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CONSTRUÇÃO
As ligas ferrosas são aquelas onde o ferro é o constituinte principal. Essas ligas
são produzidas em maior quantidade do que qualquer outro tipo de metal, e nelas estão
incluídos os aços carbono comuns, e os ferros fundidos. Em geral o que diferencia os
materiais ferrosos é o teor de carbono em sua composição, conforme a Tabela 1.1.
Teor de Carbono (%) Produto Siderúrgico Aplicação
0,20 - 0,30 Aço de baixo teor de carbono Aços para construção civil
0,30 - 0,60 Aço de médio teor de carbono Elementos de máquinas
0,60 - 1,20 Aço de alto teor de carbono Ferramentas
2,00 - 4,50 Ferro fundido Blocos de motores
Tabela 1.1: Classificação dos produtos siderúrgicos em função do teor de carbono e suas aplicações. Fonte:
Adaptada de Petrucci, 1979, p. 220.
Ferros fundidos - são ligas de ferro-carbono, que podem ainda ter outros
elementos de liga destinados a melhorar determinadas propriedades. O teor de carbono
desses materiais varia entre 2 e 4,5% e têm um baixo ponto de fusão.
Em virtude desses materiais se fundirem a temperaturas cerca de 300ºC mais
baixas que as exigidas para os aços, seu custo de produção é menor, pois o consumo de
combustível, bem como o de refratário para o forno, é menor. Por esta razão, são materiais
bastante usados, sobretudo na obtenção de peças inteiriças, às vezes de formas complexas,
onde a construção mecânica soldada não é possível ou não é econômica. As características
de resistência ao desgaste, abrasão e calor, tornam esses materiais adequados para
diversos fins onde essas propriedades são significativas.
Na construção civil o ferro fundido tem entre suas principais aplicações: tubos,
conexões, válvulas, tampões grelhas, portões peças decorativas, etc (Figura 1.1).
Aços – são materiais compostos por uma liga ferro-carbono com baixo teor de
carbono, contendo ainda impurezas e, em determinados casos, outros elementos
adicionados como liga. Os aços-carbono contêm, geralmente, 0,20% até
aproximadamente 2 % em peso de carbono, além de pequenas concentrações de certos
elementos residuais resultantes dos processos de fabricação.
1.2.1. Processo de produção do ferro fundido e do aço
➢ Refino
Operação que ocorre na aciaria para purificar e corrigir a composição do ferro-
gusa, reduzindo-lhe os teores de C, S e Si a níveis toleráveis. Nesta fase são feitas adições
de ferro-ligas em quantidades que caracterizam o produto final, agora sim, aço no estado
líquido. O material sai dessa operação com temperatura de aproximadamente 1000°C.
A redução do teor de carbono do ferro-gusa é realizada no conversor de oxigênio,
que tem a função de transformar o ferro-gusa em aço carbono, através da injeção de
oxigênio sob pressão. No conversor oxigênio injetado se associa ao carbono durante o
processo de queima e é eliminado sob as formas de monóxido e dióxido de carbono.
Figura 1.8: Transformação do ferro-gusa em aço.
Figura 1.15: (a) Perfil estrutural de aço em I e (b) perfil estrutural de aço em L
Tensão de Resistência à
Tipo Especificação
escoamento (MPa) ruptura (MPa)
Figura 1.18: (a) Barras de aço para concreto e (b) rolos de fios de aço
As barras de aço CA-25 e CA-50 são aços laminados a quente e não recebem
nenhum tipo de tratamento após a laminação. Suas características mecânicas são
alcançadas apenas pela adequada proporção de seus componentes.
Os fios de aço CA-60 são obtidos a partir do aço CA-50, quando submetidos à
trefilação ou à laminação a frio.
A barra de aço tem diâmetro acima de 6,3 mm e comprimento de 12 m e é obtida
por laminação a quente. As barras da categoria CA – 25 devem ser lisas, desprovidas de
quaisquer tipos de nervuras ou entalhes. Já as barras da categoria CA – 50 são,
obrigatoriamente, providas de nervuras transversais oblíquas para evitar o giro dentro do
concreto. As barras são fabricadas nos seguintes diâmetros nominais (mm):
6,3 – 8,0 – 10,0 – 12,5 – 16,0 – 20,0 – 22,0 – 25,0 – 32,0 – 40,0
(a) (b)
Figura 1.19: (a) Barras de aço CA-25 lisas (b) barras de aço CA-50 nervuradas.
