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Ministério da Agricultura ,.

JItttI
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EM::P~IIIIJd'" OI'"
Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças ~

Julhul87
4
ISSN 0102-653<.

Manejo de
W.Uneton Pereira, Eng.· Agr., Ph.D .• Pesquisador em Fisiologia
plantas daninhas
Vlgltel Aplicada,
EMBRAPA/CentrQ NKional d. Pesqui. d. Horullç•• em hortaliQas
No Brasil do produzidas e consumidas mais de 70 es- destas, reduzindo ou elimiruulllo sua habilhJaut= t.Ie l."uDl(lCtição.
p<!cies d. hortaliça•• Em virtude dessa grande diversidade de Essa interação bioquúnica entre plantas c microrganisnlOs é
espécies. o manejo das planlas daninhas é. relativamente. dif!- chamada alclopatia. Os seus efeitos propiciunt a má gernúna·
ciJ por apresentar problemas especlfocos em relação aos méto- çio de sementes. ocasionam rormação ""ormal de plântulas.
dos de controle. De modo geral. o controle dessas plantas é previnem ou reduzem o alongamcOlo de ra{zcs, desorganizam
um pouco diferente do normalmente utilizado nas grandes as células nas ra(zes, modificando, portanto, a agressividade
culturas, pois as pnlticas cultur.lÍs para as hortaliças são mais dessas plantas na comunidade. A ação cunjunta da aJcluputia c
artifICiais. isto é. melhor "",paro do solo. maiores adubações a competição pelos fatores de ..:rcscimcnh> na comunidade de
qulmic.. e orginicas, irrigações rreqiientes e abundantes. uso plantas I! denominada intcrfcrenda.
intensivo de diferentes tipos de plantas, na mesma área du- Uma planta é daninha quando intt=rfcrc: nos objetivos do
rante todo o ano. humem em determinada situa"ãu, desenvolvl!nUll-Se em locais
Dentro de um agroecossistcma, a população de plantas não desejadus. ()c:ssa forma. a genninação das sementes das
(daninhas e cultivadas) é dinâmica, ocorrendo mudanças de plantas daninhas é, gerd.lmt:nlC:, desunir.lrnlC. podendo ocorrer
acordo com as p~licas agricoJa.' usadas. As.<im. durante todo a infestação da área durante todo o dclo da CUllUrol. A dor·
o ano, estabelece-se uma relação de interferência enlre as rTtnc ia das sementes é um mecanismo de subrevivêncla muito
hortaliças e a comunidade de plantas daninhas. A produtivida- eticiente. permitindo que as plan ta... daninhas sobn:vi vam e
de econ6mica das hortaliças depende do balanço fmal dessas persistam na oirca mesmu em L'ondiçi'les adversas. Em cada
relaçOes. A meta do horticultor é ajustar n halanço da inter .. época do ano. oeorre a prcdominânda de diferentes espécies
fereneia entre as plantas de modo a ravorecer t: desenvolvi .. de plantas daninhas. No invernu. por I.!xcl1lf'ln. há tcnd~ncia de
mento das horr.aJiça.'i, eliminar o cTC."dmento das plantas uani .. germinare m c predominarem planlas de (ulhas largas, sendo
nhas c raluzir a reserva de suas sementes no solo para que, 'Iue no verão ocorre o predomínio de grantrncas. A maioria
em novos plantios na mesma oirca~ o balanço de lnlerrerénclil da." planta.. daninhas gennina" nos prim.:irus lO e m de pro·
favoreça a cultura. fundidadc no solo, pertenct:ndo à dua!~ classes prinçipais: as de
Normalmente, no ~u1tivo de hortaliças, oco rre muior rolhas largas (dicotiJedÔnt:as) t: as de folhas cstrcilOlS ( mono~
agressividade das plantas daninhas. em virtude de .prc!ICnta- cotik:dôncas). Exemplos de: fulhas (arga.ti: hcldrocga. amc=n ~
rem maior rusticidade e gr.." vigor vcgetalivo c reproduti. doim .. bravo. caruru, botão-dc ..uuro. ricãu"rrcto. mcnlrastu.
vo. A maioria dessas plantas tem capacidade de crescer e se serralha. De folhas estreilas: capim-pé-de-galinha9 capim·
rcprodU7.ir em condições ex.tremas de ambiente. com alto grau mannclada. capim"l.·olchão. !!ral1la.. scda, principalmente ~
