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Perguntas sistemas II

1- Referir duas culturas onde seja interessante utilizar a técnica dos túneis de PE. Sumarizar as vantagens e
dificuldades.

A cultura do morango e da alface são dois exemplos de culturas que podem seguir a técnica dos tuneis de PE. As
vantagens das culturas em tuneis de PE são a antecipação da produção, a possibilidade de colheita mais adiantada,
uma melhoria na qualidade das plantas, a possibilidade de cultivar espécies não típicas da região, menores estragos
devido a geadas, chuva, granizo e etc e a possibilidade de haver maior produtividade. Quanto às desvantagens desta
técnica cultural passa por: danos causados pelas temperaturas elevadas, menor variedade de pesticidas autorizados,
eventual necessidade de introduzir polinizadores nos tuneis, custos elevados, possibilidade de danos devido a chuva,
vento e neve e necessita de muita mão de obra.

2-O sr. Abílio é um produtor de tomate em estufa e pretende mudar para um sistema de cultura sem solo.

1. Referir e justificar quais as dificuldades pelas quais passará o sr. Abílio. Que vantagens poderá tirar
da nova situação?

2. Utilizará o sr. Abílio um sistema aberto ou fechado? Justificar com vantagens e desvantagens do
sistema escolhido.

3- Explique em que consiste o síndrome de BER e em que condições pode surgir.

Blossom end rot pode ocorrer devido à temporária deficiência em Ca em frutos com períodos de
elevada taxa de crescimento. Esta deficiência é evidenciada devido à pouca mobilidade do Ca para os
tecidos jovens e por as necessidades da planta em Ca serem casualmente superiores às disponíveis no solo.
Os sintomas são o aparecimento de necroses na zona apical do fruto, acabando por ser uma entrada direta
para fungos e doenças que podem resultar no apodrecimento do fruto.

4- Considere uma cultura de tomate ao ar livre, primavera-verão, oeste, cultivado em solo franco pH=5,8
com rega e fertilização adequados. Será possível o surgimento de BER nesta situação?

Pode ocorrer por:

Desequilíbrio entre Ca disponível e a sua procura pela planta; o Ca fornecido pela ferilização pode
não estar numa forma assimilável pela planta;

Estamos perante o momento de expansão celular do fruto, que aumenta a carência de Ca.

Caracteristicas edafoclimáticas como: Subida de Temp. e ar seco ou falta de Ca no solo ou presente


em excesso (mais raro);

5- Se “sim” como podemos minimizar as consequências de BER nesta situação?

Escolha de um genótipo indicado (c/ maior resistência ao síndrome);

Monitorizar análises ao solo e foliares tendo atenção constante à fertilização;

Tentar diminuir a condutividade elétrica realizando calagens;


Fornecer cálcio em formas assimiláveis, p.e. foliares;

6- Comente a prática da rega deficitária em termos de rendimento e qualidade do produto final no olival de
azeitona de mesa, olival intensivo e superintensivo p/ azeite (teste 2 2020).

A rega deficitária, como medida no combate ao desperdício deste recurso natural, é uma prática
contemporânea usada em diversas culturas. No olival esta é adoptada mas requer várias preocupações contantes e
depende do destino do produto final.

Se se considerar a produção para azeitona de mesa, esta técnica não é aconselhada, pois o pretendido nestas
produções é a obtenção de produtos com forte calibre, algo que pode ser gravemente afectado com a aplicação de
rega deficitária, desvalorizando o produto.

No contexto de produção de azeitona para azeite, quer em olival intensivo quer em superintensivo, o uso de rega
deficitária, na minha opinião, é bastante interessante, pois pode aumentar o rendimento em azeite e diminuir os
custos de transporte. Esta pode ser aplicada em algumas fases do ciclo produtivo da planta. Normalmente esta é
aplicada na altura em que o coeficiente cultural, Kc, da oliveira é o menor durante o seu ciclo, isto é, quando as
necessidades em água da cultura são menores, correspondendo aos meses de Julho e Agosto, permitindo uma
poupança significativa de agua e tendo resultados muito semelhantes a uma rega continuada. No termino deste
tempo a rega é novamente necessária para a “engorda” da azeitona.

