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Importância socioeconômica
O gergelim apresenta ampla adaptabilidade às condições de clima quente, e possui bom nível de
resistência à seca e facilidade de cultivo. Suas sementes contêm cerca de 50% de óleo de
excelente qualidade, e sua torta contém elevado teor de vitamina B, características que o
transformam em uma excelente opção de diversificação agrícola e em um grande potencial
econômico, nos mercados nacional e internacional, com aplicações na indústria alimentícia,
para fabricação de pães, bolos, biscoitos e doces, e na oleoquímica, para fabricação de
margarinas, perfumes, lubrificantes, remédios, tintas, inseticidas, hidratantes, sabonetes, loções
de filtro solar e outros.
A produção de gergelim no Brasil ainda é inferior à da maioria das oleaginosas cultivadas, tais
como soja, coco, dendê, amendoim, girassol e mamona. Porém, o cultivo de gergelim representa
uma excelente opção agrícola, ao alcance de pequenos e médios produtores, por exigir práticas
agrícolas simples e fáceis.
Cultivares
Seridó 1: cultivar de porte alto (até 1,80 cm), ciclo tardio (130 – 140 dias), hábito de
crescimento ramificado, e semente de coloração creme e cinza, susceptível à mancha-angular e
à cercosporiose, a qual é indicada para o plantio em condições de sequeiro.
Foto: Nair Helena de C. Arriel Figura 1. Cultivar Seridó 1.
Cultivar CNPA G2: cultivar de porte mediano (até 1,60 m), ciclo médio (100 dias) e hábito de
crescimento ramificado. Apresenta três frutos por axila foliar e semente de coloração creme.
Possui tolerância à mancha-angular e susceptibilidade à cercosporiose. É recomendada para o
plantio de sequeiro e irrigado em todos os estados do Nordeste, devido à sua alta estabilidade
produtiva.
Cultivar CNPA G3: cultivar de porte médio (até 1,60 m), ciclo de 90 a 100 dias, hábito de
crescimento ramificado, e floração e maturação uniformes. Apresenta um fruto por axila e
semente de coloração creme. Possui resistência à mancha-angular e susceptibilidade à
cercosporiose e à macrophomina. É indicada para a região semiárida nordestina, onde a
mancha-angular é a principal doença da cultura.
Foto: Nair Helena de C. Arriel Figura 3. Cultivar CNPA G3.
Cultivar CNPA G4: cultivar de porte mediano (1,55 m), ciclo de 90 dias, hábito de crescimento
ramificado, com floração e maturação uniformes, um fruto por axila e sementes de cor creme,
com teor de óleo que varia de 48% a 50%. É tolerante à murcha-de-macrophomina, à mancha-
angular e à cercosporiose. É indicada para o cultivo na região Nordeste e no Cerrado de Goiás.
BRS Seda: cultivar de porte mediano, ciclo de 90 dias, com início da floração aos 30 dias após a
emergência, hábito de crescimento ramificado, haste de coloração verde, um fruto por axila, e
semente de coloração branca, com teor de óleo que varia de 50% a 52%. Apresenta potencial
para produzir até 2.500 kg ha-1, em condições ideais de cultivo. É tolerante à mancha-angular, à
cercosporiose e à murcha-de-macrophomina, e é indicada para o cultivo no Nordeste, Goiás,
Distrito Federal, Mato Grosso, São Paulo (precipitação de 400 mm a 850 mm) e Cerrado.
Foto: Nair Helena de C. Arriel Figura 1. Solo para cultivo de gergelim textura arenosa.
Características da planta
O gergelim possui uma grande diversidade de características morfológicas. Pode ser anual ou
perene; sua altura pode variar de 0,50 m a 3,00 m; seu caule é ereto, com ou sem ramificações e
com ou sem pelos; e seu sistema radicular é pivotante.
O gergelim se desenvolve bem em diversos tipos de solo, porém, a planta atinge um melhor
desenvolvimento em solos profundos, com profundidade de pelo menos 60 cm, bem drenados e
de boa fertilidade natural – francos do ponto de vista textural, desde franco-arenosos até franco-
argilosos. Os solos muito argilosos devem ser evitados, pois as plantas são extremamente
susceptíveis ao encharcamento, mesmo quando submetidas a curtos períodos de alagamento, e
em qualquer estádio do seu desenvolvimento. A planta tem preferência por solos de reação
neutra (pH próximo de 7,0), não tolera acidez elevada (pH abaixo de 5,5), nem alcalinidade
excessiva (pH acima de 8,0), e é extremamente sensível à salinidade e, especialmente, à
alcalinidade, em virtude do sódio trocável, que pode tornar-se tóxico ao metabolismo da planta,
dependendo da concentração.
