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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Campus de Curitibanos

Centro de Ciências Rurais

Departamento de Agricultura, Biodiversidade e Florestas

PROJETO DE SILVICULTURA

Olavio Rosa Neto

Thainá Elisa de Souza Fernandes

Curitibanos

Julho de 2023
1. INTRODUÇÃO

O Eucalyptus grandis é a espécie florestal mais plantada no Brasil (SOUZA et


al.,2004), devido ao seu potencial produtivo e às características da madeira e da folha. E surge
como uma ação estratégica para diminuir a extração de madeira de florestas nativas
(FERREIRA, et al., 2017). Da extração dos indivíduos de eucalipto, derivam diversos
produtos, os in natura, correspondem a lenha, casca, toras, toretes e folhas, os semi
processados correspondem as tábuas, celulose e ripas, e os processados correspondem as
chapas de madeira e papéis. Vale ressaltar também a importância do eucalipto para a geração
de energia a partir da biomassa, produzindo dessa forma uma energia considerada limpa e
gerando economia para o processo industrial (POTENCIAL FLORESTAL, 2019).
Não se sabe exatamente a data de introdução do eucalipto no Brasil, mas há
estimativas apoiadas em relatos, onde os primeiros exemplares da espécie foram plantados no
Jardim Botânico e Museu Nacional do Rio de Janeiro, nos anos 1825-1868, no município de
Amparo/SP, nos anos de 1861-1863, e no Rio Grande do Sul, nos anos de 1868 (EMBRAPA,
2022). Mas foi somente durante o século XX, que os plantios comerciais de Eucalyptus
grandis iniciaram, com a finalidade de produção de lenha, para energia, e também a utilização
da madeira para a construção das linhas férreas do estado de São Paulo (FERREIRA et al.,
2017).
No estado de Santa Catarina, devido a sua topografia, que torna uma área
inapropriada para o cultivo de culturas anuais, e atividade de agropecuária, o plantio da
cultura de eucalipto é destaque em ocupação de área, especialmente pelo clima do estado,
com solos ricos em matéria orgânica, alta incidência solar, e chuvas bem distribuídas ao longo
do território, criando dessa forma um local excecional para obtenção de uma alta
produtividade madeireira (RAMOS et al., 2006).
E atualmente os povoamentos da espécie, seja por sementes ou por propagação
assexuada são instalados tanto por empresas verticalizadas, como por pequenos e médios
produtores rurais (FERREIRA., et al., 2017). Sendo assim, o projeto para a implantação do
povoamento florestal com a espécie de Eucalyptus grandis, estará localizado no município de
Concórdia, com uma área de plantio em extensão de 4,7 hectares, para o fornecimento de
toras para serraria, construção civil, e energia.
2. APRESENTAÇÃO

2.1 Descrição da espécie

O Eucalyptus grandis, pertence à família botânica Myrtaceae, e ao gênero Eucalyptus