Neste caso, a monotorização, à base de sondas, é essencial para controlar o stress hídrico da cultura não permitindo
que este afecte o rendimento da mesma. Um stress hídrico severo ou desregulado pode ter inúmeras consequências
como a redução do crescimento e da floração no ano seguinte, se este acontecer ao longo do crescimento
vegetativo, uma diminuição do numero de flores se este se der na altura do desenvolvimento dos gomos florais, um
decréscimo da fecundação aquando da floração, uma diminuição do numero de frutos durante a fase de
vingamento, uma redução na dimensão dos frutos durante o crescimento destes e por fim pode induzir numa
diminuição do teor de azeite se esta se der na fase antes da colheita.

Uma humidade em excesso também pode afectar a qualidade das azeitonas e do azeite.

7- O uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos procura assegurar uma produção agrícola viável a par
com a salvaguarda da segurança do aplicador, com uma boa gestão ambiental e também refletindo-se na
segurança do consumo. Exemplos de boas praticas p/ uso seguro e sustentável dos PF.

Os PF são produtos naturais ou de síntese que têm um papel importante para o controlo de inimigos
da cultura, sejampragas, doenças ou infestantes.

A sua utilização correta, sustentável e eficaz é fundamental tanto para o aplicador, como técnico,
agricultor... no fundo qualquer um que interaja com o PF em questão, devendo por isso ter uma atitude
correta, segura para não afetar a saúde humana, estando em risco tanto para o aplicador, até ao consumidor,
adotando as boas praticas agrícolas.

Estas boas praticas são possíveis através da leitura e cumprimento da indicação inscrita no rotulo dos
produtos resultantes dos processos de homologação, de forma a cumprir os objetivos de segurança para o
aplicador, consumidor e ainda ambiente. No rotulo obtemos informação dos inimigos das culturas a que o
produto se destina, concentrações e dose, nº de aplicações, modo de preparação da calda e outras indicações
de uso

Por exemplo, o cumprimento dos intervalos de segurança- período de tempo que deve decorrer entre
o tratamento em armazém e o consumo/venda, de modoa garantir que não existam residuoes que
compromentam a saúde do consumidor, alem de ser necessário respeitar o Limite Minimo de Residuos.
Deve haver uma cuidadosa escolha do produto a aplicar tendo em conta as características do PF,
quais os produtos destinados autorizados e dentro das mesmas o que seja menos nocivo.

O aplicador deve utilizar equipamento de proteção individual adequado ao trabalho (EPI) e proceder
à adequada lavagem desse mesmo material de proteção.

O equipamento de aplicação deve estar num local limpo, protegido e seguro e deve ser lavado após a
aplicação do PF.

8- Equilíbrio entre macronutrientes em macieiras.

A fertilização nos pomares é necessária no sentido em que a exigência em nutrientes é sempres maior
nos nutrientes presentes no solo. O fruticultor deve por isso controlar a concentração de macronutrientes
nomeadamente N, P, K, C, Ca e Mg (nutrientes mais importantes nos pomares) assim como H, O, C e S. A
importância no equilíbrio entre estes macronutrientes pode ser justificado pela lei do mínimo onde o
desenvolvimento de uma planta é limitado por um nutriente em falta ou em défice ainda que todos os outros
elementos estejam presentes.

No caso da Macieira, a deficiência de Ca e/ou excesso de K ou Mg no fruto pode levar ao


aparecimento de sintomas como manchas circulares no fruto que penetram na polpa. Um excesso de N ou K
e carência de Ca pode levar ao aparecimento de escaldões superficiais.

Através das analises foliares podemos confirmar se os valores N/Ca são os adequados e caso
contrario aumentar a fertilização do nutriente em falta. Quando a razão N/Ca é baixa podemos garantir bom
poder de conservação do fruto e qualidade do mesmo. Através das analises de solo pode ser confirmada a
presença de Ca mas é através das foliares que garantimos se este nutriente é assimilável pela planta (dado o
a sua baixa mobilidade). Baixos valores de K/Ca são favoráveis a uma boa conservação assim com Mg + K
uma vez que estes são antagonistas da acumulação de Ca no fruto.

9- Qual a tua posição relativamente aos protetores bióticos das arvores?