Manejo do Solo
Para o preparo do solo em áreas já cultivadas, não se recomenda o uso de grade aradora, pois,
com o uso contínuo desse equipamento, o solo fica sujeito ao processo de degradação.
Inicialmente, faz-se a trituração e a pré-incorporação dos restos de culturas anteriores e de
plantas daninhas, com grade leve ou niveladora. De 7 a 15 dias após a incorporação, faz-se uma
aração profunda, dependendo do tipo e da profundidade do solo, com o arado de aiveca; depois
disso, gradeia-se com grade simples.
Para solos rasos e pedregosos, deve-se usar arado de disco superficialmente, no máximo, a 10
cm de profundidade, ou usar somente uma grade de disco simples. Se o solo for profundo e sem
pedras, deve-se usar o arado de aiveca, efetuando-se, antes disso, a pré-incorporação dos
resíduos e, depois disso, o uso de grade de disco simples.
Deve-se respeitar a declividade natural do terreno, e as operações de preparo do solo devem ser
realizadas em um sentido perpendicular ao da declividade natural, evitando-se o sentido morro
abaixo, por deixar sulcos no terreno que facilitam o processo de erosão. Todas as operações
devem ser realizadas de forma a seguir curvas de níveis previamente alocadas sobre o terreno.
Em solos propensos à erosão, como é o caso de solos de cerrado, além das curvas de níveis,
devem ser feitos terraços em desnível, respeitando os parâmetros estabelecidos por um técnico
Rotação de culturas
A rotação de culturas é uma prática que, além de gerar benefícios para a produtividade,
promove a redução de pragas, tanto no gergelim, como nas demais culturas que entram no
esquema de rotação, auxilia no controle de ervas daninhas, reduz a erosão e mantém a matéria
orgânica no solo.
As culturas que normalmente são usadas em rotação com o gergelim são: algodão, milho, feijão,
soja, amendoim, mamona e sorgo. Exemplos de rotação são: feijão-gergelim, milho-gergelim e
mamona-amendoim-gergelim. No caso de rotação com uma leguminosa (soja ou amendoim),
isso permite a economia de alguns quilos de fertilizantes nitrogenados por hectare.
O sistema de cultivo consorciado é amplamente empregado por pequenos agricultores, uma vez
que estes, ao empregarem esse sistema, aproveitam ao máximo os já limitados recursos que
possuem. Além disso, esse sistema diminui o insucesso da lavoura, fornece maiores opções de
alimentos a esses agricultores e possibilita a eles uma maior eficiência do uso da terra e
conservação do solo.
O sistema de consórcio pode ser vantajoso desde que se levem em conta a configuração de
plantio, a população de plantas e a época relativa de plantio das espécies envolvidas. O gergelim
pode ser consorciado com várias culturas, dependendo da região, das condições climáticas e do
espaço físico, como, por exemplo, com: o algodão, a mamona, o milho, o sorgo, o amendoim, a
soja e variedades de Phaseolus. Além disso, existe a possibilidade de cultivar o gergelim em
consórcio com fruteiras (caju), árvores florestais ou palmeiras, com benefícios significativos
para o ecossistema.
Tratos culturais
Tratos culturais as plantas daninhas competem com a cultura principal em água, em luz e em
nutrientes. A intensidade da competição das ervas daninhas depende de vários fatores, como:
espécie, densidade, fertilidade do solo, disponibilidade de água e hábito de crescimento da
cultura em cultivo.
O gergelim é uma planta de crescimento inicial bastante lento, e os primeiros 45 dias depois da
emergência das plântulas são críticos para essa cultura, que deve ser mantida livre de plantas
daninhas nesse período. O preparo adequado do solo pode funcionar como um excelente método
de controle da vegetação daninha. Devem ser feitas de 2 a 3 capinas durante o ciclo da planta,
com enxada ou com cultivador.
Controle químico de plantas daninhas Para o uso de herbicidas, devem-se levar em conta vários
fatores, tais como a composição textural do solo e o teor de matéria orgânica. Solos com baixo
teor de argila (menor que 15%) e com baixo teor de matéria orgânica (menos que 2%) devem
receber doses menores que os solos com elevado teor de argila (acima de 35%) e com elevado
teor de matéria orgânica (acima de 4%). É importante, também, conhecer os tipos de ervas
predominantes.
