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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

AMAZONAS
IFAM CAMPUS MANAUS CENTRO

Materiais de Construção Mecânica

Ana Beatriz dos Santos Reinaldo


Eloísa Souza Nascimento
Fernanda Melo de Lima
Thiago Cruz de Souza
Yasmin Makelly Vitor de Souza

Aço

Manaus/Am
2021
Aço
I. Aço-carbono e Aço-liga

O aço é um produto bastante utilizado na construção civil e na indústria.


É um material composto por ligas de ferro e carbono e é utilizado na
fabricação dos mais diferentes produtos, dentre eles eletrodomésticos, veículos,
materiais de construção, entre outros.
É uma liga muito popular e de grande aplicabilidade, sendo suas
propriedades mecânicas um dos fatores que o faz ser tão utilizado. Essas
propriedades variam de acordo com os diferentes tipos de material e as suas
composições.

Aços carbono:
Esse tipo de aço é formado pela liga de ferro com carbono, onde o teor
de carbono nesse caso é inferior a 2,11%. São chamados de aço carbono todos
os produtos derivados apenas da junção do ferro com o carbono — podendo o
teor do elemento variar — sem quantidades significativas de outros na
composição.
Nesse tipo de aço, normalmente existem elementos residuais, como
manganês, fósforo ou silício, mas as quantidades não são suficientes para alterar
suas propriedades. Os aços carbono são amplamente utilizados em diversas
aplicações.

Aço liga:
Já os aços liga contêm, além das ligações entre ferro e carbono, outros
elementos em proporções significativas que podem alterar as propriedades
químicas ou mecânicas do material. Geralmente, os outros elementos
adicionados à composição do aço são: manganês, níquel, cromo, molibdênio,
vanádio, tungstênio e silício. Isso vai depender da propriedade que querem que
o aço atinja.
Esses elementos normalmente são utilizados para aumentar a dureza e
a resistência mecânica ou química do aço ou para conferir-lhe outras
propriedades que sejam interessantes para sua aplicação.
II. Porcentagens mínimas e máximas de um aço carbono

Como já mencionado, aço é a denominação genérica para ligas de ferro-


carbono com teores de carbono de 0,008 a 2,11%, contendo outros elementos
residuais do processo de produção e podendo conter outros elementos de liga
propositalmente adicionados. Se o aço não contém estes últimos, é chamado
especificamente de aço-carbono. Do contrário, aço-liga. Ferro fundido é a
designação genérica para ligas de ferro-carbono com teores de carbono acima
de 2,11%.
O limite inferior de 0,008% corresponde a máxima solubilidade do
carbono no ferro à temperatura ambiente e o limite superior de 2,11%
corresponde a máxima solubilidade de carbono no ferro e que ocorre a 1130°C.
O teor de carbono do aço afeta o seu aspecto granulométrico. Um aço
com pouquíssimo carbono (digamos, menos de 0,01%), se resfriado lentamente,
deverá apresentar uma aparência razoavelmente uniforme, pois a maior parte
será representada pela ferrita (solução sólida do carbono em ferro alfa). Além do
mais, o teor de carbono exerce significativa influência nas propriedades
mecânicas do aço. Quanto maior, maiores a dureza e a resistência à tração.
Entretanto, aços com elevados teores de carbono são prejudicados pela maior
fragilidade devido à maior quantidade de cementita, uma substância bastante
dura, mas quebradiça. É comum o uso da expressão aço doce para aços de
baixa dureza, com teores de carbono menores que 0,25%.
III. Divisão dos aços com relação a concentração de carbono

Dentre os milhares tipos de aço existentes, que se diferem a partir de


variadas formas, eles podem ser classificados em três categorias principais, de
acordo com sua composição química: aços carbono, aços de baixa-liga e os
aços de alta-liga.
Aços carbono - Esse é o tipo de aço mais produzido constituindo
cerca de 90% da produção mundial e são geralmente agrupados em:
• aço de alto carbono – acima de 0,50% até o limite de 2,11%;
• aço de médio carbono – entre 0,20% e 0,49%;
• aço de baixo carbono – entre 0,05% e 0,20%;
• aço de carbono extra baixo – entre 0,015% e 0,05%;
• aço de carbono ultra baixo – abaixo de 0,015%.