Os protetores bióticos é uma técnica utilizada, geralmente, em cultura com um estado de


desenvolvimento muito prematuro e têm como objetivo a proteção das plantas de ataques de certos inimigos,
nomeadamente roedores ou outro animal que possa danificar fisicamente a planta e com isso comprometer o
seu crescimento. Sendo assim, acho que é importante a instalação destes protetores mas é fundamental
verificar se é economicamente viável.

10- Importância de reservas de N na casca e gomos durante o inverno p/ produtividade das fruteiras?

Parte dos nutrientes são recebidos como reservas nos tecidos dormentes (casca e gomos) durante o
inverno e remobilizados na primavera. Isto é, para a formação de tecidos reprodutivos e vegetativos (que
ocorre na primavera), é essencial a acumulação de N de maneira que haja a translocação das reservas
acumuladas para o efeito.

11- Uso eficiente de agua

(A)O que é e formas de reduzir a sua utilização

As alterações climáticas têm-se traduzido em subidas da temperatura do ar e do solo, assim como


numa diminuição da precipitação, sendo a região mediterrânea gravemente afetada. Este efeito pode
provocar, consequentemente, stress hídrico e térmico que vão afetar a rentabilidade e qualidade da produção.
Para combater este problema, recorreu-se à intensificação do regadio, com o constante aumento da
ineficiência dos RH. Sendo a agua um recurso escasso e limitado, devemos tentar adotar práticas e
estratégias que garantam um uso eficiente da agua, isto é, que permitam maior produção, qualidade e
rentabilidade de produção que possibilite poupar água, usando-a de modo eficiente de maneira a evitar
desperdícios. Ao adotarmos boas praticas agrícolas que tenham em vista o uso sustentável e a gestão
eficiente dos recursos hídricos podemos diminuir os custos de produção e aumentar rentabilidade da
produção.

De maneira a reduzir a utilização de agua podemos optar pela rega deficitária, implementação de
sistemas de rega localizada ou proceder à reciclagem da água.

(B) Importância da mecanização em viticultura p/ uva de mesa como para vinho.

Redução dos custos de produção;

Redução da mão-de-obra;

Redução do tempo das operações;

Rápida intervenção na janela de operações (permite vindimar no estado ótimo de maturação);

Aumento da produção s/ perdas na qualidade.

12- Vantagens da enxertia em hortícolas e passos p/ a obter?

Redução nº de incidências de doenças sobre as plantas;

Aumento do potencial de produção;

Diminuição de uso de pesticidas;

Maior resistência ao stress abiótico( H2O, humidade, salinidade, variação de Temperatura, acidez)

Semear as plantas que irão ser cabeças e as que irão ser porta-enxertos quando as plântulas estiverem bem
desenvolvidas, cortar em bisel a cabeça e o porta-enxerto num ambiente tão limpo quanto possível, colocar
uma proteção em redor do local de enxertia, incubar em temperatura controlada e elevada humidade após
cicatrização, ir progressivamente diminuindo a humidade da estufa.

13- Elementos do microclima de estufa que podemos alterar e indique que tipos de estufas toleram estas
modificações.

Temperatura (aquecimento e arrefecimento);

HR (humidificação e secagem);

Intensidade e radiação (sombreamento e iluminação);

Teor CO2 no ar (aumento);

Fotoperiodo (dias longos ou dias curtos);

Vento (diminuição ou aumento da velocidade do ar)

Estufas de vidro, mais tecnologicamente sofisticadas e mais eficazes comparativamente com as estufas tipo
industrial c/ cobertura de plástico ou tipo local.
14- Problemas p/ consumo humano dos nitratos nas hortícolas. Como evitar.

Os nitratos acumulam-se nos vacúolos em condições de baixa assimilação como forma de regulação
osmótica da célula. As plantas podem acumular maiores teores de nitratos, como acontece/pode acontecer
com hortícolas de folha. Dada a nocividade/toxicidade de elevados teores de nitratos p/ humanos, então
existem legislações relativas às quantidades máx. permitidas. Podemos evitar este problemas através da
utilização de amónio e inibidores de nitrificação, reduzindo as aplicações de N no final da cultura e ao fazer
a colheita durante a tarde.

15- Fatores a ter em conta na escolha de um sistema de rega para pomar.

