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AS SETE CHAVES PARA O SUCESSO COM A

CULTURA DO SORGO

ÉPOCA DE PLANTIO HERBICIDA

ADUBAÇÃO SEMEADURA

HÍBRIDOS

CONTROLE DE COLHEITA
INSETOS E DOENÇAS
Introdução: a cultura sorgo e suas estórias

A cultura do sorgo vem apresentando crescimento acima de 20%


nos últimos anos no Brasil. Praticamente a área plantada dobrou
nos últimos 5 anos. Porém, alguns paradigmas continuam ainda
aparecendo. Entre eles estão:

1) Sorgo esgota a terra: a cultura do sorgo é muito eficiente na


extração de nutrientes e lavouras sem adubação vão prejudicar
a cultura sucessiva. Porém quando se aduba o sorgo
corretamente, vemos melhoria na produtividade desta.
2) O tanino do sorgo é veneno para os animais. Em primeiro lugar
o tanino é um fenol presente em alguns híbridos. Os híbridos
de sorgo oferecido pela maioria das empresas são sem tanino.
Em híbridos que este tem a presença, o tanino não é tóxico
(efeito da banana verde) porém, aves alimentadas com este
ingrediente diminuem a eficiência do uso da ração, aumento de
custo para o granjeiro.
Introdução: a cultura sorgo e suas estórias

3) Animais alimentados com resteva de sorgo (remanescentes da


planta de sorgo após a colheita) trazem intoxicação ao gado. Existe
somente em um tipo de sorgo, o forrageiro, onde há a presença de
um açúcar no talo da planta chamada de durrina que no inicio da
lavoura (até 30 dias) podem trazer uma intoxicação dos animais
devido ainda neste momento uma maior concentração de talo na
planta. Para o sorgo granífero, não existe a presença desta
substância no talo. O que o agricultor pecuarista tem que fazer é a
adaptação do animal para este alimento, caso seja a primeira vez
que o gado vai se alimentar de sorgo.

Em fim, espero que este manual “As Sete Chaves para o sucesso da
cultura do sorgo” possa ajuda-lo a ter um conhecimento maior
nesta cultura.
FASES DE DESENVOLVIMENTO SORGO
ÉPOCA DE PLANTIO
ÉPOCA DE PLANTIO DEVE SER DE ACORDO COM AS
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS BÁSICAS DA CULTURA
Temperatura
No período de florescimento (55 a 65 dias após a germinação) a
temperatura média noturna diária deve ultrapassar 15C,
especialmente durante 2 semanas antes do período de florescimento
Água
A cultura é considerada tolerante a seca devido a um controle mais
efetivo da transpiração e absorção de água em relação a outras
culturas (hibernação aguardando condições favoráveis para voltar a se
desenvolver), embora apresente dois períodos críticos quanto a água:
(*) Até 20 dias após plantio
(*) Fase de polinização (55 a 65 dias após a germinação)
Requerimento de água sorgo: 25mm após plantio, 250mm durante
desenvolvimento vegetativo e 25-50mm maturação.
ÉPOCA DE PLANTIO

NECESSIDADE COMPARATIVA DE ÁGUA DURANTE


O CICLO DA CULTURA

Requerimento de água
Espécie Ciclo dias g.água/1g m.s. necessidade
cultura mm chuva

Milho 135 372 650

Sorgo 110 271 380

Trigo 112 505 800

Alfafa 195 858 1200

Fonte: Dorenbos e Kasson (1979)


HERBICIDAS

Época de Aplicação

Produto: Roundup

Produto: Atrazina (Arenoso: 3,5 l/ha; Médio: 4,5


l/ha;
Argiloso: 6,0 l/ha)
Produto: Atrazina (Arenoso: 3,0 l/ha; Médio: 3,5
l/ha;
Argiloso: 4,5 l/ha)
• até 20 dias/misturado com óleo 0,5% volume final
HERBICIDAS

Princípio ativo Produtos comerciais Dose (kg/ha) Aplicação


Atrazinex WG 2,0 a 3,0 PÓS
Atrazina Nortox 500 3,0 a 6,5 PRÉ e PÓS1
SC
Coyote WG 2,0 a 3,0 PÓS
Atrazine Gesaprim GrDa 2,0 a 3,0 PRÉ e PÓS
Gesaprim 500 4,0 a 5,0 2
PRÉ e PÓS
Herbitrin 500 BR 4,0 a 5,0 3
PÓS inicial
Proof 4,0 a 5,0 PRÉ e PÓS4
HERBICIDAS