São ligas de ferro carbono contendo menos que 1,65% Mn, 0,6 %Si, com
o teor total dos outros elementos não excedendo 2%. Alguns exemplos de suas
utilizações são: chapas para estampagem de carrocerias de veículos
automotores e utensílios domésticos da linha branca, fabricados em aço baixo
carbono, placas de aços estruturais de médio teor de carbono empregadas na
indústria da construção civil e da construção mecânica e trilhos e arames de alta
resistência fabricados em aços de alto carbono.

Os aços liga também são divididos de acordo com o teor de elementos


em sua composição:
• aço baixa liga – a soma dos teores de todos os elementos liga
adicionados não ultrapassa 5% de todo o material;
• aço média liga – a soma dos teores de todos os elementos liga fica
entre 5% e 12% de todo o material;
• aço alta liga – a soma dos teores de todos os elementos liga é no
mínimo 12% de todo o material;
• aço baixa liga de alta resistência – nesse caso o teor de carbono é
menor que 0,25% e o teor dos outros elementos liga é menor que 2%.
Geralmente os elementos liga mais utilizados para esse tipo de aço são o Nióbio,
Vanádio e Titânio, que ajudam no aumento da resistência do material.
Aços de baixa-liga - Os aços especiais de baixa-liga são os que
recebem elementos de liga na composição química para melhorar suas
propriedades. Além de conter elementos de liga em sua composição química,
esses aços também recebem um processamento feito a partir de técnicas
especiais que garantem uma maior limpeza no produto final. Eles contêm, além
do carbono, elementos de liga como Cr, Ni, Mn, V, Mo, etc., em teores totais
menores que 5%. O carbono agrega aos aços resistência e dureza: quanto maior
o teor de carbono maior a resistência mecânica. Porém, a adição de outros
elementos de liga possibilita ao aço ser tratado termicamente para obter ainda
mais resistência mecânica. Alguns exemplos de seu uso são peças de seção
espessa ou de grande porte.

Aços de alta-liga - Os aços de alta-liga possuem um teor de elementos


de liga maior que 5%. Na sua composição são utilizados cerca de 20 elementos
de liga, além do carbono, para melhorar suas propriedades. Alguns deles são:
manganês, silício, alumínio, níquel, cromo, cobalto, molibdênio, vanádio,
tungstênio, nióbio, titânio, chumbo, entre outros. São aços inoxidáveis, aços
resistentes ao calor, aços ferramenta e outros utilizados para finalidades
específicas.

IV. Impurezas na obtenção dos aços

O aço é produzido por remoção de impurezas, como o carbono do ferro


em bruto ou da gusa, produzido pelos altos-fornos. Além do carbono há
impurezas com o silício, o manganês o fósforo e o enxofre.
Por mais controlado que seja o processo de fabricação do aço, é
impossível produzi-lo sem essas impurezas. E elas, de certa forma, têm
influência sobre as propriedades desse material. Quando adicionadas
propositalmente são consideradas elementos de liga, conferindo propriedades
especiais ao aço. Às vezes, elas ajudam, às vezes, elas atrapalham. Assim, o
que se deve fazer é controlar suas quantidades.
O manganês é a impureza encontrada em maior quantidade no aço
(até 1,65%). Ele é adicionado para auxiliar na desoxidação do metal líquido e
para neutralizar o efeito nocivo do enxofre. Nesse processo, ele se combina
primeiro com o enxofre e forma o sulfeto de manganês (MnS). Isso aumenta a
forjabilidade do aço, a temperabilidade, a resistência ao choque e o limite
elástico. Em quantidades maiores, ele se combina com parte do carbono e forma
o carbeto de manganês (Mn3C), que é muito duro. Isso diminui a ductilidade do
aço.
Outro elemento que é adicionado ao metal líquido para auxiliar na
desoxidação é o alumínio. Ele é usado para "acalmar" o aço, ou seja, para
diminuir ou eliminar o desprendimento de gases que agitam o aço quando ele
está se solidificando.
O fósforo é um elemento cuja quantidade presente no aço deve ser
controlada, principalmente, nos aços duros, com alto teor de carbono. Quando
ultrapassa certos limites, ele faz o aço ficar mais duro ainda e, por isso, mais
frágil a frio. Isso quer dizer que a peça de aço, com valores indesejáveis de
fósforo, pode quebrar facilmente quando usada em temperatura ambiente. Um
teor de fósforo em torno de 0,04% faz o aço se romper se for deformado a
quente, porque forma um composto que se funde a uma temperatura muito
menor (1.000ºC) que a do ferro (1.500ºC). Em aços de baixo teor de carbono,
por outro lado, seu efeito nocivo é menor, pois nesse caso o fósforo auxilia no
aumento da dureza, e também aumenta a resistência à tração, a resistência à
corrosão e a usinabilidade.
O enxofre é uma impureza muito difícil de ser eliminada. No aço,
ele pode se combinar com o ferro e formar o sulfeto ferroso (FeS), que faz o aço
se romper, com facilidade ao ser laminado, forjado ou vergado em temperaturas
acima de 1.000ºC. Assim, o teor máximo de enxofre permitido é de 0,05%.
Sabendo que o enxofre se combina melhor com o manganês do que
com o ferro, os profissionais que entendem de metalurgia colocam no aço uma
quantidade de manganês duas vezes maior do que a de enxofre, porque ele vai
“preferir” se combinar com o manganês. Com isso, forma-se o sulfeto de
manganês (MnS) que se solidifica em níveis de temperatura semelhantes aos do
aço. Por isso, sua presença no aço não é tão nociva.