O objetivo no uso de rega em fruticultura é alcançar maior produção e rentabilidade, minimizar


riscos causados pelo clima, atrasar a senescência foliar e melhorar a qualidade dos frutos.

Devemos então ter em conta fatores como:

Balanço hídrico;

Alterações climáticas e a variabilidade;

Uso consciente do recurso água;

Tipo de solo;

16- 3 vantagens e 2 inconvenientes na utilização de relvados na entrelinha no clima mediterrânico.

Evita a erosão, pois garante estabilidade ao solo;

Aumenta a biodiversidade uma vez que atrai seres vivos que muitas vezes são auxiliares no combate
aos inimigos;

Aumenta a fertilidade uma vez que há um aumento da MO no solo

Pode competir por H2O e nutrientes com a cultura em causa;

Promove o aparecimento de pragas;

17- Medidas de minimização da pegada hídrica e qual componente estamos a afetar (azul, verde e cinza)

A utilização de aguas residuais no sistema de rega (Pegada cinzenta), a utilização de rega deficitária
(Pegada azul) e utilização de aguas de chuva para rega (Pegada verde);

18- Importância de uma fertilização equilibrada.

A importância do equilíbrio em nutrientes numa fruteira é justificado pela lei do Mínimo onde o
desenvolvimento de uma planta é afetado por um nutriente em falta/em défice, ainda que os restantes
elementos estejam presentes.

Deve haver preocupação acrescida com N, Mg, P, B, K, e Ca.

Assim, pelo principio da restituição “todos os nutrientes removidos pela cultura devem ser restituídos ao
solo.

O equilíbrio entre os próprios nutrientese a sua interferência na produtividade são evidentes quando:
Baixa N/Ca, no fruto, indicam bom poder de conservação;

Elevada K/Ca ou M+K/Ca no fruto resultam em Ca insuficiente para boa conservação porque K e
Mg são antagonistas da acumulação de Ca;

Daí a grande necessidade de uma fertilização equilibrada;

19- Exemplos de micronutrientes fornecidos na fertilização em fruteiras. Como é feita a fertilização destes
tipos de nutrientes.

O fruticultor além de controlar as concentrações em macronutrientes, também deve controlar em micro.


Estes estão presentes na planta em quantidades relativamente baixas em especial o Boro (B), um dos mais
importantes em fruteiras, mas também Fe, MN, Mo, Ni, Cl, Zn.

Na pereira os micronutrientes B e Mo são essenciais.

O boro ou a sua deficiência manifesta-se com o aparecimento de deformações nos frutos podendo
também ser apresentado ligeiras cloroses nas folhas e raquitismo das mesmas (folhas de pequenas
dimensões).

O molibdénio assume-se como micronutriente essencial nas fruteiras e o ter em cota na fertilização
de pomares devido ao facto de a sua carência refletir-se em fendimento transversal e longitudinal no tronco
podendo mesmo levar à morte da árvore.

20- Cultura protegida sem solo com reduzida pegada de CO2?

Sistema fechado com um regime nutricional em que a fertilização e a quantidade de água a fornecer à
planta diminuem gradualmente ao longo do ciclo, de maneira a reduzir as emissões de CO2.

Se este sistema fosse implementado numa estufa, com vidro solar com neutros emissores de CO2 e
onde fosse possível implementar um sistema de simbiose industrial (onde o CO” produzido seria
reaproveitado para estufa) teria não só vantagens económicas como ambientais.

Nota: Estufas norte europa=invernos frios: devem estar protegidos das condições climáticas, com baixas
Temp. inverno, por exemplo Holanda. São mais sofisticadas tecnologicamente e maior investimento inicial,
tambem pelos materiais da estrutura (vidro, plásticos rijo). As dimensões são elevadas, de maneira a
diminuir o custo/uni. Área e perdas de calor. Têm elevado contacto climático e grande eficiência de luz
artificial, e maior rendimento/eficácia. Estufas sul da europa=invernos amenos: menor controlo climático,
baixa tecnologia, uma condução mais simples e materiais plásticos, tendo por isso menor investimento
inicial. O interior depende fortemente do clima exterior. Menor produção e rendimento.

21- Diferença entre estufas de inverno frio VS inverno ameno.