de especialização em seus dclo.ti de vidas, morfologia c fisjo .. grarnfncas.
logia, o que radtit.a U pTtlCCS."O de disseminação e st)brcviv~n .. A compcCição exercida pela... plantas da ninha." varia de
cia. Algumas plant.., complementam sua all~,. ;ividade pela Ii- e.pécie para csp<!cie_ o.: motlu gcr..t • •• d< folha. I.r~a.,
beraç40 de subsrândas t6xK.-as ou .tiubslâncias injbidorols de uprc.'iCntam maior pude r u(: cnmpcti,,'ã,) puc sombrearem mal...
crescimento. através de exsud:ujôcs pelas rai1.es ou lixiviação as culturas. Nnnnallllcnlc. llL"orrc compcti"ãu e ntre a:-. pró -
da nlaléria orgâniL'óI produzida. Em geral. essas l'iubstânciOls prias plantas daninhas. E'l.blCIll a4uda~ '-Iue sáo dOn1inanlt: s.
são 3h~Jrvit.las por ('ulra.. csp&ies. mocJiJit:amJo o cresdmcnlu :temJu, purtanlo, as mais nocivas à cuhurOl. As S4.!L'undária."i sãu
menos concorrentes. mas podem. facilmente. transfonnar-se Para as hortaliças que apresenlem penodo crftico de
em dom.inantes, através de. diversos falores, como muc!anç"âs interferência há necessidade de manter a cultura no limpo na-
no clima e práticas agrfcolas. ..quele perfodo. Entretanto, culturas que não apresentam esse
NulTl.ô1 comunidade mista de plantas, existe sempre um ~rrodo! g~ralmente, uma ou duas capinas realizadas em (orno
balanço competitivo entre elas, dominando as espécies mais do' penodo de conviv~ncia (fabela I) seriam suficientes.
agressivas e adaptadas ao ecossistema agócola. A escolha 'das áreas de cultivo com hortaliças ~ muito
As práticas adotadas nas regiões produtoras de hortali- importante~ devem-se, portanto, evitar áreas infestadas com
ças têm grande influência . no desenvolvimento das.espécies de plantas ·perenes. A aplicação de berbicidas sistêmicos não resi-
plantas daninhas. O cultivo "de uma s6 cultura durante vários duais, antes da preparação fmal do solo, permitirá o seu con-
a
.anos, por exemplo, propicia predominância de detérmÍnada trole, com mudança do balanço competitivo das plantas dani-
es~cie. A adubação também ~de influenciar na mudan~a da nhas.em favor da cultura . ~m ~sos. de . áTeas intensamente in-
população das plantas daninhas. O cultivo mecânico, por festadas com plantas daninhas anuais, o atraso no plantio, após
exemplo, pode prevenir o estabelecimento de algumas plantas o preparo do solo, permitirá a germinação antecipada das se-
perenes. O uso continuado de determinado herbicida, numa mentes· (festas plantas, o semeio da hortaliça e posterior elimi-
mesma área, poderá provocar a seleção de plantas resistentes, nação das plantas daninhas à culrura, através do uso de mis-
as quais, geralmente, passarão a predominar no decorrer do rura de herbicidas de ação de contacto e residual de pré-emer-
tempo. A população de plantas daninhas está sempre em mu- gência à cultura. Basicamenle, o berbicida de contacto elimi-
dança: é dinâmica. A :meta do agricultor é fazer o possfvel naria as plantas daninhas presentes e O de ação residual con-
para eliminar o crescimento delas, a fim de evitar concorrên- trolaria aquelas que germinassem após a aplicação da mistura.
cia com ~a cultura. Uma vez que os herbicidas pré-emergentes são aplica-
O olericultor deve, portanto, ajusta! o balanço comPeti. dos ~m áreas livres de vegetação, recomenda-se o conheci-
~vo entre as plantas de modo a favorecer o desenvolvimento mento e mapeamento dos tipos de plantas daninhas presentes
das hortaliças. Para alcançar ta! objetivo,: vários métodos no local antes do preparo do solo, a fIm de escolher-se ade-
(cultural, biológico, mecânico, quimico uu integração entre quadamente o berbicida. Pequenas áreas com plantas daninhas
eles) podem ser utilizados. A escolha e a efici!ncia de cada um perenes devem ser isoladas para que, mediante um manejo
