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Ligas não-ferrosas

Materiais de Construção Mecânica II


Prof. João Victor Soares Chagas
Introdução
• Metais não-ferrosos são aqueles isentos de ferro
em sua composição ou que possuam ferro em
pequena quantidade.
• Ao comparar com o aço, podemos afirmar que os
materiais não-ferrosos tem melhor resistência a
corrosão e preço mais elevado.
Introdução
• A maioria desses materiais tem, em relação ao
aço-carbono, menor resistência mecânica e menor
resistência a altas temperaturas, apresentando,
portanto, muito melhor comportamento a
baixas temperaturas.
• Materiais não-ferrosos são utilizados em serviço
em ambiente corrosivo, em temperaturas
criogênicas, e em outras aplicações especiais.
Introdução
• Os metais não-ferrosos ocupam uma posição de
destaque na indústria e representam um campo
muito importante na engenharia, sobretudo no
setor mecânico, de transporte e elétrico.
• Grande parte dos metais não-ferrosos pode ser
usada no estado puro, contudo, sua importância
crescente deve-se ao constante desenvolvimento
de suas ligas, com características físico-químicas
que os tornam insubstituíveis em certas
aplicações.
Introdução
• Dentre os metais não-ferrosos de maior destaque,
temos Alumínio, Chumbo, Estanho, Níquel,
Zinco, Cobre, Titânio, entre outros.
O COBRE E SUAS LIGAS
o Tecnologia Mecânica vol. 3, Vicente Chiaverini, 2ª ed. CAP 12.
o Materiais para Equipamentos de Processo, Pedro C. Silva Telles, 6ª ed. CAP 8.
Introdução
• O Cobre é um metal vermelho-marrom que
apresenta ponto de fusão correspondente a
1083°C e densidade correspondente a 8,96 g/cm³
(a 20°C).
• Após a prata, o Cobre é o melhor condutor de
calor e eletricidade. Devido a esta característica,
uma de suas utilizações principais é na indústria
eletrica.
• O Cobre também apresenta excelente
deformabilidade.
Introdução
• Além das características citadas anteriormente, o
Cobre possui boa resistência a corrosão.
Quando exposto à ação do ar, ele fica, com o
tempo, recoberto de um depósito esverdeado.
• A oxidação, sob ação do ar, começa em torno de
500°C. O Cobre é sensível a ácido, mesmos
fracos, que o atacam na presença do ar.
Introdução
Introdução
• O Cobre apresenta resistência mecânica e de
fadiga satisfatórios, além de boa usinabilidade,
cor decorativa e pode ser facilmente recoberto por
eletrodeposição ou por aplicação de verniz.
• Como já é sabido, o Cobre forma uma série de ligas
muito importantes. Podemos encontrar 1) Cobre
comercial 2) latão, 3) bronze, 4) Cobre-níquel,
entre outros tipos.
Introdução
• O Cobre possui inúmeras ligas. No sentido de
sistematizar os dados sobre o Cobre e suas ligas,
foi criada uma tabela classificando as ligas de
Cobre de acordo com sua importância,
distinguindo-se em grupos principais.
Introdução
Cobre comercial
• Segundo classificação da ABNT, os principais tipos
de Cobre comercial (mais que 98% de Cu) são os
seguintes:
➢ Cu ETP - Cobre eletrolítico tenaz.
➢ Cu FRHC - Cobre refinado a fogo de alta
condutibilidade.
➢ Cu FRTP - Cobre refinado a fogo tenaz.
➢ Cu DLP - Cobre desoxidado com fósforo, de baixo teor
de fósforo.
Cobre comercial
➢ Cu DHP - Cobre desoxidado com fósforo, de alto teor
de fósforo.
➢ Cu OF - Cobre isento de oxigênio.
➢ Cu CAST - Cobre refundido.

• Esses tipos de cobre são fornecidos em forma de


placas, chapas, tiras, barras, arames e fios,
tubos, perfis ou conformados por forjamento.
Cobre comercial
• Apesar de possuir ponto de fusão elevado, sua
temperatura-limite de utilização é de 200°C
devido as transformações metalúrgicas e a forte
redução de resistência mecânica que se observa
acima dessa temperatura.
• O Cu, assim como outros CFC, não apresenta
temperatura de transição dúctil-frágil. Desta
maneira, mantém-se sua ductilidade até
temperaturas de -200°C.
Cobre comercial
• O Cobre é soldável, mas sua soldagem com
consumíveis do próprio metal é difícil e não é
recomendada.
• Devido sua alta condutibilidade térmica,
recomenda-se pré-aquecimento da solda, até
mesmo para pequenas espessuras.
Cobre comercial
• Recomenda-se a brasagem (consumíveis de ligas
de baixo ponto de fusão) pois é um processo mais
fácil e usual em instalações hidraulicas. No
entanto, o resultado de brasagem não é
indicado para serviços de alta
responsabilidade pois a solda é de baixa
resistência mecânica.
Cobre comercial
• O Cobre apresenta boa resistência a corrosão
em geral. Esse material resiste bem a atmosfera,
úmida ou poluída, e a qualquer tipo de água
agressiva devido a formação de camada
apassivadora.
• A formação da camada apassivadora livra o Cobre
de incrustrações em água salgada.
Cobre comercial
• O cobre é resistente a corrosão em meios não-
oxidantes e ambientes com presença de
compostos orgânicos (alcool, eter...).
• O cobre pode ser aplicado com ácido sulfurico
diluído, ácido clorídrico diluído em temperatura
ambiente, desde que não haja presença de
oxigênio.
Cobre comercial
• O cobre está sujeito a corrosão sob tensão em
ambientes com compostos nitrogenados (amônia,
sais amoníacos...) e com mercúrio.
• Em contato com o cobre, acetileno dá origem a
um composto explosivo.
• Como o cobre é altamente catódico em relação
aos aço-carbono e aços-liga, ele não deve ser
colocado em contato imediato com esses
materiais sempre que o meio for eletrolítico
devido a forte corrosão galvânica que ocorrerá.
