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Processos e Métodos de

Mobilização do Solo

Beatriz Piteira – Engenheira Agrónoma

(Formação e Apoio Técnico)

Contacto: beatrizpiteira@epdrs.pt
Objetivos

 Proceder à mobilização do solo para a instalação das culturas,


conduzindo, operando, regulando e afinando as máquinas e
equipamentos agrícolas adequados às atividades a realizar.

 Efetuar a manutenção das máquinas de mobilização do solo.


Conteúdos

• Mobilização manual e mecânica do solo

• Processos de mobilização - lavouras, gradagens, escarificações e fresagens

• Alfaias de mobilização dos solos - charruas, grades, escarificadores, fresas, outros


• Tipos, constituição e funcionamento
• Regulações/afinações
• Manutenção/conservação e pequenas reparações

• Boas práticas de segurança, higiene e saúde no trabalho


Processos de Mobilização

 Lavouras  Gradagens

 Escarificações  Fresagens
Processos de Mobilização- Lavoura

 É uma prática antiga;

 É feita com a CHARRUA;

Tem como objetivo:


 Consiste em revirar uma porção de solo (leiva);

 Enterra infestantes, estrumes e restolhos.

 Elimina algumas pragas (escaravelho);

 Favorece o arejamento e aquecimento do solo e a


infiltração de água;

 Prepara o solo para outras operações (gradagens,


fresagens e escarificações);
Processos de Mobilização- Lavoura

 Lavoura: Consiste em fazer o reviramento da terra;


 Leiva: Banda de terra revirada;
Processos de Mobilização- Lavoura
Classificação da charrua quanto ao número de Classificação da charrua quanto à possibilidade de
leivas reviradas: revirar a leiva para os lados:
• 2 Discos
• Fixa quando a charrua faz reviramento só para um
dos lados

• Ferros
• Reversível quando a charrua faz reviramento para
ambos os lados
Processos de Mobilização- Lavoura
Classificação da charrua em função do acoplamento à fonte potência:

• Rebocáveis;

• Montadas;

• Semi-montadas;
Processos de Mobilização- Lavoura

Rebocáveis: Semi-montadas:
• Tracionadas pela barra de tração; • Apoiam-se nos dois braços do sistema hidráulico;
• Possuem rodas guias dianteira e traseira (roda de
rego).
• São utilizadas para grandes áreas;
Suspensas ou montadas:
• Apoiadas nos três pontos do sistema hidráulico do
trator;
Processos de Mobilização- Lavoura
Classificação da charrua quanto à movimentação do órgão ativo:

• Fixas: Quando a charrua faz reviramento só para um dos lados,


• Reversíveis: Quando a charrua faz reviramento para ambos os lados;

Classificação da charrua quanto ao elemento que revira a leiva:

• Discos

• Aivecas
Processos de Mobilização- Lavoura
Quanto ao ângulo de reviramento da charrua Classificação da charrua quanto ao modo de reversão:
(apenas para charruas reversíveis de aivecas):
• Semi automática quando o reviramento é feito com o
• ½ volta ou 180º auxilio do operador e pelo levantamento do hidráulico

• ¼ volta ou 90º • Manual quando o reviramento é feito pela mão do


operador
Processos de Mobilização- Lavoura
Classificação da charrua quanto ao modo de reversão:
• Automática Reviramento automática através de corrente – quando o reviramento é feito
automaticamente quando se levanta o hidráulico.

• Hidráulica Reviramento automática através de um macaco hidráulico – quando o reviramento é


feito automaticamente através de um macaco hidráulico
Processos de Mobilização- Lavoura
Constituintes da Charrua de aivecas
Processos de Mobilização- Lavoura
Constituintes da Charrua de aivecas

Tipos de Órgãos:

• Órgãos ativos- são os que contactam diretamente com a terra

• Órgãos não ativos – são as peças de engate e suporte da charrua


Processos de Mobilização- Lavoura
Constituintes da Charrua de aivecas

 Órgãos ativos

Segas- São acessórios que podem ser de facas ou


de discos e são colocadas á frente da aiveca; a sua
função é de cortar a terra e preparar a parede
vertical do rego, diminuindo o esforço e desgaste
do peito da aiveca.

Raspadeiras-São acessórios colocado á frente do


do peito da aiveca e serve para lhe raspar a faixa
de terra e atirá-la para o fundo do rego.
Processos de Mobilização- Lavoura
Constituintes da Charrua de aivecas

Relha- Corta o solo ao longo do plano horizontal, Formão- Facilita a penetração no solo, abre o
isto é, faz o fundo do rego primeiro rasgo no solo.