A maior diferença entre ambos são os elementos do microclima que podem ser modificados e a
eficácia.

Estufas de inverno ameno: menor controlo climático excepto de ventilação natural, o efeito de estufa
provoca o crescimento/aumento da temperatura (não controlável), humidade aumenta mas em escala
reduzida. No fundo esta estufa está altamente dependente clima exterior o que leva a grandes limtações a
nível da produtividade e qualidade, apesar do seu baixo investimento inicial. (baixa tecnologia, coberturas
flime polietileno e estrutura madeira ou aço)

Estufas de inverno frio: estufas com tecnologia de ponta e sofisticadas, com elevado grau de
condicionamento ambiental, elevada ventilação, aumento da eficiência luminosa, poupança de energia no
aquecimento e otimização de todos os meios de produção de modo a obter o máximo rendimento com
elevada produtividade e excelente qualidade. A estrutura pode ser de vidro ou plásticos rígidos com
ventiladores instalados o que leva a um investimento inicial elevado.

22- É habitual utilizar-se a cobertura de solo com PE negro no morango e PE transparente no melão?
Justifique

Não, o mais habitual é utilizar-se PE preto em ambas as culturas. O PE preto tem como principais
atributos o bom controlo de crescimento de infestantes e uma conservação do calor o que permite numa fase
prematura da cultura, as condições favoráveis ao seu crescimento.

23- Filme plastico, no Alentejo, numa cultura hortícola primavera-verão.

Que cor escolhia? Justifique

Eu penso que a melhor decisão seria escolher o plástico branco e preto visto que controla bem o
crescimento de infestantes e é favorável à refrigeração, sendo isto positivo porque estamos numa época em
que as temperaturas no Alentejo sobem muito.

Vantagens e desvantagens, solução para as desvantagens

As vantagens são a extensão da época de cultivo, a retenção da humidade, o controlo de infestantes e


pragas, redução da lixiviação, redução da compactação e a melhoria da qualidade da cultura.

As desvantagens são a necessidade equipamento especializado para a instalação tal como para a
remoção e a eliminação. Assim sendo, a utilização do mulching orgânico pode ser uma solução para o
problema da utilização de plástico.

24- Porque é que determinadas pragas produzem meladas e de que forma a melada pode transmitir vírus?

Em vinha, hortícolas e pomares, os inimigos mais comuns são insetos com armadura bucal picadora-
sugadora, sendo que estes e alimentam dos vasos condutores das plantas. Assim, sabendo que parte se
alimentam no floema da planta (de onde retira o líquido açucarado- seiva) estas pragas inserem a sua
armadura bucal nos tecidos da planta, e de onde, também devido à elevada pressão dos vasos, retiram o
alimento. Devido aos teores de açúcar presentes na seiva da planta, a praga é obrigada a libertá-lo,para evitar
défice de água, produzindo assim a melada. Estas meladas vão servir de alimento para outros organismos
como fungos e outros insetos (p.e. formigas) que, caso a planta tenha presente o vírus, o vão transmitir.

25- Explique ilustrando com valores de NEA o porquê de a tolerância aos estragos da traça da uva ir
diminuindo ao longo das gerações anuais e discuta o posicionamento dos diferentes meios de proteção.

A traça da uva é uma das principais pragas da vinha, sendo que o seu desenvolvimento e grau de
nocividade dependem de fatores abióticos assim como local e casta. Deve-se fazer então uma estimativa de
risco para todas as gerações independentemente do que sucedeu nas gerações anteriores. Uma descida da HR
do ar e subida da temperatura pode levar à dessecação das lagartas.

Na 1ª geração, a lagarta provoca danos no período da pré-floração, constituindo glomérulos ao nível


dos botões florais. Há diminuição do nº de bagos mas pode ser vantajoso na medida em que, se não for
muito elevada, vai proporcionar um aumento de volume dos bagos (mais espaço p/ se desenvolverem, mais
níveis de açúcar e compostos fenólicos). Resulta numa monda de flores e bagos. Há compensação das flores
perdidas e caso seja fraco, baixa perda do rendimento. Na 2ª geração o agricultor não deve ser tão tolerante
(apesar das vantagens da 1ª geração) uma vez que terá incidência nos cachos afetados. Na 3ª geração já não
deve haver qualquer tipo de tolerância. Segundo valores de NEA, pode ocorrer até 200/100 cachos na 1ª
geração; na 2ª geração, que ocorre em Jun-Jul no máximo deve ocorrer uma percentagem de 10% de cachos
afetados e na 3ª geração, agost-stembro, na fase de maturação dos cachos a nocividade da traça da uva é
bastante elevada por isso deve-se tratar imediatamente após a verificação da evidencia da praga.

