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Aplicação de

materiais em
veículos automóveis
Alexandre Miguel Oliveira Neves Pinheiro de Almeida nº2021154125
Guilherme Simões Gomes nº2021130837
Gabriel Alejandro Martins dos Santos nº2021146514
(Grupo-2.6)
Temas

1 2 3
Referência aos Propriedades e a Evolução dos
diferentes materiais razão pela qual são materiais ao longo do
utilizados, de acordo utilizados no mundo tempo e a sua
com classes e automóvel substituição
subclasses a que
pertencem
01
c

Cerâmicos
Cerâmicos
 Os materiais cerâmicos são compostos por tradicionais
elementos metálicos e não metálicos de
átomos unidos através de ligações iónicas e/ou Cerâmicos
Covalentes. Técnicos

Características gerais:
Cerâmicos
• Elevada dureza e rigidez refratários
• Baixa capacidade de deformação(baixa ductilidade) MATERIAIS
• Baixa resistência ao impacto(baixa tenacidade) CERÂMICOS
• Elevada resistência à compressão Grafite
• Resistentes ao desgaste
• Apresentam alto ponto de fusão
• Maus condutores térmicos e elétricos Cimentos
• Boa resistência è corrosão e Betões

Vidros
Cerâmicos técnicos
Tipos de cerâmico: Propriedades:
Carboneto de silício (SiC) Mais duro dos abrasivos tradicionais
Excelente resistência à oxidação a elevadas
temperaturas.

Nitreto de silício (Si3N4) Maior resistência ao choque térmico que a


maiorias dos cerâmicos, Mantém propriedades a
temperaturas elevadas,Boa tenacidade,Baixo
coeficiente de expansão térmico

Carboneto de titânio (TiC) Elevada resistência ao choque

Carboneto de tungstênio Elevada tenacidade, alta dureza e alta


resistência ao desgaste a altas temperaturas,
(WC) boa resistência à corrosão e ao choque
térmico,elevado módulo de elasticidade

Alumina (Al2O3) Elevada resistência à compressão, isolamento


térmico e elétrico, elevada resistência ambiental,
mantém algumas propriedades a temperaturas
elevadas
Grafite
Propriedades:
 Condutibilidade elétrica elevada
 Baixo atrito
 O carbono mantém-se no estado
sólido até 3600ºC
 Boa relação
peso/resistência/temperatura
Vidros
Tipo de vidro Propriedades

Vidro Temperado Maior dureza, maior rigidez, maior


resistência térmica,, estilhaça em
pequenos fragmentos quando é
danificado

Vidro Laminado Isolamento acústico, resistência à


abrasão, resistência térmica,
elevada, quando é danificado não
estilhaça (maior segurança)
Onde são utilizados, Quais e o porquê de serem utilizados nos
automóveis..

Os materias cerâmicos não estão tão presentes no mundo automóvel como outros materias devido a algumas dificuldades que este
material apresenta no momento da sua instalações e na dificuldade do seu fabrico
Ainda assim, são de destacar as seguintes aplicações:
Sistema de travagem
• Atuam de forma continua sem perder eficiência e dissipam muito bem o calor, aguentando altas temperaturas, existem já discos
de travagem que possuem na sua composição materiais cerâmicos, como por exemplo a grafite.
• Em algumas pastilhas de travões também é possível encontrar cerâmicos.

Velas de ignição: possui um corpo em cerâmica, que suporta altas temperaturas, que é o isolador
Catalisador: constituído de uma colmeia cerâmica formada por milhares de pequenos canais por onde passam os gases poluentes.

Embreagem cerâmica: transmite mais eficazmente a força às rodas pois os discos com pastilhas de cerâmica possuem maior
aderência, chegando a durar o dobro do tempo dos convencionais.

