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INTRODUÇÃO

Expondo o aço a elevadas temperaturas e baixas temperaturas, aquecendo e


resfriando respectivamente, o homem descobriu que poderia alteras as propriedades
mecânicas deste material, deixa-lo, mas duro, mais mole e mais maleável, ou seja,
percebeu que poderia trabalhar de acordo com sua necessidade. Este método foi
denominado como TRATAMENTO TÉMICO DO AÇO.

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Aço

O aço é uma liga metálica composta por aproximadamente 98,5% de Fe (ferro), 0,5 a
1,7% de C (carbono) e traços de Si (silício), S (enxofre) e P (fósforo). Portanto, o seu
componente principal é o metal ferro, que, conforme mostrado no texto “Ferro”, é
obtido em siderúrgicas por meio do seu principal mineral, a hematita, Fe2O3. A palavra
“siderurgia”, que vem do grego, significa “trabalho feito sobre o ferro” e trata-se, em
geral, de um campo específico da metalurgia que transforma o ferro em aço.

O ferro obtido nas siderúrgicas não é puro, mas possui de 2 a 5% de carbono em sua
constituição e é chamado de ferro-gusa. Assim, antes de ser transformado em aço, o
ferro precisa ser purificado. Uma das formas de se fazer isso é por injectar gás oxigénio
no interior do alto-forno onde o ferro é produzido. O carbono reage, então, com o
oxigénio e forma dióxido de carbono (CO2), que é um gás que se desprende, separando-
se do ferro.

O ferro usado para fazer o aço fica com a percentagem de carbono mencionada, cerca de
0,5 a 1,7%. Essa liga metálica possui cor branco acinzentada, ponto de fusão próximo
de 1 300 ºC e densidade igual a 7,7 g/cm3."

"O aço possui maior preferência em razão de suas óptimas propriedades, como poder
ser trabalhado pela forja, laminação e extrusão, o que é difícil de ser feito com o ferro
metálico; possui também maior tenacidade (resistência mecânica) e maior dureza
(capacidade de riscar outros materiais – propriedade levada em consideração ao se usar
aço em objectos de corte). Outro ponto a seu favor é seu baixo custo em relação a outros
metais e ligas metálicas que também possuem boa resistência mecânica."

Tipo de aços, propriedades e aplicabilidade

O aço pode ser encontrado em grupos distintos. Nesse artigo, ireI abordar as
características de dois desses grupos, agrupados com base na sua composição química,
além de dar mais detalhes dos aços para construção mecânica, um de seus subgrupos.
Os dois principais grupos são: 

1. Aço Carbono; 
2. Aço Ligado;
3. Aço inoxidável 
A – Aço Carbono
Tecnicamente, o aço carbono é uma liga metálica que contém basicamente ferro,
carbono e alguns elementos de liga. Mas, na indústria de manufactura, o aço carbono
costuma ser definido de diversas maneiras.  

Os itens a seguir constituem um “aço carbono” no mercado metalomecânico: 

 Aço que contém até 1% de carbono; 

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 São aços contendo até 1,65% de manganês e 0,6% de silício, com o teor total
dos outros elementos não excedendo 2%. 

Existem três maneiras de classificar o aço carbono – baixo, médio e alto: 

1. Aço de baixo carbono: possuem até 0,30% de teor de carbono, sendo o tipo de
aço mais popular no mercado. Isso porque oferece um custo mais baixo e é
perfeito para aplicações que permitem baixa resistência à tração e em que isso
não é um problema imediato, como vigas, chapas e suportes. 
Além disso, uma das vantagens de seu uso na indústria é a possibilidade de
optimizar suas propriedades com relativa facilidade adicionando elementos
como manganês, além de ser um aço de boa soldabilidade. 

2. Aço carbono médio: refere-se a aços carbono que possuem entre 0,35% e
0,60% de teor de carbono e entre 0,31% e 1,60% de manganês. 
Um dos maiores benefícios deste tipo de aço carbono é sua boa resistência
quando normalizado, servindo para a aplicação em elementos estruturais e
eixos. 

3. Aço de alto carbono: são aqueles que possuem entre 0,61% e 1,00% de teor de
carbono e entre 0,40 e 1,00% de teor de manganês. 
Quando se trata de dureza e tenacidade, esse aço é a escolha correta. No entanto,
é um aço muito difícil de soldar, cortar ou moldar. Normalmente aplicado na
fabricação de rodas e peças propícias ao desgaste.  
O aço de baixo carbono possui custo acessível, boa forjabilidade e soldabilidade, além
de boa tenacidade. 

Enquanto isso, o aço de médio carbono tem como características uma boa usinabilidade,
além de soldabilidade, tenacidade e temperabilidade médias. 

E entre as características principais do aço de alto carbono estão a baixa tenacidade,


soldabilidade e forjabilidade, além de alta temperabilidade e boa resistência mecânica. 

Principais utilizações 
O aço de baixo carbono é comumente aplicado em componentes estruturais e
automotivos, maquinários, tubos, parafusos, etc. 

Já o aço de carbono médio pode ser aplicado em equipamentos para operação sob
pressão, manivelas, engrenagens, eixos, peças ferroviárias, entre outros. 