Formão
RELHA
Processos de Mobilização- Lavoura
Constituintes da Charrua de aivecas

Aiveca- É a maior das peças ativas da charrua e é Chapa de Encosto- Está no prolongamento da
quem efetua o reviramento do solo. Divide-se em relha e serve de guia ou leme da charrua uma vez
três peças que orienta o trator dentro do rego, esta também
das a parede lateral do rego

Chapa de Encosto

Orelha da aiveca- finaliza o


reviramento do solo

Estomago da aiveca- inicia o


reviramento do solo
Peito da aiveca- faz o corte na
vertical do rego
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Processos de Mobilização- Lavoura
Constituintes da Charrua de aivecas

 Órgãos não ativos


Processos de Mobilização- Lavoura

Vantagens da Charrua de Discos: Desvantagens da charrua de discos:


• Recomendada para solos com pedra ou • Pior reviramento da leiva e enterramento de
afloramentos rochosos; estrumes e restolhos;
• Necessidade de tração ligeiramente inferior; • Dificuldade em afundar (solos com muita
• Velocidade de avanço superior; argila);

• Menores custos de manutenção ( menor


desgaste);

O disco tem a forma de uma calote esférica, de diâmetro variável e com uma espessura entre 6 a 8 milímetros .
Processos de Mobilização- Lavoura

Opção entre charruas de discos ou charruas de aivecas:


Face ao anteriormente exposto somos mais recetivos à charrua de discos sempre que estejamos
perante terrenos:
- Mais compactos que vão ser arroteados;
- Com pedras que possam provocar “prisões”;
- Com grandes raízes ou determinados obstáculos porque, em virtude do bordo cortante do disco, do
seu peso e movimento de rotação, seccionam parte dos obstáculos que encontram e até rolam por cima
deles não havendo, portanto, “prisões”, com as inevitáveis danificações e perdas de tempo.
 
Fora das circunstâncias referidas, muito especialmente quando se deseje um perfeito reviramento da
leiva com o consequente bom enterramento de materiais, optamos pela charrua clássica ou de aivecas.
Processos de Mobilização- Lavoura

Regulações- Horizontalidade transversal Regulações -Centralização


É quando a distancia do pendural fixo for igual É quando a distancia da parte interna da jante até ao
ao pendural móvel. braço inferior do hidráulico for igual dos dois lados.
Esta é feita no pendural móvel com a alfaia no chão Esta é feita nos estabilizadores com a alfaia no ar
Processos de Mobilização- Lavoura

Regulações- Horizontalidade longitudinal :


• Esta é a única que se faz na parcela a trabalhar;
• É feita no 3º ponto, quando todos os corpos da charrua forem á mesma profundidade de
trabalho; se for uma charrua de um único ferro, é quando o calcanhar da charrua estiver
sensivelmente levantado do chão cerca de quatro dedos.
Processos de Mobilização- Lavoura

 Velocidade

A velocidade a que uma charrua deve trabalhar varia com a potência do trator, tipo de solo e
humidade do mesmo, cobertura vegetal, topografia do terreno, peso da charrua, largura do corte e
profundidade do trabalho. No entanto e apesar das condicionantes expostas, podemos quantificar
os seguintes valores:
• 4 a 7 km/hora para as charruas de aivecas e especiais
• 5 a 8 km/hora para as charruas de discos.
Processos de Mobilização- Lavoura

Durante a lavoura deve: Nunca:

 Olhar para o trabalho que está a ser feito; X Virar a charruar quando está a lavrar;
 Regular a aceleração; X Virar o trator na cabeceira com a charrua a lavrar;
 Regular a profundidade; X Virar a leiva ao contrário;
 Virar a charrua na cabeceira (manobras de X Trabalhar ao ralenti
cabeceira);
 Levantar e baixar a charrua em andamento;
 Levantar e baixar a charrua no mesmo sitio;
Processos de Mobilização- Lavoura

Após a lavoura deve-se:


• Lavar (desinfestar);
A desinfeção de máquinas e implementos agrícolas ao mudar de uma área para outra pode evitar o transporte de
pragas, nemátodos e doenças, como bactérias e fungos.
 Os nemátodos parasitas afetam as plantas, principalmente pela inibição do crescimento da raiz.
• Afinar formões e calcanhares;

• Substituir peças gastas ou partidas;

• Parafinar (fim da campanha);


Processos de Mobilização- Gradagem

Após a lavoura o terreno fica com torrões, pequenos sulcos (mais


ou menos profundos), leivas maiores ou menores, espaços vazios
entre leivas e um pouco desnivelado.

