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Culturas I– Orizicultura

Plantas Daninhas
Interferência x Oryza sativa L.
DIRETA
H2O
Luz
Extraem água, nitrogênio, fósforo e potássio,
respectivamente quatro, cinco, três e seis vezes mais
que as plantas cultivadas (Lorenzi, 1994).

Competição por água,


luz, nutrientes e CO2
(capacidade adaptativa)
QUANTO???

Ação alelopática
P Mg micros
N K Ca S
Interferência - Indireta

• Hospedeiros de insetos-praga e patógenos;


• Reduz a qualidade do arroz (arroz vermelho e preto);
• Reduz o rendimento operacional de colheita;
• Aumenta o custo de produção, pela necessidade de
manutenção de canais de irrigação e drenagem;
• Gasto de energia para seu controle;
• Redução no valor e qualidade da terra.

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Arroz - Planta C3
• Desvantagem fisiológica em relação as plantas
daninhas C4;
• Desenvolvimento inicial lento;
• Elevada sensibilidade à deficiência hídrica.

As plantas C4 estão mais adaptadas à luz e a altas temperaturas. As plantas C4 nesta situação
utilizam menos de 400 gramas (g) de água para produzir 1 g de matéria seca (MS) vegetal,
enquanto as C3 utilizam de 400 a 1000 g de água para produzir a mesma 1 g de MS.
Comparação das respostas fotossintéticas de plantas C3 e C4 a
aumentos de luminosidade e temperatura
Principais espécies de plantas
daninhas
Principais espécies de plantas daninhas
Terras Altas

Capim-carrapicho Trapoeraba Brachiari spp. Capim arroz


a

Corda-de- Cyperus sp capim-


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viola colchão
Figura 1. Capim brachiária (Brachiaria decumbens).
Figura 2. Capim braquiária ou capim marmelada (B. plantaginea)
Figura 3. Timbete ou capim carrapicho (C. echinatus).
Figura 4. Digitaria
horizontalis.
Figura 5. D. insularis. Figura 6. D. sanguinalis.
Ludwigia longifolia. (Cruz de Malta)

L. Octovalvis (Cruz de Malta)


Plântula de Ipomoea sp.
Trapoeraba
Echinochloa sp Capim arroz
Arroz-daninho:
Dificuldades de controle

Mesma espécie do arroz cultivado

Arroz-vermelho Epagri 109


Impossibilidade de controle seletivo do
arroz-vermelho através dos herbicidas
normalmente usados em arroz
Arroz Daninho (Oryza sativa L.)
• CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES:
– Ambos apresentam pericarpo vermelho
• Arroz vermelho:
– Glumas cor palha;
• Arroz preto:
– Glumas cor preta;
• Presente em regiões de arroz irrigado;
• Principal disseminação:
– SEMENTES CONTAMINADAS;
– Tolerância:
• Vermelho: 2 sementes por amostra de 500 g;
Arroz Daninho (Oryza sativa L.)
• Genética:
• Coloração vermelha do pericarpo
– População de arroz branco podem surgir
exemplares de arroz vermelho; o contrário não foi
observado;
– Apresentam alta deiscência dos grãos (degrana);
– Pilosidade e alta aderência da pálea e lema ao
pericarpo;
– Apresentam dormência de até 3 meses.
Germinação: 50%
150 grãos/planta
Taxa de degrana: 60%
Redução na produtividade do arroz por arroz-
vermelho, Itajaí, SC (Eberhardt & Noldin, 2005)
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Produtividade (t/ha)

10 y = -0,0338x + 9,0162
2
R = 0,9016
8

6
4

2
0
0 50 100 150 200 250

No panículas de AV/m 2
Quando realizar o controle das
plantas daninhas?
Período crítico de competição

fase inicial de desenvolvimento

Período crítico Espécie planta


(DAE) Fonte
daninha
gramíneas e folhas Prusty et al. (1993)
16-45 largas

15-30 gramíneas e folhas Shelke et al. (1985)

largas

20-40 gramíneas e folhas Varshney (1985)

largas

15-45 gramíneas e folhas Singh & Ram (1982),


largas Ishiy & Lovato (1974)
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Métodos de controle
• Preventivo;
• Cultural;
• Mecânico;
• Biológico;
• Químico.
Controle Preventivo
• Introdução, estabelecimento e disseminação:
– Sementes certificadas;
– Limpeza de equipamentos;
– Manejo da água;
– Roguing ou arranquio;
– Controle na entressafra;
Controle Cultural