Banhos de cerâmica: realizados em diversas peças metálicas com o objetivo de reduzir o atrito, havendo assim menos dissipação
de energia por calor e diminuindo o desgaste das peças
Janelas e vidros: nas janelas/vidros dos automóveis podemos encontrar o vidro temperado,laminado
ou até mesmo blindado. Na maioria dos automóveis, o único vidro laminado que podemos encontrar é no
para-brisas, de maneira a oferecer uma maior segurança aos passageiros em caso de acidente. Os
restantes vidros/janelas são,normalmente, vidros temperados.
Materiais Metálicos

Metálicos
Os materiais metálicos são materiais
inorgânicos, constituídos por um ou
Não ferrosos Ferrosos
mais materiais metálicos, podendo ou
não conter materiais não metálicos.
Apresentam uma organização
atómica bem definida e, por isso, diz-se -Cobre e suas ligas Aços Ferros
que possuem uma estrutura cristalina. -Alumínio e suas ligas -Aços Ligados Fundidos
-Níquel e suas ligas -Aços não
Propriedades gerais: -Titânio e suas ligas -Cinzentos
ligados -Brancos
-Zinco e suas ligas
• Resistentes; -Magnésio e suas ligas -Nodulares
• Duros -Moldáveis
• Dúcteis
• Opacos
• Bons condutores elétricos e
térmicos
Aços - Classes e subclasses
 Aços não ligados (ao carbono): São ligas Fe - C, com Carbono inferior a
2,1
 Aços Ligados: Ligas à base de ferro com teor em carbono < 2,11%,
contendo também quantidades variadas de outros elementos químicos.
Tipo Caracteristicas Aplicações

Aços não ligados A resistência aumenta com o teor


de Carbono
Chapas automobilística, perfis
estruturais e placas utilizadas na
(aços carbono) A ductilidade diminui com o teor de fabricação de tubos, construção
Carbono civil...
São aços de relativa baixa dureza
Oxidam-se facilmente
São os mais usados e de mais
baixo custo

Aços ligados Os elementos de liga aumentam:


Dureza e a resistência mecânica
Podem ser encontrados em
praticamente todos os segmentos
Resistência à corrosão industriais
Estabilidade às baixas e altas
temperaturas Melhoram a
conformabilidade
Ferros Fundidos - Classes e subclasses
Propriedades Ferros fundidos Ferros fundidos
Ferros fundidos brancos: o
cinzentos brancos

carbono presente encontra-se Boa fluidez

essencialmente combinado com o ferro, Baixa contração


formando o Fe3C (cementite).
Boa dureza

Boa resistência mecânica

Ferros fundidos cinzentos: uma Baixa capacidade de deformação


(ductilidade)
parte significativa do carbono encontra-se
Fraca resistência ao impacto
livre, formando lamelas de grafite . (tenacidade)

Muito utilizado em componentes de


geometria com muitos detalhes

Resistência à abrasão

Mais utilizado
Não Ferrosos
13

Zinco Niquel Alumínio Magnési Titânio Cobre


o
• Densidade
• Densidade • Boa • Densidade • Densidade • Densidade
elevada
• Boa elevada resistência à baixa baixa elevada
• Fácil corrosão • Baixa • Boa resistência • Boa
resistência
deformação • Baixa resistência resistência
à corrosão mecânica
• Boa densidade mecânica • Boa resistência mecânica
atmosféric
resistência • boa • Baixa • Elevada
a à corrosão
• proteção à corrosão resistência resistência • Caro condutividade
oxidação e mecânica à fadiga e • Biocompativel elétrica e
da
temperatura • barato, deformação térmica,
corrosão
• Caro • não tóxico • caro • Boa
resistência à
corrosão,
• Facilidade de
fabrico
Metálicos 14
em que
peças, quais
e o porquê

Motor
Transmissão
Sistema de direção
Suspensão
Chassis
Carroçaria
Sistema de travagem
Motor 15