Grade- alfaia de preparação do solo destinada, além de outras


aplicações, a complementar o trabalho de lavoura.

Para se efetuar uma boa sementeira, ou plantação, há que


proceder ao destorroamento e nivelamento das leivas, trabalho
esse que é efetuado pelas grades que também têm outras
aplicações muito úteis tais como, por exemplo:
 Retraçar e partir restos de culturas e ervas;
 Enterrar sementes, fertilizantes e/ou corretivos quando
distribuídos a lanço;
 Destruir infestantes e partir a crosta superficial do solo
provocada pelo sol e geadas, facilitando a penetração do ar e da
água.
Processos de Mobilização- Gradagem

Têm um ou vários elementos e todas são constituídas


por um quadro, armação ou chassis, ao qual estão
fixadas as peças ativas e as outras, ou sejam as não
ativas e de suporte.
Processos de Mobilização- Gradagem

As grades de arrasto
As peças ativas das grades de arrasto são os dentes, cuja secção pode ser quadrada, circular, triangular ou
em forma de faca larga. A figura mostra algumas formas de dentes.

1 - Dente para grade leve


2 – Dente para grade mais pesada
3– Dente curvo em forma de colher de sachar
4 – Dente em mola (vibrátil)
5 – Dente de mola normal
6 – Transferidor de ângulos para grade
7 – Dente com ferro aparafusado
Processos de Mobilização- Gradagem

As grades de arrasto podem ser:


Rígidas
São as mais antigas e constituídas por um quadro em forma de
triângulo, retângulo, trapézio ou paralelogramo, de madeira ou ferro,
provido de um conjunto de barras transversais e longitudinais
denominadas, respetivamente, travessões e tirantes, em cuja
intersecção se situam os dentes, que não têm qualquer maleabilidade.

 Estão aqui incluídas as grades em z ou ziguezague, constituídas por


um número variável de elementos articulados entre si, a fim de
permitirem uma boa adaptação às irregularidades do terreno
 E as grades de dentes dobrados e alargados com a forma de colher,
as quais são utilizadas em solos duros e encrostados.
Processos de Mobilização- Gradagem

A figura representa uma grade maleável,


As grades de arrasto podem ser: constituída por um determinado número de
elementos articulados uns nos outros e
Maleáveis
Maleáveis compreendendo, cada um, um certo número
São utilizadas para o combate de infestantes, na mobilização de dentes em arame de aço grosso. Os órgãos,
de camalhões sem lhes alterar o perfil, cobrir algumas que constituem um verdadeiro tapete
sementes São utilizadas para o combate
e trabalhar a infestantes,
em culturas de na mobilização de camalhões sem lhes
primavera.
alterar o perfil, cobrir algumas sementes e trabalhar culturas de primavera. maleável, ao serem arrastados pelo terreno
funcionam como molas.

Fazem parte deste tipo a grade de molas,


também denominada canadiana
Processos de Mobilização- Gradagem

As grades de arrasto podem ser:


Oscilantes
• Também denominadas alternativas, têm dentes em aço
especial resistentes a choques e desgastes, montados em
duas, três ou quatro longarinas transversais animadas de
rápido movimento alternativo de vai e vem, no sentido
lateral, produzido por um sistema de biela-manivela
acionado pela tdf do trator.
• (Há quem denomine as longarinas transversais por
pentes).
 
Processos de Mobilização- Gradagem
Grades de Arrasto Oscilantes

O rápido movimento lateral dos dentes, em conjunto com o arrastamento da grade, sujeita os
aglomerados a desfazer a embates muito mais violentos e repetidos do que com outras grades,
acelerando e intensificando o destorroamento. Para além desta finalidade aconselha-se a sua
utilização:

 No desfazer das leivas deixadas pelas charruas quando não convenha trazer para a superfície
camadas inferiores (o que certamente aconteceria com uma grade de discos, por exemplo),
cuja maior humidade possa prejudicar o trabalho imediato dos semeadores causando, ao
mesmo tempo, uma diminuição da humidade na zona explorada pelas raízes das plantas;
 Onde seja de temer a formação do calo e a compactação excessiva do solo, já que ela permite
destorroar convenientemente, com menos passagens de trator e alfaias
 Na destruição de ervas daninhas nos alqueives;
 No “aplanamento” de terras de superfície irregular.
Processos de Mobilização- Gradagem

As grades de arrasto podem ser:


Giratórias
• O apoio dos dentes, que são em número de dois (raramente um ou
três), gira à volta de um eixo perpendicular que recebe movimento por
intermédio de outro eixo, frontal e com engrenagem em banho de óleo. Os
apoios dos dentes têm sentidos rotativos opostos uns dos outros.
• O comprimento dos dentes varia entre 20 a 30 centímetros e a rotação
do apoio, alterável, oscila entre 120 e 500 r.p.m.. A profundidade de trabalho
pode ir até 20 cm e a potência necessária é de, aproximadamente,14,7 kW
(20 hp) por metro de largura de trabalho.
• Estas grades utilizam-se em várias culturas e, principalmente, na
preparação da cama de sementeira.
• As peças ativas das grades rolantes têm variadas formas, conforme a
função a que se destinam. Algumas aparecem associadas a outras máquinas
para efetuarem operações combinadas.
Processos de Mobilização- Gradagem

As principais grades rolantes existentes são as seguintes: 


•De pás Têm, em cada eixo, 4 a 5 pás curvas. Possuem um bom
efeito de trituração e de destorroamento. Na prática são boas
misturadoras e cortadoras de restolhos e palhas. Trabalham, de
preferência, em cruz e, se necessário, com pesos suplementares.
•   O diâmetro das pás é de 30 a 40 centímetros e têm duas séries que
trabalham em movimentos opostos. A profundidade de trabalho pode ir
até 20 cm e a potência mínima necessária é de 14,7 kW (20 hp).
Normalmente, a velocidade de deslocação em trabalho varia de 8 a 12
Km/hora.
Processos de Mobilização- Gradagem

Grades rolantes- Obliquas

Têm barras lisas em aço e colocadas com,


aproximadamente, 7 graus de obliquidade em relação ao
sentido da deslocação, de modo a originarem uma forma
cilíndrica.

O efeito de destorroamento e de compressão é


praticamente o mesmo.
Processos de Mobilização- Gradagem

Grades rolantes -Dentadas Grades rolantes- De arame

Têm instalados arames de aço com 5 a 8 mm


Também denominadas de gaiolas rolantes e de espessura, os quais são colocados
conhecidas por serrilhadas, são constituídas por obliquamente em relação ao sentido da
barras oblíquas com dentes. Têm um efeito deslocação. O efeito de destorroamento anda na
compressor e destorroam bem terrenos difíceis. relação de 4 para 1, portanto, mais eficaz que o
  efeito de compressão.
Processos de Mobilização- Gradagem

Grades rolantes-Em caracol

São constituídas por barras transversais à volta das quais está colocada
uma barra de apoio lisa e em forma de espiral; formam um rolo, cujo
efeito compressor anda na relação de 4 para 1, portanto, maior do que
o de destorroamento, pelo que está indicada para solos leves.
Processos de Mobilização- Gradagem

Grades rolantes -Com dentes de aço  Também denominadas por norueguesas, têm um ou vários
elementos. As peças ativas são estrelas de dentes,
normalmente 5 por estrela, montadas nos eixos à volta dos
Funcionam com barras de aço que formam os dentes. quais rolam.
São boas para quebrar a crosta dos terrenos e também
para procederem ao esmiuçamento do solo. O efeito de
destorroamento é de, aproximadamente, 3 para 1,  Permitem dar como que uma sacha na terra e arrancar as
portanto, mais eficaz do que o efeito compressor. ervas daninhas recém nascidas, destorroam e desfazem a
crosta formada após a sementeira. O efeito de compressão
é de 2 para 1, portanto, maior que o de destorroamento.
Processos de Mobilização- Gradagem

Tipos de grades de discos


• Ligeiras: Quando o peso total da Grade de Discos a dividir pelo numero de discos dê um peso por
disco igual ou inferior a 50 Kg
• Semi pesadas: Quando o peso total da Grade de Discos a dividir pelo numero de discos dê um peso
por disco entre 50 Kg a 100 kg
• Pesadas: Quando o peso total da Grade de Discos a dividir pelo numero de discos dê um peso por
disco superior a 100 Kg
Processos de Mobilização- Gradagem

Grades de discos

- Simples
A grade simples é constituída por dois corpos em V,
aberto para a frente. Era utilizada em tração animal e,
posteriormente, foi adaptada à tração mecânica
tendo, a pouco e pouco, perdido qualquer interesse
pelo que hoje em dia não é utilizada.

- Descentrada ou offset
A grade descentrada, também designada por offset, é
constituída por dois corpos de discos colocados um atrás
do outro e dispostos em V, mas com abertura lateral.