Cobre comercial
• Alguns tipos de cobre comercial apresentam boa
resistência ao choque e bom limite de fadiga.
Os valores dependem do estado em que se
encontra o metal (recozido ou encruado).
• O grau de encruamento ou recozimento é
designado pela expressão têmpera, a qual não tem
nada a ver com o tratamento térmico de têmpera,
aplicado nas ligas ferro-carbono.
Cobre comercial
• Para Cobre eletrolítico tenaz (Cu ETP):
Cobre comercial
• As aplicações industriais dos tipos de Cobre
mencionados anteriormente:
• Cu ETP e Cu FRHC: onde se exige alta
condutibilidade elétrica e boa resistência à
corrosão, tais como: na forma de cabos
condutores aéreos, linhas telefônicas, motores
geradores, trocadores de calor, radiadores de
automóveis, componentes trefilados, caldeiras,
telhados e fachadas, etc.
Cobre comercial
• Cu FRTP: Embora possua maior teor de impureza,
suas aplicações são similares às anteriores. Na
indústria elétrica, porém, esse tipo de Cobre pode
ser aplicado somente quando a condutibilidade
elétrica exigida não for muito elevada.
• Cu OF: Devido a sua maior conformabilidade, é
particularmente indicado para operações de
extrusão por impacto; usados em equipamentos
eletro-eletrônicos, peças de radar, rotores,
antenas, etc.
Cobre comercial
• Cu DLP: Usado na forma de tubos e chapas, em
equipamento que conduz fluidos, tais como
evaporadores e permutadores de calor, tubulações
de vapor, água fria ou quente, etc.
• Cu DHP: Aplicações muito similares ao tipo
anterior.
Cobre comercial
• O emprego do Cobre comercial é atualmente
muito reduzido, devido ao custo elevado desse
metal e também a sua baixa resistência
mecânica, sendo preterido em relação aos bronze
e latões.
Ligas de cobre de baixo teor
Ligas de Cobre de baixo teor em liga:
• Liga Cu-As desoxidado com fósforo: introduz-se
arsênio para melhorar as propriedades mecânicas
em temperaturas acima da ambiente e aumentar a
resistência à corrosão em determinados meios.
• Sua condutibilidade elétrica é baixa.
Ligas de cobre de baixo teor
• Liga cobre-prata tenaz: contém prata, que
confere maior resistência mecânica e maior
resistência a fluência. Concilia alta resistência ao
amolecimento pelo calor a excelente
condutibilidade elétrica.
• Liga cobre-cádmio (CuCd): apresenta maior
resistência a fadiga e ao desgaste e elevada
resistência ao amolecimento pelo calor.
• Liga cobre-cromo (CuCr): presta-se a tratamento
de endurecimento por precipitação, o qual
provoca elevada resistência mecânica.
Ligas de cobre de baixo teor
• Liga cobre-zircônio (CuZr): É endurecível por
precipitação.
• Liga cobre-telúrio (CuTe): Alia alta
condutibilidade elétrica à boa usinabilidade. Pode
ser aplicado em terminais de transformadores,
interruptores, parafusos, porcas, pinos.
Ligas de cobre de baixo teor
• Liga Cobre-Enxofre (CuS): propriedades e
aplicações análogas ao cobre-telúrio.
• Liga cobre-cádmio-estanho (CuCdSn):
empregada em molas e contatos elétricos, cabos
condutores, eletrodos para soldagem.
Ligas de cobre de alto teor
• Ligas de cobre de alto teor em liga: as principais
são latões, bronze, Cu-Al, Cu-Ni, alpacas, Cu-Be e
Cu-Si.
• Os latões são ligas de Cobre e Zinco onde os teores
de Zn variam entre 5% e 50%.
Latões

LATÃO
Latões
• Os latões contendo até cerca de 37% de Zn
caracterizam-se pelo fato do Zn ser mantido em
solução sólida no Cobre. Tais latões têm a
denominação genérica latões-alfa (atualmente,
chamamos os latões-alfa de simplesmente latões).
• Entre 37% e 45% surge uma outra fase e os latões
são denominados alfa-beta.
• Entre 45% e 50% temos os latões beta.
Latões
• Os latões alfa apresentam uma estrutura cúbica
de face centrada (CFC) e os beta possuem
estrutura cúbica de corpo centrado (CCC).
• À medida que o teor de Zn aumenta, ocorre
também uma diminuição da resistência à
corrosão em certos meios agressivos, levando à
“dezincificação”, ou seja, corrosão preferencial
do Zn. A dezincificação torna a liga “esponjosa” e
sem qualquer resistência mecânica.
Latões
• No estado recozido, a presença de Zn até cerca de
30% provoca um ligeiro aumento da resistência
à tração, porém a ductilidade aumenta
consideravelmente.
• Na faixa de composição até 30% de Zn, pode-se
distinguir vários tipos de latões.
Latões
• Cu-Zn 95-5: elevada conformabilidade a frio
(usada em cartuchos de armas). Também possui
cor dourada atraente de maneira que este
material é usado em confecção de medalhas e
outros objetos decorativos.
• Cu-Zn 90-10: também chamado de bronze
comercial, possui características similares ao tipo
anterior.
Latões
• Cu-Zn 85-15: Também chamado de latão
vermelho, possui características semelhantes às
ligas anteriores.
• Cu-Zn 80-20: Latão comum.
• Cu-Zn 70-30: latão para cartuchos. Possui boa
resistência mecânica e excelente ductilidade, o
que torna excelente para processos de
estampagem. Também são tipicamente usados
para cartuchos de armas e outros estampados.
Latões
• Cu-Zn (67-33): Embora apresenta propriedades
de ductilidade ligeiramente inferiores ao tipo 70-
30, as aplicações são idênticas.
• A partir de 37% de Zn nota-se uma queda mais
acentuada na ductilidade, devido à presença
simultânea da fase beta, que é menos dúctil.