TOLERÂNCIA A HERBICIDAS ALTA MÉDIA BAIXA


Atrazina (pré e pós emergente) X
Atrazina + Simazina(pré emergente) X

2,4D Amina (pós emergente) e óleos X


S Metolachlor (necessita safener)
X
(Pré e Pós Emergente)

TOLERÂNCIA A INSETICIDAS ALTA MÉDIA BAIXA


Tratamento de Sementes, Diamidas,
X
Piretróides, Carbamatos e Fisiológicos
Chlorpirifós, Endossulfan,
X
Dimetoato e Pirimicarb
Fosforados sistêmicos
X
HERBICIDAS

RESIDUAL DE HERBICIDAS
ADUBAÇÃO
Adubação de plantio
Necessidade da cultura: 80N/60P/60K (granífero)
Profundidade do adubo
(*) 7 a 9 cm em relação ao nível do solo.
(*) 5cm ao lado da semente
Adubação de cobertura
De acordo com a adubação de base: nível tecnológico médio completar 80
pontos N e 60 pontos de K; nível tecnológico alto completar 100 pontos N e 70
pontos de K
ADUBAÇÃO (Extração de Nutrientes)
Por tonelada de grãos Kg/tonelada
NUTRIENTES N P K Ca Mg S

Grãos
MILHO 13.6 2.7 4.69 0.2 1.56 1.4
SORGO 14.1 2.5 3.2 0.5 2.4 1.6

Por tonelada de grãos g/tonelada


NUTRIENTES
Grãos B Cu Fe Mn Mo Zn
MILHO 3.12 3.91 25.0 8.28 0.39 27.8
SORGO 6.67 5.56 45.6 15.6 0.11 13.3

Por tonelada de silagem Kg/tonelada


NUTRIENTES N P K Ca Mg S
Planta

MILHO 12.2 2.0 10.5 2.7 2.8 0.8


SORGO 12.2 2.0 12.2 3.5 2.7 1.0

Por tonelada de silagem g/tonelada


NUTRIENTES Mn Cu Zn
Planta

MILHO 33.3 16.7 25.0


SORGO 64.3 28.6 25.0
ADUBAÇÃO

ADUBADO
NÃO ADUBADO
ADUBAÇÃO
ADUBAÇÃO

ANÁLISE FOLIAR
1) QUAL FOLHA = 4ª. Folha com bainha visível a partir do
ápice da planta.
2) QUANDO = no momento do emborrachamento.
3) QUANTIDADE = 30 folhas por hectare
SEMEADURA

Profundidade do Sulco
O sulco de plantio deve atingir a profundidade máxima de 2 a 3cm
Importante: sulcos profundos em solos arenosos estão sujeitos ao
assoreamento
Espaçamento dos Sulcos
Deve ser de acordo com o maquinário (soja, milho, feijão) existente
na propriedade: recomendado de 0,45 m até 0,70m para o granífero,
0,40 m até 0,50 m para o forrageiro e 0,70 m a 0,90 m para sorgo de
silagem.
População final e quantidade de sementes
Devem ser seguidos a recomendação para cada híbrido. Nomalmente
a população varia de 120.000 a 200.000 plantas/ha
(VEJA A TABELA “POPULAÇÃO X HÍBRIDOS X QUANTIDADE
DE SEMENTES NAS FOLHETOS DE CADA HÍBRIDO”)
SEMEADURA
DKB530 Época de Plantio x População Recomenda (mil plantas/ha)
Janeiro Fevereiro Março Abril
Regiões Geoclimáticas
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

SUBTROPICAL=PR (Oeste) e MS (Sul) 240/220 220/200 NR

SUBTROPICAL= PR (Norte) e SP (Paranapanema) 240/220 220/200 200/180 NR


TROPICAL ALTA = DF, GO (Alto), MG (Sul, Triângulo Alto, Alto Paranaíba e
240/220 220/200 200/18 NR
Noroeste), MS (Norte) e MT (Sul)
TROPICAL BAIXA = SP (Norte), MG (Triângulo Baixo) e GO (Baixo) 240/220 220/200 200/180 NR

MATOPIBA-PA = GO (Norte) e TO (Sul) 240/220 220/200 200/180 NR

MATOPIBA-PA = BA (Oeste) 240/220 220/200 200/180 NR

TROPICAL BAIXA = MT (BR 163 e Parecis) e RO 240/220 220/200 200/180 NR

MATOPIBA-PR = MA e PI (Sul e Sudoeste), TO (Centro-Norte) e PA 240/220 220/200 200/180 NR

*Regiões do Baixo (abaixo de 700 m) e Alto ( acima de 700 m)


(*) Plantio de verão recomenda-se 240.000 plantas/ha e sob irrigação 300.000 plantas/ha em todas as regiões acima.
(**) Duas aplicações de fungicida, antes e após florescimento maximizam o potencial produtivo.

