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Rio do Sul
2022
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Tomate (Solanum lycopersicum)
Introdução
Botânica
Exigências climáticas
Os fatores ambientais têm alta influencia na produção de frutos, seja para consumo
in natura, processamento industrial ou produção de sementes. A temperatura é o fator que tem
maior influência no tomateiro. As temperaturas ideais para o tomateiro são de 274°C durante
o dia e 182°C durante a noite, não tolera temperaturas muito baixas, tendo germinação e
emergência negativamente afetadas quando as temperaturas estão abaixo de 10°C. Temperatura
ótima diurna para o pagamento do fruto é de 19°C a 24°C e a noturna fica entre 14°C e 17°C.
Sob altas temperaturas, sendo acima de 30°C diurna e acima de 20°C noturna, ocorre
abortamento de flores. A umidade relativa ideal fica entre 60% e 80%. Quando a umidade está
muito elevada favorece o desenvolvimento de doenças e dificulta a fecundação, quando muito
baixa, reduz o índice de pegamento de frutos. O tomateiro é indiferente ao fotoperíodo.
Estabelecimento no campo
Tratos culturais
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Os tratos culturais seguem o mesmo indicado para o cultivo de tomate in natura ou
para processamento industrial, alterando apenas o espaçamento, que no caso de produção de
sementes, será maior para facilitar a inspeção periódica com a finalidade de eliminar plantas
doentes ou fora do padrão desejado. Na produção de sementes de cultivares de polinização
aberta, independentemente do hábito de crescimento, recomenda-se o sistema de cultivo
rasteiro e em condição de campo. Para a produção de sementes híbridas F1 recomenda-se o
cultivo protegido, tutorando as linhagens de hábito indeterminado ou semideterminado. A
irrigação deve ser feita por gotejamento, para reduzir a incidência de doenças foliares.
Em campos de produção de sementes o controle de doenças e pragas assume maior
relevância dada a capacidade de transmissão ou transporte de doenças através das sementes.
Aquelas doenças que devem ser priorizadas são:
• Murcha de fusário (F. oxysporum f.sp. lycopersici);
• Pinta-preta (Alternaria solani);
• Septoriose (Septoria lycopersici);
• Mancha-de-cladospório (Cladosporium fulvum);
• Podridão-de-sclerotínia (Sclerotinia sclerotiorum);
• Cancro bacteriano (Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis);
• Mancha bacteriana (Xantomonas spp.);
• Pinta bacteriana (Pseudomonas syringae pv. tomato);
• Mosaico do tomate (ToMV);
• Mosaico do fumo (TMV).
Com relação as pragas, aquelas que devem receber atenção especial são:
• Broca pequena (Neoleucinodes elegantalis);
• Mosca minadora (Liriomiza spp.);
• Traça do tomateiro (Tuta absoluta);
• Tripes (Thrips tabaci, T. palmi e Frankliniella schulzei);
• Mosca branca (Bemisia tabaci, B. tabaci Biotipo B, Trialeurodes
vaporariorum);
• Pulgões (Macrosiphum euphorbiae, Mizus persicae).
Híbridos F1
Emasculação
Coleta de pólen
As flores do parental masculino, das quais o pólen será retirado, devem ser
coletadas na véspera da antese. O cone de anteras deve ser removido e colocado em envelopes
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de papel manteiga para secar a 30cm de distância de uma lâmpada de 100W por 24h, a uma
temperatura de 30°C, ou ao sol. Após a secagem, os cones de anteras devem ser colocados em
um pote de plástico ou de vidro, cobrindo com uma malha fina e vedando com a tampa. Após,
deve ser chacoalhado, e o pólen transferido para um pote pequeno.
Polinização
O número de frutos por planta depende da linhagem, sendo, no geral, 30 frutos por
planta para linhagens de frutos grandes, 40 frutos para linhagens com frutos medianos e 50 ou
mais para linhagens com frutos pequenos. A colheita dos frutos para retirada das sementes deve
ser realizada manualmente em estádio de completa maturação e sem exibir lesões de doenças e
danos por insetos. Se houver possibilidade climática e de mão de obra, a colheita deve ser
realizada no período da manhã e a extração da semente no período da tarde, pois há um reflexo
positivo na qualidade fisiológica da semente. Algumas cultivares podem apresentar
viviparidade, que é a germinação da semente ainda dentro do fruto. Essa anomalia pode ocorrer
quando o fruto está excessivamente maduro, atacado por determinados patógenos, na aplicação
excessiva de adubos nitrogenados ou na aplicação de promotores da síntese de etileno.
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• Peneira cilíndrica;
• Bandeja coletora de sementes.
As sementes são coletadas junto com a mucilagem e colocadas em baldes ou tonéis
para a fermentação, etapa que visa retirar a camada de mucilagem que recobre a semente. A
fermentação pode ser feita de forma natural ou química. Na fermentação natural, as sementes
com a mucilagem são colocadas em recipientes e deixadas em repouso por 24 a 48 horas, a
depender da temperatura. Em altas temperatura, o tempo de fermentação é reduzido, no entanto,
o processo pode não se completar, afetando as etapas seguintes. Em baixa temperaturas, o
tempo de fermentação é aumentado, contudo, pode induzir a aceleração do metabolismo da
semente e maior consumo das reservas, reduzindo taxas de germinação e vigor. A fermentação
reduz contaminação por Clavibacter michiganense subsp. michiganense. No método químico,
o ácido clorídrico é o mais utilizado, devido a maior rapidez e economia do processo, e a
colocação mais clara e brilhante às sementes. O uso de ácido clorídrico também reduz a
contaminação pelos vírus dos mosaicos do fumo (TMV) e do tomate (ToMV). É importante
agitar períodocamento a massa a fim de homogeneizá-la, obtendo uma fermentação uniforme,
e não deve ser adicionado água à massa.