(IPT, 2021). Há grande diversidade intra e interespecífica para as espécies do gênero, uma
dessas diversidades refere-se a produção de biomassa, taxa de crescimento e déficit hídrico, o
E. grandis supera qualquer outra espécie de eucalipto pelo incremento em volume que
apresenta em condições ambientais adequadas, é a espécie que possui mais plantios instalados
no país, cerca de 71% (FERNANDES, 2015), ocupando cerca de 5,10 milhões de hectares
(SANTAROSA et al., 2014).
Segundo Ferreira et al., 2017, os plantios surgem como uma ação estratégica para a
diminuição da extração de madeiras provenientes de plantios naturais. O E. grandis possui
origem na Austrália, em locais com altitudes próximas à 600 m, e tende a se encontrar de
forma natural em locais com precipitação média anual de 1.000-3.730 mm, e temperatura
média anual de 12-25°C (TUME, 2022).
A espécie possui baixa tolerância à ocorrência de geadas, e de períodos de seca
prolongados (MARAGON, 2015 apud PALUDZYSZYN et al., 2006). Prefere solos bem
drenados, muito profundos, e preferencialmente do tipo argiloso de origem vulcânica, ou
aluvial, por serem ricos em matéria orgânica (MARAGON, 2015 apud BOLAND et al.,
1984). Os indivíduos da espécie apresentam casca de coloração acinzentada, com a ocorrência
de desprendimento da mesma. Suas folhas são alternas, de coloração verde escura,
apresentando margens agudas, e levemente onduladas. As inflorescências são de coloração
branca, e estão em pedúnculos (LORENZI et al., 2003).
Os frutos são do tipo cápsulas, geralmente apresentam coloração verde azulada, sendo
deiscentes, e no seu interior contém sementes de coloração marrom. Já sua madeira apresenta
cerne com coloração variando de castanho a branco, e seu alburno com coloração bege ou
rosada, não apresentando cheiro, ou gosto (LORENZI et al., 2003).
A densidade é considerada baixa, podendo variar de 400 a 500 kg/m3 (IPT, 2021). A
madeira da espécie é utilizada para produção de celulose e papel, painéis de fibra e
aglomerado, combustível industrial e doméstico, produtos de serraria, cosméticos, tecidos e
alimentos. Esse fato contribuiu e muito para a projeção mundial do Brasil no mercado
florestal, no país a produção iniciou-se no século XX, visando produzir lenha e dormentes
para linhas férreas em São Paulo, porém, a partir houve um aumento exponencial em área a
produção (FERNANDES, 2015). 
No gênero Eucalyptus, a propagação vegetativa é uma realidade que, em maior ou
menor grau de sofisticação, está presente em grande parte das empresas florestais que
adotaram a silvicultura clonal. Entre as técnicas mais utilizadas estão a estaquia, a
micropropagação, a microestaquia e a miniestaquia.
A técnica de estaquia consiste fundamentalmente em destacar da planta original um
órgão, ramo, uma folha ou raiz e colocá-los em um meio adequado, para que se forme um
sistema radicular e, ou, desenvolva a parte aérea (PAIVA e GOMES, 1995). Envolve a
regeneração de meristemas adventícios radiculares diretamente a partir dos tecidos associados
com o tecido vascular ou a partir do tecido caloso na base da estaca (MALAVASI, 1994).
Já a técnica de micropropagação, a cultura de tecidos consiste no cultivo de órgãos,
tecidos ou células vegetais em meio nutritivo apropriado, em ambiente asséptico (Otoni,
1984, citado por PAIVA e GOMES, 1995), sendo a micropropagação a aplicação mais prática
e de maior impacto da cultura de tecidos (GRATTAPAGLIA e MACHADO, 1998).
A microestaquia é uma técnica de propagação assexuada, cujo desenvolvimento e
aplicação em Eucalyptus tiveram como origem os trabalhos realizados por ASSIS et al.
(1992). Caracteriza-se pela utilização de plantas rejuvenescidas in vitro como fonte de
propágulos vegetativos, onde ápices caulinares dessas plantas são coletados e utilizados como
microestacas, as quais são colocadas para enraizar em ambiente de casa de vegetação, com
controle de umidade e temperatura.
Os tratos silviculturais são muito importantes na qualidade da madeira, os tratamentos
mais utilizados no Eucalyptus grandis é o espaçamento, fertilização, controle de pragas e
plantas invasoras, desbaste e podas.
Figura 1. Indivíduos da espécie de Eucalyptus grandis, em plantio.

Fonte: Potencial Florestal, 2019.

2.2 Descrição do local de implantação

2.2.1 Localização geográfica

A propriedade está localizada no município de Concórdia, Santa Catarina. Concórdia


está inserida na mesorregião Oeste Catarinense, e na microrregião de Concórdia, e possui
799,194 km² de extensão. Sua localização está a 470 km de distância da capital, Florianópolis.
A área vai possuir acesso pela Rodovia Pedro Rogério Garcia, que conecta com a
região do interior na linha Pinhal.
O município de Concórdia tem uma área considerável coberta com reflorestamentos
de eucalipto. O plantio em questão está localizado em uma propriedade muito próxima do
mercado consumidor, como a BRF que utilizam o eucalipto para a produção de energia, além
disso, a presença de serrarias na região permite que parte da produção seja destinada a esse
mercado, possibilitando agregar um valor maior a matéria prima produzida.

2.2.2 Área do plantio


O local onde será implantado o povoamento possui uma área de 4,7 hectares. Junto
com a implantação, está inserida também uma segunda área de plantio, com seus 3,3 hectares.
Além disso, será realizada a construção de uma estrada, com intuito de facilitar o acesso ao
povoamento. A área está localizada sob coordenadas 27° 13 '49.0"S e 51° 55' 42.0"W (IBGE,
2020).