DKB546 Época de Plantio x População Recomenda (mil plantas/ha)


Janeiro Fevereiro Março Abril
Regiões Geoclimáticas
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
SUBTROPICAL=PR (Oeste) e MS (Sul) 240/220 220/200 NR

SUBTROPICAL= PR (Norte) e SP (Paranapanema) 240/220 220/200 NR


TROPICAL ALTA = DF, GO (Alto), MG (Sul, Triângulo Alto, Alto Paranaíba e
240/220 220/200 NR
Noroeste), MS (Norte) e MT (Sul)

TROPICAL BAIXA = SP (Norte), MG (Triângulo Baixo) e GO (Baixo) 240/220 220/200 200/180 NR

MATOPIBA-PA = GO (Norte) e TO (Sul) S/INF. S/ INF. NR

MATOPIBA-PA = BA (Oeste) S/INF. S/ INF. NR

TROPICAL BAIXA = MT (BR 163 e Parecis) e RO NR 220/200 200/180 NR

MATOPIBA-PR = MA e PI (Sul e Sudoeste), TO (Centro-Norte) e PA S/INF. S/INF. NR

*Regiões do Baixo (abaixo de 700 m) e Alto ( acima de 700 m)


(*) Plantio de verão recomenda-se 240.000 plantas/ha e sob irrigação 300.000 plantas/ha em todas as regiões acima.
(**) Duas aplicações de fungicida, antes e após florescimento maximizam o potencial produtivo.

DKB540 Época de Plantio x População Recomenda (mil plantas/ha)


Janeiro Fevereiro Março Abril
Regiões Geoclimáticas
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
SUBTROPICAL=PR (Oeste) e MS (Sul) 240/220 220/200 200/180 NR
SUBTROPICAL= PR (Norte) e SP (Paranapanema) 240/220 220/200 200/180 NR

TROPICAL ALTA = DF, GO (Alto), MG (Sul, Triângulo Alto, Alto Paranaíba e


240/220 220/200 200/180 NR
Noroeste), MS (Norte) e MT (Sul)

TROPICAL BAIXA = SP (Norte), MG (Triângulo Baixo) e GO (Baixo) 240/220 220/200 200/180 NR

MATOPIBA-PA = GO (Norte) e TO (Sul) 240/220 220/200 200/180 NR

MATOPIBA-PA = BA (Oeste) 240/220 220/200 200/180 200/180 NR

TROPICAL BAIXA = MT (BR 163 e Parecis) e RO 240/220 220/200 200/180 NR

MATOPIBA-PR = MA e PI (Sul e Sudoeste), TO (Centro-Norte) e PA 240/220 200/220 200/180 NR


*Regiões do Baixo (abaixo de 700 m) e Alto ( acima de 700 m)
(*) Plantio de verão não recomenda-se.
(**) Duas aplicações de fungicida, antes e após florescimento maximizam o potencial produtivo.

DKB560 Época de Plantio x População Recomenda (mil plantas/ha)


Janeiro Fevereiro Março Abril
Regiões Geoclimáticas
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
SUBTROPICAL= PR (Oeste) e MS (Sul) Não avaliado nestes ambientes até o momento!

SUBTROPICAL= PR (Norte) e SP (Paranapanema) Não avaliado nestes ambientes até o momento!


TROPICAL ALTA = DF, GO (Alto), MG (Sul, Triângulo Alto, Alto Paranaíba e
240/220 220/200 200/18 NR
Noroeste), MS (Norte) e MT (Sul)

TROPICAL BAIXA = SP (Norte), MG (Triângulo Baixo) e GO (Baixo) 240/220 220/200 200/180 NR

MATOPIBA-PA = GO (Norte) e TO (Sul) Não avaliado nestes ambientes até o momento!

MATOPIBA-PA = BA (Oeste) Não avaliado nestes ambientes até o momento!