Pistões Bloco
Os materiais mais usados são o ferro fundido e
 A maioria dos pistões modernos é feito em ligas de as ligas de alumínio.
alumínio com cerca de 25% de silício, de modo a
atenuar os efeitos da temperatura, como a • Embora as ligas de alumínio apresentem melhores
expansão e a contração. propriedades dissipadoras e maior leveza, são mais
caras que o ferro fundido.
 A adição de níquel à liga reduz a fragilidade do
material, mas aumenta a relação entre peso e • Nos motores maiores, o ferro fundido é mais usado.
massa.
• Os blocos do motor possuem, nos cilindros, mais
 É usado aço na extremidade dos pistões pois não propriamente nas camisas, uma deposição
cede a altas pressões e temperaturas e revela-se eletrolítica de ligas à base de crómio e níquel, muito
resistente à corrosão. mais resistentes ao desgaste e oferecendo menor
atrito ao movimento do pistão.
Devido à capacidade de resistir a altas pressões e
temperaturas, à sua resistência ao choque e peso, o Cabeça do motor, bielas e cárteres são exemplos
aço é também usado nas cambotas, válvulas e cárter de outros componentes feitos de ligas de alumínio .
do motor.
Transmissão
Sistema de direção  A maioria do material utilizado nos sistemas de
 A coluna da direção é comummente constituída por
transmissão são ligas de aço.
ligas de titânio, dado a sua extrema leveza e
resistência.  Para que fiquem com as propriedades desejadas,
 De maneira a reduzir o seu peso, as barras são sujeitas a tratamentos químicos e térmicos,

transversais da direção são formadas por alumínio. com o objetivo de endurecer a superfície da peça,

 O zinco também é bastante utilizado. através da cementação (processo termoquímico


que induz à absorção e difusão do carbono).
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Chassis
Suspensão
 O chassis pode ser constituído por aço ou
 Na suspensão a grande parte dos componentes
alumínio.
 Uma vez que o chassis necessita de ter uma certa são constituídos por aço.
deformação para que, em caso de colisão, possa
absorver a onde de choque, o alumínio tem vindo  Para fazer as molas da suspensão, a barra
a ser cada vez mais utilizado.
inicial passa por um processo vasto até chegar
à sua forma final, como é conhecida.
Carroçaria
• A carroçaria quanto a constituintes,
 Enrolamento, aquecimento, conformação,
resume-se principalmente a aço,
embora se verifique bastante a tratamento térmico, revenimento, jateamento e
presença do alumínio.
pintura, são algumas dessas etapas.
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Sistema de travagem

As pinças são maioritariamente feitas em ligas de aço.


O servo é usualmente constituído por alumínio ou por aço inoxidável.
As pastilhas podem ser feitas de ferro, cobre, aço e outras ligas metálicas, combinadas
com grafite.
Os discos são compostos por ferro fundido ou materiais cerâmicos.
Polímeros 19

Um polímero é uma macromolécula constítuida pela


repetição de pequenas e simples unidades químicas, • Sintéticos:
chamadas monómeros, ligadas covalentemente entre -Termoplásticos
si, de modo a formar um sólido. -Termoendurecíveis
-Elastómeros
Propriedades gerais:
 Ligação atómica covalente Materiais
poliméricos
 Formados à base de C e H
 Maus condutores térmicos e elétricos • Naturais
 Baixa densidade
 Baixa dureza e baixa resistência mecânica
 Decomposição a baixas temperaturas
 Baixa cristalinidade
 Económicos
 Bastante poluentes
Termoplásticos
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 PET- Politereftalato de etileno


 PEAD-Polietileno de Alta
 Possuem um código (código dos termoplásticos) Densidade
que permite fazer a distinção do material  PVC- Policloreto de Vinilo
empregado na criação da embalagem.  PEBD- Polietileno de Baixa
Densidade
 PP- Polipropileno
 PS- Poliestireno
 Outros- Outros plásticos
Propriedades
diferentes dos anterior
 Grande consumo/uso doméstico
 Baratos
 Boas propriedades
 Necessitam de calor para serem conformados
 Podem ser reciclados
 Materiais semi-cristalinos ou amorfos
Tipo de Termoplástico Características
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Politeraftalato de etileno (PET) Alta rigidez e dureza
Boa resistência à deformação
Polietileno de alta densidade (PEAD) Alta resistência à humidade e ao ataque químico; Baixa resistência
mecânica; Elevada flexibilidade