Figura 1. Mapa, cobertura e uso do solo. Fonte: Os autores (2023).

2.2.3 Clima

De acordo com a classificação de Koppen e Geiger o tipo climático é Cfb (clima


temperado com verão ameno). O clima é úmido com ocorrência de precipitação
uniformemente distribuídas em todos os meses do ano, e sem uma estação seca definida. A
temperatura média anual da região é de 18 °C, com máxima absoluta de 36 °C e mínima
absoluta de - 8 °C. A precipitação da região não ultrapassa 2.000 mm anuais (SDR, 2003).

2.2.3 Solo e relevo


A região do Planalto Catarinense é composto por um relevo ondulado a levemente
ondulado e com alta de declividade. Além disso, os solos predominantes da região são
Cambissolos Húmicos Alumínicos e Alíticos, Cambissolos Háplicos Alumínicos e Alíticos e
os Neossolos Litólicos Húmicos. Todos os solos apresentam valores baixos de pH, variando
entre 4,1 e 4,8. Os valores de cálcio e magnésio trocáveis e da soma de base obtidos foram
inferiores a 1 cmolc Kg-1 (ALMEIDA et al., 2018).
Em relação ao teores de Al trocável, foram obtidos valores superiores a 4 cmolc,
indicando baixa fertilidade natural exigindo a aplicação de doses elevadas de calcário para a
correção da acidez e eliminação das fontes de Al tóxico. Além disso, estes solos tem uma
presença elevada de minerais de camada 2:1 com uma ligação forte dos polímeros de
alumínio, podendo ocasionar na fixação de fosfatos e de potássio nas entrecamadas,
tornando-os indisponíveis para as plantas (ALMEIDA et al., 2018).

3. VIABILIDADE FINANCEIRA

Para avaliar a viabilidade econômica dos plantios florestais, é necessário


primeiramente realizar todos os custos relacionados à implantação e manutenção da floresta,
juntamente com as datas em que ocorreram, a fim de criar um fluxo de caixa com os custos de
produção. É importante estimar o volume de madeira esperado e a idade em que a colheita
será realizada. Em seguida, deve-se escolher o método de manejo adequado para calcular a
produção e a receita esperadas. Depois desse processo de montagem de fluxo de caixa, é
possível determinar a viabilidade financeira do plantio por meio da análise de indicadores
financeiros (EMBRAPA FLORESTA, 2021).

4. LEGISLAÇÃO

O cultivo de eucalipto deve obedecer às restrições administrativas estabelecidas pela


legislação em vigor. Dentre os diversos marcos legais relacionados ao estabelecimento de
plantações florestais, destaca-se a importância do Código Florestal brasileiro, estabelecido
pela Lei nº 12.651/2012. Além disso, será necessário a inscrição da propriedade rural no
Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os requisitos para a regularização de passivos ambientais
por meio da adesão de proprietários e possuidores ao Programa de Regularização Ambiental
(PRA), segundo o decreto nº 7.830/2012 (CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO, 2012).
Esses processos legais são fundamentais para garantir a conformidade ambiental e a
sustentabilidade dos plantios florestais, promovendo a conservação dos recursos naturais e a
proteção do meio ambiente.

5. IMPLANTAÇÃO DO POVOAMENTO

5.1 Demarcação da área

Durante a delimitação da área, é necessário identificar os focos das formigas


cortadeiras, que são consideradas as principais pragas das florestas plantadas. Além disso, é
importante estabelecer uma área ao redor do plantio, conhecida como aceiro, que tem como
função proteger a plantação contra incêndios ou facilitar sua contenção caso ocorram
(EMBRAPA, 2014).

5.2 Construção de estradas

Será realizada a construção da estrada para facilitar o acesso dos caminhões ao


povoamento, onde suas dimensões serão de 200 m x 20 m. A estrada passará por processos
construtivos como o revestimento primário, agulhamento e mistura de areia e argila.
Nas laterais da estrada, serão construídas sarjetas para garantir a drenagem
superficial, cuja função é de coletar as águas de escoamento superficial, conduzindo-as para
os bueiros.