• Qualquer ação agrícola que proporcione maior


competitividade do arroz;
– Cultivar adaptado para a região;
– Espaçamento entrelinhas e densidade de semeadura;
– Adubação adequada;
– Rotação de culturas (feijão, milho, sorgo, trigo);
– Sistema de semeadura e manejo da água.

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Controle Mecânico
• Ação físico-mecânica, como a capina manual e o
cultivo mecânico:
– Capina manual:
• Pequenas áreas;
• Elevado custo;
• Escassez de mão-de-obra;
– Cultivo mecânico:
• Cultivadores tracionados por animais ou por tratores.
Figura. Tipos de enxadas usadas em cultivador de tração animal ou tratorizado.
Cultivo Mecânico (tratorizado)

Figura. O uso correto do cultivador a tração mecânica.


Desvantagens do cultivo mecânico
• Plantas daninhas nos estádios iniciais de
crescimento;
• Pode danificar o sistema radicular do arroz;
• Não controla eficientemente plantas daninhas
na linha do arroz;
• Não é eficiente em dias chuvosos.
Controle Biológico
• Marrecos-de-pequim, no período de entressafra
do arroz;
• Rizipiscicultura, peixes (Carpas) no período de
safra e entressafra.
• Aves e peixes alimenta-se de sementes de arroz-
vermelho e de outras espécies existentes no
solo;
• Fonte de renda complementar ao produtor.
Controle biológico
Controle químico
• Épocas de aplicação de herbicidas:
– Pré-semeadura;
– Pré-plantio incorporado (PPI);
– Pré-emergência (PRÉ);
– Pós-emergência (PÓS);
– Pós-emergência depois da inundação.

“BENZEDURA"
Controle químico
• Fatores que influenciam a eficiência de herbicidas:
– Solo (teor de argila e M.O.) - PRÉ
– Umidade do solo (PPI e PRÉ),
– Umidade relativa do ar (> 55%);
– Temperatura do ar (< 30oC);
– Ventos (3 a 8 km h-1);
Controle de plantas daninhas em
terras altas
Controle de plantas daninhas de folha
estreita

Estratégias de controle de plantas daninhas de folha “estreita” na cultura do arroz de terras altas.
Fonte: Circular Técnica 42-2001
Controle de plantas daninhas de folha
larga

Estratégias de controle de plantas daninhas de folha “larga” na cultura do arroz de terras altas.
Fonte: Circular Técnica 42-2001
Controle de plantas daninhas em
várzeas
Controle químico
Preparo
mecânico
Pré-semeadura sem incorporação ao solo
Herbicida para
mínimo no dessecação
inverno (glyphosato)
e/ou
primavera

Figura. Esquema de controle de arroz-daninho com preparo mínimo do


solo.
Controle químico
Pré-semeadura em água

Figura: Esquema para controle químico no método de pré-semeadura em água (“benzedura”)


no sistema de sementes pré-germinadas.
Controle químico

Figura. Esquema para aplicação de herbicida em pós-emergência no solo drenado, no sistema


de arroz irrigado e utilizando sementes pré-germinadas.
Controle químico

Figura. Esquema para aplicação de herbicida em pós-emergência, na forma de “benzedura”,