Latões
• Cu-Zn 63-37: Na fabricação de peças por
estampagem leve, como componentes de
lâmpadas e chaves elétricas.
• Cu-Zn 60-40: Também chamado de metal Muntz,
esta liga bifásica presta-se muito bem a
deformações mecânicas a quente. É utilizada na
forma de placas, barras e perfis diversos ou
componentes forjados para a indústria mecância.
Latões
LATÕES ESPECIAIS:
• As ligas contendo chumbo possuem alta
usinabilidade. Por isso aplicam-se a
componentes elétricos e mecânicos dos mais
diversos.
• As ligas contendo alumínio possuem melhor
resistência a corrosão. O arsênio pode ser
adicionado a essas ligas para reforçar a
resistência a corrosão e reduzir a
dezincificação. São utilizados na forma de tubos.
Latões
• As ligas contendo estanho apresentam boa
resistência a corrosão em água doce ou salgada
pouco poluída. Empregam-se na forma de placas e
tubos para permutadores, condensadores, peças
forjadas, entre outros.
Latões
• Latões para fundição: aqueles tipos contendo
chumbo apresentam maior resistência a corrosão,
devido ao teor de estanho, e maior usinabilidade,
devido ao chumbo. Aplicações típicas: válvulas de
baixa pressão, registros, componentes de
radiadores.
• As ligas 16 e 17, mais complexas, são de alta
resistência mecânica e são aplicadas onde esse
característico é exigido, tais como em hastes de
válvulas, engrenagens, hélices e peças que estão
em contato com água do mar.
Bronzes
• BRONZES: ligas Cu-Sn
• Nos bronzes comerciais o teor de estanho varia
de 2 a 10%, podendo chegar a 11% nas ligas para
fundição.
• Os bronzes são ligas que contém de 85% a 95%
de Cobre. Esse material possui resistência a
corrosão similar ao cobre comercial, porém
suas qualidades mecânicas e de resistência a
temperatura são bem melhores.
Bronzes
• Ao passo que se aumenta o teor de estanho,
aumentam a dureza e as propriedades
relacionadas a resistência mecânica sem
queda de ductilidade.
• Essas ligas podem ser trabalhadas a frio, o que
melhora dureza, resistência a tração e
escoamento.
Bronze
• Nos teores de utilização usuais, dependendo das
condições de resfriamento, a estrutura
apresenta uma única fase, alfa, que corresponde
a solução sólida do estanho no cobre.
• Os bronzes possuem elevada resistência a
corrosão, o que amplia o seu campo de emprego.
Bronze
• Frequentemente adiciona-se chumbo para
melhorar as propriedades lubrificantes ou de
antifricção das ligas, além da usinabilidade. O Zn é
da mesma forma eventualmente adicionado,
atuando como desoxidante em peças fundidas e
para melhorar resistência mecânica.
Bronze
• Tipo 98-2: devido a sua boa condutibilidade
elétrica e melhor resistência mecânica que o
cobre, é empregado em contatos, componentes de
aparelhos de telecomunicação, molas, etc.
• Tipo 96-4: usados em arquitetura, em construção
elétrica e construção mecânica.
• Tipo 95-5: Em tubos para águas acidas de
mineração, componentes de indústrias têxteis,
químicas e de papel.
Bronze
• Tipo 94-6: mesmas aplicações anteriores em
condições mais críticas devido a sua maior
resistência a fadiga e ao desgaste. É produzido
também na forma de chapas, barras, fios e tubos.
• Tipo 92-8: melhor resistência a fadiga e ao
desgaste, na forma de chapas, barras, fios e tubos.
• Tipo 90-10: é a liga, entre os bronzes, que
apresenta as melhores propriedades mecânicas,
sendo por isso a mais empregada.
Bronze
• Também existem os bronzes para fundição e
bronzes para mancais, que incluem ligas onde se
adiciona fósforo, zinco, chumbo, níquel, etc.
• Os bronzes de fundição são geralmente usados
em engrenagens.
• Nos bronzes para mancais há distinção do tipo
de bronze em relação a velocidade e pressão dos
mancais.
Ligas cobre-níquel
• Ligas cupro-níquel: essas ligas formam uma série
de soluções sólidas. São as ligas à base de cobre de
maior resistência a corrosão e à temperatura
elevada, porém são as mais caras.
• A introdução de níquel tende a tornar a cor da
liga resultante mais clara. A cor branca começa
a aparecer a partir de 20% de Ni. Quanto maior o
teor de Ni, mais cara fica a liga, apesar de se
tornar mais resistente a corrosão e à temperatura
elevada.
Ligas cobre-níquel
• As ligas cupro-níquel são muito dúcteis e
apresentam excelente resistência à corrosão,
principalmente pela ação da água do mar.
• Alguma delas apresentam outra característica
importante: sua resistividade praticamente
independe da temperatura.
• O teor de Ni varia, em média, de 5 a 45%. O Mn
pode estar presente em até cerca de 2%, assim
como o ferro em até 2%.
Ligas cobre-níquel
• À medida que aumenta o teor de Ni, elevam-se as
propriedades relacionadas com a resistência
mecânica, como limite de escoamento e limite
de resistência a tração, assim como dureza e o
limite a fadiga, todavia a ductilidade é pouco
afetada.
Ligas cobre-níquel
• A liga contendo 5% de Ni tem aplicações mais
típicas na construção naval.
• A liga contendo 10% de Ni aplica-se em tubos e
placas de condensadores e evaporadores. Também
estão presentes em construção naval.
• A liga contendo 20% de Ni aplica-se em
construção elétrica e na construção mecânica em
recipientes conformados por estampagem.
Ligas cobre-níquel
• A liga com 30% de Ni possui aplicações na
indústria naval e na indústria química, em placas e
tubos para condensadores em serviços pesados.
• A liga com 45% de Ni, conhecida com o nome de
constantan, aplica-se em elementos de
aquecimento, na indústria elétrica, devido a sua
alta resistividade elétrica e independência dessa
característica com a temperatura.