5.3 Controle de formigas cortadeiras

Para controle de formigas será utilizado uma isca à base de sulfuramida, por nome
comercial de mirex-S, que é aplicado principalmente para espécies de saúvas e quenquéns. A
área deverá ser vistoriada a cada dois ou três dias. Sempre após cada chuva, as iscas podem
ser instaladas mais espaçadas, à medida que a presença de formigas diminui. Em cada
vistoria, as iscas deverão ser trocadas, ou complementadas (RAMOS et al., 2006).
Sua aplicação é facilitada, visto que basta aplicar diretamente a embalagem no solo
próximo aos olheiros. Caso as colônias estejam fora de controle, torna-se necessário outros
métodos para controle, como é o exemplo o uso de fumigadores (figura 2), em que é aplicado
fumaça nos olheiros, resultando na asfixia da colônia.

5.4 Limpeza do solo

Pelo fato da área não apresentar um terreno totalmente plano, será realizada uma
limpeza mecanizada, em partes com menor declividade e manual nas áreas com maior
declividade.

5.4.1 Limpeza mecanizada

A principal decisão para realizar o uso da limpeza mecanizada, está relacionada com
o tipo de relevo do local e a vegetação presente na área. Nesse caso, será utilizado tratores
com lâminas frontais, respeitando sempre a legislação ambiental. Após esse processo, todo
todo o material lenhoso será retirado, para que não prejudique as operações seguintes. Os
resíduos menores serão deixados, com objetivo de evitar o solo descoberto e manter que o
solo mantenha sua matéria orgânica.

5.4.2 Limpeza manual

A limpeza manual será realizada nas partes de declive acentuado ou em locais que
não permitem a mecanização. Esse processo consiste na eliminação da vegetação que está
rente ao solo, usando machado, foice ou motosserra. A princípio será feita uma roçada da
vegetação mais fina e cortar as árvores de maior porte, utilizando o machado ou motosserra.
Os tocos das árvores abatidas, serão cortados o mais próximo possível do nível do solo, para
não prejudicar as operações seguintes.

5.5 Controle de matocompetição

O controle da matocompetição adequado deverá ser realizado logo nas fases iniciais
do da cultura, no chamado período crítico de prevenção à interferências (PCPI). A presença
de plantas daninhas, ou o controle de forma inadequada podem interferir diretamente na
produtividade, com a redução do diâmetro do caule, e altura das plantas, afetando dessa forma
a desrama, o desbaste e a colheita (MARQUES; PIERI, 2022).

5.5.1 Medidas preventivas

As práticas preventivas auxiliam no minimização e controle já na introdução das


plantas daninhas, bem como, seu estabelecimento e disseminação, especialmente das que são
mais resistentes ao controle. A adoção de uma método preventivo, deve-se ao fato de que o
mesmo possui um baixo custo, sendo assim importante, pois o controle com plantas daninhas
pode chegar a comprometer cerca de 30% do investimento de capital destinado ao projeto
(MARQUES; PIERI, 2022).
Um método amplamente utilizado é o controle cultural, que consiste na roçagem ou
capina entre linhas, para não danificar o sistema radicular dos indivíduos plantados. Na área,
devido a sua extensão, deverá ser feita de forma mecanizada, e somente com o intuito de
correção de algumas falhas no controle cultura, deverá ser realizado a catação da capina, pois
esse se torna uma prática onerosa e trabalhosa (MARQUES; PIERI, 2022).
Não descarta-se a aplicação do controle químico, porém, é necessário estar ciente da
pequena gama de produtos liberados para a cultura. Porém, para as espécies mais comuns de
plantas daninhas: D. horizontalis, P. maximum, B decumbens e B. brizantha que ocorrem na
cultura do eucalipto, permitiu a ampliação das moléculas utilizadas para eucalipto de 45, para
133, no final do ano de 2021 (MARQUES; PIERI, 2022).
Em razão da maioria das moléculas não serem seletivas, podem vir a causar
fitotoxicidade quando aplicados no período de pós-emergência. E sugere-se ser utilizado
herbicidas de longo efeito residual com atividade em pré-emergência, devido à resistência
elevada das plantas daninhas (MARQUES; PIERI, 2022).