O corpo da frente mobiliza a terra para um dos lados e o


de trás apanha-a e atira-a para o lado contrário, visto
que a curvatura dos seus discos é contrária à dos discos
do outro corpo
Processos de Mobilização- Gradagem

Grade de discos
- De quatro corpos em X ou tipo tandem
A grade de quatro corpos em X, também denominada tipo
tandem, é constituída por quatro corpos de discos dispostos em
dois V, em posição inversa, o que permite movimentar a terra
duas vezes: os corpos da frente voltam-na para um lado e os de
trás recolocam-na no local inicial, uma vez que a curvatura dos
discos de cada corpo está em posição contrária à outra.
Processos de Mobilização- Gradagem

Suspensas ou Montadas Semi-montadas

Rebocadas
Processos de Mobilização- Gradagem

Os órgãos ativos são os discos, pois só estes contactam e trabalham diretamente no solo.

O rebordo do disco é talhado em forma de bizel, para


ser mais fácil a sua penetração no solo e mais eficaz o
corte.
Processos de Mobilização- Gradagens
Processos de Mobilização- Gradagem

O referido disco pode ser liso ou recortado Potencias exigidas e velocidades de deslocação
dependendo da finalidade a que se destina a grade
de discos. As velocidades de deslocação são relativas
dependendo do tipo de serviço que se pretende e do
estado em que se encontra o solo, contudo a
velocidade de trabalho pode variar entre os
Km/Hora e 12Km/Hora.

Nº DE DISCOS E POLEGADAS DA POTÊNCIA NECESSÁRIA EM HP


GRADE DE DISCOS (são potências aproximados)

16 - 22” 35 -- 50

18 - 20” 40 --55

18 - 22” 45 -- 60

18 - 24” 55 -- 70

20 - 20” 65 --70

20 - 22” 65 --75

20 - 24” 70 --80

22 - 24” 80 -- 90
Processos de Mobilização- Gradagem

Regulações na grade montada


• Centralização;
• Longitudinal
• Transversal
Processos de Mobilização- Gradagem

Regulações na grade semi-montada: Regulações na grade rebocada:


• Centralização;
Garantir que o centro de resistência da Grade de
• Transversal Discos esteja na linha de tração do trator.
Processos de Mobilização- Gradagem

Profundidade de trabalho, esta é controlada através da maior ou menor abertura da grade.

 Quanto maior for a abertura, maior a profundidade de


trabalho.

 Se a grade de discos trabalhar rebocada em casos


específicos podemos ainda alterar o centro de gravidade da
grade em relação ao trator.
Processos de Mobilização- Gradagem

Utilizações da grade:
• Servem para complementar o trabalho da charrua esmiuçando assim os torrões deixados pela
mesma.
• Mobilizações pouco profundas para destruir as infestantes.
• Mobilizações pouco profundas nos olivais e pomares etc.
• Preparar e endireitar a cama para a semente.
• Enterrar sementes.
• Enterrar adubos e estrumes.
• Algumas Grades podem ser utilizadas para fazer mobilizações profundas com vista a substituir a
lavoura.
Processos de Mobilização- Gradagem
Diariamente devo:
• Verificar o aperto das porcas e parafusos e reapertar se necessário.
• Lubrificar todos os copos de lubrificação em especial os das articulações e chumaceiras.

Durante o trabalho devo:


• Tratando-se de grades novas, reapertar todas as porcas e parafusos no fim do primeiro dia de trabalho.

• Proceder às verificações anteriores de 50 em 50 horas.

• Verificar o estado dos órgãos ativos.

No final da campanha devo:


• Fazer uma revisão geral sobre o estado de desgaste das peças e substitui-las se necessário;
• Ajustar possíveis folgas;
• Lavar a alfaia;
• Retocar a pintura se necessário;
• Lubrificar todos os copos de lubrificação;
• Guardar a alfaia debaixo de telha e se possível num sitio onde os discos não fiquem enterrados no chão.
Processos de Mobilização- Escarificação

Escarificador é uma alfaia bastante versátil, com grande capacidade de trabalho e pode ser utilizado em múltiplas funções.

Pela ação das suas peças ativas, (ferros ou bicos) associada aos movimentos dos braços ou dentes, estas alfaias permitem:
• Mobilizar o terreno sem reviramento que, nalguns casos, pode atingir os 25 cm de profundidade provocando a
fragmentação dos solos.
• Utiliza-se especialmente quando se pretende executar mobilizações de solo pouco profundas com vista a preparar a
cama para a semente.
• É utilizado também para destruir as infestantes e pode substituir uma lavoura antecedendo a sementeira de certas
culturas menos exigentes.
Processos de Mobilização- Escarificação

• É uma alfaia muito utilizada atualmente em mobilizações mínimas (em que


apenas se pode optar por escarificador seguido de grade de discos).