desses métodos dependem de diversos fatores, tais como: na- mais intensificado, ~jam eliminadas antes que se disseminem
rureza e tipo das plantas existentes, época de execução do em· toda a área. Na medida do possfvel e quando recomenda-
controle, condições climáticas tipo de solo, tratos culturais,
9 do, o uso de t~if1uralina reduz a agressividade de várias plan-
rotação de culturas, disponibilidade de herbicidas seletivos à tas daninhas anuais .nas culturas de: .alho, berinjela, brócoli,
cultura, disponibilidade de mão- de-obra e equipamentos, co- cebola (transp~te). cenoura, couve, couve-flor, feijão-va-
nhecimento d~ in~cração entre .as plantas daninhas e o método gem, mos.tarda, melão, pimentão, quiabo, repolho, tomate
a ser u~~po. (tt;lIlsplante).
E;.m geral, a interferência enue. plantas daninhas e hor- O cultivo.. mecânico 6 limitado para muitas hortaliças,
taliças é maior do que a interferência entre as próprias plantas em virtude da necessidade de utilizar espaçamentos estreitos,
daninhas. As hortaliças genninam e crescem lentamente nos para.3 melhor utilização do espaço existen[C, ou de produzir
primeiros estádios de .desenvolvimento, sofrendo maiores da· hortaliças com tamanho adequado ao mercado consumidor.
nos nesse penodo. As plantas ,daninhas danificam a produção Por outro lado, a colheita mecanizada de muitas hortaliças re-
e qualidade das hortaliças, além do dificultar as colheitas, d!l- quer completa eliminação das , plantas daninhas, a fim de evi-
nificar colhedeiras, prejudicar a saúde do homem, dificultar o tar-se a contaminação das culturas e embuchamento das co-
preparo do solo para .novos plantios e red~zir a tfstética das lhedeiras. Tomar-se necessária, portanto, a adoção de méto-
áreas agrícolas. No Brasil, apesar .da falta de resultados de dos comprovadamente eficientes para eliminar ou reduzir os
pesquisa sopre a interferência das plantas daninhas em muitas problemas causados pelas plantas daninhas não somente du-
hortaliças, sabe-se que, em geral, ela é mais prevalecente,. e rante a produção, mas também durante a fase de pós-colheita
portanto danosa, entre 20% e 50% do ciclo de vida da cultura. até os novos plantios. O manejo deve contribuir para reduzir a
Os trabalhçs sobre interferência das plantas daninhas reserva de semenles de plantas daninhas no solo, de modo que~
são de suma importância por que indicam: 1) quanto elimi- ~m novos plantios, o balanço competitivo enlre plantas venha
ná-Ias, para evitar prejuízos na produção; 2) o penodo mínimo a fav.orecer a cultura.
no qual o herbicida precisaria ler ação resjdual no solo para Os métodos culturais englobam aquelas práticas que
controlá-Ias; 3) a época limite para aplicar. um herbicida . em promovem a cultura mais competitiva do que as plantas dani-
pós-emergência. O conhecimento do perrodo crítico de com- nbas. Além da escolha adequada de cultivares, esses métodos
petição permite defmir as épocas mais . adequadas de cultivos incluem o uso de rotação de cuJturas, o manejo adequado da
para cada espécie de hortaliças (fabela I). água do solo, o uso de fertilizantes apropriados, a correção do
Uma vez que a interferência das plantas daninhas é mais pH do solo; o espaçamento e plantio adequados etc.
séria nos primeiros estádios de desenvolvimento das ~~~as A . utilização de métodos culturais e mecânicos deve ser
e que os ~todos disporuveis não são completamente eficien· intensificada sempre que possfvel. Entretanto, a completa eli-
les no controle das plantaS daninhas, o olericultor deve adOlM minação manual ou mecânica das plantas daninhas é difícil,
algumas estratégias especiais a fim de racionalizar o manejo sobretudo com a escassez de mão-de-obra e seu alto custo, o
das plantas daninbas. que toma obrigatória a utilização de práticas culturais efi-