5.6 Adubação e Calagem

Serão realizadas coletas de solo seguidos os mesmo métodos empregados em


plantios agrícolas para a amostragem do solo, a camada 0-20 cm é a que mais têm mostrado
maiores teores de nutrientes, e está relacionada com o crescimento de árvores, e mais
absorção de nutrientes pelas raízes (GONÇALVES, 1995). Mas também as camadas 20-40 cm
e 40-60 cm, essa última, possui o objetivo de identificar a ocorrência de barreiras físicas, e a
determinação da compactação do solo, e também para determinação das propriedades
químicos, como a toxidez de alumínio e a deficiência de nutrientes (MORAES, 2022). Serão
realizadas 20 amostras, para amostra composta de glebas homogêneas. Esse processo tem
como objetivo de auxiliar para posteriores adubações e calagem,
A adubação que será realizada, será no período de plantio, baseado na análise de solo
e também na exigência da cultura (CRESTANA; MOREIRA, 2009). Costa et al., (2007)
indicam que no que se refere a quantidade total de macronutrientes, o Cálcio, é o elemento
mais exportado para a planta, seguida em ordem decrescente por N, K S, Mg, e P.
Mesmo a espécie possuindo uma alta tolerância à acidez e ao alumínio, é obrigatória
a prática de calagem na instalação de um plantio da espécie. Em decorrência da necessidade
de cálcio e magnésio exigidos pela espécie, a aplicação de calcário torna-se obrigatória,
recomendando-se assim a aplicação de calcário dolomítico em doses de 1,0 a 2,5 t/há
(WILCKEN et al., 2008).
Indica-se além da aplicação de calcário, superfosfato triplo, de 250,00 a 300,00
kg/há, onde serão distribuídos na linha do plantio durante a etapa de preparo do solo, ou
também pode ser aplicada de forma imediata após o plantio das mudas (WILCKEN et al.,
2008).
Adiciona-se também a aplicação de 350,00 a 400,00 kg/há de adubo NPK 06-30-06,
na linha de plantio durante o preparo do solo, ou imediatamente após o plantio. Após o
plantio, de 3-6, indica-se a aplicação de nitrogênio e potássio. Dessa forma ou aplica-se
fosfato de amônia, e cloreto de potássio, ou de 150,00 a 200,00 kg/ha de adubo NPK 18-06-24
(CRESTANA; MOREIRA, 2009).

5.7 Espaçamento

O espaçamento entre mudas obtido é considerado alto, 3,0 x 2,5 m, a utilização dessa
medida deve-se ao fato do objetivo ao final do plantio ser serrarias, requerendo assim
indivíduos que possuam dimensões maiores, para obter um maior valor agregado
(SANTAROSA et al.,2014).

5.8 Sulcamento e coveamento


Para realizar a sulcagem das linhas de plantio, será utilizado um equipamento
especializado capaz de sulcar e nivelar a linha em uma única operação. Essa tarefa pode ser
executada utilizando um subsolador comum, que possui um único dente, juntamente com uma
gradagem para nivelar e assentar os torrões que foram levantados durante o processo de
sulcagem. Essa combinação simplifica e agiliza o processo de sulcagem, permitindo uma
preparação eficiente do solo para o plantio das mudas. Com a utilização adequada desses
equipamentos, contribui para o estabelecimento saudável das plantas e garantir o
desenvolvimento ideal da área de plantio. Se porventura a sulcagem não for realizada , deverá
ser feita uma capina, em coroa de 60 a 80 centímetros de diâmetro, por meio de uma enxada
no local onde será realizada o coveamento (SANTAROSA et al., 2014). O coveamento será
realizado na linha subsolada, seguindo o espaçamento estabelecido. (Epagri, 2006).

5.9 Plantio/Replantio

O número de mudas necessárias para a instalação do plantio, será baseado em três


critérios: área de plantio; espaçamento utilizado, e mortalidade das mudas. Dessa forma, a
área total do plantio é de 47.000 m², e a área ocupada por cada muda é de 7,5 m², obtém-se
assim o valor de 1.333 mudas por ha. Considerando a mortalidade 8%, serão adquiridas 2.858
mudas a mais, das 6.266 para o replantio (SANTAROSA et al., 2014). E o replantio deverá
ser realizado no máximo após 40 dias do plantio (CRESTANA; MOREIRA, 2009).

As mudas serão obtidas no viveiro florestal Eucaplante, localizado no município de


Concórdia, na Rodovia Caetano Chiuchetta, número 7.826. E deverão possuir de 15 a 25
centímetros de comprimento, e largura do caule correspondente (15 a 25 milímetros). E já
submetidas ao endurecimento, quando há aplicação de uma leve força no sentido horizontal,
para certificar que estas irão se adaptar no plantio (RAMOS et al., 2006).