Concoante o período de risco de cada geração, procedemos ao tratamento/combate: por confusão


sexual (armadilhas que confudem os machos impedindo o acasalamento<9, por luta química logo com o
nascimento das lagartas ou luta biológica, com pulverização (dos ovos) e com inibidores de crescimento.

26- Sistema aberto VS Sistema Fechado- principais diferenças na fertilização

Cultura protegida sem solo: culturas produzidas sem recurso a solo como hidroponia, aeroponia que
são formas mais “sustentáveis” de produzir alimentos, requerendo esta atividade menos espaço, menor
tempo de produção e menor utilização de recursos e desgaste dos mesmos.

Cultura protegida sem solo em sistema aberto: a água entra no sistema, passa por um tanque de
mistura e adiciona os nutrientes necessários, de seguida vai para as plantas. A solução é drenada para fora do
sistema e pode haver a contaminação de aquíferos e linhas de água mais próximas. Há um elevado custo em
fertilizantes uma vez que são constantemente descartados do sistema.

Cultura protegida sem solo em sistema fechado: a água entra no sistema e é misturada com a solução
nutritiva, depois é acertada e distribuída novamente para as plantas, criando assim um ciclo fechado. Assim
há eficiência máxima de H2O e nutrientes e não existe qlqr contaminação do meio. Aqui existe tbem
reciclagem de nutrientes. Neste sistema tbem existem desvantagens, como por exemplo a dificuldade no
acerto da solução nutritiva, necessidade em água de boa qualidade, alterações de pH e contaminações de
doenças nas raízes.

27- De que modo a densidade de plantação pode influenciar a produtividade e qualidade. 1 exemplo e
justifique, onde um aumento da densidade seja vantajoso. 1 exemplo negativo de elevada densidade.

A densidade de plantação é a quantidade de plantas por unidade de área, e a organização espacial


entre as mesmas. Em todos as culturas densidade maior ou menor afeta negativamente a produtividade e por
isso é importante calcular a densidade ótima para cada cultura( Valor económico= Rendimento . Venda-
custo de semente e tratamentos).

Maior densidade= competição entre plantas levando os produtos a um crescimento anormal, no


entanto há menos infestantes, menos mão de obra necessária e tratamentos da cultura.

Menor densidade= cultura apresenta elevado crescimento das plantas, mas não há plantas suficiente
para alcançar máximo de produção. O crescimento das infestantes é promovido pelo espaço disponível,
H2O, nutrientes, MO traduzindo-se em elevados custos.

28- Principais passos p/ seleção de PF tendo em conta determinadas pragas p/ cultura do tomate de industria,
prox. Época de colheita e com vulnerabilidade hidrogeológica.

Existem vários PF constituídos por substancias ativas para combater determinadas pragas. Para uma
tomada de decisão responsável na seleção do PF, devemos dar preferência ao produto com menor toxicidade
e nocividade tanto para o Homem, como para o ambiente. Assim, após, numa 1ªintancia, identificarmos a
praga da nossa cultura, procedemos à procura de produtos homologados, disponíveis para essa praga e/ou
cultura. Após essa procura deve haver a preocupação de proceder a uma análise comprovativa dos PF e
verificar qual ou quais os compartimentos ambientais mais afetados com a aplicação do PF. Neste caso,
para a cultura do tomate com uma vulnerabilidade hidrogeológica, devemos ter em atenção a seleção de
produtos com menos nocividade possível para o meio aquático. Sendo que estamos a falar de uma cultura de
tomate p/ industria e próximo da época de colheita, devemos estar especialmente atentos à escolha de um PF
com o menor intervalo de segurança possível para que o tempo entre tratamento em armazém e
consumo/venda seja o menor possível, não só para garantir a qualidade e conservação, como visa a não
ultrapassagem do limite máximo de resíduos no produto, presentes no tomate no momento da colheita.
29- Descreva como se constrói um plano de fertilização em macieiras. Passos e analises que necessita.