Policloreto de vinilo (PVC) Leve, não tóxico, 100% reciclável, resistente a reagentes químicos

Polietileno de baixa densidade (PEBD) Menor resistência mecânica do que o PEAD

Polipropileno (PP) Alta resistência química; estabilidade; flexibilidade; baixo custo; resistência a
riscos;

Poliestireno (PS) Transparente, rígido e pouco flexível, sem odor nem sabor, facilidade de
processamento, baixo custo

Politetrafluoretileno (PTFE) Denso, baixo atrito (auto-lubrificação), boa resistência térmica

Polimetraquilato de metilo (PMMA) – Acrílico Duro, rígido, boas qualidades óticas, resistente ao impacto

Politeraftalato de butileno (PBT) Alta resistência e rigidez, baixo atrito e resistência ao desgaste

Policarbonato (PC) Elevada resistência ao impacto, baixa resistência química, boa resistência
mecânica

Poliamida (PA) - Nylon Elevada resistência mecânica

Acritomitrito-butadieno-estireno (ABS) Boa resistência mecânica, boa resistência ao impacto, rígido, mais caro
Termoendurecíveis 22

Propriedades

 Mais rígidos e frágeis do que os


termoplásticos
 Mais estáveis a variações de temperatura
 São conformados e depois endurecidos
através de uma reação química de cura
 Não se fundem
 Materiais amorfos Termoendurecíveis
 Reciclagem complicada

Resinas de
Resinas Resinas Resinas de
poliéster
fenólicas epóxidas
insaturadas amina
Tipo de Termoendurecível 23

• Resinas Fenólicas- Boa resistência química, excelente resistência à


agua e estabilidade térmica

• Resinas de epóxico ou epóxicas- Baixa absorção à água, boa


resistência quimica, boa resistência à abrasão e boa adesão, boas
propriedades de isolamento elétrico

• Resinas de poliéster insaturadas- Boa resistência mecânica, baixa


viscosidade, boa resistência ao impacto, boa resistência química aos
ácidos
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Elastómeros
Elastómeros

Propriedades Borracha Borracha Borracha


Policloropro
Borracha
sintética de sintética de
natural peno ou
estireno de nitrito silicone
butadieno neopropeno
• Elevado grau de elasticidade CR
• Baixa resistência mecânica
SBR NBR
• Elevada deformação
• Possuem características termoplásticas e
termoendurecíveis
• Não podem ser refundidos ou reciclados
• Materiais amorfos
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Tipo de Elastómero Características

Grande elasticidade, impermeabilidade,


Borracha natural (NR) resistência à abrasão e à corrosão, boa
adesão, elevada capacidade para
dissipar calor quando deformada, elevado
preço
Borracha sintética de estireno-
Elevada resistência ao atrito e ao
butadieno (SBR)
desgaste
Borracha sintética de nitrilo (NBR)
Boa resistência a hidrocarbonetos, ao
calor e a óleos
Policloropropeno ou neopropeno (CR)
Boa resistência mecânica

Borracha de silicone
Grande flexibilidade e gama alargada de
temperaturas de utilização
POLÍMEROS 26
ONDE, QUAIS E PORQUE SÃO UTILIZADOS NOS AUTOMÓVEIS?
Os materiais poliméricos são bastante e, cada vez mais, utilizados no mundo automóvel
dadas as suas propriedades, anteriormente referidas.
Deste modo, estes materiais apresentam vantagens (e desvantagens) em relação a outras
classes de materiais.
Termoplásticos
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Politeraftalato de etileno (PET)- limpa para brisas, componentes elétricos, carcaças de bombas
Polietileno de alta densidade (PEAD)-caixa do triângulo de emergência, reservatório de água do limpa
para-brisas, sistema de distribuição de combustível, tanques de combustível