TROPICAL BAIXA = MT (BR 163 e Parecis) e RO 240/220 220/200 200/180 NR

MATOPIBA-PR = MA e PI (Sul e Sudoeste), TO (Centro-Norte) e PA Não avaliado nestes ambientes até o momento!
*Regiões do Baixo (abaixo de 700 m) e Alto ( acima de 700 m)
(*) Plantio de verão recomenda-se 240.000 plantas/ha e sob irrigação 300.000 plantas/ha em todas as regiões acima.
(**) Duas aplicações de fungicida, antes e após florescimento maximizam o potencial produtivo.
CONTROLE DE INSETOS

LAGARTA PERCEVEJO
PULGÃO
CARTUCHO BARRIGA VERDE
CONTROLE DE INSETOS

Lagarta do Cartucho
Época de Aplicação do inseticida:
(*) raspagem de folhas a perfuração
Produtos recomendados/dosagens
(*) piretróides: 150 ml/ha
(*) fisiológico: 250 ml/ha
(*) organofosforado: 500 ml/ha
Pulgão Verde
Época de Aplicação do inseticida
(*) presença dos pulgões nas folhas baixeiras
Produtos recomendados/dosagens
(*) dimetoato: 700 ml/ha (existem diversos produtos no
mercado)
(NÃO USAR FOLIDOL, AZODRIN e NUVACRON)
CONTROLE DE INSETOS

Percevejo
Época de Aplicação do inseticida:
(*) Presença na fase inicial da cultura e enchimento de grãos
Produtos recomendados/dosagens
(*) engeo, imidacloprid, connect. Existem muitos produtos no
mercado
Pulgão Cana de Açucar
Época de Aplicação do inseticida
(*) presença dos pulgões nas folhas baixeiras
Produtos recomendados/dosagens
(*) imidacloprid: 300 g/ha (uniporte ou avião) + óleo
CONTROLE DE INSETOS
CONTROLE DE INSETOS
CONTROLE DE INSETOS
CONTROLE DE INSETOS
CONTROLE DE INSETOS
CONTROLE DE INSETOS
CONTROLE DE DOENÇAS

ANTRACNOSE FOLHA PODRIDÃO DO GRÃO ANTRACNOSE COLMO

FERRUGEM

MACROFOMÍNEA

TURCICUM ERGOT
CONTROLE DE DOENÇAS

FERRUGEM
CONTROLE DE DOENÇAS

ANTRACNOSE FOLHA
CONTROLE DE DOENÇAS

HT (TURCICUN)
CONTROLE DE DOENÇAS
ANTOCIANINA (Reação química produtos)- Não é doença
CONTROLE DE DOENÇAS

MELA (ERGOT)
CONTROLE DE DOENÇAS

✓Antracnose é a doenças foliar mais comum, é favorecida por


temperaturas entre 22 e 30 °C e alta umidade
✓A helmintosporiose é mais severa onde ocorrem temperaturas
amenas e umidade, condições típicas nos plantios de safrinha
✓A ferrugem é favorecida por alta umidade e temperaturas mais
amenas e ocorre na fase entre 45 e 90 dias de plantio
✓O míldio apresenta dois tipos de infecção, a sistêmica e a
localizada.
✓Os sintomas sistêmicos são caracterizados por faixas de tecido
verde alternadas com áreas de tecidos cloróticos distribuídos
paralelamente ao comprimento das folhas. Os sintomas
localizados caracterizam-se por lesões de formato retangular
delimitado pelas nervuras das folhas.
✓ O ergot é favorecido por temperaturas entre 13 e 18,7 °C e 76 a
84% de umidade.
CONTROLE DE DOENÇAS
COLHEITA

Umidade dos Grãos


Umidade de 20 a 25% satisfatória para a colheita
Ideal abaixo de 18% para a redução do uso de secador
Altura e Velocidade do Molinete da Colheitadeira
A altura deve ser de tal forma que bata na base da panícula
A velocidade deve ser aquela onde o movimento de rotação não
empurre as panículas para a frente e nem as puxe excessivamente
Rotação e Abertura do cilindro
A rotação deve ser de acordo com umidade dos grãos:
(*) U% maior que 17% = rotação 700-800 rpm
(*) U% menor que 17%= rotação 550 a 650 rpm
A abertura do cilindro deve ser mínima: 4 a 12 mm
COLHEITA

Ventilação
Deverá ser ajustada para que não jogue os grãos para fora da
colheitadeira e proporcione a eliminação de impurezas
Abertura das Peneiras
Esta deverá permitir a passagem dos grãos e obstruir a passagem
de pedaços de talos e restos de panícula
Velocidade da Colheitadeira
Velocidade de Avanço = 4 a 5 Km/h
HÍBRIDOS
Appendix: custo de produção
Appendix: custo de produção

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