Ligas cobre-níquel
• Ligas Cu-Ni-Zn: “alpacas”.
• Sua composição varia de 10 a 30% de Ni, 45 a
70% de Cu, sendo o restante Zn.
• São muito resistentes à corrosão e
caracterizam-se pela cor esbranquiçada,
tornando-se mais brilhantes e decorativas à
medida que se aumenta o teor de Ni.
Ligas cobre-níquel
• A introdução de Pb nas alpacas permite a
fundição em areia de algumas peças para
aplicações específicas.
• A liga mais típica, entre as alpacas, é a que possui
18% de Ni. O Cu varia de 63% a 66,5%, Mn em
0,5% e Zn é o restante.
Outras ligas
• Ligas Cu-Al: contém em média 5 a 10% de Al,
podendo apresentar níquel até 7%, Mn até 3% e
ferro até 6%.
• A liga de maior resistência mecânica é a que
contem em media 10% de Al.
• Todas as ligas Cu-Al possuem boa resistência a
corrosão.
• São aplicados em trocadores de calor, indústria
química, componentes de torre de resfriamento.
Outras ligas
• Ligas Cu-Be: são ligas que podem ser tratadas
termicamente por endurecimento por
precipitação.
• Depois de solubilizadas podem ser conformadas
a frio.
• Aplicações típicas incluem molas de instrumentos,
diafragmas e cabos flexíveis, componentes de
chaves elétricas, relés, etc.
Outras ligas
• Ligas Cu-Si: teor de silício é no máximo de 3%
para ligas a serem conformadas e até 5% em ligas
fundidas. Essas ligas também podem conter
pequenos toeres de Zn, Fe e Mn.
• Sua resistência mecânica é superior a do Cu.
• Aplicações típicas: componentes de indústrias
químicas e celulose. Indústria mecânica em
eletrodos de soldagem, parafusos e porcas.
Indústria naval.
Tratamentos térmicos
• Os tratamentos usualmente empregados no Cu e
em suas ligas são os seguintes:
• Homogeneização.
• Recozimento.
• Alívio de tensões.
• Solubilização e endurecimento por precipitação.
Tratamentos térmicos
• Homogeneização: o objetivo é eliminar ou
diminuir a segregação de lingotes que devam
ser trabalhados a frio ou a quente. Aplica-se
principalmente nas ligas de bronze ao estanho,
bronze ao silício e cupro-níquel. Consiste no
aquecimento a uma temperatura de cerca de 90°C
acima da máxima temperatura de recozimento
durante tempo prolongado.
Tratamentos térmicos
• Recozimento: Aplicado nas ligas trabalhadas a
frio para promover sua recristalização.
Dependendo das ligas, as temperaturas variam de
260°C a 650°C para o metal cobre e de 425°C a
815°C para as ligas. Quanto maior o
encrumaento prévio, menor a temperatura de
recristalização ou recozimento.
Tratamentos térmicos
• Alívio de tensões: algumas ligas de cobre estão
sujeitas a ruptura por fissuração, devido a
corrosão sob tensão. As ligas mais suscetíveis a
esse fenômeno são os latões, contendo 20% ou
mais de Zn.
• O tratamento consiste em aquecer, durante uma
hora, a temperaturas que, conforme a liga, variam
de 190°C a 260°C.
Tratamentos térmicos
• Solubilização e endurecimento por
precipitação: entre as ligas que são comumente
submetidas a esse tratamento térmico situam-se
os bronzes ao aluminio e o cobre-berílio.
Tratamentos térmicos
• No caso desta última liga, o tratamento consiste
inicialmente em solubilizar-se pelo aquecimento
durante 1 a 3h entre 775°C e 1035°C conforme o
tipo da liga, seguindo-se a precipitação, entre 2 a
5h, a temperaturas variando de 300 a 510°C.
• As ligas são primeiro solubilizadas e depois
conformadas frio. A seguir são endurecidas por
precipitação.
O ALUMÍNIO E SUAS LIGAS
o Tecnologia Mecânica vol. 3, Vicente Chiaverini, 2ª ed. CAP 13.
o Materiais para Equipamentos de Processo, Pedro C. Silva Telles, 6ª ed. CAP 8.
Metal alumínio
• O peso específico do Al é de 2,7 g/cm³ a 20°C.
• Seu ponto de fusão corresponde a 660°C.
• Seu módulo de elasticidade é de 6336 kgf/mm².
• Sua estrutura cristalina é CFC.
Metal alumínio
• O Al apresenta boa condutibilidade térmica e
relativamente alta condutibilidade elétrica
(62% da do Cobre).
• É um material não-magnético.
• Devido as suas características citadas acima e de
sua abundância na natureza, o Al torna-se o
metal mais importante após o ferro.
Metal alumínio
• Seu baixo peso específico o torna de grande
utilidade em equipamentos de transporte.
• O baixo ponto de fusão, aliado a um elevado
ponto de ebulição e a uma grande estabilidade
a qualquer temperatura, torna a fusão e a
moldagem do alumínio muito fáceis.
Metal alumínio
• A condutibilidade térmica, inferior somente às da
prata, cobre e ouro, o torna adequado para
equipamentos destinados a troca de calor.
• Sua alta condutibilidade elétrica e ausência de
magnetismo o tornam recomendável em
aplicações na indústria elétrica, sobretudo
como cabos condutoers.
Metal alumínio
• Todavia, a resistência mecânica do Al puro é
baixa, embora possa ser melhorada por
encruamento.
• O Al é um metal muito dúctil, com alongamento
de 60% a 70%.
Metal alumínio
• O Al é um dos metais de melhor comportamento
em baixas temperaturas: com o abaixamento
progressivo da temperatura há um aumento nos
limites de resistência e de escoamento e uma
ligeira redução no alongamento, permanecendo
a resistência ao impacto praticamente inalterada
até o zero absoluto.
Metal alumínio
• Em compensação, o Al perde rapidamente a
resistência mecânica com o aquecimento, não
podendo ser empregado em temperaturas acima
de 150°C.