Por fim, os aços de alto carbono são normalmente utilizados em rodas ferroviárias,
equipamentos de mineração, molas, pontes rolantes, entre outros.

B – Aço Ligado
Se você interpretar de modo mais literal, o tipo de aço que se enquadra em qualquer
uma dessas duas classificações de grupo é uma liga. Mas “aço ligado” é diferente de
“ligas de aço”.  

O que é aço ligado?

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É o aço que além de carbono, contém outros elementos em proporções significativas
que podem alterar as propriedades químicas ou mecânicas do material.  

Esses elementos de liga podem incluir manganês, cromo, silício, níquel, molibdénio,
vanádio, alumínio e nióbio. 

Os aços-liga tendem a ser denominados conforme o elemento de maior predominância –


como aço-cromo-vanádio, aço cromo-molibdénio ou aço cromo-níquel-molibdénio. 

Assim como o aço carbono, o aço ligado também é classificado em diferentes grupos,
determinados pela soma dos teores dos elementos de liga adicionados em sua
composição: 

 Aço baixa liga: até 5%. Entre outros, aqui estão inseridos os aços ligados para
construção mecânica. Estes são os aços mais comuns dentre os ligados. 

 Aço média liga: entre 5% e 10%. Aqui estão inseridos alguns aços-ferramenta,
muito utilizados na fabricação de moldes e matrizes. 

 Aço alta liga: a partir de 10%. Aqui estão inseridos aços que possuem diversas
finalidades como resistência à oxidação, resistência ao desgaste e ferramentas de
corte. 

As vantagens do aço ligado estão conectadas à adição dos elementos químicos: dureza
maior, maior profundidade de têmpera, resistência mecânica, ao desgaste, à corrosão ou
ao calor.  
Além disso, também permite optimizar as propriedades magnéticas das peças. 

Falando especificamente dos aços para construção mecânica, são mais comumente
utilizados na fabricação de eixos, tubos e peças para aplicações relacionadas à geração
de energia.  

Ele também é usado na fabricação de ferramentas para exploração de petróleo ou em


juntas universais, terminais de direcção e correntes de accionamento de máquinas. Além
disso, sua aplicação é bastante comum nos sectores de construção civil e naval, além das
indústrias automobilística e de bens de capital. 

C – Aço Inoxidável 
É uma liga metálica constituída basicamente de uma mistura de ferro com no mínimo
10,5% de cromo, o que o torna superior ao aço comum em quesitos como resistência ao
impacto, ao calor e à corrosão.
Na medida em que os elementos como o silício, o carbono e o níquel, entre outros, são
adicionados à liga básica do Aço Inox, ela ganha mais propriedades e aplicações. Esta
diversificação possibilita criar vários os tipos de aço inox, que podem ser classificados
em famílias, como as dos:
Austeníticos
Composta basicamente por ferro, cromo e níquel, têm como características a resistência
à corrosão, boa resposta aos trabalhos a frio, óptimas propriedades mecânicas e
facilidade em operações de soldagem. Os tipos de aço inox da família dos Austeníticos:

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 Aço 304: com alta resistência à oxidação e à corrosão, esta liga é excelente para
fabricação de equipamentos para hospitais, indústrias químicas, farmacêuticas e
petroquímicas, entre outras, pois evita a ferrugem, cujas partículas podem alterar a
composição dos produtos na hora da produção;

 Aço 304L: uma versão aprimorada do 304, esta liga pode ser usada nos mesmos
locais, porém, com preferência para situações nas quais é necessário evitar a corrosão
intercristalina diferente de os tipos de aço inox dito acima;

 Aço 316: conta com molibdénio em sua fórmula, o que torna esta liga superior aos
304 e 304L para aplicações nos mesmos tipos de indústrias;

 Aço 316L: semelhante ao 316, só que com baixo teor de carbono, o que proporciona
maior resistência à corrosão intercristalina;

Dúplex
Conta com cromo, níquel, molibdénio, austenita e ferrita em sua composição. Um
exemplo é o aço 2205. A família Dúplex tem resistência mecânica superior à família
dos Austeníticos. Tem aplicações em ductos, evaporadores, destiladores e tanques
diversos, pois suportam melhor a corrosão sob tensão;
Endurecíveis por precipitação
Pertencem a esta família os aços 17 e 520B, que podem ser tratados termicamente para
oferecer boa tenacidade e ductilidade;

Ferríticos
Aços como o 430, por exemplo, que não contêm níquel em sua composição, o que reduz
seu custo. É utilizado na produção de electrodomésticos, moedas e talheres;

Martensíticos
 Aço 410: serve à fabricação de válvulas, turbinas e pás, entre outros materiais que
exigem alta temperabilidade;

 Aço 420: ideal para a produção de facas, bisturis, pinças e outras ferramentas.

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Tratamento térmico dos aços

Combinação de operações de aquecimento e esfriamento aplicadas em determinado


período de tempo aos metais e ligas metálicas, no estado sólido, de modo a produzir
desejadas propriedades.