EI.boraçâo: CNP Hortaliças/EMBRAPA

2
TABELA 1. p.rlodoa (des) delnterferêncll da. plantas daninhas em hOrUUças.

PCV PCT PCI Autor


Cultura

14 42 14·42 Ponchk) et aI. (1984)


Abóbora ,astei{a
7 Blanca (1983)
Alface
14 BIanCO (1983)
35 21 Apezzato el alo (1983)
Cardona et ai. (1977)
21 21 Roberts etal. (19n)
Bazan & CastilhO (1979)
42 56 42·56 Pereira & Menezes Sobrinho (1981)
AlhO
80 Souzaelal. (1981)
20 100 20·100 Mascarenhas et ai. (1980
35 126 35·126 William& Warren(1975)
28 Evaraasts & Satsyati (1977)
Balam
42 56 42·56 5agir & Mar1<oullis (1974)
Batata-doce 22 21 Kassian & Seeyave (1969)
14 Vengris & Stacwiez-Sapuncakis (1971)
Beterraba
14 28 14·28 Bleasdale (1959)

42 Leal el aI. (1984)


Cebola (sameio dinllO) 42
14 84 14·84 WidIs et aI. (19Z3)
28 42 28·42 Roberts (1973),
Hewson & ROberts( 1971),
Chubb (1962)
84 Roberts (1973)
5hadbol1 & Hohll (1956)
(lransplanlB) 46 56 46-56 Deuber & Forsoer (1975)
34 Deuber & Forster (1975)
30 40 30·40 Casamayor el ai. (1974)
40 Casamayor el aI. (1974)
21 84 21·84 Campoglia (1973)
14 42 14·42 Pall., el ai. (1971)
Cenoura 42 28 Machado Nela & Seno (1984)
20 Pitelli etal. (1976).
35 29 Oeuber el aI. (1976)
44·46 42 Oouber el aI. (1976)
35 49 35-49 William & Warreo (1975)
49 49 William & Warr9n (1975)
Couve·nor 42 14 Terao etal. (1981)
Feijão-vagem 21 35 21·35 Glasgow el aI. (1976)
21 Hewson e1 aI. (1973)
(de 00f(1a) 30 Paiva e1 ai. (1973)
(",",,",) 21 35 21·35 Willlam(1973)
35 49 35·49 Wílliam (1973)
30 Vieira (1970)
20 Blanco 61 aI. (1969)
Milho (M. doce) 15 45 15·45 Blanco et aI. (1976)
20 40 20-40 Repenningsela l. (1976)
Mela0 28 William (1974)
Pepino 12·24 12·24 Friesen (1978)
49 49 William & Warr8n (1975)
OuJabO 35 49 35·49 Wílliam & WalTen (1975)
Repolho 28 28·35 Horng (1980)
21·28 14 ROb6rts 61 aI. (1976)
63 21 William & Warren (1975)
TomaIe 28·35 28 Weaver& Tan(1983)
24·36 24·48 Friesen (1979)
35 35 William & Warren (1975)

PCVl ::: perrodo de convivência, ou seja, o tempo máximo a partir do plantio ou emergência em que a cultura pode conviver com a
população de plantas daninhas sem sotre, danos e reduÇão da prodtJÇao.
PCT2 - perlodo de controle, ou seja. o tempo mrnimo a partir do plantio ou emergência, em que a cultura deve ser mantk1a livre
de plantas daninhas para garanti, urna produção satisfatória.
PC13 = perlodo aftico de interferência. ou seja, o perrodo ente o tempo máximo com interferência e o tempo mrnimo sem inler-
fetêncla das plantas daninhas necessário para promover L;/llél produçao racional.