• Pode ser utilizado também para enterrar sementes e adubos depois de


empalhados a lanço, neste caso devemos utilizar uma barra atrás do
escarificador para deixar a terra direita.

• Os Escarificadores são também conhecidos por cultivadores por serem


utilizados nas entrelinhas das culturas alinhadas.
Processos de Mobilização- Escarificação

Tipos de escarificadores:

Escarificador de braços quadrados de volta dupla

-Os braços são contruídos por uma barra de aço de secção quadrada, com
flexibilidade limitada.

-Há uma certa vibração devido à forma das molas e que deveria provocar uma
fragmentação do terreno mais intensa que no modelo anterior.

-Contudo este modelo não conseguiu impor-se no mercado português.


Processos de Mobilização- Escarificação

Tipos de escarificadores:

Escarificador de braços articulados de molas simples

-Pouco utilizado na zona uma vez que a mola exerce pouca


resistência ao solo, logo em solos compactos e apertados não
realiza um trabalho muito perfeito.

Escarificador de braços articulados de molas duplas

-O braço é mantido na sua posição por duas molas helicoidais


que permitem que o braço levante ao encontrar um obstáculo e
volta à posição inicial quando o obstáculo é ultrapassado.
Processos de Mobilização- Escarificação

Tipos de escarificadores:

Escarificador de braços vibráteis (vibroflex)

-Este modelo, caracteriza-se pela grande flexibilidade dos


braços que vibram em todos os sentidos. Possui uma mola larga
em forma de S sem grande risco de empapamento fazendo um
trabalho de fragmentação muito intenso.

Escarificador de bicos ou vibrocultor

-É um Escarificador com pequenos braços muito vibráteis e com


grande flexibilidade em todos os sentidos.

-A terra é removida muito energicamente, as ervas e as raízes


são decompostas mais rapidamente. É uma alfaia indicada para
a preparação da cama para a semente e para enterrar
sementes.
Processos de Mobilização- Escarificação

Tipos de escarificadores:

Escarificador pesado (Chisel ou XL)


-É um Escarificador de braços de grandes dimensões cerca de
75 cm de comprimento. O chisel faz uma mobilização de solo
profunda sem reviramento da terra, provoca uma certa
vibração nos solos com vista a aumentar a capacidade de
retenção de água e descompactação do solo.

-De certa forma, o chisel tem por função substituir o trabalho


da charrua uma vez que tem tempos de trabalho bastante
inferiores á charrua.
Processos de Mobilização- Escarificação

Tipos de escarificadores:

Subsoladores

-São alfaias destinadas a mobilizar o terreno a uma profundidade


superior à dos horizontes habitualmente trabalhados pela charrua e a
modificar a sua estrutura sem revirar as camadas de terra. São alfaias
que trabalham no subsolo, vulgarmente designadas por RIPPERS.
Processos de Mobilização- Escarificação
Classificação dos escarificadores relativamente à forma como são acoplados ao trator:

• Suspensos ou montados
• Semi- montados
• Rebocados

Saber que:
-Escarificar é uma prática mais antiga que a gradagem; -É uma alfaia muito versátil- pode enterrar semente, sachar,
amontoar, incorporar adubo, falsa sementeira;
-É feita com o escarificador;
-É de baixo custo;
-Não revira o solo;
-Tem uma velocidade de trabalho superior à charrua e fresa;
-Pode ser utilizada em mobilização mínima; Permite eliminar certas infestantes (vivazes, rizomatoses-
grama, graminhão);
-Consiste em rasgar o solo a uma certa profundidade;
-Aumenta a espessura do solo;
-Favorece o arejamento e aquecimento do solo e a
infiltração de água; -Destrói o calo de lavoura;

-Favorece o aumento da fauna microbiana;


Processos de Mobilização- Escarificação

Constituintes do escarificador
-As peças ativas são os bicos.
Processos de Mobilização- Escarificação

Tipos de bicos que podem ser equipados nos escarificadores:

Bico escarificador:
É o mais usado, são compridos e estreitos e afiados nas duas
extremidades para poderem ser virados. Existem bicos
escarificadores que possuem uma nervura de forma a
manterem-se afiados até ficarem totalmente gastos.