O fio de aço possui diâmetro nominal abaixo de 10,0 mm e é obtido por laminação
a frio. Podem ser lisos, entalhados ou nervurados, e são produzidos em comprimentos de
12 m ou mais. Fornecidos em feixes ou em rolos, são fabricados nos seguintes diâmetros
nominais em mm (NBR 7480:2007):
2,4 – 3,4 – 4,2 – 4,6 – 5,0 – 5.5 – 6,0 – 6,5 –7,0 – 8,0 – 9,5 –10,0
(a) (b)
Figura 1.20: (a) Rolo de fio CA-60 (b) Barras de aço CA-60.
1.3.1. Alumínio
1.3.2. Cobre
O cobre também pode ser combinado com outros elementos e formar as ligas
metálicas, dentre elas temos:
O bronze é uma liga de 85 a 95 % de cobre e 15 a 5% de estanho. Tem grande
dureza e densidade de 8500 kg/m³.
É usado na construção de ferragens e ornamentos. É de difícil oxidação, muito
duro, mas bastante flexível. Muitas vezes a liga tem também zinco ou chumbo, ea cor vai
do vermelho amarelado até quase branco. Essa liga tem alta condutividade térmica.
Latão é uma liga de cobre e zinco, de grande uso e importância na construção
civil. Sua composição é 60 a 95 % de cobre e 40 a 5 % de zinco. Tem cor amarela é muito
dúctil e maleável a quente. Dificilmente se oxida e é muito resistente. Tem massa
específica de 8730 kg/m³.
É usado na construção civil em ferragens: torneiras, tubos, fechaduras
ornamentos, devido a sua facilidade de polimento.
1.3.3. Chumbo
(a) (b)
Figura 1.25: (a)Máquina de tração (b) Extensômetro acoplado ao corpo de prova.
Com os dos obtidos ante e após o ensaio podemos determinar a tensão resistente
e o alongamento do corpo de prova através das equações abaixo:
𝐹
𝜎=
𝐴
∆𝐿
𝜀=
𝐿
Em que:
𝜎 é a tensão produzida no corpo de prova;
𝐹 é a carga (força) lida na prensa;
𝐴 é a área da seção transversal do corpo de prova;
𝜀 é a deformação unitária;
∆𝐿 é a deformação ocorrida no corpo de prova (lida no extensômetro);
𝐿 é o comprimento inicial do corpo de prova.
Assim, durante o ensaio de tração, fazendo crescer lentamente a carga, pode-se
determinar satisfatoriamente a resistência do material à tração, anotando-se os valores das
cargas e as correspondentes deformações que nos permitirão construir o gráfico σ × ε
(Figura 1.26), já que através das amostras serão conhecidas as grandezas S e L.
2.1.1.1. Gesso
O gesso é um aglomerante obtido a partir da eliminação parcial ou total da água
(desidratação por calcinação) de cristalização contida em uma rocha natural chamada
gipsita (sulfato de cálcio di-hidratado – CaSO4.2H2O), que ocorre na natureza em
camadas estratificadas. Geralmente a gipsita vem acompanhada de uma certa porção de
impurezas, com sílica (SiO2), alumina (Al2O3), óxido de ferro (FeO), carbonatos de cálcio
(CaCO3) e magnésio (MgO). O total de impurezas varia desde uma porção muito pequena
até um limite máximo de cerca de 6%.
Figura 2. 1: Gipsita
2.1.1.2.Cal aérea
É um aglomerante obtido a partir da calcinação de rochas calcárias, que se
apresentam sob diversas variedades, com características resultantes da natureza da
matéria prima empregada e do processamento.
A calcinação da rocha calcária pura resulta na produção de oxido de cálcio puro,
no entanto, nas rochas calcárias naturais o carbonato de cálcio é frequentemente
substituído, em menor ou maior proporção pelo carbonato de magnésio (MgCO 3), que
não constitui uma impureza propriamente dita. A sílica, os óxidos de ferro e de alumínio
são impurezas que acompanham os carbonatos na constituição das rochas calcárias. Dessa
forma, temos dois tipos de rochas calcárias utilizadas na produção da cal aérea, que são:
a calcita (CaCO3) e a dolomita (CaCO3.MgCO3).