A Fertilização nos pomares é necessária no sentido em que a exigência em nutrientes na planta é


geralmente superior aos nutrientes presentes no solo. Assim o fruticultor deve controlar a concentração em
macronutrientes como N, P, K, Ca e Mg.

Segundo a lei do mínimo, ainda que os valores de concentração dos restantes nutrientes seja
adequada, a falta/défice de um outro, a produtividade da fruteira e desenvolvimento vau ficar condicionado.
Assim, controlando a razão entre N/Ca e K+Mg/Ca, é possível manter equilíbrio da macieira. Esta é sensível
à falta de Ca que dada a sua baixa mobilidade no solo, pode não estar presente na planta, por isso mesmo,
acredito que haja uma necessidade de análise de solo e posterior analise foliar para saber quais estão em
défice.

30- Alentejo, viticultor. Preparou o terreno p/ instalar nova vinha. Refira estratégias a adotar durante a fase
de plantação e até a vinha entrar em produção. Justifique opções tomadas a nivel da gestão da planta, solo e
estruturas a instalar.

5 pontos:

1. Objetivo/finalidade da uva, escolha e caracterização da parcela;


2. Preparação do terreno(limpeza, regularização, sistematização e fertilização de fundo,
drenagem e mobilizações)
3. Plantação e preparação superficial do solo. Época ideal e preparação das plantas. Técnicas de
plantação.
4. Instalação dos sistemas de armação e rega;
5. Cuidados a ter nos 1ºs anos

Assim, após a escolha do destino de produção (uva de mesa ou uva de vinho), devemos proceder à analise e
caracterização do clima da região e características do solo da parcela.

Seguidamente podemos escolher os porta-enxertos, castas, sistemas condução, orientação e compasso


adequados às características do solo e clima. Após a escolha e encomenda do material vegetal, é necessário
proceder à eliminação de restos de raízes e material vegetal, é necessário proceder à eliminação de restos de
raízes e restos vegetais, despedrar o local, selecionar e instalar o sistema de rega adequado, proceder à
fertilização de fundo (MO, NPK, corretivos) e a uma mobilização profunda assim como uma superficial para
enterrar adubos. Na plantação, deve haver uma previa gradagem, criar um plano de plantação em termos de
distancia entre linha/compasso e época adequada (entre FEV-MAR), com a escolha da técnica de plantação.
Antes de plantar, garantir uma boa conservação das plantas para evitar desidratação, doenças, senescências.
Numa 4ª fase procedemos à instalação de postes e arames consoante o objetivo do produção, assim como do
sistema de rega. Por ultimo, para que sejam alcançadaos valores de produtividade e rentabilidade aceitáveis,
devemos ter acrescida preocupação a cerca do controlo das infestantes, tratamentos fitossanitários,
adubações e mondas/podas.

31- Fatores abióticos limitantes na produtividade de culturas.

Temperatura, luz, nutrientes e água do solo são os 4 principais.

Temperatura: limita a produtividade e crescimento da planta consoante a espécie e o ciclo cultural outono-
inverno ou primavera-verão, diferindo as temperaturas ideais se a planta for de estação quente, fria ou
intermédia. Temp. adversas limitam o crescimento e desenvolvimento assim como a qualidade. Por
exemplo, abaixo do zero vegetativo não existe desenvolvimento da planta ou até no caso da floração onde,
sem um determinado período de descida da temp., os bolbos não entram em floração- vernalização. Deve
acontecer com determinadas sementes, de maneira a que seja quebrado o período de dormência, a
estratificação. O termoperíodo (variação ºC) ao longo do dia também é um fator a ter em conta no
crescimento ótimo da planta, da capacidade da planta suportar descidas de temperatura (robusticidade), as
temperaturas cardeais definidas a partir dos limites entre zero vitall mínimo, zero vital máximo e a
temperatura ótima, onde a fotossíntese é positiva entre os 2 extremos de adaptação da espécie. Por fim, o
conceito de graus-dia que é a estimativa utilizada para estimar a quantidade de graus acumulados por dia
necessários para estimular a resposta fenológica da planta.