Metal alumínio
• O Al apresenta boa resistência a corrosão
devido a estabilidade de seu principal óxido
𝑨𝒍𝟐 𝑶𝟑 , que se forma na superfície do metal. Essa
resistência a corrosão é melhorada por
anodização, que ainda melhora sua aparência,
tornando-o adequado a aplicações decorativas.
Metal alumínio
• As ligas de Alumínio não apresentam a mesma
resistência a corrosão que o Alumínio puro, de
modo que quando se deseja aliar a maior
resistência mecânica das ligas com a boa
resistência à corrosão do Al quimicamente puro,
usa-se o processo de revestimento da liga por
capas de Al puro (“cladding”), originando-se o
material “Alclad”.
Metal alumínio
• Devido a sua alta ductilidade, o Alumínio é
facilmente laminado, forjado e trefilado, de modo
a ser utilizado na forma de chapas, folhas muito
finas, fios, tubos, etc.
Ligas de Alumínio
• Em princípio, as ligas de Al podem ser
classificadas em dois grandes grupos:
1. Ligas trabalhadas (conformadas mecanicamente);
a. Não tratáveis termicamente.
b. Tratáveis termicamente.
2. Ligas fundidas.
Ligas de Alumínio
• As ligas tratadas termicamente geralmente
passam pelo processo de endurecimento por
precipitação. As outras tem suas propriedades
alteradas apenas por trabalho a frio ou
encruamento.
Tratamentos térmicos do Al
• O principal tratamento térmico consiste em
“solubilização” seguida de “endurecimento por
precipitação”.
• O princípio do tratamento consiste em promover-
se a solução de fases duras e posteriormente
precipitá-las.
Tratamentos térmicos do Al
• O melhor exemplo é dado pela liga Al-Cu.
• Se uma liga de 5,5% Cu é aquecida a 540°C, todo
Cu será dissolvido no Al, pois o campo no
diagrama de fase corresponde a solução total.
Tratamentos térmicos do Al
Tratamentos térmicos do Al
• Resfriando-se rapidamente a liga em água, ela fica
supersaturada, pois não se dá tempo para a
precipitação do Cobre: na realidade, fica retida
em solução sólida supersaturada uma
quantidade de Cobre, correspondente à
diferença entre o teor da liga considerada e aquele
que pode ser retido em solução sólida a
temperatura ambiente (0,10%).
Tratamentos térmicos do Al
• A seguir, promove-se o “envelhecimento” ou
“precipitação” de uma fase, constituída de
partículas finas de CuAl, que fortalecem a liga,
porque, admite-se, promove a obstrução do
movimento das discordâncias. Esse aumento de
resistência mecânica é feito de modo que a
ductilidade não é tão afetada.
Tratamentos térmicos do Al
• O chamado “envelhecimento” pode ser natural, ou
seja, à temperatura ambiente, num período de
tempo de cerca de dois dias. Na prática,
entretanto, várias ligas são “envelhecidas
artificialmente”, ou seja, a precipitação de
partículas do composto intermetálico 𝐶𝑢𝐴𝑙2 é
promovida em tempo mais curto pelo
reaquecimento da liga resfriada rapidamente,
a temperaturas moderadas acima da ambiente.
Tratamentos térmicos do Al
• Uma característica importante do comportamento
dessas ligas durante o tratamento térmico
descrito consiste no fato de que, logo após a
solubilização e resfriamento rápido em água, as
ligas se apresentam tão dúcteis como no
estado recozido, podendo ser então facilmente
conformadas.
Tratamentos térmicos do Al
• A conformação deve ser realizada logo após o
resfriamento em água, tendo em vista a tendência
que as ligas possuem de envelhecerem ou
“endurecerem por precipitação’ à temperatura
ambiente.
Tratamentos térmicos do Al
• As temperaturas de solubilização devem ser
escolhidas em conformidade com o teor de Cobre,
para que não se ocorra o risco de superaquecer
o material e aproximar-se da temperatura de
início de fusão.
• A precipitação faz-se a temperaturas baixas, entre
115°C e 190°C e tempos longos, variando de 5 a
48 horas de acordo com o tipo da liga.
Tratamentos térmicos do Al
• Outro tratamento típico das ligas de Al é o
recozimento, aplicado quando se deseja diminuir
a dureza ou aliviar tensões.
• No caso do TTAT, o aquecimento é feito até cerca
de 350°C, com resultados satisfatórios.
Tratamentos térmicos do Al
• No caso do recozimento para amolecer o
material, a temperatura de tratamento é mais
elevada – entre 400°C e 440°C. O tempo é de cerca
de 2h., seguindo-se de resfriamento lento, pelo
menos até atingir-se a temperatura de 260°C.
Ligas de Al trabalhadas
• Por ligas trabalhadas, entenda que são ligas
encruáveis.
Al comercialmente puro Al encruado:
(recozido):
Ligas de Al trabalhadas
Ligas de Al trabalhadas
• A introdução de elementos de liga – como Si, Fe,
Cu, Mn, Mg, Zn e eventualmente Ti, aumentam os
valores das propriedades mecânicas.
• Ligas desse tipo apresentam as mais favoráveis
combinações de resistência mecânica,
resistência a corrosão e ductilidade.
Ligas de Al termicamente tratadas
Ligas de Al termicamente tratadas
• A liga 2017, conhecida também com o nome de
“duralumínio” é a mais antiga e a mais usada:
contém em média 4% de Cu, 0,5% de Mg e 0,7%
de Mn.
• Quando termicamente tratada, seu LRT alcança
valores similares aos do aço doce, com um
terço do seu peso específico. Por essa razão,
essa liga é muitamente utilizada na indústria
aeronáutica.
Ligas de Al termicamente tratadas
• A tendência recente é que a liga 2024 tome o lugar
da 2017, pois apresenta melhores valores de
resistência mecânica, embora tenha menor
conformabilidade.