(a) (b)
Figura 2.4: (a) Calcita; (b) dolomita
Extração Britagem
Calcinação Extinção
Figura 2.5: Etapas da produção de Cal.
O produto da calcinação é chamado de cal viva ou cal virgem, que é óbito através
da queima da rocha calcária a uma temperatura de 900 °C, na qual o carbonato de cálcio
(CaCO3) decompõe-se em óxidos de cálcio e anidridos carbônicos, conforme as seguintes
equações químicas:
Calcita
900 °C
CaCO3 CaO + CO2
Calcinação
Dolomita
Cal virgem
Como vimos anteriormente, a adição de água à cal virgem também pode ser feita
em obra, nesse caso é chamada de extinção. Esse processo é feito em tanques próprios e
quando a água é adicionada inicia-se uma reação onde há liberação de calor. Na variedade
cálcica, a reação é violenta, com grande liberação de calor, podendo atingir temperaturas
da ordem de 400° em tanques fechados. Na variedade magnesiana, a reação é mais lenta,
com menor geração de calor.
rocha calcária
novamente
A Figura 2.8 apresenta o ciclo das reações químicas desde a produção até o
endurecimento.
2.1.2.1. Cimento
A origem da palavra CIMENTO vem do latim CAEMENTU, que designava na
velha Roma uma espécie de pedra natural de rochedos e não esquadrejada. O cimento é
um aglomerante produzido a partir da queima de rochas calcário-argilosa ou da mistura
de calcário e argila.
O uso de produtos com as mesmas caraterísticas do cimento teve início há
aproximadamente 4.500 anos. Como exemplo, podemos citar a construção de
monumentos do Egito antigo, que utilizavam uma liga constituída por uma mistura de
gesso calcinado. As grandes obras gregas e romanas, como o Panteão e o Coliseu, foram
construídas com o uso de solos de origem vulcânica (pozolana) que possuíam
propriedades de endurecimento sob a ação da água.
(a) (b)
Figura 2.9: (a) Panteão ;(b) Coliseu.
No ano de 1756, o inglês John Smeaton obteve um produto de alta resistência por
meio de calcinação de calcários moles e argilosos. Em 1818, o francês Vicat obteve
resultados semelhantes ao misturar componentes argilosos e calcários. Mas a origem do
cimento Portland é atribuída ao construtor inglês Joseph Aspdin que, no ano de 1824,
queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino. Ele
percebeu que, ao adicionar água, obtinha uma mistura e, ao secar, tornava-se tão dura
quanto as pedras empregadas nas construções e não se dissolvia em água. Esse produto
foi patenteado pelo construtor com o nome de cimento Portland, por apresentar cor e
propriedades semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland.
No Brasil, o início de estudos para viabilizar a fabricação do cimento Portland
ocorreu aparentemente em 1888, quando o comendador Antônio Proost Rodovalho
instalou uma fábrica na fazenda Santo Antônio, de sua propriedade, situada em Sorocaba-
SP. Várias iniciativas esporádicas de fabricação de cimento foram desenvolvidas nessa
época. Em 1892, teve início a produção de cimento em uma pequena instalação na ilha
de Tiriri, na Paraíba, por iniciativa do engenheiro Louis Felipe Alves da Nóbrega, que
estudara na França e chegara ao Brasil com novas ideias, tendo inclusive o projeto da
fábrica pronto. Porém, a fábrica funcionou por apenas 3 meses, sendo que o fracasso do
empreendimento foi consequência da distância do local de produção dos centros
consumidores e da pequena escala de produção, que não conseguia competitividade com
os cimentos importados da época.
No ano de 1897, a usina de Rodovalho lançou sua primeira produção – o cimento
Santo Antônio – e operou até 1904, quando interrompeu suas atividades. Voltou em 1907,
mas experimentou problemas de qualidade e extinguiu-se definitivamente em 1918. Em
Cachoeiro do Itapemirim, o governo do Espírito Santo fundou, em 1912, uma fábrica que
funcionou até 1924, com precariedade e produção de apenas 8.000 toneladas por ano,
sendo então paralisada, voltando a funcionar em 1935, após modernização.