Policloreto de vinilo (PVC)-filtros de ar e de óleo, revestimentos de bancos, painéis e interiores,


revestimentos de cabos elétricos
Polipropileno (PP)-caixa da bateria, tapetes, cobertura do volante, cobertura dos amortecedores,
encosto de cabeça, para-choques, painéis de instrumentos, porta luvas, proteções diversas, etc
Poliestireno (PS)-caixa de ferramentas, componentes dos assentos, apoio dos pés, proteção do joelho
Politetrafluoretileno (PTFE)- bomba de combustível elétrica, indicador de desgaste do travão,
elementos deslizantes dos amortecedores e dos travões, guia do pistão do amortecedor
Polimetraquilato de metilo (PMMA) – Acrílico-divisórias de segurança COVID, faróis, painel de
instrumentos

Politeraftalato de butileno (PBT)- carcaça da bomba de água, carcaça dos faróis, cinzeiros, manipulo
do sistema de movimentação dos vidros, guarda-lamas, tampa do airbag, etc
Policarbonato (PC)-faróis, painel de instrumentos, cobertura para carros

Poliamida (PA) – Nylon-dutos de captação de ar, engrenagens, conectores do sistema de injeção,


sistema do travão de mão, compartimento do airbag

Acritomitrito-butadieno-estireno (ABS)- carcaças dos espelhos


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Termoendurecíveis
Resinas fenólicas: peças de transmissão, puxadores,
matriz de calços de travões

Resinas de epóxico: misturada em tinta ajuda a


proteger contra a corrosão, revestimento de peças em
fibra de carbono e acabamentos exteriores do carro

Resinas de poliéster insaturadas: utilizado como


reforço para painéis e peças da carroçaria
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Elastómeros
Borracha natural: pneus especiais

Borracha sintética de estireno-butadieno SBR: pneus, revestimentos de pedais,tapetes

Borracha sintética de nitrilo NBR: mangueiras e vedantes para combustíveis

Policloropropeno ou neopropeno CR: correias, apoios de motor, apoios de cabine, foles do veio de transmissão

Borracha de silicone: proteção de fios elétricos, revestimento de cabos e velas de ignição, sistema de amortecimento e suspensão, vedante de janelas, portas, para-brisas, retrovisores
Compósitos 30

Os materiais compósitos resultam da associação de diferentes


materiais, usualmente não miscíveis, que combinam as suas
propriedades de modo a se obterem características inexistentes
nos materiais isoladamente.
Pelo menos um elemento funciona como matriz e, pelo menos
outro elemento como material de reforço ou enchimento.
Matriz
Polimérica Reforço:
Matriz: permite dar forma ao compósito. Serve de ligação entre os
ligamentos de reforço. Transfere cargas para o material de MATERIAIS Matriz a) com partículas
reforço. COMPÓSITOS Metálica
b) com fibras
Matriz
Reforço: serve essencialmente para melhorar significativamente a Cerâmica c) laminados
resistência mecânica, rigidez, dureza, etc.

Propriedades gerais: leves, elevada resistência à tração e


compressão, elevada resistência química e ao fogo, boas
propriedades isoladoras (acústicas, térmicas, elétricas).
Compósitos com partículas Compósitos laminados Compósitos com fibras
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Tipos de matrizes 32

Tipo de compósito Exemplo


Liga de alumínio + polímero (painel
Matriz metálica em sanduíche)
Metal + fibras (boro, grafite, W)
Resina poliesters + fibras de vidro
Matriz polimérica Resina epoxídica + fibras de
Carbono
Borracha + aço
Cimento + agregados (betão)
Matriz cerâmica Cimento + aço (betão armado)
Cerâmico + fibras (SiC)
Cerâmico + partículas (SiC)
WC + Co
COMPÓSITOS 33

ONDE, QUAIS E PORQUE SÃO UTILIZADOS NOS AUTOMÓVEIS

Os compósitos de matriz polimérica são os mais usados contudo, os de matriz metálica


possuem exemplos interessantes da sua aplicabilidade.
 A introdução dos compósitos de matriz metálica em componentes automóveis ocorre principalmente por meio de
ligas de alumínio para aumentar a resistência desses materiais e aproveitar o seu grande potencial de redução de
peso.