Bico estirpador:
Destina-se essencialmente para destruir as infestantes
produzindo ao mesmo tempo uma mobilização superficial.
Estes bicos têm forma triangular e são mais largos que os
anteriores, trabalham quase na horizontal e a pequena
profundidade de trabalho.
Processos de Mobilização- Escarificação

Tipos de bicos que podem ser equipados nos escarificadores:

Aivequilho:
São pequenos derregadores que se colocam atrás dos bicos
escarificadores deixando a terra armada em espigoado.
Processos de Mobilização- Escarificação

Classificação do escarificador quanto à profundidade de trabalho:

• Escarificador de braços rígidos (quadrados de volta dupla, articulados de molas simples, articulados de molas
duplas, vibráteis (vibroflex) e vibrocultor)

Até 20-25 cm

• Chisel

Até 45-50 cm

• Subsolador

Até 90 cm
Processos de Mobilização- Escarificação

Regulação do escarificador

Se o escarificador trabalhar montado:


• Nivelar
• Centrar
• Abicar

Se o escarificador trabalhar semi-montado:


• Centralização
• Transversal

Se o escarificador trabalhar rebocado:


• O centro de resistência do Escarificador está na linha de tração do
trator
Processos de Mobilização- Escarificação

Afinações:

Profundidade de trabalho é no hidráulico do trator que se


controla a profundidade de trabalho (controlo de tração). Se o
escarificador tiver rodas reguladoras de profundidade, é nestas
que se deve controlar a respetiva profundidade de trabalho.

Distância entre os braços para se necessário ajustar o


escarificador às entre linhas da cultura.

Tensão das molas, se estas começarem a perder a elasticidade


afetando a qualidade do trabalho é necessário esticá-las.
Processos de Mobilização- Escarificação

Durante o trabalho devo:


• Olhar para o trabalho que está a ser feito;
• Regular a aceleração;
• Regular a profundidade;
• Levantar o escarificador nas voltas de cabeceira;

Durante o trabalho nunca devo:


• Virar o trator com o escarificador em trabalho;
• Deixar as molas bater constantemente;
• Escarificar ao ralenti numa velocidade elevada;

Após o trabalho devo:


• Lavar (desinfestar);
• Lubrificar;
• Reapertar porcas e parafusos;
• Substituir peças gastas ou partidas;
• Parafinar (fim da campanha);
Processos de Mobilização- Fresagem

 É uma mobilização superficial do solo; Inconvenientes da Fresagem:


• Provoca calo da lavoura;
 Prática muito utilizada em horticultura; • O seu uso abusivo destrói a estrutura do solo e favorece a
erosão do solo;
• A mobilização do solo é superficial; • Multiplica algumas infestantes (grama, escalracho,
• Faz uma boa preparação da cama de sementeira, pois: graminhão);
-Nivela o solo; • Não é recomendada para terrenos pedregosos;
-Incorpora e mistura muito bem estrumes e • Tem um custo de manutenção elevado;
restolhos; • Tem uma baixa capacidade de trabalho;
-Combate bem certas infestantes; • A mobilização do solo é superficial;
-Produz um bom arejamento do solo; • Aumenta a velocidade de mineralização da matéria orgânica;
Processos de Mobilização- Fresagem

Constituintes de uma
fresa:
Processos de Mobilização- Fresagem

Mobilizam a terra através de facas montadas em falanges que giram por intermédio de um veio disposto
transversalmente e acionado pela T.D.F do trator, por intermédio de um veio de cardans.

Classificação da fresa quanto ao acoplamento ao trator:


-Montadas ou suspensas
-Semi-montadas
Processos de Mobilização- Fresagem

Órgãos ativos da fresa: Classificação da fresa quanto ao tipo de facas:


-As facas são - Direitas ou Planas
Processos de Mobilização- Fresagem

Classificação da fresa quanto ao tipo de facas:

-Facas em “S” -Facas em “LS”


Processos de Mobilização- Fresagem

Classificação da fresa quanto ao tipo de facas:

-Facas em “L”
Processos de Mobilização- Fresagem

Particularidades:

Simétricas ou centradas Multifresas Excêntricas ou descentradas


Processos de Mobilização- Fresagem

Manutenção- Limpeza/ desinfeção

Após o trabalho devo:


• Manutenção
• Limpeza/ Lavagem (desinfestar);
• Reaperto de porcas e parafusos;
• Lubrificação (diariamente);
• Nível ou Níveis de óleo;
• Mudança de facas de patins;
• Substituição do(s) óleo(s);
• Parafinar (fim da campanha);
Processos de Mobilização- Fresagem

Manutenção
- Lubrificação com massa
Cuidados:
• Limpar o copo;
• Os copos entupidos ou sem esfera devem ser mudados;
• Não forçar a entrada de massa;

- Nível de óleo grupo cónico


Processos de Mobilização- Fresagem

Manutenção de nível de óleo Manutenção


- Transmissão lateral - Substituição das facas
Processos de Mobilização- Fresagem

Afinações da fresa:
- Regulações aos equipamentos montados
• Nivelar;
• Centrar;
• Abicar;

- Profundidade de trabalho;

- Grau de esmiuçamento;

- Comprimento e posição do cardan (1ª vez)


Processos de Mobilização- Fresagem

Profundidade de Trabalho  Afinação da profundidade de trabalho


- É uma alfaia que faz mobilizações de solo superficiais.