Todas essas etapas culminaram, em 1924, com a implantação pela Companhia
Brasileira de Cimento Portland de uma fábrica em Perus, Estado de São Paulo, cuja
construção pode ser considerada como o marco da implantação da indústria brasileira de
cimento. As primeiras toneladas foram produzidas e colocadas no mercado em 1926. Até
então, o consumo de cimento no país dependia exclusivamente do produto importado. A
produção nacional foi gradativamente elevada com a implantação de novas fábricas e a
participação de produtos importados oscilou durante as décadas seguintes, até
praticamente desaparecer nos dias de hoje.
3. CIMENTO PORTLAND
Etapa 02 – Britagem:
O calcário extraído é transportado em caminhões até a instalação de britagem,
onde é reduzido a dimensões adequadas ao processamento industrial. Esse tratamento
permite eliminar uma grande parte de impurezas presentes no calcário. A argila, por se
mole, não passa pela britagem.
Etapa 03 – Depósito:
Calcário e argila são estocados separadamente. Na baia de cada material, um
equipamento se encarrega de misturar as cargas, a fim de assegurar uma pré-
homogeneização. Nesta fase, as matérias-primas são submetidas a diversos ensaios.
Etapa 04 – Dosagem:
O composto calcário (90%) e a argila (10 %) são dosados para ser triturados no
moinho de cru. Essa dosagem é efetuada com base em parâmetros químicos
preestabelecidos – os chamados módulos químicos, que dependem das características
composicionais dos materiais estocados e são controlados por balanças dosadoras. Essa
primeira mistura é chamada de farinha crua.
Todo Fe2O3 + parte de Al2O3 + parte de CaO → 4CaO × Al2O3 × Fe2O3 (C4AF)
Restante de Al2O3 + parte de CaO → 3CaO × Al2O3 (C3A)
Toda SiO2 + parte de CaO → 2CaO × SiO2 (C2S)
Restante de CaO + parte de 2CaO × SiO2 → 3CaO × SiO2 (C3S)
O clínquer, resultado das transformações químicas ocorridas entre os elementos
do calcário e da argila, sai do forno a uma temperatura de ± 1000°C. Ele tem a forma de
grãos de 2 a 5 cm de diâmetro, escuro e muito duro (Figura 3.1). Ao sair do forno a
1000°C, o clínquer é bruscamente resfriado por um jato de ar gelado, passando a uma
temperatura de ± 250°C. Esse tratamento térmico tem como função estabilizar o silicato
tricálcico (C3S), último composto formado, impedindo seu retorno a silicato bicálcico
(C2S). O ar gelado que se torna aquecido pelo calor do clínquer será lançado no moinho
de farinha crua, no início do processo, para secá-la.
Etapa 09 – Adições:
Como estudaremos mais adiante, o cimento pode ser composto por outros
materiais além do clínquer, como: gesso, escória de alto forno, pozolana e o próprio
calcário. Esses materiais, chamados de adições, são produtos geralmente de baixo custo
que melhoram algumas propriedades do cimento, além de baratear o custo de produção.
Essas substâncias são estocadas separadamente, antes de entrarem no moinho de cimento.
O clínquer assim que obtido é conduzido à moagem final, recebendo, antes, uma
certa quantidade de gipsita, limitada pela norma, destinada ao controle do tempo de início
de pega. A gipsita é a única adição presente em todos os tipos de cimento Portland. Além
da gipsita, outros produtos são adicionados ao cimento Portland com o objetivo de
melhorar suas características. São exemplos de adições: a escória de alto-forno
siderúrgico, pozolanas artificiais e o próprio calcário cru (calcário que não entrou na
composição da farinha crua – resíduo da britagem). A escolha pelo fabricante do uso entre
estes materiais e suas quantificações vai compor os diversos tipos de cimento
disponibilizados no mercado.