 Apesar de o seu uso ainda ser bastante restrito um exemplo interessante provém da empresa Toyota que
efectuou a substituição de uma roldana em ferro fundido pelo compósito alumínio/fibras curtas de Al2O3+SiO2

 A fábrica Honda, com o intuito de aumentar a resistência ao desgaste e às altas temperaturas no interior dos
cilindros, criou um compósito de revestimento com matriz de alumínio contendo 12% de fibras de Al2O3 + 9% de
fibras de grafite.

 Outro exemplo da aplicação de compósito com matriz metálica é a liga de alumínio, Al-Si, com reforço de 20%
SiC (partículas), substituindo ferro fundido em discos de travagem.
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Os compósitos de matriz polimérica são os mais utilizados de entre todos os outros, porém, no mundo automóvel, os mais usados são os “Advanced Composites”. Este tipo de compósito “polimérico”, fabricado com fibras de
elevado desempenho, impregnadas com resinas, apresenta baixo peso, elevada resistência mecânica e elevada rigidez.
 Correias e mangueiras são alguns dos exemplos da aplicação do kevlar (fibra aramida).
As principais fibras usadas neste tipo de compósitos são o Kevlar e as fibras de carbono.

Uma vez que apresentam alta resistência à abrasão, no caso das correias, estas acabam
por manter a sua forma e tensão por muito mais tempo. O uso da fibra de kevlar costurada
ou trançada para reforçar mangueiras do radiador, transmissão e turbocompressor é,
também, cada vez mais comum, dada a sua resistência, estabilidade térmica e resistência
química.
 Também em embraiagens, sujeitas a atrito severo, é possível observar a presença de
revestimentos de Kevlar, não exigindo assim manutenção ou substituição com a mesma
frequência que os revestimentos padrão.
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Dada a sua baixa densidade e elevada resistência mecânica, as fibras
de carbono estão cada vez mais presentes nos automóveis do dia a dia
(gama média/alta), nomeadamente no chassi, carroçaria, volante, para-
choques, direção, capô, molas, interiores, jantes, ailerons, etc.

A utilização de compósitos em automóveis de competição tem


sido uma realidade crescente, onde se têm destacado as fibras
de carbono na construção de células que oferecem um
elevado grau de proteção ao piloto.

Exemplo disso é o “halo” , recentemente implementado na


Fórmula1, com o objetivo de proteger o piloto de ser decapitado.
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Evolução
 Os materiais da utilização/substituição
são o elemento dos materiais
base da produção de qualquer objeto/peça, logo, é umao longoque
elemento tempo
influencia diretamente as
características do produto final, tais como: peso, resistência, durabilidade, custos, entre outras.

Tendo isto em conta, existe uma grande necessidade em desenvolver novos materiais e aprimorar os já existentes.

A principal característica a ter em conta, na escolha de um material, é a massa volúmica. No diagrama em baixo, podemos
observar quais as grandes vantagens da implementação de materiais mais leves e, consequentemente, automóveis mais leves.

Automóveis mais leves

Baixos
consumos

Vantagens económicas Menor poluição


37

É de realçar as vantagens dos baixos consumos


e baixas emissões, tendo em vista o contexto
ambiental global e o desafio que a indústria
automobilística enfrenta em tornar os seus
automóveis cada vez mais sustentáveis .
Também como estratégia de tornar os carros mais “amigos do ambiente”, o sector automóvel tem
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vindo, cada vez mais, a debruçar-se sobre a reciclagem automóvel.

Uma vez que qualquer automóvel, ao fim da sua vida útil,


tem de ser abatido, há a necessidade que os seus
materiais possam ser reaproveitados e os que não
possam, tenham um impacto reduzido no meio ambiente.