De acordo com o espaçamento indicado por Wilcken et al (2008), baseado de acordo


com a finalidade do plantio, que é para lenha, carvão, mourões, celulose e serralharia, o
espaçamento entre indivíduos é de 3,0 x 2,5 m, com um número de indivíduos por hectare de
1.333.

Para as área consideradas planas, e razoavelmente planas da área, será adotado o


método de plantio mecanizado por meio de plantadoras tradicionais com tratores, e para as
áreas declivosas do terreno será adotado o método de plantio manual (SANTAROSA et al.,
2014).

A muda deverá ser plantada no mesmo nível do solo, deve-se dessa forma evitar o
plantio em profundidades grandes, a fim de evitar o afogamento, e também evitar o plantio
superficialmente, para evitar o ressecamento do sistema radicular. A muda deve ser inserida
na cova no ângulo de 90°, evitando instalar da posição deitada ou torta, pois haverá
comprometimento do sistema radicular. No momento do plantio deverá ser feita irrigação,
com o objetivo de favorecer o estabelecimento, e seu posterior crescimento nas fases iniciais
(SANTAROSA et al., 2014).

Para evitar posterior comprometimento, e morte da planta, alguns cuidados deverão


ser tomados nas instalações das mudas. A extremidade da raiz não deve estar curvada, para
prevenir um crescimento irregular da planta. Outra cuidado, é quanto à exposição dos sistema
radicular à luz solar, que pode causar ressecamento, arretando assim em injúrias severas
(SANTAROSA et al., 2014). No processo da instalação das mudas, deve-se sempre realizar o
controle de plantas daninhas, especialmente durante o primeiro ano, além do controle
contínuo de formigas cortadeiras (CRESTANA; MOREIRA, 2009).

O controle de plantas daninhas deverá ser realizado até que as próprias mudas
controlem o sombreamento, sendo considerado um tempo menor, em decorrência do eucalipto
ser uma espécie de rápido crescimento. A presença de plantas daninhas entre as plantas
deverá ser controlado por meio de roçadas, mantendo sempre altura inferior à cultura do
eucalipto (RAMOS et al., 2006).
6. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

7. CONDUÇÃO DO POVOAMENTO

Após uma implantação bem sucedida, é fundamental que a condução do povoamento


seja realizada de forma correta, a fim de garantir maiores lucros sobre o povoamento. Como
atividades fundamentais temos a desramas e os desbastes.

O desbaste será realizado a partir da retirada de alguns indivíduos do plantio, com a


finalidade de diminuir o número de indivíduos da população original, e o número de árvores
por hectare, favorecendo dessa forma a entrada de luz, aumento da disponibilidade de água e
nutrientes, e dessa forma, auxiliando no desenvolvimento das árvores presentes no plantio.
Além de auxiliar o proprietário a ter renda adiantada, em detrimento da retirada de matéria-
prima. E o tipo de desbaste utilizado será o misto (SANTAROSA et al., 2014).

7.1 Desrama

A desrama consiste na retirada de galhos, com o objetivo de eliminação de nós na


madeira. Dessa forma há aumento na qualidade da madeira, e é possível atingir uma maior
remuneração na comercialização da mesma. A desrama é iniciada quando os galhos da copa
de um indivíduo estão atingindo a de outro indivíduo, dessa forma, a desrama, acaba por
cessar a disputa pela luminosidade. Além da presença de galhos secos no tronco. A atividade
deve preservar 40%-60% da copa, em relação a altura total da árvore, para manter a atividade
foliar necessária para a realização da fotossíntese (SANTAROSA et al., 2014).

7.2 Desbaste misto

Une dois outros métodos de desbaste, primeiramente o sistemático, que consiste na


retirada de árvores de forma ordenada, ou a partir de um espaçamento pré-estabelecido, e
posteriormente utiliza-se o desbaste seletivo, que consiste na retirada de árvores menos
desenvolvidas em altura e diâmetro, e também atacadas por pragas ou doenças. Com a
aplicação desse modelo de desbaste, os indivíduos que ficarem, terão maiores diâmetros à
longo prazo. E os indivíduos retirados nos desbastes, serão destinados a comercialização para
a indústria de construção, e para uso energético (SANTAROSA et al., 2014).
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