Herbicidas (diuron, pendimenthalin e alachlor) testados no gergelim são, em sua maioria, pré-
emergentes. O produtor deve preparar a área, plantar em solo úmido e, em seguida, aplicar o
herbicida. Os herbicidas Diuron e Pendimenthalin foram testados em pré-emergência, em solo
bruno-não-cálcico, de textura franco-arenosa; nessas condições, as dosagens de 0,50 kg (diuron)
+ 0,75 kg (pendimenthalin) do ingrediente ativo por hectare foram suficientes para um bom
nível de controle das plantas daninhas. Em solo do tipo Vertissol (solos de várzeas, com textura
argilosa, racham em períodos secos e são extremamente pegajosos quando molhados), de
textura argilosa, além dos herbicidas citados acima, usou-se o Alachlor. As seguintes dosagens
foram suficientes para um excelente nível de controle de plantas daninhas: 0,75 kg (diuron) +
1,25 kg (pendimenthalin) e 0,75 kg (diuron) + 1,44 kg (alachlor) do ingrediente ativo por
hectare. Nessas condições, o custo do controle químico foi, em média, 73% inferior ao custo da
capina manual, com enxada.
Formicida os prejuízos causados pelas formigas cortadeiras no gergelim são consideráveis, pois
cortam as folhas e ramos tenros, podendo destruir completamente as plantas na sua fase
inicialde desenvolvimento. O controle químico feito com iscas tóxicas granuladas é bastante
utilizado, mas deve ser evitado em dias chuvosos e solos úmidos. As iscas devem ser
distribuídas em porções ou dentro de porta-iscas, ao lado dos carreiros ativos. Alguns tipos de
formicidas encontrados no mercado: Isca Formicida ATTA-MEX, Isca Formicida Mirim, Isca
Mirenex, Formilin, Formirex, Formicida Birlane, etc.
Plantio
A semeadura deve ser feita em sulcos rasos contínuos ou em covas rasas, à profundidade de 2
cm. Pode ser manual (com a ponta dos dedos), distribuindo-se em torno de 30 sementes/m, ou
com semeadora manual, feita com uma lata de 1 L ou similar, acoplada a uma haste de madeira,
com um furo no fundo, ajustado para liberar de 6 a 10 sementes por cova, de modo a gastar, em
média, 3 kg de sementes por hectar
Foto: Tarcísio Marcos de Sousa Gondim Figura 2. Semeadura realizada com a semeadora
manual para o plantio em covas.
Existe, também, uma semeadora simples para o plantio em sulcos, que foi desenvolvida por
produtores e oferece maior agilidade e precisão na distribuição das sementes. Ela é baseada em
equipamentos adaptados, que dispõem de mecanismos para abrir o sulco, distribuir as sementes
e fazer o aterramento. Nesse sistema, gastam-se, em média, 2 kg de sementes por hectare.
Foto: Nair Helena de Castro Arriel Figura 3. Semeadora simples para plantio de gergelim em
covas.
Para determinar a época de semeadura, deve-se levar em conta o ciclo da cultivar e do período
chuvoso da região, a fim de que a fase de colheita/secagem ocorra na estação seca. A incidência
de chuvas sobre as cápsulas abertas promove o enegrecimento das sementes.
Nos estados do Nordeste, recomenda-se o plantio após a definição da estação chuvosa, quando
ocorrem precipitações de pelo menos 40 mm a 50 mm, que possibilitam o preparo do solo e o
estabelecimento inicial das plântulas. Nas demais regiões do Brasil, especialmente no Centro-
Oeste e no Sudeste, onde o período chuvoso é bem definido, o gergelim pode ser usado como
primeira ou como segunda cultura, conforme o interesse do produtor.
Para que a semeadura mecanizada seja feita, podem-se usar máquinas de plantio destinadas a
sementes pequenas, como a cenoura, ou pode-se adaptar o disco cego, que normalmente vem
com as máquinas, fazendo-se 8 furos de 3/16 polegadas e calibrando-se a saída de 4 a 8
sementes.
Como o gergelim apresenta uma semente muito pequena e leve, normalmente se gastam mais
sementes que o necessário. Para que a população de plantas satisfaça as recomendações de
espaçamento e de densidade de plantio, que gira em torno de 100 mil plantas/ha, é necessário
fazer o raleamento ou desbaste, deixando as plantas mais vigorosas e retirando as excedentes. O
desbaste deve ser realizado em solo úmido e em duas etapas: inicialmente, quando as plantas
estiverem com 4 folhas, deixam-se 20 plantas por metro, e, quando as plantas alcançarem cerca
de 12 cm a 15 cm de altura, deixam-se 2 plantas por cova ou de 8 a 10 plantas por metro linear.