Após a fermentação, as sementes devem ser lavadas por processo intermitente, para
pequenas quantidades, ou contínuo para a produção em grande escala. No processo
intermitente, água é adicionada a massa, fazendo com que as sementes migrem para o fundo, e
separando a parte sobrenadante. O processo é repetido até que as sementes sejam limpas. No
sistema contínuo a massa fermentada é colocada em uma calha onde existe um sistema de água
em circulação e um sistema de comportas. A água em movimento agita as sementes, fazendo
com que se depositem no fundo, separando-se da mucilagem, enquanto as comportas retem as
sementes.
A secagem das sementes deve ser criteriosa para evitar perda de qualidade. Ao sair
da lavagem, as sementes estão com 40% a 50% de umidade, devendo ser centrifugadas antes
da secagem. A temperatura ideal de secagem está entre 32°C a 42°C, e deve ser realizado e
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ambiente ventilado, durante 24 horas. Em seguida, as sementes as sementes são transferidas
para secadores ou estufas elétricas, com temperatura de 38°C, até atingir 6% de umidade para
o acondicionamento em embalagens herméticas. Recomenda-se revolver as sementes durante
todas as etapas de secagem para homogeneização da umidade. As sementes também podem ser
secas ao sol e não devem ser umedecidas novamente.
Tratamento de sementes
Embalagem e armazenamento
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O grau de umidade das sementes deve ser em torno de 6% para o acondicionamento
em embalagens a prova de umidade como latas e sacos aluminizados. As sementes devem ser
armazenadas em ambiente refrigerado, a temperatura de 4°C para conservação a médio prazo
(menos de 10 meses) e a temperatura de -20°C para a conservação a longo prazo (mais de 10
anos). Locais quentes e úmidos devem ser evitados, pois favorecem a rápida deterioração,
reduzido a germinação, podendo até perder a viabilidade rapidamente.
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Alface (Lactuca sativa)
Introdução
Botânica
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que as mais tardias. A semente da alface é, na verdade, um aquênio, ou seja, um fruto seco, cuja
semente está ligada pela região do funículo. O indicativo da maturidade fisiológica ocorre
quando as brácteas e os “papus” secam para a dispersão pelo vento.
Estabelecimento da cultura
Isolamento e roguing
Tratos culturais
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folhas que formam a cabeça e arrancá-la. Lembrando que a formação da cabeça é contínua,
sendo necessário esse tipo de procedimento durante todo o ciclo.
Em campos de produção de sementes o controle de doenças e pragas assume maior
relevância dada a capacidade de transmissão ou transporte de doenças através das sementes.
Aquelas doenças que devem ser priorizadas são:
• Mosaico do alface (Letuce mosaic vírus - LMV);
• Vira-cabeça (Tospovirus);
• Queima da saia (Rizoctonia solani);
• Podridão de esclerotínia (Sclerotinia sclerotiorum);
• Mancha cerosa (Pseudomonas cichorii);
• Botrytis;
• Oídio (Oidium spp.);
• Nematóide das galhas (Melodoigyne sp.);
Com relação as pragas, aquelas que devem receber atenção especial são:
• Larva minadora (Liriomiza sativae, L. trifolli, L. huidobrensis);
• Tripes;
• Mosca branca (Bemisia tabaci Biotipo B);
• Pulgões.
A secagem das sementes pode ser feita mantendo-as sobre um tecido ou lona até o
completo secamento da planta, em campo ou em galpão. Recomenda-se a secagem até 6% de
umidade para o acondicionamento em embalagens impermeáveis.
Tratamento de sementes
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peletização, para modificar o formato e tamanho da semente, facilitando os processos de
manuseio e distribuição das sementes, visando redução no consumo de sementes e precisão da
semeadura, além de ser veículo para defensivos, nutrientes, inoculantes, entre outros.
Como regra geral, usa-se a umidade relativa do ar para o nível a que a semente deve
ser secada e conservada. O teor mais baixo que a semente pode atingir é 30% a 25% de UR o
que equivale a 25°C, 5% do teor de umidade na semente. Sementes de alface secas, embaladas
e conservadas em baixa temperatura podem se manter viáveis por vários anos, porém, a espécie
é considerada de baixo potencial de armazenabilidade.
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Já a Instrução Normativa n°42, de 17 de setembro de 2019, que estabelece os
padrões de identidade e de qualidade para a produção e a comercialização de sementes de
espécies olerícolas, condimentares, medicinais e aromáticas, define para a alface as seguintes
características:
Determinação de outras sementes por número (n° máximo por peso da amostra)
Outras espécies cultivadas Sementes silvestres Semente nociva tolerada
S1 e S1 e S1 e
Básica C1 C2 Básica C1 C2 Básica C1 C2
S2 S2 S2
0 2 3 8 0 2 3 12 0 3 4 15
Referências
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