Gipsita
A gipsita tem sido, desde a invenção do cimento Portland, uma adição essencial,
estando presente em todos os tipos de cimento. Por isso, muito autores a consideram um
componente do cimento e não uma adição, mas aqui vamos trata-la como uma adição do
cimento.
A gipsita é uma rocha composta principalmente de sulfato de cálcio hidratado
(CaSO4 × 2H2O). Participando com teor entre 3 e 5% da massa de clínquer, tem por
objetivo reduzir a ação enérgica do endurecimento rápido do aluminato tricálcico,
proporcionando um desenvolvimento mais lento das reações químicas de endurecimento
do cimento quando em uso. Sem a adição de gipsita o cimento teria uma pega muito
rápida o que inviabilizaria o seu uso.
Outros produtos são considerados adições ao cimento Portland por não serem
elementos fundamentais, já que muitos estudos os apontam como materiais que,
oportunamente, dão ao cimento características de melhor aplicação. São exemplos de
adições: a escória de alto-forno siderúrgico, pozolanas artificiais e o próprio calcário cru
(calcário que não entrou na composição da farinha crua – resíduo da britagem). A escolha
pelo fabricante do uso entre estes materiais e suas quantificações vai compor os diversos
tipos de cimento disponibilizados no mercado.
Pozolanas
Materiais pozolânicos são materiais compostos por sílica e alumina que, por si só,
possuem pouca ou nenhuma atividade aglomerante, mas que finamente moídos e na
presença de água e de clínquer, reagem formando compostos que também endurecem e
aglomeram.
As pozolanas podem ser naturais ou artificiais. As naturais são materiais de
origem vulcânica, geralmente ácida (pH < 7) por isso adicionadas em menor quantidade.
As artificiais são materiais provenientes de tratamento térmico de subprodutos industriais.
Destacam-se:
− Cinzas volantes – cinzas obtidas e coletadas nas chaminés de usinas termoelétricas
abastecidas por carvão mineral.
− Metacaulim – pozolanas artificiais oriundas da queima entre 500 e 900°C de argilas
cauliníticas.
− Sílica ativa – resíduo da fabricação do ferro silício.
O emprego das pozolanas como adição do cimento melhora a trabalhabilidade e
resistência do concreto, além de aumentar a durabilidade e diminuir a vulnerabilidade aos
meios agressivos, como ambientes marítimos e expostos a sulfatos.
Pó de calcário
É o calcário cru com elevado teor de calcita (> 90%) e que moído nas mesmas
dimensões dos grãos de cimento recebe o nome de filler carbonático. Tem-se verificado
que, apesar de inerte, o pó de calcário misturado ao clínquer tem efeito ligeiramente
benéfico nas propriedades do concreto, inclusive na resistência mecânica, por dispersar
mais e melhor os grãos de clínquer, intensificando sua ação. Entretanto, por razões
econômicas e até ecológicas, os resíduos criados durante a exploração da matéria-prima
são aproveitados. A adição desse material contribui para tornar a mistura mais
trabalhável, servindo como um lubrificante entre as partículas dos demais componentes
do cimento.
Grau de finura
Quando o clínquer e as adições vão para o moinho, o tempo de permanência lá
determinará a finura do cimento, ou seja, o tamanho de seus grãos ou superfície
especifica. Em resumo, a finura é uma propriedade que influencia diretamente a
velocidade da reação de hidratação do cimento, pois a hidratação ocorre em função do
contato do cimento com a água. Quanto maior a finura, menor será o tamanho do grão do
cimento, maior será a superfície exposta e, portanto, maior será o contato com a água,
resultando em reações mais rápidas, endurecimento mais rápido e liberação mais intensa
do calor gerado durante a hidratação. A finura ainda influencia em uma maior retração
das peças concretadas depois de endurecidas.
Difícil de entender que quanto mais fino o grão maior a superfície especifica?
Primeiramente vamos definir o que é superfície específica. É a relação entre a área
exposta de um elemento e a sua massa. Agora vamos imaginar o seguinte: você tem um
cubo com arestas de 1 cm com 100 g de massa, conforme a Figura 3.8. Calculando sua
área, seu volume e sua superfície específica obtemos os valores apresentados na figura.
