfriando ao ar, resultando em excelente
ductilidade.
A homogeneização visa à dissolução de micro
constituinte, resultando em uniformidade química e distribuição
uniforme de fases.

*Usar como referência cerca de 50a 100ºC abaixo da temperatura eutética.


Tratamentos térmicos de ligas de Alumínio

Solubilização
Consiste no aquecimento, encharque e resfriamento
brusco. Visa a dissolução de elementos de liga, visando
formar uma solução sólida homogênea (campo
monofásico).
Temperatura: depende da liga (400–650ºC). LigaAl-Cu
(2XXX) a máxima solubilidade está a 548ºC e é de 5,6%
de Cobre em solução sólida.

Precipitação ou Envelhecimento Artificial (100–250ºC)


Consiste no reaquecimento a fim de promover a
precipitação da segunda fase e conferir a máxima dureza
e resistência mecânica.
Tratamentos térmicos de ligas de Alumínio

Diagrama esquemático de tratamento térmico de solubilização e


envelhecimento adotado para ligas no sistema Al-Mg-Si
Trabalho Mecânico, recuperação,
recristalização e crescimento do grão

O trabalho mecânico, adicionalmente, nas ligas


endurecíveis por precipitação, acelera o aumento de
dureza. Entretanto, os que foram endurecidos por
encruamento podem ter sua dureza original restaurada
pelo tratamento do recozimento.
O trabalho mecânico é utilizado para produzir as
têmperas de encruamento representados pela letra H e
um número logo em seguida.
Trabalho Mecânico, recuperação,
recristalização e crescimento do grão
Deformação de ligas de alumínio em altas
temperaturas
Variam com a temperatura e com a taxa de deformação.
O grau de encruamento reduz-se com o aumento da
temperatura ate 370°C. Após a deformação o tamanho
do grão depende da temperatura e da taxa de
deformação. A resistência a deformação é inversamente
proporcional ao tamanho do grão.
Trabalho Mecânico, recuperação,
recristalização e crescimento do grão
Efeito do encruamento nas propriedades físicas e
químicas
A condutividade térmica é pouco afetada. Densidade cai
muito pouco. Aumenta a energia interna. Modulo de
elasticidade é pouco afetado. Propriedades inelásticas
são muito influenciadas (atrito interno e o amortecimento
que é maior na região de recozido). O encruamento
tende a acelerar reações químicas devido a energia
armazenada.
Trabalho Mecânico, recuperação,
recristalização e crescimento do grão
Efeito do recozimento em estruturas encruadas
A estrutura de discordâncias geradas pelo encruamento
é instável e em temperaturas e tempos suficientes tende
a ser revertida. Quanto menor o grau de pureza da liga
de alumínio, maior a temperatura em que o encruamento
poderá ser revertido A redução na densidade de
discordâncias causada pela recuperação provoca queda
de resistência mecânica e também afeta outras
propriedades.
O início da recuperação caracteriza-se pela ocorrência
de mudanças microestruturais que não podem ser
observadas em microscópio ótico.
A recristalização caracteriza-se pelo aparecimento
gradual de uma microestrutura de novos grãos que pode
ser observada em microscópio ótico.
Trabalho Mecânico, recuperação,
recristalização e crescimento do grão
Crescimento de grãos após a recristalização
O aquecimento após a recristalização pode produzir
crescimento de grão, que pode ocorrer de modos
diferentes. O grão pode crescer gradual e uniformemente
através de um processo conhecido como crescimento
normal de grão, que leva à eliminação dos grãos com
formas ou orientações desfavoráveis em relação aos
seus vizinhos mais próximos.
Trabalho Mecânico, recuperação,
recristalização e crescimento do grão
Texturas cristalográficas
O alumínio fundido tende a apresentar uma distribuição
aleatória de orientações cristalográficas, com exceção
dos casos em que se formam grãos colunares durante a
solidificação. Esse caráter aleatório é rapidamente
perdido durante o trabalho a frio ou a quente, sendo
substituído por texturas (orientações cristalográficas
preferenciais) nas quais os grãos assumem
preferencialmente determinadas orientações.
Trabalho Mecânico, recuperação,
recristalização e crescimento do grão
Defeitos superficiais resultantes da deformação
Bandas de Lüder: Durante o estiramento ou a
conformação de algumas ligas de alumínio, dois tipos
distintos de marcas superficiais, ou bandas de Lüders,
podem correr. O primeiro tipo, também conhecido como
tipo A está associado ao escoamento (pico de tensão na
curva tensão x deformação seguido por queda na tensão
de escoamento formando um patamar mais baixo) de
ligas (soluções sólidas) recozidas ou submetidas a ouro
tipo de tratamento térmico, como as ligas Al-Mg.
Trabalho Mecânico, recuperação,
recristalização e crescimento do grão
Efeito “casca de laranja”
O embutimento, o estiramento ou a estampagem
profunda das ligas de alumínio podem produzir um
aspecto de “casca de laranja” (rugosidade) quando o
tamanho de grão da chapa submetida à conformação é
muito grande. Isso porque os grãos da superfície da
chapa deformam-se com menor restrição do que os
grãos do interior.
Processos de fabricação