- Efetua-se variando a altura das rodas reguladoras de


profundidade ou dos patins dependendo do modelo da
mesma.
Processos de Mobilização- Fresagem

 Afinação do comprimento do cardan


Processos de Mobilização- Fresagem

A mobilização do solo por uma fresagem:


Maior
- Está dependente da velocidade de deslocação do trator. Quanto menor for a esmiuçamento
velocidade, maior é o esmiuçamento dos solos.

- Por outro lado, as fresas têm uma peça denominada de avental que podemos
levantar mais ou menos consoante o grau de esmiuçamento dos solos Menor
pretendido. Logo, quanto mais levantado estiver o avental, menor é o esmiuçamento
esmiuçamento.
Processos de Mobilização- Fresagem

Em trabalho com a fresa deve-se:

• Utilizar o controlo flutuante livre;


• Selecionar o regime da TDF 540; 540E; 1000 e 1000E;
• Regular a altura máxima de subida do sistema hidráulico ( para as cabeceiras);
• Regular a aceleração máxima do motor;
• Olhar para o trabalho que está a ser feito;
• Levantar a fresa nas voltas da cabeceira;

Trabalho com a fresa deve-se evitar:

• Ligar a PTO com a fresa no solo;


• Ligar a TDF com o motor acelerado;
• Ter a TDF ligada com o sistema hidráulico todo levantado;
• Fresar em Ponto morto;
• Usar o acelerador de pé;
• Mexer na transmissão de potência com o motor ligado;
Processos de Mobilização- Fresagem
Vantagens:

Apenas com uma passagem podemos preparar uma boa cama de sementeira, o que seria impossível com qualquer alfaia
utilizada no método tradicional. Este aspeto tem grande importância quando pretendemos mobilizar os solos fora da
sazão certa.

Por outro lado, tem igualmente importância quando se trabalha em sítios apertados como é o caso das estufas. Esta
alfaia, como recebe movimento da T.D.F, não necessita de grandes dimensões, em termos de espaço, para executar o
serviço.

Desvantagens:
O uso continuo pode destruir a estrutura dos solos e provocar um forte calo o que dificulta a penetração das raízes, das
águas e a vida microbiana. É a alfaia que mais acelera a mineralização dos solos.

Exige bastante potência do trator, cerca de 25 cv por metro de fresa, e maior desgaste do trator.

Custo elevado de manutenção

Velocidades de trabalho lentas

Gasta facilmente as facas quando o solo está seco


Processos de Mobilização- Fresagem

 Utilizar o cardan correto  Sistema de Segurança

 Regime de Rotação
Processos de Mobilização- Rolagem

Rolos são alfaias com elementos cilíndricos que rolam livremente sobre um eixo horizontal. Têm como objetivo
destruir os torrões, uniformizar a superfície para a sementeira e nivelar a parte superior do terreno com finalidade de
regular a humidade do mesmo. Também ajudam a germinação das sementes, pois comprimem e reduzem as
cavidades do solo o que permite um contacto direto das sementes á terra
Processos de Mobilização- Rolagem

Tipos de rolos mais utilizados

 Compressor
Servem para nivelar e endireitar a terra antes da sementeira, e enterrar sementes, especialmente quando
estas são muito pequenas, ou para aconchegar as sementes a terra para favorecer a germinação.
Processos de Mobilização- Rolagem

Tipos de rolos mais utilizados

 Destorroadores
Servem para destruir os torrões deixados por
mobilizações anteriores e endireitar o terreno.

 Mistos
Estes desempenham as duas funções no
mesmo rolo, dependendo do sentido em que
viramos a lança do rolo.
Processos de Mobilização- Rolagem

Outros tipos de rolos

 Existem ainda outros tipos de rolos que podem ser acoplados a diversas alfaias agrícolas completando assim o
trabalho das mesmas.

Rolos de barras lisas ou tremidas ou Rolos em espiral ou Flexicoil


de varão nervurado

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