V. Processos que melhoram a qualidade dos aços através dos


agentes oxidantes.

Na verdade, têm-se três possibilidades para melhorar a resistência


mecânica de qualquer metal: aplicar processos de fabricação por conformação
mecânica, como prensagem e laminação, por exemplo; pode, também, tratar o
metal termicamente, ou seja, submetê-lo a aquecimento e resfriamento sob
condições controladas. Ou acrescentar elementos de liga. Tudo isso vai mexer
com a estrutura do metal-base, de acordo com o que já estudamos na lição sobre
as propriedades dos materiais.
Por exemplo, o aço-carbono com baixo teor de carbono, pode ter sua
resistência mecânica aumentada pelo processamento mecânico a frio. O aço de
teor médio, para a produção de peças forjadas, carcaças de caldeiras,
ferramentas agrícolas etc., pode ter sua resistência mecânica aumentada por
meio de tratamento térmico.
Aço liga: Quando as quantidades dos elementos adicionados são muito
maiores do que as encontradas nos aços-carbono comuns. E quando essa
adição ajuda o aço na modificação e melhoria de suas propriedades mecânicas.
Dependendo da quantidade dos elementos de liga adicionados, o aço-
liga pode ser um aço de baixa liga, se tiver até 5% de elementos de adição, ou
um aço de liga especial, se tiver quantidades de elementos de liga maiores do
que 5%.
Os elementos de liga mais comumente adicionados ao aço são: níquel,
manganês, cromo, molibdênio, vanádio, tungstênio, cobalto, silício e cobre.
Lembrando que é possível adicionar mais de um elemento de liga para obter um
aço-liga, e sem nos determos muito nos detalhes do que acontece com a
microestrutura desse material, vamos dizer o que cada um desses elementos
traz ao aço, em termos de mudança de propriedades.