Deste modo, nos dias de hoje, aquando do desenvolvimento


de um carro existe, portanto, uma preocupação não só para
com o design do carro, como também para com os próprios
materiais que o compõem, de maneira que este possa ser
mais facilmente reciclado, com reduzido impacto ambiental.
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Tal como já foi abordado neste trabalho, os metais são os


materiais mais utilizados na construção de um automóvel
devido ás suas características.
No entanto, os metais tem uma massa volúmica elevada, o
que dificulta em cumprir o objetivo da redução de peso. Deste
modo, houve ao longo dos anos o desenvolvimento de novos
aços.

Advanced High Strength Steels


Este tipo de aço vem substituir os aços convencionais uma vez
que tem um desempenho muito melhor, no que toca à relação
entre resistência mecânica e ductilidade.
Assim sendo, permite que se fabriquem peças ou chapas mais
leves relativamente aos aços convencionais.
Para desenvolver os aços avançados ,tal como hoje os conhecemos, foram necessárias 3 gerações.40

1ª Geração: nesta geração são adicionados elementos de liga aos aços e aplicados processamentos
inovadores de modo a formar microestruturas únicas, incluindo neles tratamentos térmicos.
Nesta geração, foram desenvolvidos os aços Trip, Dp, Cp e martensíticos.

Aços DP
Aços TRIP • Apresentam uma microestrutura multifásica
constituída por uma matriz ferrítica e
• Transformação de austenite em martensite. bainitica, com pequenas quantidades de
• Recorre-se a processos de deformação, tais como austenite ou perlite.
a laminação. • Estes aços são produzidos a frio por
• Apresentam uma boa resistência ao impacto e uma laminação e, posteriormente, recozidos.
boa capacidade de absorção de energia. • Apresentam uma boa capacidade de
• Usados em barras de absorção de choques, barras resistência à fadiga e dobramento, boa
de proteção e pilares. confortabilidade e bons limites de resistência
(800 a 1000 MPa).
• Estes aços são utilizados em barras
anticolisão em portas, para-choques e nos
pilares.
2ª Geração: Estes aços têm como principal característica a baixa densidade volúmica. 41

Nesta geração realçam-se os aços TRIPLEX, que apresentam uma microestrutura trifásica, constituída por:
grãos de austenite, nano-carbonetos e ferrite. Consequentemente apresentam uma boa resistência à tração
e uma boa capacidade de deformação.

3ª Geração: Esta geração vem combinar as características da primeira e da segunda geração.

Para combinar as várias características e melhorá-las, implementa-se novos tipos de processamento como:
têmpera e partição.

Este método tem em vista a produção de aços martensiticos com grandes quantidades de austenite, o que

vai permitir uma maior resistência e ductilidade.


Substituição dos aços por ligas de alumínio
42
As ligas de alumínio começaram a ser utilizadas com mais expressão na indústria automóvel
nas duas últimas décadas.
Dadas algumas das suas características:
• mais leve (40%)
• apresentar boa confortabilidade
• possuir grande poder de absorção de energia
• ser 100% reciclável
é bastante utilizado em elementos de segurança de um automóvel.
O alumínio como elemento não apresenta uma grande resistência mecânica,
logo não pode ser aplicado diretamente em componentes que requerem
resistência à fratura e uma boa capacidade deformação.

No sentido de melhorar as características do alumínio através de processos


metalúrgicos são adicionados elementos tais como: magnésio, cobre, crómio e zinco
dando origem às ligas de alumínio.
Deste modo, podemos desenvolver uma liga para uma aplicação especifica.
43

A Jaguar-Land Rover é uma das marcas pioneiras no desenvolvimento e aplicação de ligas de alumínio nos automóveis.
A marca fabrica a maior carroçaria em alumínio de uma peça em toda a
indústria automóvel e, para isso, é utilizada uma liga de alumínio (600PX).
Outra liga utilizada pela marca é a AC300T61 de alta resistência, usada
para produzir estruturas de segurança contra acidentes

Outra marca importante na aplicação de ligas de alumínio é a


Audi.