no sistema de arroz irrigado e utilizando sementes pré-germinadas.
Tabela 1. Principais herbicidas registrados para o controle de plantas daninhas na cultura do arroz 1
Nome Técnico Nome Comercial Ingred. Ativo (g/L Dose (kg ou L p.c./ha) Plantas controladas Época de aplicação Observação
ou kg)
Propanil vários 360 8,0 - 14,0 Gramíneas e folhas Pós Observar o período, entre a aplicação
450 largas Pós deinseticidas organo-fosforados e carbamatos
480 Pós
Molinate Ordran 720E Ordran 200GR 720 4,0 - 6,0 Gramíneas, algumas PPI / Pós Para controle de arroz daninho, aplicação em PPi
200 8,0 - 20,0 folhas largas e Pós de 8 I/ha e aguardae 10 dias para o plantio
ciperáceas
Quinclorac Facet PM 500 0,75 Algumas gramíneas e Pós Aplicar com as gramíneas (capim-arroz) até o
angiquinho estádio de dois perfilhos e as dicotiledôneas
(angiquinho) de duas a oito folhas. Adicionar
adjuvante.
Oxadiazon Ronstar 250BR Ronstar SC 250 3,0 - 5,0 Gramíneas e algumas Pré / Pós-inicial Aplicar em solo úmido ou irrigar logo após. Não
400 2,5 folhas largas usar em solo muito arenoso, também pode ser
aplicado em pré-semeadura (benzedura) para
controle de arroz daninho
Pendimethalin Herbadox 500CE 500 2,5 a 3,5 Gramíneas e algumas Pré Aplicar um solo úmido ou irrigar logo após
folhas largas
Oxyfluorfen Goal BR 240 1,0 Gramíneas e algumas Pré Aplicado em benzedura (pré) proporciona controle
folhas largas de arroz daninho
2,4-D vários Amina 720 0,74 - 1,4 Folhas largas Pós Aplicar entre operfilhamento e o início da
Amina 670 0,75 - 1,5 Pós diferenciação do primórdio floral do arroz
Amina 400 0,25 - 2,5 Pós
Éster 400 0,6 - 1,2 Pós

Bentazon Basagran 600 1,2 - 1,6 Folhas largas Pós Aplicar com as plantas daninhas no início do
480 1,5 - 2,0 desenvolvimento. Adicionar adjuvante
Butachlor Machete CE 600 4,0 - 6,0 Gramíneas e algumas Pré Aplicar em solo úmido ou irrigar logo após
folhas largas
Thiobencarb Saturn 500CE Saturn GR100 500 6,0 - 8,0 Gramíneas e algumas Pré / Pós-inicial Aplicar em solo úmido ou irrigar logo após
100 30,0 folhas largas
Fenoxaprop-p-ethyl Starice Whip S 69 0,8 - 1,0 Gramíneas Pós Aplicar com as plantas daninhas com bom vigor
69 0,6 vegetativo
Propanil + Molinate Arrozan 360 + 360 5,0 - 8,0 Gramíneas e folhas Pós Aplicar com as plantas daninhas no estádio de 2 a
largas 4 folhas
Propanil + pendimethalin Pendinil 250 + 170 6,0 - 8,0 Gramíneas e folhas Pós
largas
Propanil + Thiobencarb Satanil E Grascarb 200 + 400 6,0 - 8,0 Gramíneas e folhas Pós
470 + 200 6,0 largas
Propanil + 2,4-D Herbanil 368 340 + 28 8,0 - 12,0 Gramíneas e folhas Pós
largas
Clomazone Gamit 500 CE 500 1,0 - 1,2 Algumas gramíneas e Pré
folhas largas
Pirazosulfuron-ethyl Sirius 250 SC 250 0,06 - 0,08 Folhas largas, ciperáceas Pós Controle de capim-arroz no estádio até 2 folhas
e gramíneas
Metsulfuron Ally 600 0,0033 Folhas largas Pós

Azimsulfuron Gulliver 500 0,010 - 0,012 Folhas largas Pós

Bispyribac-sodium Nominee 400 1,6 Gramíneas e folhas Pós


largas
Clefoxydim Aura 200 0,6 - 0,8 Gramíneas Pós
Cyclosulfamuron Invest 700 0,057 Folhas largas e Pós
ciperáceas
1 A omissão de princípio ativo ou de produto comercial não implica na impossibilidade de sua utilização, desde que autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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