Luz: Subdivide-se em quantidade, qualidade e duração da luz/fotoperíodo. A quantidade varia com a época
do ano, sendo maior no verão e menor no inverno; quanto maior a quantidade de luz intercetada, amior a
capacidade de produzir fotoassimilados. A qualidade difere consoante o espetro de cor da luz, sendo o azul e
vermelho os que produzem maior efeito no crescimento da planta, a luz verde é a menos eficiente. O
fotoperíodo vai controlar a capacidade de floração de muitas espécies, devido à duração dos períodos
interruptos de escuro. Neste pode haver diferenciação entre SPD, LPD ou NPD- dia curto, longo ou neutro.

32- Diga o que entende por “digital farming” e como tal pode contribuir para uma viticultura mais
sustentável.

“Digital farming” é a evolução da agricultura onde se faz uso da agricultura de precisão aliado à
agricultura inteligente, recorrendo-se a redes inteligentes e ferramentas de gestão de dados, utilizando
equipamentos “high tech” e toda ainformação e conhecimentos disponíveis para possibilitar a automatização
dos processos utilizados na exploração.

Permite assim a monotorização e o controlo de cada cultura ainda que o terreno não seja homogéneo e
apresente discrepâncias de declives, necessidades de rega e nutrientes ou diferentes tipos de solo.

Através de sistemas de controlo e localização poderão ser feitos, p.e., fertilizações de precisão ainda que as
necessidades sejam diferentes ao longo da parcela. Vai se evitar o desperdício de fertilizantes por
escoamento superficial ou contaminação dos aquíferos e cursos de água.

Diminui impacto ambiental e um melhoramento da rentabilidade económica da exploração.

Ewm viticultura é um passo importante, p.e, para o uso mais eficiente de agua, através dos controlos de
sensores de HR da folha, humidade do solo, estações metereológicas... etc.

33- Considere as seguintes práticas culturais: empa, desfolha e esladroamneto. Em que consistem e com que
objetivo são implementadas na vinha e/ou pomar, descrevendo também a sua calendarização anual.

A empa é uma operação complementar à poda que consiste na curvatura dos ramos e alteração do ângulo de
inserção. Tem como principais objectivos contrariar a dominância apical, controlar o vigor, antecipar a entrada em
frutificação e aumentar a superfície de vegetação para melhor preenchimento do espaço. Esta operação ocorre nos
meses de Janeiro e Fevereiro e pode ser complementada com outras operações tais como incisões anelares, incisão
transversal acima do gomo (na época de floração) e monda de frutos.

O esladroamento é um tipo de intervenção em verde, tem como objectivo direcionar o crescimento de acordo com o
sistema de condução pretendido, suprimir os lançamentos em excesso de forma a privilegiar o crescimento dos
remanescentes que irão formar o futuro tronco ou braços da videira, supressão de órgãos parasitas e inverteis,
eliminando locais suscetíveis à implementação de doenças e redução do tempo de poda de inverno. Esta operação é
realizada a partir do segundo ou terceiro ano após a plantação e é efectuada na primavera, entre Março e Maio.

Tal como o esladroamento, a desfolha é uma intervenção em verde. Ajuda a controlar o vigor primaveril e manipular
a exposição da folhagem e dos cachos. Esta operação tem inúmeros objectivos, a nível fisiológico pretende a
alteração da relação folha/fruto, melhoria da exposição dos cachos, reduzir os riscos de podridão e aumento da
eficiência dos tratamentos e facilitar a vindima. Esta intervenção é efectuada antes da vindima, tendo em atenção
para não provocar situações de escadões, em Junho, Julho e Agosto .

34- Defina Kc , indique como se pode calcular e porque varia ao longo ciclo cultural de uma cultura hortícola.
O coeficiente cultural simples (Kc) combina os efeitos da transpiração da cultura e da evaporação da água
do solo. Kc varia com a fase do ciclo cultural: desenvolvimento inicial (Kcini), meio do ciclo (Kcmed) e final (Kcfinal). Kcmed
pode-se ainda dividir em 2 sub-fases, de crescimento rápido e de floração/formação do fruto. As formas da curva
acompanham o desenvolvimento e senescência da cultura.

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