Agora se dividirmos esse mesmo cubo em 8, podemos notar que a área e o volume total
dos cubos permanecem os mesmos, porém a superfície específica dobra. Isso ocorrem
pois à medida que aumentamos a divisão dos cubos aumentamos as áreas de faces
expostas.
Os cimentos Portland são designados por seu tipo, que correspondem a adições e
propriedades especiais. São identificados por suas siglas, seguidas de sua classe de
resistência (25,32,40 ou ARI) acrescidas dos sufixos RS e BC, quando aplicáveis,
conforme a Tabela 3.1.
Escória
Designação Clínquer Material Material
Classe de de alto
normalizada do Sigla Sufixo + gesso pozolânico carbonático
resistência forno
Cimento Portland (%) (%) (%)
(%)
➢ Artificiais - são aqueles que tem sua forma granular obtida pela britagem de
rochas.
Os agregados de rochas são obtidos a partir da britagem das rochas maciças. As
rochas mais comummente exploradas para a produção desses agregados são: granito,
basalto, gnaisse, arenito, calcário, entre outras.
• Pó de pedra: Material mais fino que o pedrisco, sendo que sua graduação varia de
cimento. Material obtido por decantação nos tanques das instalações de lavagem de
britas das pedreiras. É utilizado em mastiques betuminosos, concretos asfálticos e
espessamentos de betumes fluídos.
• Restolho: material granular de grãos frágeis que pode conter uma parcela de solos. É
retirado do fluxo na saída do britador primário.
Figura 4. 4: Esquema geral do processo de britagem.
Barita: pela sua alta densidade, a barita também é usada no preparo de concretos
densos.
Figura 4.9: Barita
Agregados leves: são os agregados com massa unitária inferior a 1000 kg/m3, sua
aplicação principal é na produção de concretos leves, essa menor massa é devido a sua
microestrutura celular e altamente porosa. Alguns desses agregados por serem muito
porosos não são indicados para a produção de concreto estrutural, mas podem ser
utilizados para produção de concretos isolantes. Ex. agregados artificiais como
vermiculita expandida, escória expandida, entre outros.
Agregados normais: são os agregados com massa unitária entre 1000 e 2000
kg/m3, sua principal aplicação é na produção de concretos convencionais. Ex. areia lavada
de rio, britas graníticas e calcárias, entre outras.
Agregados pesados: são os agregados com massa unitária superior a 2000 kg/m3,
sua aplicação principal é na produção de concretos pesados, utilizados para blindagens de
radiação. A maior massa destes agregados é devido à presença dos minerais de bário,
ferro e titânio na estrutura dos agregados. Ex. Barita, hematita entre outros.
Miúdo – é o agregado cujos grãos passam pela peneira 4,8 mm, mas ficam
retidos na peneira 0,15 mm. No máximo 15% da massa ensaiada podem ficar retidos na
peneira 4,8 mm. São as areias.
Graúdo – é o agregado cujos grãos passam pela peneira de abertura de malha
75 mm, mas ficam retidos na peneira 4,8 mm. No máximo 15% da massa ensaiada podem
passar pela peneira 4,8 mm. São as britas e os seixos rolados.
Figura 4.10: Peneiras da série normal para agregados graúdos e agregados miúdos.
Fíller – é um material muito fino composto por grãos menores que 0,075 mm.
4.3.4. Inchamento
Aumento do volume
Inchamento do NBR Ajuste do volume do agregado miúdo
de material na
agregado miúdo 6467 úmido em concretos.
presença de umidade
Fragmentação do
NBR NM Avaliar a resistência ao desgaste
Resistência à abrasão material devido à
51 superficial do agregado.
abrasão.
Avaliar se o agregado contém material que
NBR NM inviabilize seu uso, tais como: partículas
Determinação de impurezas orgânicas
49 que podem dar origem a reações químicas
expansivas com o cimento, partículas com
dimensões iguais ou inferiores às do
NBR NM cimento, que enfraquecem a estrutura do
Material pulverulento
46 matéria hidratado, partículas com baixa
resistência ou com expansões e contrações
excessivas, material que interfira na pega e
NBR endurecimento do cimento, impurezas
Torrões de argila
7218 que prejudiquem as armaduras do concreto
armado.
Tabela 4.2: Ensaios com agregados.