Esta foi a primeira marca a vender ao público um automóvel em


maior parte do veículo é feito de alumínio.
Evolução dos polímeros na indústria automóvel 44
Os polímeros são um dos materiais mais empregados no sector automóvel.
Este material veio trazer inúmeras vantagens em relação aos outros, como por
exemplo a redução de peso, baixo custo e a liberdade de design.

Uma vez que existem muitos tipos de polímeros, e cada um tem as


suas próprias características, é possível o fabrico de inúmeras
peças para utilizações específicas.

Além disso, os polímeros apresentam uma grande facilidade de


modelagem, fácil adaptação e montagem numa automóvel, o que
possibilita o desenvolvimento de encaixes complexos, capazes de
fixar os componentes produzidos, excluindo assim, a utilização de
acessórios metálicos de fixação.
45

Com o uso massivo dos polímeros na produção de automóveis e com os problemas climáticos que
o planeta atravessa, a indústria automobilística precisou de arranjar soluções para a reciclagem
dos plásticos aquando do abate de automóveis, em período de fim de vida, sem que houvesse um
impacto negativo no meio ambiente.
Por isso começou-se a estudar/desenvolver polímeros recicláveis e biodegradáveis com aplicação
de fibras naturais.

Biopoliamidas (Bio-PA) vem substituir as poliamidas (termoplástico) em aplicações como:


conectores rápidos, tubos flexíveis e peças de fricção.

Polipropileno de base biológica (Bio-PP) substitui o polipropileno. É utilizado em suportes do


painel de instrumentos, nos ductos de ar e em componentes do ar condicionado, nos spoilers e
objetos aerodinâmicos que o carro possua e nos para-choques.
46

A incorporação de componentes de ferro fundido e de aço tem dado lugar à utilização


de materiais como alumínio, polímeros e compósitos. Materiais mais leves, que
contribuem para uma redução de consumo energético associado à sua utilização.

Estudos recentes mostram que os compósitos de fibra


de carbono são superiores às convencionais estruturas
de metal, no que diz respeito à absorção de energia
por peso unitário numa situação de impacto dinâmico.

A isto, acrescenta-se o facto de os compósitos termoplásticos de fibra de carbono


revelarem vantagens adicionais relativamente aos seus equivalentes
termoendurecíveis, apresentando níveis mais elevados de ductilidade e absorção
específica de energia.
47

A Jaguar Land Rover, num projeto intitulado ENLIGHT, que


resultou num protótipo de uma porta para integração em
veículos elétricos, 40% mais leve comparativamente ao
componente de alumínio, o material comumente utilizado.

Também os projetos LATCH I e LATCH II merecem destaque,


nomeadamente pelo desenvolvimento de um apoio de cabeça de
banco em compósito termoplástico, 62% mais leve do que o
componente de referência em aço, e um braço de suspensão
reforçado com compósitos termoplásticos, 40% mais leve que o
comparativo de referência
48

Também a AIRBUS tem vindo a apostar cada vez mais


na implementação deste material. A mais recente
aposta foi na aeronave AIRBUS A350, que é composta
por 53% de materiais compósitos. É a primeira
aeronave fabricada pela AIRBUS com fuselagem e
asas feitas, maioritariamente, em fibra de carbono e
polímeros.
49
A indústria automóvel, e nomeadamente a parte referente à construção dos
veículos, está em constante desenvolvimento e muito há ainda para ser feito no que toca
a diversos aspectos. Questões como a segurança dos automóveis, os custos inerentes à
fabricação e utilização dos mesmos e as matérias ambientais estão e deverão estar, cada
vez mais, na base da evolução deste ramo. Neste sentido, há que aumentar a eficiência
na construção e no uso das viaturas, enquanto se tem em conta as preocupações
económicas e ambientais que lhes dizem respeito.
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