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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Zootecnia e Engenharia


de Alimentos

Engenharia de Biossistemas 2015


Cultivos Protegidos – ZEB1055

Aula prática: Tomates

Nomes: Aline Fernanda Deliberali n° USP 7565160


Gustavo Methner Schmidt 7653123
Leticia Baptista 7144900

Docentes responsáveis: Profª. Dr. Tamara Maria Gomes


Profº Dr. Fabrício Rossi

Pirassununga, 2015
1. INTRODUÇÃO

O tomate é da família Solanaceae, espécie Solanum lycopersicum é


uma das olerícolas mais difundidas no mundo, tem uma grande importância
econômica. A seguir segue as partes que constituem o tomate para melhor ser
estudado:
Raiz: possui raiz principal curta e débil, o colo do tomateiro tem
capacidade de emitir raízes;
Haste: crescimento inicialmente ereto, podendo ter um crescimento
indeterminado ou determinado, dependendo do tipo;
Flor: “hermafroditas, reúnem inflorescências do tipo ‘‘rácimo”;
Fruto: bagas carnosas e suculentas, podendo ser bi ou pluricelulares,
com diferentes formatos, podendo ser, ovalado, achatado e alcançando peso
por fruto de 100 a 500 g de acordo com o cultivar.
Uma das vantagens em se cultivar tomate em ambiente protegido é que
se tem no ano todo, pois é possível controlar as temperaturas e deixar nas
temperaturas ótimas do tomate.

1.1 Clima

O tomateiro é originário da costa oeste da América do Sul, onde as


temperaturas são moderadas (médias de 15 ºC a 19 ºC) e as precipitações
pluviométricas não são muito intensas. Entretanto, floresce e frutifica em
condições climáticas bastante variáveis. A planta pode desenvolver-se em
climas do tipo tropical de altitude, subtropical e temperado, permitindo seu
cultivo em diversas regiões do mundo. (EMBRAPA, 2006).
Na germinação das sementes as melhores temperaturas são entre 8 a
11ºC, no entanto a temperatura ótima de germinação situa-se entre 16 e 29ºC.
Já a temperatura média no período de cultivo deve ser de 21ºC. Caso a
temperatura esteja inferior a 12ºC, o tomateiro tem seu crescimento reduzido,
sendo sensíveis a geadas. Com temperaturas acima de 28ºC formam-se frutos
com coloração amarelada. Temperaturas noturnas próximas a 32ºC causam
abortamento de flores, mau desenvolvimento dos frutos e formação de frutos
ocos.
1.2 Tutoramento

O tutoramento do tomateiro consiste em fornecer suporte para o


crescimento das plantas evitando o contato destas com o solo, aumentando a
ventilação e a iluminação ao longo do dossel das plantas e facilitando os tratos
culturais (Lédo et al., 1998; Rughoo & Govinden, 1999). Dessa forma assegura
uma maior qualidade do fruto, tanto por fatores diretos como indiretos (maior
aeração, menor incidência de problemas causados por doenças e pragas,
maior facilidade de controle fitossanitário, evitar pisoteio de frutos). São
adotados diversos tipos de tutoramento, por exemplo:
- Cerca cruzada: é um sistema relativamente simples, que consiste na
colocação de estacas de bambu com 1,80 a 2,20m de comprimento, apoiadas
em uma madeira inclinada sobre um fio de arame bem esticado.
- Estacas individuais vertical: as estacas de bambu roliças são cortadas
com 2,30m e deverão ser fincadas no solo cerca de 0,50m.
- Uso de fitilho e arame para cultivares de crescimento indeterminado:
um dos sistemas mais adotados, este sistema de tutoramento usa fitilhos e
consiste em um arame na horizontal sobre as fileiras de tomate, com altura de
1,80 a 2,00m. As plantas serão amarradas com o fitilho que será preso no
arame, a medida que a planta cresce, solta-se o fitilho, envolve a nova parte da
planta e prende o fitilho novamente.
- Meia estaca para cultivares de crescimento determinado: neste método
são colocados moirões de madeira ou bambu de madeira com 1,30m de altura,
mais baixos que o anterior. Posteriormente passa-se um fio de arame de 0,40 a
0,50m do solo, a cada cinco plantas finca-se um bambu para sustentação do
arame.

