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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA

DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES

CAMPUS DE ERECHIM

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRARIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Vinicius Rafagnin
Renan da Silva Valmorbida

CULTURA DO TOMATE

ERECHIM-RS

ABRIL/2023
Origem e História:

O tomate é originário das regiões costeiras da América do Sul, especialmente do


Peru e do Equador. Ele foi domesticado pelos povos indígenas. Os povos
indígenas foram os responsáveis por sua disseminação nas Américas, e foi só
após a chegada dos europeus que o tomate foi levado para outras partes do
mundo. E quando os tomates foram introduzidos na Europa, eles inicialmente
eram vistos com desconfiança. Algumas pessoas acreditavam que eram
venenosos, já que suas folhas e caules são realmente tóxicos, mas as frutas são
perfeitamente seguras e saborosas.

Cultivo e Variedades:

A cultura do tomate é realizada em diferentes climas e ambientes, variando


desde pequenas hortas familiares até grandes plantações comerciais. O cultivo
pode ser feito a partir de sementes ou mudas seu desenvolvimento vegetativo pode
ser caracterizado pelo tipo de crescimento, determinado ou indeterminado. As cultivares
de crescimento determinado têm crescimento limitado e são as utilizadas para o plantio
sem estaquia sendo, portanto, conhecidas como tomate rasteiro, que é cultivado
normalmente para processamento industrial.

As plantas de crescimento indeterminado tem crescimento ilimitado, podendo


chegar a 10m de comprimento. A estaquia é necessária para que a planta fique
ereta e os frutos não mantenham contato com o solo.

Em condições ideais de clima e nutrição, as mudas de tomate de mesa estão


prontas para o transplantio quando estão com 20 a 25 dias e é feito
manualmente, já as mudas de tomate para indústria estarão aptas ao
transplantio quando estiverem com 28 a 35 dias, há maior facilidade para
transplantio mecanizado.

O importante no momento do transplante é que as raízes das mudas ocupem


todo o espaço da célula da bandeja, facilitando sua retirada e inclusive o risco
de destorroamento.
O cultivo de campo é o mais aplicado no Brasil, com variações regionais que não
chegam descaracterizá-lo. O preparo do solo deve ser realizado cerca de 30 a
60 dias antes do plantio, para atingir a profundidade média de 30 a 35 cm , deve-
se conciliar a calagem as estas operações. A marcação de sulcos de plantio deve
ser feita em nível ou com gradiente, dependendo do tipo de irrigação utilizada. O
espaçamento deve ser flexível, adotando espaçamentos maiores no verão
quando as temperaturas e umidade são elevadas e se deseja produzir frutos com
maior peso (1,10 a 1,20 m entre fileiras por 0,60 a 0,70 m entre plantas)

Doenças

Cerca de 200 doenças e distúrbios fisiológicos já foram relatados na


tomaticultura mundial. Mas a ocorrência de algumas doenças exige maiores
cuidados por parte do tomaticultor, pois podem resultar em grandes danos e
prejuízos à atividade.

A primeira dessas doenças é a requeima, a mais temida pelo tomaticultor. Em


condições de umidade elevada e temperaturas em torno de 20 ºC, a requeima
pode levar à completa destruição da lavoura em poucos dias.

Os sintomas dessa doença são observados em toda área das plantas.


Inicialmente se manifesta na metade superior, podendo causar morte do broto
terminal. Nas folhas, serão observadas grandes manchas aquosas de tom
escuro, que necrosam com o passar do tempo dando aparência de “queima”.

Já no caule, as lesões são escuras, quase pretas e quebradiças. Os frutos, por


sua vez, apresentam deformações e manchas de cor marrom, porém continuam
com consistência firme.

O mofo-branco ou podridão de sclerotinia é causado por fungos (Sclerotinia


sclerotiorum ou S. minor) que são capazes de causar tombamento de plântulas.
Porém os danos mais graves são observados em plantas adultas no período de
florescimento e fechamento da cultura
Pragas

Broca grande

A broca grande tem pouca importância econômica no sistema de produção de


tomate devido às altas dosagens de agrotóxicos e a frequência de pulverizações
para controlar a traça-do-tomateiro. Contudo, na ausência de controle químico,
poderá causar até 80% de danos nos frutos.

A broca grande prefere ovipositar em folhas próximas de flores do que


diretamente nas flores, nos frutos ou nas hastes do tomateiro.

Broca pequena

A broca pequena ocorre à partir do início do florescimento. As larvas crescem no


interior do fruto, alimentando-se da polpa, abrindo galerias. Saem para empupar
no solo, deixando um orifício. Os frutos danificados ficam inutilizados para a
comercialização e consumo.

As pulverizações para controle deste inseto devem ser iniciadas à partir do


florescimento. O jato de pulverizações deve ser dirijido aos botões florais e frutos.

Mosca branca

Danos diretos - Ao sugarem os frutos, os adultos e as ninfas injetam com a saliva,


uma substância açucarada, uma toxina, que deixa as paredes internas dos frutos
esbranquiças, com aspecto esponjoso, favorecendo o crescimento de estruturas
escuras (fumagina) de fungos saprófitas, o que, para a indústria, afeta a
qualidade da pasta de tomate. Em casos de infestações muito intensas podem
ocasionar murcha, queda de folhas e perda de frutos com perdas de até 50% da
produção. Quando o vírus infecta as plantas ainda jovens, essas têm o
crescimento paralisado. Em tomate para processamento industrial, ocorre o
amadurecimento irregular (Figura 3) dos frutos, o que dificulta o reconhecimento
do ponto de colheita dos frutos e reduz a produção e a qualidade da pasta.
Internamente os frutos são esbranquiçados, com aspecto esponjoso ou
"isoporizados".

Danos indiretos - Os prejuízos causados pela mosca-branca são principalmente


pela transmissão do vírus do grupo geminivírus, que provoca nanismo
acentuado, enrugamento severo das folhas terminais ("enrolamento da folha") e
amarelecimento completo da planta. A relação da B. tabaci com os geminivirus
é do tipo circulativo, o que significa que as partículas virais adquiridas pelo inseto
ao se alimentar circulam no seu corpo, passando através das peredes das
cavidades naturais do inseto à hemolinfa até chegar às glândulas salivares.
Assim, quando o inseto virulífero se alimenta de uma planta sadia, inocula junto
partículas virais. Somente o adulto é importante como vetor, já que as ninfas não
se locomovem de uma planta para outra.

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