Para as cultivares não ramificadas, deixam-se de 12 a 15 plantas por metro linear.
O gergelim é uma das principais oleaginosas do mundo. Ele foi introduzido no Brasil durante a
colonização portuguesa. Trata-se de uma cultura de fácil cultivo, que apresenta resistência à
seca.
Nos últimos anos, as áreas destinadas ao plantio dessa oleaginosa têm crescido
expressivamente. No Brasil, onde mais há plantação de gergelim é no estado do Mato Grosso.
Neste artigo, veja esses detalhes e conheça as principais pragas, doenças e plantas daninhas da
plantação de gergelim. Aproveite a leitura!
O caule é ereto e tem entre 0,5 e 3,0 metros de altura. O caule pode ou não apresentar
ramificações, e o sistema radicular do gergelim é pivotante. As raízes secundárias alcançam
grandes profundidades, o que permite o aproveitamento da água armazenada no subsolo.
As folhas do gergelim são alternadas e opostas. Numa mesma planta, é possível encontrá-las em
diferentes formatos. Nas plantas adultas, as folhas localizadas na parte inferior são mais largas e
têm as bordas irregularmente dentadas.
As folhas da porção superior da planta são menores e têm formato lanceolado. As flores do
gergelim estão localizadas nas axilas das folhas. Pode haver entre 1 e 3 flores por axila foliar,
com cor branca ou rosada. Cada flor dá origem a um fruto com cerca de 50 sementes.
plantação de gergelim
Vale ressaltar que o grau de frutos do gergelim que se abrem espontaneamente está relacionado
à colheita mecanizada.
plantação de gergelim
As sementes de gergelim são ricas em lipídeos e proteínas. Em média, elas contém 50% de óleo
de elevada qualidade nutricional. As sementes são bem pequenas, têm formato ovalado e são
levemente achatadas. Dependendo da cultivar, elas podem ser pretas, amarelas ou brancas.
O peso médio de mil sementes varia entre 2 e 4 gramas. Essa variação de peso ocorre em função
das características da cultivar e do ambiente em que as plantas se desenvolveram.
As plantas de gergelim apresentam crescimento inicial bastante lento. Esse fato faz com que a
fase inicial de desenvolvimento dessa oleaginosa seja sensível à presença de espécies invasoras.
As plantas daninhas competem com a cultura do gergelim por água, luz, espaço e nutrientes.
Assim, o manejo das espécies invasoras deve ser realizado com muito rigor nos primeiros 45
dias após a emergência das plântulas da plantação de gergelim.
Além disso, o manejo integrado das doenças e das pragas está diretamente relacionado ao
controle das plantas daninhas. Afinal, elas podem ser hospedeiras de diferentes pragas e
patógenos.
O gergelim é uma cultura que pode ser explorada em sistemas solteiros ou consorciados, de
sequeiro ou irrigado. A época da semeadura dessa oleaginosa é determinada com base no ciclo
da cultivar e com o período de chuvas onde a lavoura será instalada.
Isso garante boas condições para a germinação e para o estabelecimento da lavoura. Para o
plantio do gergelim, as recomendações de calagem e adubação devem ser sempre orientadas
pela análise físico-química de solo.
Vale lembrar que o gergelim extrai muito nitrogênio, fósforo e potássio do solo. Ainda, essa
espécie pode ser cultivada de forma manual ou mecanizada.
O primeiro desbaste é feito quando as plantas apresentarem quatro folhas. Nesse caso, são
conduzidas 20 plantas/metro.
Essa planta também tem preferência por solos com boa capacidade de retenção de água e pH
próximo da neutralidade, em torno de 7%. Além do mais, o gergelim não tolera encharcamento,
compactação do solo e salinidade.
De modo geral, condições de clima quente e seco favorecem o desenvolvimento dessa espécie.
As temperaturas ideais para o desenvolvimento do gergelim situam-se entre 25°C e 30°C.
A plantação de gergelim é pouco exigente em água. Porém, é importante que as chuvas sejam
bem distribuídas ao longo do ciclo da cultura. O plantio dessa oleaginosa é recomendado em
áreas com precipitação média anual variando entre 400 mm e 650 mm.
Durante o ciclo da cultura, 80% do total de chuva deve ocorrer até a fase do florescimento e, no
máximo, 20% durante a maturação dos frutos.
Chuvas em excesso e por longos períodos são prejudiciais para o crescimento das plantas de
gergelim, além de favorecer o aparecimento de doenças fúngicas. Chuvas intensas podem
provocar ainda o acamamento das plantas e queda das flores.