1.3 Desbrota

A desbrota tem como objetivo eliminar os brotos, quando estes estão


geralmente de 2 a 5 cm laterais das axilas de cada folha. Dessa forma reduz o
número de ramos na planta e consequentemente a competitividade por
assimilados dos cachos, assim facilitando a aeração e o controle fitossanitário.
Quando se faz a poda elimina-se o broto terminal das hastes, realizado
em materiais de hábito de crescimento indeterminado. Assim controla-se o
crescimento da planta, sobre a floração e frutificação, quando se limita o
número de pencas, garante frutos maiores.

2. OBJETIVOS

Esta aula pratica teve como objetivo preparar os alunos de Engenharia


de Biossistemas para entender o funcionamento da estufa e aprender como
lidar com o cultivo de tomates. Aprendendo a tutorar e as formas corretas de
amarrio para proporcionar a planta o crescimento esperado.

3. VISITA TÉCNICA

3.1 Local

A estufa onde localiza-se o experimento de tomates se localiza próximo


ao departamento de zootecnia (ZAZ),é uma estufa relativamente simples que
possui um pé direito de 2,5 metros com dimensões de 7 metros frontais e 15
metros de comprimento, totalizando uma área de 105 m 2.

Dentro deste local as plantas eram separadas em 4 repetições de 10


caixas cada, possuindo cultivos de tomate e batata. Os tomates eram de
crescimento indeterminado.

O sistema de irrigação do local utilizava três caixas d’água, cada uma


possuindo diferentes soluções – agua, agua residual do setor de laticínios e
agua tratada do setor de laticínios. Este sistema funcionava através de um
painel de controle com abertura automática do sistema.

Figura 1: Caixas d’água para irrigação.


Figura 2: duas parcelas com 10 caixas d’água cada.

3.2 Prática com os alunos

Cada aluno ficou responsável por uma das caixas do experimento, onde
eram responsáveis por localizar a haste principal da planta e a secundária, e a
seguir fazer o desbrotamento da planta.

Estes brotos nascem na axila da folha com o ramo principal, e ele é


responsável pela origem de uma planta completa. Caso este broto retirado ou
sua gema apical seja retirada ele encerrará o crescimento (corta gema apical
para encerrar o crescimento da planta). Então para o plantio de tomate com
duas hastes deve-se retirar o broto que nasce após a segunda inflorescência.

Uma das vantagens encontrada em cultivo de tomates com condução de


duas hastes é a possibilidade de condução de um novo no caso de quebra de
uma das hastes principais, não perdendo poder produtivo. Lembrando que
quanto mais hastes forem conduzidas, maior será o espaçamento entre as
plantas e também maior será o uso de adubo, como consequência do maior
número de hastes haverá uma diminuição de número de tomates por pé.

A retirada destes brotos ainda novos é extremamente necessária para


uma maior produtividade, já que quanto maior o broto mais energia a planta
gastou para sustentá-lo, e quanto mais energia se gasta em um broto que não
será utilizado menor será o tomate que a planta produzirá (Tomate Salada e
Santa Cruz). Além disso, quando mais demorada a retirada destes brotos
maior será o ferimento da planta. Este ferimento é uma porta para a entrada de
doenças, o que é altamente prejudicial para o produtor. Nestes casos, deve-se
realizar uma pulverização após a retirada dos brotos, evitando doenças.

Figura 3: Planta de tomate, realização do desbrotamento.

4. CONCLUSÃO

Quando se toma os devidos cuidados durante o cultivo de tomate é


possível garantir frutos de melhor qualidade, sabor, cor, textura, aumentando
assim o valor agregado e dando uma maior satisfação ao consumidor.

5. REFERÊNCIAS

Disponível em:
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tomate/arvore/CONT000fa
2qor2r02wx5eo01xezlshcwkfx5.html. Acessado em 20 de agosto de
2015.
Disponível em:
http://www.portalagropecuario.com.br/agricultura/horticultura/cultivo-de-
tomate-em-estufa/. Acessado em 20 de agosto de 2015.
Disponível em:
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Tomate/Tom
ateIndustrial_2ed/clima.htm
Acessado em 20 de agosto de 2015.
LÉDO, FJS; CAMPOS, JP; FONTES, PCR; GOMES, JA; REIS, FP.
1995. Comportamento de seis cultivares de tomate de crescimento
determinado, sob três sistemas de condução da planta, na produção de
frutos para consumo in natura. Revista Ceres 42: 218-224.

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