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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

1. Conceito, histórico, origem e danos causados pelas plantas


daninhas;

2. Biologia, classificação, estratégias evolutivas e disseminação


das plantas daninhas;

3. Competição e alelopatia;

4. Métodos de manejo e controle;


5. Absorção, metabolismo e seletividade de herbicidas nas
plantas.
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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

6. Mecanismos e modos de ação dos herbicidas;

7. Comportamento herbicidas no ambiente;

8. Métodos de manejo de baixo impacto ambiental;

9. Equipamentos para aplicação de herbicidas;

10. Resistência de plantas daninhas a herbicidas.

3
LITERATURA RECOMENDADA
1 - DEUBER, R. Ciência das plantas daninhas: Fundamentos.
v.1, Jaboticabal, SP, 452p. 2003.

2 - SILVA, A.S.; SILVA, J.F. Tópicos em manejo de plantas


daninhas. Viçosa: UFV. Editora UFV, 2007.367p.

3 - SOUZA, I.F. Controle de plantas daninhas. Universidade


Federal de Lavras (UFLA/MG). 1998. 54p. (Apostila)

4 - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AÇÃO A RESISTÊNCIA DE


PLANTAS AOS HERBICIDAS (HRAC-BR). Aspectos de
resistência de plantas daninhas a herbicidas.
CHRISTOFFLOLETI, P. J. 2. ed. 2004. 100p.
LITERATURA RECOMENDADA

5 - KISSMANN, K. G. Plantas infestantes e nocivas – Tomos I, II


e III. 2. ed. Basf. 1997.

6 - COMPÊNDIO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS. Guia prático


de produtos fitossanitários para uso agrícola. 7. ed. São Paulo:
Organização Andrei, 2005.

7 - LORENZI, H. Manual de identificação e controle de plantas


daninhas : plantio direto e convencional. 6. ed. Nova Odessa:
Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2006.

8 - RODRIGUES, B. N. & ALMEIDA, F. S. Guia de herbicidas. 5.


ed. Londrina: IAPAR, 2005. 5
AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA

A nota final da disciplina será composta pela média das 3


notas conforme descrito abaixo:

NOTA 1: 1ª Avaliação – 10 pontos

NOTA 2: 2ª Avaliação – 10 pontos

NOTA 3: Trabalho – 10 pontos

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✓ Uso de celulares
✓ Presença – 25% faltas
✓ Início das aulas: 13:30
✓ Intervalo: 15:00 as 15:30
✓ Caso ocorra algum imprevisto, os alunos serão avisados
através da sala virtual.
✓ As aulas são planejadas para que termine às 17:30, no
entanto, em função do andamento da turma esse horário
pode sofrer alterações. 7
CIÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS

✓ Ainda não tem nome definido.

✓ Alguns autores e a SBCPD - denominam Ciência das Plantas


Daninhas.

✓ Herbologia - herbo referir-se à erva (do


hábito herbáceo.

✓ Matologia - estudo do mato


DEFINIÇÃO

✓ Erva daninha

✓ Planta invasora

✓ Planta infestante

✓ Planta espontânea

✓ Planta daninha
PLANTAS DANINHAS - CONCEITO

Ecológico - planta que coloniza e domina o estágio inicial de


uma sucessão vegetal numa terra perturbada pelo homem.

Biológico - planta com características específicas que facilita


sua sobrevivência e dispersão.

Agronômico – planta que se apresenta onde não é desejada por


interferir nas atividades do homem.
PLANTA DANINHA

Planta que ocorre em local onde não é desejada, interferindo com


os objetivos do homem, e que quando presente em
agroecossistemas interfere com as culturas econômicas afetando
a produtividade ou a qualidade do produto colhido.

Planta ela pode ser daninha em um momento e ser útil em outro???