Usinagem Reciclagem
Fundição

Extrusão Laminação
Processos de fabricação

Anodização Soldagem
Processos de fabricação

Trefilação Forjamento
Zinco e suas ligas
Zinco e Suas Ligas

• Densidade: 7,13g/cm³
•Ponto de fusão: 419°C
•Forma cristalina: Hexagonal compacta
•Alta resistência a corrosão
•Bastante maleável entre 100 e 150°C
•Apresenta pouca resistência ao ataque de ácidos e
de solda.
Principais aplicações
• Em forma de camada protetiva para peças e
equipamentos de aço, constituindo o aço
galvanizado.
• Importante elemento de liga na fabricação
dos latões (Cu-Zn)
• Baterias
• Pigmentos
• Pinturas orgânicas e inorgânicas
• Agente redutor em processos químicos
• Aditivo na produção de produtos de borracha
Classificação

• Zinco primário
I. Representa 80% da produção
II. Principal processo de produção é o eletrolítico.
• Zinco secundário
I. Zinco reciclado, representando 20% da
produção
Composição química
Total
Tipo Nº UNS Pb Fe máx. Cd máx Al máx Cu máx Sn máx não Zn Zn
máx
Especial
com alto 0,003
Z13001 0,003 0,003 0,002 0,002 0,001 0,010 99,9990
grau de máx
pureza
Alto
grau de Z15001 0,03 máx 0,02 0,02 0,01 --- --- 0,10 99,90
pureza
“Prime
Western Z19001 0,5 – 1,4 0,05 0,20 0,01 0,20 --- 2,0 98,0

Os limites de tolerância de impureza são muito importantes
quando o zinco é usado como elemento de liga, pois podem
afetar as propriedades mecânicas e a resistência à
corrosão da liga.
Produtos de Zinco

• Revestimento de chapa de aços


• Peças de ligas de zinco fundidas
• Pó de zinco ou óxido de zinco
• Produtos de zinco trabalhados
mecanicamente.
Revestimentos de Zinco

• A partir de um banho de metal líquido fundido


(imersão a quente)
• Por meios eletroquímicos (eletrogalvanização)
• Por aspersão térmica (Metalização)
• Sob forma de pós de zinco (galvanização
mecânica)
Peças de Zinco fundidas

• A resistência a corrosão não é uma


propriedade importante para peças fundidas
de ligas de zinco, na maioria das aplicações.
Principais Processos
• Fundição por Pressão
• Fundição por Gravidade
Aplicações de peças fundidas

• Indústria de transporte, na fabricação de


peças como:
– Corpos de bombas de combustíveis
– Caixa de transmissão de mancais de carga
– Hardware interno e externo
• Apresentam excelente usinabilidade
Propriedades adicionais de Peças fundidas de
Zinco

1. Boa resistência a corrosão


2. Excelentes propriedades de amortecimento
de ruídos e de vibrações
3. Excelente resistência ao desgaste mesmo no
uso de mancais
4. Resistência à formação de fagulhas
Ligas de Zinco trabalhadas mecanicamente

• Produtos laminados planos


– Zinco Superplástico: É uma liga que contém de
21% a 23% de alumínio e um pequeno teor de
cobre(0,4% a 0,6%), e que pode ser facilmente
conformada para produzir perfis.
• Arames trefilados
• Produtos Extrudados e forjados
Aplicações dos produtos trabalhados
mecanicamente
Ligas Aplicações

Zinco puro Peças de máquinas fabricadas por embutimento profundo, metais


expandidos.
Zn-Cu Materiais para construção civil, peças de máquinas fabricadas por
embutimento profundo e estampagem
Zn-Cu-Ti Telhados, calhas e condutores descendentes de águas pluviais,
materiais de construção civil, peças de máquinas fabricadas por
embutimento profundo, placas de endereços e coletores de energia
solar.
Zn-Pb-Cd-Fe Materiais de construção civil, invólucros de plicas secas, peças
máquinas fabricadas por embutimento profundo, placas de endereço e
componentes elétricos.
Zn-Al ( Zinco Componentes com formatos específicos, como suportes de tipos de
superplástico) máquinas de escrever e painéis de computador.
Zinco Superplástico – Zn-22Al

• Nomes comercias: Super Z300, liga Formetal


22 e Korloy 2.684.
• Composição: 21% a 23% Al; 0,40% a 0,60% de
Cu, 0,008% a 0,012%.
• Principal aplicação: Chapas para conformação
térmica sendo especialmente útil para
aplicações em baixo volume com baixo custo
de ferramental.
Zinco Superplástico – Zn-22Al

• Propriedades mecânicas:
– Resistência a tração: 255 a 441 Mpa;
– Resistência ao escoamento: 255 a 386Mpa;
– Alongamento de 9% a 27% (em 50mm);
– Dureza: 70HB a 85HB
– Resistência à fluência: 20 a 69 Mpa para 1% de
extensão em 100.000 horas a 20°C
– Condutividade elétrica: 28% a 32% IACS a 20°C
– Excelente resistência corrosão atmosférica.

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