• Essas ligas, entretanto, são suscetíveis a corrosão
intergranular, sobretudo em água salgada ou
atmosfera salina. Por essa razão, são comumente
usadas na forma de “Alclad”.
Ligas de Al termicamente tratadas
• A liga 6053, embora sendo de menor resistência
mecânica, possui, dentre todas, a maior
resistência a corrosão, comparável à do Al
comercialmente puro, de modo que se aplica nos
casos em que a resistência a corrosão é mais
importante que a resistência mecânica.
Ligas fundidas
• Na fundição de peças de Al, pode-se utilizar os
métodos de fundição em areia, fundição sob
pressão e de precisão.
• Essas ligas fundidas são classificadas em:
1. Binárias: possuem apenas um elemento de liga. (Al-
Cu, Al-Si, Al-Mg)
2. Complexas: possuem dois ou mais elementos de
liga. (Al-Cu-Si, Al-Cu-Si-Mg, Al-Mg-Cu-Ni, etc.)
Ligas fundidas
• As ligas Al-Cu são as mais empregadas, pois
possuem boa resistência mecânica e excelente
usinabilidade; sua resistência a corrosão e
oxidação são, contudo, baixas.
• As ligas Al-Si possuem elevada resistência a
corrosão, porém são muito frágeis devido à
estrutura grosseira em função da presença de Si.
Um tratamento chamado “modificação” melhora
as características estruturais, conferindo melhor
resistência e boa ductilidade.
Ligas fundidas
• As ligas Al-Mg são as que apresentam melhor
combinação de característos mecânicos,
resistência a corrosão, usinabilidade, além de
poderem ser facilmente anodizadas. A maioria
dessas ligas não é tratável termicamente.
• As ligas Al-Sn são empregadas principalmente
para confecções de mancais e buchas, devido a
seu alto limite de fadiga e boa resistência à
corrosão pela ação de óleos lubrificantes.
Aplicações do Al e suas ligas
• Os característicos do Al e de suas ligas tornam
esse metal de grande utilidade onde se deve
combinar boa resistência mecânica e razoável
ductilidade, com baixo peso específico e boa
resistência a corrosão. Desta maneira, os
seguintes setores da indústria podem ser
beneficiados pelo emprego desses materiais:
• Indústria aeronáutica: fuselagem, motores, hélices,
etc.
• Indústria automobilística: tambor de freio, corpo de
carburadores e compressores, pistões, etc.
Aplicações do Al e suas ligas
• Indústria ferroviária: vagões de carga e passageiros,
etc.;
• Indústria naval: cascos de barco, estruturas de
convés, etc.;
• Indústria elétrica: cabos condutores, componentes
estruturais, etc.;
• Indústria química: processamento de petróleo,
borracha, etc.;
CHUMBO, ESTANHO, ZINCO
E SUAS LIGAS
o Tecnologia Mecânica vol. 3, Vicente Chiaverini, 2ª ed. CAP 14.
o Materiais para Equipamentos de Processo, Pedro C. Silva Telles, 6ª ed. CAP 8.
Chumbo - Pb
• É um dos metais mais antigos conhecidos pelo
homem.
• Possui 11,34 g/cm³ de densidade a 20°C.
• Ponto de fusão é de 327°C e sua estrutura
cristalina é CFC.
Chumbo - Pb
• O Pb apresenta baixa resistência mecânica, é
muito mole, muito maleável e deformável e
também é resistente a corrosão. O Pb possui
grande capacidade de absorver choques e
vibrações.
• Sua cor é cinza-azulada, devido a uma repentina
formação de uma película superficial de óxido
de carbonato.
Chumbo - Pb
• O Pb é notório lubrificante sólido.
• Os resíduos de corrosão do Pb são muito tóxicos,
o que restringe seu uso a certas aplicações.
Chumbo - Pb
• Devido a suas propriedades, o chumbo e suas ligas
são utilizados em aplicações tais como:
1. Revestimentos de cabos elétricos, de modo a evitar
que a umidade do meio ambiente atinja o núcleo
isolante do cabo.
2. Solda.
3. Ligas de mancais.
4. Aplicações químicas.
5. Impermeabilizante em relação a intempéries.
Tipos de Pb e suas ligas
• Para o revestimento de cabos elétricos, utiliza-
se chumbo refinado (99,73%) de chumbo.
• Para soldagem fraca, em que o material de
enchimento deve ter baixo ponto de fusão
(inferior a 300°C), as ligas mais utilizadas são de
Pb-Sn, contendo de 18 a 50% de Sn.
Tipos de Pb e suas ligas
• As de menor teor de Sn são empregadas na
soldagem de lâmpadas elétricas.
• Ao passo que se aumenta o teor de Sn, a aplicação
é feita na soldagem de canos de chumbo, na
soldagem de folhas de flandres, etc.
Tipos de Pb e suas ligas
• Para tubos e chapas, emprega-se o chumbo puro,
que resiste à corrosão por parte de diversos
agentes químicos.
• A liga Pb-Ag-Cu, contendo baixo teor de Ag e Cu,
possui bons valores de resistência à tração, à
fadiga e à fluência.
Tipos de Pb e suas ligas
• A liga Pb-Te caracteriza-se por ser a única liga de
Pb encruável, o que lhe confere maior
resistência mecânica, à tração e à fadiga.
• Outra aplicação do Pb é feita nas chamadas
“chapas chumbadas”, que são chapas de aço
revestidas com uma liga Pb-Sn, com 1 a 25% de
Sn.
Tipos de Pb e suas ligas
• O motivo da utilização das chapas chumbadas é
combinar a resistência mecânica do aço com a
resistência à corrosão do Pb, de modo que essas
chapas são empregadas em tanques de gasolina,
tampas de válvulas para MCI, extintores, calhas,
etc.
Tipos de Pb e suas ligas
• Outra aplicação do Pb é como metal base para
mancais. As ligas de Pb para mancais são
chamadas de “metais babbitt” e são divididas em
dois tipos:
• Ligas de Pb, Sn, Sb, As.
• Ligas de Pb, Ca, Sn e outros metais.