CARACTERÍSTICAS DAS PLANTAS DANINHAS

• Poucas exigências para germinação

• Rápido crescimento

• Alta produtividade de sementes

• Habilidade de perpetuação

• Tolerância a variação ambiental


• Adaptação às práticas de manejo

• Prejuízos
ALGUMAS PLANTAS DE MILHO REMANESCENTES EM UMA
CULTURA DE SOJA É CONSIDERADA DANINHA????
EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA

10000 8000 2500 1 AD 500 1000 1500 1700 1800 1900 1960 1990

PRÉ HISTÓRICA

REVOLUÇÃO DA
AGRICULTURA

AGRICULTURA HISTÓRICA

AGRICULTURA FEUDAL

AGRICULTURA CIENTÍFICA

REVOLUÇÃO VERDE
AGRICULTURA PRÉ HISTÓRICA

◼ Povos nômades

◼ Seguidores dos rebanhos animais

◼ Caçadores

◼ Alimentavam-se de plantas silvestres

◼ Poucas vilas ou povoados


REVOLUÇÃO DA AGRICULTURA

◼ Muitas civilizações se iniciaram

◼ Desenvolvimento em três regiões:


❑ RIO NILO
8000 a 2500 AC
❑ MESOPOTÂMIA: Rios Tigre e Eufrates

❑ RIO JORDÃO
◼ Agricultura de subsistência

◼ Desenvolvimento de equipamentos de madeira

◼ Pouca ou nenhuma comercialização da produção


AGRICULTURA HISTÓRICA

◼ Poucas mudanças na agricultura

◼ Desenvolvimento de novas tecnologias:

❑ Inclusão de metais nos equipamentos

❑ Irrigação em áreas alagadas (China, Egito)

❑ Utilização de fertilizantes (esterco)

❑ Utilização de fenos e silagem

◼ Continua sendo agricultura e subsistência


AGRICULTURA FEUDAL

◼ Continua na maioria sendo agricultura de subsistência

◼ Poucas mudanças na agricultura


◼ Egito – aumenta a utilização das áreas irrigadas

◼ Egito – produção suficiente para exportar

◼ Europeus – implementam a rotação de culturas – incremento de


50% na produção (1000-1500 ANOS)
AGRICULTURA CIENTÍFICA

◼ Muitos avanços nas tecnologias de produção

❑ Uso de calcáreo
❑ Equipamentos de arrasto

❑ Tratores

❑ Plantadeiras
◼ Cidades se desenvolveram e ficaram muito grandes

◼ População rural decresceu

◼ Aumento da expectativa de vida


REVOLUÇÃO VERDE

◼ Termo definido por Agency for International Development -1968

◼ Objetivo: eliminar a fome através da melhoria das produções


◼ Movimento para aumentar produção através do uso:

❑ Novos cultivares

❑ Irrigação

❑ Fertilizantes

❑ Pesticidas

❑ Mecanização
EVOLUÇÃO DAS CIÊNCIAS DE PLANTAS DANINHAS
Internacional
✓ Historiadores citam os trabalhos de Boley nos EUA no final do
século XIX, usando sais de cobre , Europa sais metálicos ou ácidos
em cultura de cereais.
✓ Cana surgimento do 2,4-D em 1941 (ácido diclorofenoxiacético)
✓ 1950 – USA – Associação das Conferências regionais de Controle
de Plantas Daninhas
✓ 1951 – Revista Weeds
✓ 1956 – Weed Science Society of America – assumiu a revista Weed
Science.
✓ 1956 – Congresso Britânico de Controle de PD (British Weed
Control Conference)
✓ 1960 – Conselho Europeu de Investigação em PD (European Weed
Research Council – EWRC).
✓ 1975 – Criada a Sociedade Européia de PD (European Weed
Research Society).

Brasil
✓ Primeiros trabalhos com levantamento de PD - Década de 40 e 50;

✓ 1º Herbicida registrado no Brasil – 2,4-D esterbutilico a 14% com o


nome de mata-mato mágico (Weed-no-more);
1964
1a. Disciplina
ministrada na
graduação na
ESALQ/USP;
1978
1956
Criação da
1º Seminário revista da
Brasileiro de Sociedade
Herbicidas e 1963 -
Criação da Brasileira da
Ervas CPD.
Daninhas Sociedade
Brasileira de
Herbicidas e
Ervas
Daninhas;
Evolução dos métodos de controle de plantas daninhas nos Estados Unidos da América
do Norte, comparando o tipo de energia empregada (%) no controle de plantas daninhas
de 1920 a 1990.