Elabora.çio: CNP Hort.'íç.s/EMBRAPA

3
cientes para controlá 1as. O método de cultivo mecânico
4
sentar, preferencialmente,. teor de umidade inicial pr6ximo da
apresenta o inconveniente de não eliminar as plantas daninhas capacidade de campo. Os teores de argila e matéria orgânica
nas flleiras c, muitas vezes, danificar o sistema radicular das também devem ser conhecidos, a fun de adequar ~ doses de
hortaliças. acordo com os teores desses elementos. As doses menores re 4

O uso de herbicidas em hortaliças apresenta sc como


4
comendadas de cada produto são nonnalmenle usadas nos 50 4

um dos métodos mais eficientes de controle de plantas dani 4


los arenosos. Em áreas com baixa agressividade das plantas
nhas. Tal fato é facibnente comprovado se usado em extensas daninhas, podem ser usados preferencialmente herbicidas de
áreas com alta agressividade das plantas daninhas e durante pós-emergência, devendo-se evitar aplicá Jos em plantas mo-
4

perfodos chuvosos ou mesmo sob irrigações, quando os mét0 4


lhadas por orvalho ou irrigação. A pücações de herbicidas em
dos mecânicos são impraticáveis e, muitas vezes, ineficientes, horários de ventos fortes devem ser evitadas. em decorrência
poque promovem o transplante das plantas daninhas de um IU 4
• das derivas dos produtos. A aplicação eficiente e correta de 4

gar para outro na área cultivada. A utilização de determinado pende do conhecimento dos dados de calibração do pulveriza 4

produto em áreas de produção só é pennitida ap6s o seu re 4


dor e de cálculos de dosagem. Em geral, os herbicidas são
gistro. mais eficientes para determinados tipos de plantas daninhas,
Os herbicidas registrados na Secretaria de I?efesa Sa 4
recomendando-se, portanto, o uso de combinações, sempre
nitária Vegetal, do Ministério da Agricultura (SDV A-MA), que possível, para aumentar O espectro de ação e racionalizar
para uso em hortaliças, são apresentados nas Tabelas 2 e 3. o controle.
No conuole químico, o uso de herbicidas deve ser racio- A combinação de herbicidas deve ser cuidadosamente
nal. deve-se, portanto. ter bom conhecimento das plantas da- planejada, para se obter o máximo de controle de plantas da-
ninhas (cido de vida, hábito de crescimento, facilidade de ninhas e o mínimo de estragos da cultura. Antes de tudo, de 4

controle e I!poca critica de interferência com a cultura), do ve se conhecer a susceptibilidade relativa das plantas daninhas
4

modo de ação dos herbicidas e dos tipos de solo e cullura. e da cultura a cada um dos herbicidas da mistura. Aqui desta-
Os herbicidas devem ser escolhidos pelos olericultores ca-se a importância do bom conhecimento das plantas dani-
em função de sua eficiência, segurança,. econotTÚcidade e re- nhas e o comportamento do herbicida no solo e na planta. Do
comendações técnicas. Após a escolha correta dos herbicidas, ponto de vista prático, é ieal que a combinação apresente
vários outros pontos devem ser considerados, pois os resulta- efeitos antagônicos sobre a cultura e sinergítiscos sobre as
dos obtidos nem sempre são os mesmos, por causa das intera- plantas daninhas. Em geral, combinações dos produtos au-
ções de clima, solo e plantas. O solo, para aplicação de pré- mentam o espectro de controle das esp&:ies. sendo mais c0 4

emergl!ncia, não deve conter torrões grandes, e deve apre- mum o uso daqueles em ação sobre, mono e dicotiledôneas.

TABELA 2. R.laçAo dOI nomes t4cnkOI de herbicida. regl.irados para uso nas respecUvas hortalif;u(Portarla
SNVSIMS· SDVSlMA, março de 1985)·.