Estanho - Sn
• O ponto de fusão do estanho é de 232°C.
• Seu peso específico 7,3 g/cm³.
• Sua estrutura cristalina é tetragonal.
• O Sn apresenta coloração branca prateada com
tintura levemente amarelada.
Estanho - Sn
• O Sn é mole, dúctil e maleável, possui baixa
resistência mecânica e elevada resistência a
corrosão.
• O Sn é empregado na forma de folhas, chapas,
fios estanhados e como elemento básico de
certas ligas, como alguns mancais e soldas, ou
como elemento secundário de ligas importantes,
como os bronzes.
Estanho - Sn
• O Sn puro pode conter as seguintes impurezas: Sb,
As, Bi, Cu, Fe, Pb, Ni, Co, Zn, Ag, Cd, Al e S.
• A principal aplicação do Sn é na estanhação, por
imersão a quente ou eletrodeposição, de chapas
ou folhas de aço, originando-se as conhecidas
folhas de flandres, que se caracterizam pela alta
resistência à corrosão, de modo que seu uso em
latas ou recipientes para embalagem de produtos
alimentícios é generalizado.
Estanho - Sn
Estanho - Sn
• O Sn possui ainda grande ductilidade e
soldabilidade. Outra aplicação do Sn é feita,
devido a seu baixo ponto de fusão, em
dispositivos de segurança contra o fogo, em
alarmes, metais de soldagem e de vedação.
• Outra aplicação do Sn é em ligas para mancais, os
“metais babbitt”.
Estanho - Sn
Estanho - Sn
• Comparadas com outros materiais para mancais,
essas ligas apresentam resistência à fadiga
relativamente baixa, de modo que são mais
recomendadas para condições de baixa carga.
Entretanto, sua resistência à corrosão é bem
maior que a das ligas à base de Pb.
Estanho - Sn
• Doença do Sn: alotropia do Sn.
• O Sn pode se organizar em uma estrutura TCC, Sn
branco, ou CFC, Sn cinza. O Sn branco é sólido,
maleável e bom condutor; o cinza é pó, frágil e
sem aplicabilidade.
Zinco - Zn
• O Zn apresenta uma densidade de 7,13 g/cm³.
• O ponto de fusão do Zn é de 419,4°C.
• Sua estrutura cristalina é hexagonal compacta.
• O Zn possui alta resistência à corrosão, porque o
ar úmido produz espontaneamente uma película
protetora de hidrocarbonato.
• É muito maleável entre 100°C e 150°C e pdoe ser
laminado em chapas e estirado em fios. Possui
boa usinabilidade e coloração branca azulada.
Zinco - Zn
• Emprega-se principalmente para recobrimento
de chapas de aço (galvanizadas), como
elemento de liga em latões, em chapas para
telhados e calhas, em ligas para fundição sob
pressão e como substância química na forma de
pigmentos.
Zinco - Zn
• As impurezas normais do Zn são Pb, Cd e Fe.
• Como elemento de proteção contra a corrosão
atmosférica, a principal aplicação do Zn reside na
galvanização do aço, ou na proteção dessa liga
por outros métodos de deposição.
Zinco - Zn
• Uma aplicação muito importante corresponde às
ligas pra fundição sob pressão, conhecidas com o
nome de “zamac”. Os elementos de liga usuais são
Al, Cu e Mg.
• Essas ligas apresentam baixo ponto de fusão
(cerca de 385°C), boa fluidez, boas
propriedades mecânicas, boa usinabilidade,
além de poderem ser facilmente revestidas por
eletrodeposição (cobreação, niquelação e
cromação).
Zinco - Zn
• Outra aplicação do Zn é em material de
soldagem fraca. Essas ligas apresentam boa
penetração intergranular, o que confere uma
junta de alta resistência. (Zn-Cd, Zn-Sn, Zn-Al).
NÍQUEL, TITÂNIO,
ZIRCÔNIO, MAGNÉSIO E
SUAS LIGAS
o Tecnologia Mecânica vol. 3, Vicente Chiaverini, 2ª ed. CAP 15.
o Materiais para Equipamentos de Processo, Pedro C. Silva Telles, 6ª ed. CAP 8.
Níquel - Ni
• Seu ponto de fusão é 1455°C e o peso específico
de 8,88 g/cm³.
• Possui excelente resistência à corrosão e é
maleável, podendo ser facilmente trabalhado a
frio.
Níquel - Ni
• Muito tenaz, não é tratável termicamente e possui
razoável usinabilidade.
• As ligas de Ni conciliam excepcional resistência a
corrosão com boas qualidades mecânicas e de
resistência às temperaturas tanto altas quanto
baixas. O custo, porém, é muito elevado.
Níquel - Ni
• A maioria das ligas de Ni podem operar a
temperaturas próximas de -200°C, porém não é
tão comum encontrar ligas de Ni em tais
aplicações, visto que é possível encontrar outras
opções mais baratas (Al e aços inox).
• Tanto o Ni quanto suas ligas são facilmente
soldáveis.
Níquel - Ni
• O contato do Níquel com atmosferas sulfurosas,
em temperaturas superiores a 300°C, dá origem à
formação de sulfetos que fragilizam o metal e
causam severa corrosão uniforme e intergranular.
Níquel - Ni
Níquel - Ni
• Suas principais aplicações são feitas como
revestimento protetor do aço (niquelação) e como
elemento de liga nos produtos siderúrgicos – vide
aços inoxidáveis e refratários.
• É para o Cu um importante elemento de liga, como
as alpacas e as ligas cobre-níquel.
• O Ni comercialmente puro tem aplicação limitada
a ambientes severamente cáusticos, já que o
material tem custo elevado.
Níquel - Ni
• Tipos de Ni especificados pela ASTM.
• Níquel “A” (Ni + Co): aplicações envolvem
indústria química, na produção de soda cáustica,
revestimento de níquel.