Energia
Ano Energia Energia Mecânica Energia
Humana Animal (trator) Química

1920 40 60 - -

1947 20 10 70 -

1975 5 TR 40 55

1990 <1 TR 24 75

Fonte: ALDER et al, 1976.


Com a evolução dos trabalhos, pesquisas a adoção de
sistemas de produção e cultivo

✓ rotação de culturas
✓ sucessão de culturas
✓ consorciação
✓ integração
✓ plantio direto - conservacionista

Agricultura mais sustentável


a) Monocultura ou produção isolada
b) Rotação de culturas
c) Sucessão de culturas
d) Consorciação de culturas ou policultivo
e) Sistema em integração
GLEBA

Ano 1 Ano 2 Ano 3


a) Monocultura ou produção isolada
b) Rotação de culturas
c) Sucessão de culturas
d) Consorciação de culturas ou policultivo
e) Sistema em integração
GLEBA

1º Ciclo
Ano 1 Ano 2 Ano 3
a) Monocultura ou produção isolada
b) Rotação de culturas
c) Sucessão de culturas
d) Consorciação de culturas ou policultivo
e) Sistema em integração
GLEBA

Ano 1 Ano 2 Ano 3


a) Monocultura ou produção isolada
b) Sucessão de culturas
c) Rotação de culturas
d) Consorciação de culturas ou policultivo
GLEBA

Fonte:Embrapa, 2012
a) Monocultura ou produção isolada
b) Sucessão de culturas
c) Rotação de culturas
d) Consorciação de culturas ou policultivo
e) Sistema em integração
✓ lavoura-pecuária
✓ lavoura-floresta
✓ pecuária-floresta
✓ lavoura-pecuária-floresta

Fonte:Embrapa, 2012
Prejuízos causados pela presença de plantas daninhas

1. Redução da produtividade e valor da terra


a) Custos mais elevados
b) Valor da terra decresce (devido a sua presença)
c) Custo de colheita elevado
d) Cultura danificada pelo cultivo
e) Efeitos químicos (alelopatia)
f) Efeitos competitivos

As perdas variam conforme a espécie e da densidade de indivíduos


na área.
Exemplo:
Áreas agrícolas - espécies de difícil controle, como tiririca (Cyperus
spp.), grama-seda (Cynodon dactylon)
Em áreas de pecuária, a presença de plantas tóxicas, como
guanxuma (Sida spp).
2. Custo mais elevado de proteção contra insetos e doenças
a) Abrigo de pragas e doenças
b) Migração da praga para a cultura após o final do ciclo da planta
daninha.
As guanxumas (Sida spp.) - são hospedeiras de pulgões e da
mosca-branca - vetores do mosaico dourado no feijão, soja,
algodão entre outras.
O leiteiro (Euphorbia heterohylla) - é atacado pelo vírus mosaico
anão - doenças transmitidas pela mosca-branca.
O capim massambará (Sorghum halepense) hospeda o vírus-do-
mosaico da cana-de-açúcar.
Hospedeira de Meloidogyne incognita
Carurus (Amaranthus spp.)
Tiririca (Cyperus rotundus)
Capim-arroz (Echinochloa crus-galli)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Hospedeira de Pratylenchus brachiurus
Carurus (Amaranthus spp.)
Tiririca (Cyperus rotundus)
Hospedeira de Meloidogyne javanica

Tiririca (Cyperus rotundus)


Hospedeira de Pratylenchus zeae
Tiririca (Cyperus rotundus)
Capim-arroz (Echinochloa crus-galli)
3. Qualidade de produto mais baixa
a) Sementes de plantas daninha
b) Restos vegetais de planta daninha em feno e algodão
c) Odor de planta daninha no leite
d) Sementes de plantas daninhas na lã

4. Manejo da água
a) Problemas para irrigação e drenagem
b) Recreação e pesca
c) Odor e sabor em suprimentos de água

5. Saúde do homem
a) Irritação da pele – urtiga
b) Tóxica – cuscuta, mamona
c) Alergia – semente de capim gordura
PERDAS ESTIMADAS NA AGRICULTURA PELA
PRESENÇA DE PLANTAS DANINHAS