Honaliças

_talo de dinoseb batata


CIonImben abóbora, aspasgo, bat;ota-doce, !T'8IAo, melanda, pimenta, pimentao, pepino o _ale.
CIorlaI alface, cebola e bnate
DócIofop·metil batata, cebola e ervilha
Difenamlda batata e tomate
Dinoseb batata (dessecante)
Diqual aplicação dirigida em: beterraba. cebola e couve. Dessecante em batata.
Dluron alho, batata. cebola
EPTC batata
Fluazlfop-butil alface, cebola. cenoura e tomate
Ioxinlt odanalO cebola

-
U,...", aipo, alho porró, aspargo. batata. cebola, cenoura, ervilha e quiabo
4

Motribozln aspargo. batata e tomate


Naptopamida
NaTCA batata
Oxadlazon alho. cebola e cenoura
Paraqual apficaçIo ~da em: aspargo, batata, beterraba. cebola e couve. Dessecante em batata.
Pebula. bmata. cenoura e tomate
Pendimetalina alho, batata 8 cenoura
Promelrina alho. alho- p006, batata, cebola, cenoura. ervilha. salsa e salsão
Simazina aspargo
TrHluralina alho, berinjela. brócoli. cebola (transplante). cenoura, couve-flor. feijão-vagem. mostarda,
nabo, pimentão, quiabo, repolho, """te (lransplanle) e couve

•A inclusão ou exclusao dos nomes técnicos dos herbicidas podem ser alteradas de acordo com a validade dos registros.

Elaboreçlo: CNP Hort.UçasJEMBRAPA

4
TABELA 3. Aelaç60 das culturas com os respectivo. herbicidas registrados para uso em hortaliças (Portaria SNVS/MS·
DSSVIMA, março de 1985).

Cultura Herbicidas

Abóbora cloramben
Aipo Ilnuron
Alface f1uazilop·butil, cIortal dimetllico
Afho diuron, linuron. oxadiazon, pendimetalina. prometrina. trifturalina
Alho-porrO linuron, prometrina
Aspargo cloramben, linuron, metribuzin. paraquat
Bafala acetato de dlnoseb, diclofop·metil, difenamida, dinoseb, diuron, EPTC, I/nuron, metrlbuzln, NaTCA, pa·
raquat. pebulate, pendimetalina, prometrina Dessecantes: dinoseb, diquat. paraquat
Batata·doce cloramben
Berinjela trinuralina
Beterraba diqua! e paraqual (aplicação dirigida)
BrOroli trifluraltna
Cebola clortal dime!moo, diclofop·metil, diuron, fluazifop-butil, ioxinil, linuron, oxadiazon, pendimetalina, prome-
trina, triflural1na (transplante). Aplicação dirigida (diqual, paraquat)
Cenoura fluazifop- butl~ Jinuran, oxadiazon, pebulate, prometrina, trifluralina
Couve trifturaJina. AphcaçAo dirigida (diquat, paraquat)
Couve·nor lrifIuralina
Ervilha diclofop-metíl, linuron, prometrina
Feij40·vagem cloramben
Melancia cloramben
Mostarda· preta trifluralina
Nabo trifturalina
Pimenta cloramben
Pimentao cloramben, lrifluralina (transplante)
Pepino cioramben
Quiabo linuran, trifluralina
Salsa, salsão prometrina
Repolho trifluralina
Tomate cloramben, clortal dimetllico, dlfanasnida. ftuazjfop·bu1i~ metJibuzin, napropamida. pebulate, triffuralina
(~ansplanfo)

Antes dos herbicidas serem utilizados em maior escala, BLANCO, H.G. Perlodo de conpetição produzjdo por uma comunidade
numa propriedade, o olericultor deve familiarizar-se com o. natural de ervas dtcotiledOneas em uma cultura da alface (Lsctuca
produto, fazendo pequenos testes, em uma ou mais épocas do sa~va L.). O Biológico, 49(9):247-S2, f 983.

ano; usar os bons resultados de outros usuários, ou ter uma BLEASDLALE, J.K.A. The yield of onions and red-beet as atfected by
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ficie obtido através dos métodos usados em cada situação é maleza en lechuga (Lactuca satill8 varo capitata). An. tcA,
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CASAMAYOR, G.R.; PEREZ, N.C.; ACOSTA, C.O. Porrada erRiea de
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Elaboração: CNP Hortali~s/EMBRAPA

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Elaboração: CNP Hortaliças/EMBRAPA

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