Elemento Influência na Influências nas Aplicações Produtos


de liga estrutura propriedades

Níquel Refina o grão. Aumento da Aço para Peças para


Diminui a resistência à tração. construção automóveis.
velocidade de Alta ductilidade. mecânica. Aço Utensílios
transformação na inoxidável. Aço domésticos.
estrutura do aço. resistente a altas Caixas parra
temperaturas. tratamento
térmico.
Manganês Estabiliza os Aumento da Aço para Peças para
carbonetos. Ajuda resistência construção automóveis e
a criar mecânica e mecânica. peças para uso
microestrutura dura
temperabilidade da geral
por meio de
peça. Resistência engenharia
têmpera. Diminui a
velocidade de ao choque. mecânica.
resfriamento.
Cromo Forma Aumento da Aços para Produtos para
carbonetos. resistência à construção indústria
Acelera o corrosão e à mecânica. química;
crescimento dos oxidação. Aumento Aços-ferramenta. talheres;
grãos. da resistência a Aços inoxidáveis. válvulas e
altas temperaturas. peças para
fornos.
Ferramentas de
corte.
Molibdênio Influência na Alta dureza ao Aços-ferramenta. Ferramentas de
estabilização do rubro. Aumento de Aço-cromo- corte.
carboneto. resistência à tração. níquel.
Aumento de Substituto do
temperabilidade. tungstênio em
aços rápidos.
Vanádio Inibe o Maior resistência Aços cromo- Ferramentas de
crescimento dos mecânica. Maior vanádio corte.
grãos. Forma tenacidade e
carbonetos. temperabilidade.
Resistência à fadiga
e à abrasão.
Tungstênio Forma Aumento da dureza. Aços rápidos. Ferramentas de
carbonetos muito Aumento da Aços-ferramenta corte.
duros. Diminui a resistência a altas
velocidade das temperaturas.
transformações.
Inibe o
crescimento dos
grãos.
Cobalto Forma Aumento da dureza. Aços rápidos. Lâminas de
carbonetos Resistência à Elemento de liga turbina de
(fracamente). traição. Resistência em aços motores a jato.
à corrosão e à magnéticos.
erosão.
Silício Auxilia na Aumento da Aços com alto Peças fundidas.
desoxidação. resistência à teor de carbono.
Auxilia na oxidação em Aços para
grafitização. temperaturas fundição em
Aumenta a elevadas. Melhora areia.
fluidez. da temperabilidade
e da resistência à
tração.

VI. Características físicas e mecânicas dos aços

Física:
Durabilidade: o aço tem grande durabilidade. É um material resistente
justamente por conta dos elementos que apresenta.
Maleabilidade: tem grande flexibilidade, permitindo ser moldado conforme
exposto a altas temperaturas, o que permite a produção de peças de aço de
variadas formas com mais facilidade.
Elasticidade: o aço é capaz de dilatar-se e voltar ao tamanho original,
motivado por temperaturas muito elevadas ou muito baixas.
Resistência: o carbono presente em sua composição aumenta a resistência
do aço em comparação a outros metais. Por isso, ele é tão procurado por
engenheiros para fazer parte de suas obras.
Condutividade térmica: o aço tem excelente condutividade térmica, sendo
capaz de conduzir energia elétrica.
Resistência à corrosão: um aço em especial, conhecido como aço
inoxidável, é justamente procurado por ter alta resistência à corrosão, sendo
comumente utilizado em panelas e outros utensílios de cozinha.

Mecânicas:
-Dureza é uma medida da resistência à deformação plástica localizada
induzida por penetração de um indentador ou de uma partícula abrasiva.
-Limite de escoamento é a tensão máxima que pode ser aplicada sem que
o material sofra deformação permanente ou irreversível. A aplicação de esforços
menores que o limite de escoamento causa deformações elásticas reversíveis.
-Limite de resistência é tensão máxima que um material aguenta quando
tracionado (esticado) antes de quebrar. A aplicação de esforços maiores que o
limite de resistência causa fratura do material.
-Alongamento máximo é a deformação que um material aguenta quando
tracionado (esticado) antes de quebrar.
-Tenacidade é a capacidade de um aço absorver energia e deformar
plasticamente sem fraturar.
-Limite de fadiga ou resistência à fadiga é a tensão abaixo da qual um
material pode ser submetido a um número infinito de ciclos de esforços sem causar
uma fratura por fadiga.
Quando submetidos a esforços mecânicos, os aços podem apresentar
comportamento puramente elástico, se as forças aplicadas forem menores que o
Limite de Escoamento. Nessa situação, qualquer peça de aço, por exemplo, uma
mola, sob a ação de esforços de tração, irá deformar elasticamente. Quando
aliviada a carga aplicada, a peça retorna ao seu formato original.
Quando os esforços mecânicos aplicados são maiores que o limite de
escoamento, a mola sofre deformação plástica permanente. Quando aliviado o
esforço, a mola não retorna ao seu comprimento original, perde sua funcionalidade
e não pode mais ser usada na função especificada (falha dimensional).
Quando o esforço aplicado é maior que o limite de resistência, ocorre a
fratura do material. Se puxarmos a mola fazendo um esforço maior que o seu limite
de resistência. ocorre fratura e a mola não pode mais ser usada (falha por fratura).

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