13,5 10,8
ARROZ
TRIGO
4 9,8 MILHO
SORGO
BATATA
SOJA
17,8 13
Plantas daninhas mais presentes na agricultura brasileira

APAGA FOGO
Plantas daninhas mais presentes na agricultura brasileira

CARURU
Plantas daninhas mais presentes na agricultura brasileira

BUVA
Plantas daninhas mais presentes na agricultura brasileira

TIRIRICA
Plantas daninhas mais presentes na agricultura brasileira

CORDA DE VIOLA
Plantas daninhas mais presentes na agricultura brasileira

GUNAXUMA
Plantas daninhas mais presentes na agricultura brasileira

CAPIM AMARGOSO
Plantas daninhas mais presentes na agricultura brasileira

BELDROEGA
Plantas daninhas mais presentes na agricultura brasileira

CARRAPICHO DE CARNEIRO
Plantas daninhas mais presentes na agricultura brasileira

LOSNA BRANCA
Amaranthus palmeri

Allium cepa (cebola)


Daucus carota (cenoura)

Amaranthus spp

Caruru

Resíduo da planta reduz peso fresco e o crescimento da plântula


Amaranthus retroflexus

Zea mays (milho)


Glycine max (soja)

Amaranthus spp

Caruru

Extrato aquoso inibe o crescimento do hipocótilo em soja e


coleóptilo em milho
Bidens pilosa

Lactuca sativa
Phaseolus vulgaris
Zea mays
Bidens pilosa Sorghum bicolor
Picão

Exsudato da raíz inibe o crescimento das plântulas


Chenopodium album

Zea mays (milho)


Glycine max (soja)

Chenopodium álbum

Fedegoso

Extrato aquoso do resíduo inibe o crescimento da raíz e do


coleoptilo
MANEJO INTEGRADO DE
PLANTAS DANINHAS

• PREVENÇÃO

• CONTROLE

• ERRADICAÇÃO
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS
Proteger o rendimento das culturas do efeito negativo das PD.

produtividade fitotecnicas
x x
rentabilidade desenvolvimento
Manejo de Plantas Daninhas
1. Diagnose

a. Plantas Daninhas
 Identificação das plantas daninhas

 Distribuição e abundância das plantas daninhas

 Novas plantas daninhas

b. Solo
 Condições do solo

 Textura

 Propriedades físicas

 pH
Manejo de Plantas Daninhas

c. Ambiente
 Potencial de erosão

 Plantas não alvo

 Locais não alvo

d. Sistemas de Manejo
 Práticas culturais

 Rotação de culturas

 Controle anterior de plantas daninhas


Manejo de Plantas Daninhas

2. Seleção do Programa

a. Avaliação econômica

b. Sistemas de manejo
 equipamentos

 Capacidade operacional

 Manejo cultural

c. Avaliação de programas de controle pré-plantio/pós colheita


Manejo de Plantas Daninhas

3. Disponibilidade dos Métodos de Controle


a. Efetivo
b. Consistência
c. Flexibilidade

4. Execução do Programa
a. Realização do programa de manejo:
Tempo correto, estádio correto da cultura e planta
daninha, equipamentos corretos, calibrados, e
operados corretamente

5. Acompanhamento após execução


RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS

http://weedscience.com/
Mapeamento e Monitoramento

Rabo de raposa
Ceratophyllum sp.
Competição de Plantas Daninhas

80

70

60
Perdas (%) do potencial
50

40

30

20

10

80 147 160 180 202 205 219 235 288 329 740

Infestação número de indivíduos / m2


Perdas estimadas na produção de alimentos causados pelas
plantas daninhas em três classes de produção de culturas.
Perdas da
Classe de Área cultivada Perdas por PD
produção
produção no mundo (%) (%)
mundial (%)
Altamente
20 5 1,5
Desenvolvida
5,0
Intermediária 50 10

Menos
30 25 5,0
desenvolvida

Total 100 40 11,5

Obs: A estimativa de produção de alimentos a nível mundial é de 4,3 bilhões de toneladas por ano.
Identificação das Plantas Daninhas
• VirginiaTech
• Oregon State
• University of California
• WSSA
• USDA
• Tropical Plantas
• Livros, folders e outras publicações

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