É digno de nota que, embora o termo tratamento térmico se aplique apenas a processos
em que o aquecimento e o resfriamento são feitos com o propósito específico de alterar
as propriedades intencionalmente, o aquecimento e o resfriamento muitas vezes
ocorrem incidentalmente durante outros processos de fabricação, como conformação a
quente ou soldagem.

Tipos de tratamento térmico dos aços

A – Têmpera

É o termo da indústria para o rápido resfriamento do aço quente para torná-lo duro
novamente. Dependendo do projecto, o aço quente e maleável será mergulhado em
água ou óleo para esfriar. Isso traz o aço de volta ao estado sólido e frequentemente o
deixa quebradiço. O aço tratado termicamente também pode ser deixado para esfriar.
Mas, a maneira como o aço é resfriado afectará muito a qualidade do acabamento.

O mesmo aço será aquecido e resfriado muitas vezes. Isso é para garantir que ele esteja
pronto para sustentar edifícios, pontes ou qualquer estrutura nas próximas décadas.

B – Recozimento

É um método de tratamento térmico em que um metal como alumínio, cobre, aço, prata
ou latão é aquecido a uma temperatura específica, mantida nessa temperatura por
algum tempo para permitir que a transformação ocorra e, em seguida, resfriado a
ar. Este processo aumenta a ductilidade do metal e diminui a dureza para tornar o
metal mais trabalhável. Cobre, prata e latão podem ser resfriados rápida ou
lentamente, enquanto os metais ferrosos como o aço devem sempre ser resfriados
gradualmente para permitir que ocorra o recozimento.

O recozimento pode ser usado antes de um metal ser usinado para melhorar sua
estabilidade. Isso torna os materiais mais duros menos propensos a rachar ou fracturar!

C – Revenimento

É um método de tratamento térmico usado para aumentar a resiliência (tenacidade)


das ligas de aço. Dessa maneira, esse tratamento térmico do aço pode ser usado para
alterar a dureza, a ductilidade e a resistência do metal, o que geralmente facilita a
usinagem. O metal será aquecido a uma temperatura abaixo do ponto crítico à medida
que as temperaturas mais baixas reduzem a fragilidade, mantendo a dureza. Para maior
plasticidade com menos dureza e resistência, temperaturas mais altas são necessárias.

Outra opção é comprar material que foi endurecido ou endurecer o material antes da
usinagem. Embora isso torne a usinagem mais difícil, elimina o risco de alteração do
tamanho das peças, ao contrário de um processo de tratamento térmico pós-usinagem.

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Também pode eliminar a necessidade de uma retífica para obter acabamentos ou
tolerâncias justas.

D – Cementação

É um processo de endurecimento no qual o carbono é adicionado à superfície do


aço de baixo carbono. Isso resulta em um aço cementado com uma superfície com alto
teor de carbono e um interior com baixo teor de carbono. Quando o aço cementado é
tratado termicamente, a caixa torna-se endurecida e o núcleo permanece macio e
resistente. Dois métodos são usados para cementar aço. Um método consiste em
aquecer o aço em um forno contendo uma atmosfera de monóxido de carbono. No outro
método, o aço é colocado em um recipiente cheio de carvão ou algum outro material
rico em carbono e então aquecido em um forno.

Para resfriar as peças, você pode deixar o recipiente no forno para resfriar ou removê-lo
e deixá-lo esfriar. Em ambos os casos, as peças são recozidas durante o resfriamento
lento. A profundidade da penetração do carbono depende da duração do período de
imersão. Com os métodos atuais, a cementação é quase exclusivamente feita por
atmosferas gasosas.

E – Normalização

É um processo de recozimento para aço em que ele é aquecido a 150-200° F – mais


alto do que no recozimento – e mantido na temperatura crítica por tempo
suficiente para que a transformação ocorra. O aço tratado desta forma deve ser
resfriado ao ar.

O tratamento térmico na normalização causa grãos austeníticos menores, enquanto o


resfriamento a ar produz grãos ferríticos mais refinados. Este processo melhora a
usinabilidade, a ductilidade e a resistência do aço. A padronização também é útil
para remover grãos colunares e segregação dendrítica que pode ocorrer durante a
fundição de uma peça.

F – Nitretação

Este método de endurecimento produz a superfície mais dura do que qualquer um


dos processos de endurecimento. Ele difere dos outros métodos porque as partes
individuais foram tratadas termicamente e temperadas antes da nitretação. As peças são
então aquecidas em um forno que possui uma atmosfera de gás amónia.

Não há necessidade de têmpera, então não há preocupação com empenamento ou outros


tipos de distorção. Este processo é usado para endurecer itens, como engrenagens,
mangas de cilindro, eixos de comando e outras peças do motor, que precisam ser
resistentes ao desgaste e operar em áreas de alta temperatura.

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CONCLUSÃO
Ao refere o tratamento térmico dos aços, foi concluído que os aços são
especialmente adequados para o tratamento térmico, uma vez que respondem
satisfatoriamente aos tratamentos em termos das características desejadas, e assim
sendo, podemos de várias maneiras os produtos proveniente de quaisquer tipos de
tratamento térmico para vários fins como foi aqui nesse trabalho foi descortinado.

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