• Níquel “D” (Ni + Mn): é muito resistente a
corrosão por compostos de S a temperaturas
elevadas, tanto em atmosferas oxidantes quanto
redutoras. Aplicado em fios de velas de ignição.
Níquel - Ni
• “Duranickel” (Ni + Al): utilizada em aplicações
industriais que exigem alta resistência mecânica e
elevada resistência à corrosão. Aplicações: varetas
de bombas, molas, eixos.
• “Cast Nickel” (Ni + Si): utilizada em equipamento
de manuseio de substâncias corrosivas, tais como
materiais caústicos, e quando se deseja evitar a
contaminação de um produto pela ação de metais
como o Cobre e o Ferro.
Níquel - Ni
• Entre as ligas à base de Ni, destaca-se a “Monel”,
que contém cerca de 30% de Cu, Fe, Si, S, C e Mn.
• O Monel é tenaz, possui resistência superior a do
aço de médio carbono e excelente resistência a
corrosão. É empregado em equipamento
hospitalar, equipamento para indústria química,
farmaceutica, têxtil, etc.
Níquel - Ni
• O Monel é uma solução de Ni-Cu em tais
proporções que o tornam mais resistente a meios
redutores e oxidantes. Sua resistência mecânica é
superior a do Ni e pode ser aumentada pelo
encruamento.
Níquel - Ni
• Existe um tipo de Monel (tipo K), contendo Cu e
Al, que é utilizado em aplicações industriais onde
se deseja alta resistência mecânica e à corrosão,
sobretudo em grandes seções e em componentes
não magnéticos para aviões.
Níquel - Ni
• Os “Inconel” e os “Incoloy” são famílias de ligas a
base de Ni desenvolvidas especialmente para
servios severos oxidantes ou redutores em
temperaturas elevadas.
• Os “Hastelloys” são ligas de Ni de alto custo, com
grande quantidade de Mo, podendo conter outros
metais.
Níquel - Ni
• A liga Hastelloy B é uma das ligas metálicas
industriais com melhor resistência a corrosão que
existe, pdoendo trabalhar com HCl em qualquer
condição de concentração e de temepratura,
inclusive com gás HCl úmido.
Níquel - Ni
• A liga Hastelloy C é especialmente adequada ao
serviço com os oxidantes mais energéticos, sendo,
também, um dos poucos materiais metálicos que
resiste aos hipocloritos como cloro livre.
Níquel - Ni
• O Hastelloy D é uma liga desenvolvida
especialmente para ambientes com ácido
sulfúrico, enquanto que o Hastelloy G tem
excelente resistência aos ácidos sulfúrico e
fosfórico, mesmo aquecidos.
• O custo extremamente alto de todas essas ligas,
bem superior ao do metal Mo ou de ligas de Ti,
limitam seu emprego a casos excepcionais, onde
não há outra solução.
Titânio - Ti
• Ti, ou “metal do futuro”, possui densidade de 4,5
g/cm³ e ponto de fusão de 1668°C.
• Caracteriza-se pela excelente resistência a
corrosão, sendo o único metal realmente imune a
ação corrosiva da água do mar, o que o torna bom
candidato a aplicações de indústria naval.
Titânio - Ti
• O Ti apresenta boa estabilidade a temperaturas
relativamente elevadas, não modificando a
estabilidade da estrutura cristalina, exceto quando
elementos de liga são introduzidos. Assim, certas
ligas de Ti mantêm satisfatória resistência
mecânica e boa resistência a oxidação a 530°C, por
períodos longos e a 760°C, por períodos curtos,
como pode ocorrer no caso de mísseis.
Titânio - Ti
• O Ti também é muito estável a baixas
temperaturas, o que aumenta sua abrangência de
aplicação.
• O Ti passa por uma transformação alotrópica a
880°C, o que torna possível um aumento de
resistência mecânica e endurecimento em um
processo análogo a têmpera.
Titânio - Ti
• Ligas de Ti:
• 99,2% Ti: empregado onde se deseja ductilidade
para conformação mecânica e resistência
mecânica razoável.
• 99,0% Ti: resistência mecânica intermediária e
boa ductilidade.
Titânio - Ti
• Ti-6Al-4V: Suas principais aplicações se dão
devido a elevada relação resistência
mecânica/peso.
• Ti-8Mn: boa conformabilidade. Destina-se a
aplicações estruturais em aviões.
Titânio - Ti
• Ti-5Al-2,5Sn: é uma liga não endurecível por
precipitação, porém mesmo no estado recozido
apresenta elevada resistência a tração.
• Ti-4Al-4Mn: utilizadas em peças forjadas para
aviões a jato.
Titânio - Ti
• O Ti possui qualidades excepcionais de resistência
mecânica, resistência a corrosão e peso específico
que o indicam como um material cuja aplicação
crescerá continuamente, sobretudo na indústria
aeronáutica.
Zircônio - Zr
• Assim como o Ti, o Zr possui elevada resistência a
corrosão devido facilidade com que se passiva.
• A soldagem do Zr, assim como do Ti, é possível e
usual, mas não é fácil. Isso porque o Zr tem grande
afinidade com o oxigênio e existe facilidade de se
dissolver gases no metal líquido. É necessário um
processo de soldagem que garanta uma atmosfera
inerte de proteção.
Zircônio - Zr
• Para grande parte dos meios corrosivos, a
resistência do Zr é em geral superior a do Ti.
• Devido ao preço elevado do Ti e do Zr, esses
materiais são aplicados em casos extremos de
serviços de alta corrosão.
Zircônio - Zr
Magnésio - Mg
• Pertence ao grupo dos “metais leves”, pois seu
peso específico é de 1,74 g/cm³. Seu ponto de
fusão é de 650°C.
• É um metal relativamente mole e maleável, porém
sua ductilidade é baixa, assim como sua
resistência mecânica e tenacidade. Resiste a ação
dos álcalis.
Magnésio - Mg
• As aplicações do Mg, principalmente na forma de
ligas, são feitas na indústria aeronáutica, na
indpustria automobilística e em componentes de
máquinas variadas.
FIM!

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