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Efeitos de Campo Magnético Fraco na Germinação de Sementes de Alface

Fábio Henrique Silva Sales


Centro de Educação Tecnológica do Maranhão – IFMA

Michelle Rose Santos Almeida


Joaquim Teixeira Lopes
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA

Resumo

O fenômeno eletromagnético é amplamente estudado em diversas áreas, como na


biofísica que ultimamente se preocupa em investigar a influência do magnetismo em sistemas
vegetais. Tais sistemas formam uma grande incógnita de compreensão devido,
principalmente, à pequena quantidade de pesquisas físicas relacionadas a campos magnéticos
em plantas, disponíveis na literatura, e também por causa da complexidade que envolve todo
o processo de crescimento dos vegetais em geral, sob influência desses campos.
O presente trabalho apresenta um estudo macroscópico preliminar, porém
pioneiro, do fluxo de campo magnético, de baixa intensidade e os seus efeitos na germinação
de sementes de alface (Lactuca Sativa), vegetal este amplamente cultivado na região do
Estado do Maranhão, no Brasil. Traçamos um perfil macroscópico do processo germinativo
da alface, quando submetida a um campo magnético fraco gerado por um solenóide.

Palavras-chave: campo magnético fraco, germinação, sementes de alface.

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente estudam-se bastante os fenômenos eletromagnéticos; várias são as


áreas nas quais investigações a respeito de suas influências e seus efeitos são desenvolvidas;
com o avanço tecnológico torna-se necessário à evolução das técnicas e dos equipamentos.
Outro campo de interesse é o de pesquisas agrícolas onde a descoberta de novas
tecnologias pode tornar-se algo definitivo no combate a agressões ao meio ambiente e
principalmente uma melhoria para o aperfeiçoamento de culturas e para o combate a pragas.
Para tanto, seriam interessantes estudos a respeito de fatores que influenciem ou
“potencializem” a germinação de sementes e o crescimento de vegetais.
Baseado nestes aspectos, este trabalho busca encontrar uma relação entre campos
magnéticos e germinação e crescimento de vegetais, traçando um perfil macroscópico
submetendo um vegetal a um campo magnético fraco gerado por um solenóide.
Como sistema biológico vegetal desta pesquisa escolheu-se a alface, Lactuca
sativa.

2 CARACTERIZAÇÃO DA ALFACE

A alface é originária da Ásia e por volta de 4.500 a.C. já era conhecida no antigo
Egito e chegou ao Brasil no século XVI, através dos portugueses. Hortaliça tipicamente
folhosa, de elevado consumo e de grande aceitação.
A alface cultivada (Lactuca sativa), faz parte da Família das Asteraceae e da
Tribo das Lactuceae. O gênero Lactuca compreende por volta de 100 espécies conhecidas.
Geralmente os botânicos consideram que Lactuca sativa é saída da espécie
selvagem Lactuca serriola. Existe uma enorme variabilidade no seio de Lactuca sativa. O seu
plantio, nas regiões de planalto, ocorre entre os meses de março a setembro; nas regiões
serranas, o ano todo. O espaçamento que deve ser utilizado deve seguir as dimensões de 20 x
20 cm ou 25 x 25 cm ou 30 x 30 cm, para plantio em patamares.
As sementes indicadas para este tipo de plantio devem ser de 500-900g/ha, em
sistema de cultivo com transplante e até 4kg/ha, em sistema de cultivo por semeadura direta.
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Para a calagem e adubação deve-se aplicar calcário para elevar a saturação em bases de 80%,
sempre que a análise indicar valores inferiores a 70%.
No plantio, utilizar 60 a 80t/ha de esterco de curral bem curtido, ou 1/4 dessa
quantidade de esterco de galinha. A aplicação deve ser feita em mistura com o solo dos
canteiros e com os adubos minerais pelo menos 10 dias antes da semeadura ou do transplante
das mudas. Aplicar 300-500g/ha de P2O5, 90-150g/ha de K2O e 1kg/ha de boro.
Em cobertura, fazer duas aplicações 40kg/ha de N, aos 30 e 45 dias após
germinação (semeadura direta). No caso de transplante das mudas, aplicar três coberturas de
25 kg/ha de N, decorridos 10, 20 e 30 dias da operação.
A irrigação deve ser freqüente, por infiltração ou por aspersão, e os canteiros,
formados de acordo com o sistema de irrigação a ser utilizado. Outros tratos culturais também
devem ser levados em consideração, tais como a cobertura morta (o bagaço de cana moído,
após a semeadura, no sistema de cultivo por semeadura direta, é o mais indicado); controle de
ervas daninhas; capinas e desbastes (deixar uma planta por cova, no cultivo de semeadura
direta).
Para o controle de pragas e moléstias, como pulgões e tripes: malatiom, mevinfós
ou pirimicarbe; lagarta-rosca: carbaril; doenças das folhas (fungos): Iprodiona, manebe ou
captã, mosaico: deve-se utilizar cultivares resistentes e sementes sadias; vira-cabeça: controle
do inseto vetor (tripes); nematóides (Meloidogyne sp.): tratamento do solo antes do plantio,
rotação de cultura com plantas não hospedeiras e emprego da Crotlaria spectabilis Roth.
Como cultura de cobertura dos terrenos infestados.
Na colheita, efetuá-la quando a planta ou "cabeça" atingir o máximo
desenvolvimento, porém as folhas estão tenras e ainda não há nenhum indício de
florescimento. A precocidade na colheita depende do cultivar, clima, local, época de plantio e
sistema de cultivo, sendo a alface geralmente colhida 50-80 dias após a semeadura.
Em culturas comerciais, a colheita pode prolongar-se por uma semana, pois nem
todas as plantas atingem o ponto ideal ao mesmo tempo. A colheita é manual, sendo as
plantas cortadas à altura do coleto, logo abaixo das folhas basais. São produzidas
normalmente, cerca de 60.000 a 120.000 plantas ("cabeças") ou 800 a 1.200 engradados
pequenos por hectare. Os cultivares de IAC Brasil 202, IAC Brasil 221, IAC Brasil 303 e IAC
Brasil 304 possuem resistência ao vírus do mosaico da alface.
O 'IAC Brasil 202' e o 'IAC Brasil 221' apresentam tolerância ao pendoamento
precoce, sob condições de temperatura elevada. Além desses dois, é recomendado para o

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cultivo no verão, o “Regina”. A aplicação de inseticidas e fungicidas na cultura da alface deve
seguir recomendações técnicas, obedecendo às dosagens e períodos de carência.
A rotação de cultura é necessária em locais, onde a alface é intensamente
cultivada, em vista da possibilidade de ocorrência das seguintes doenças: podridão-de-
esclerotínia, queima-da-saia (Rhizoctonia), míldio (Bremia lactucae) e podridão causada pela
bactéria Erwinia carotovora.
A irrigação diária pela manhã (até às 10 horas) e à tarde (depois das 16 horas),
assim como a utilização de uma camada menos espessa de bagaço de cana na cobertura dos
canteiros, são práticas recomendáveis para o cultivo de alface na época do verão.
A alface é uma hortaliça anual da família das compostas. É considerada uma
planta de inverno, mas não resiste a temperaturas muito baixas, existem algumas espécies de
verão. Entre as mais cultivadas no Brasil destacam-se três grupos: grupo manteiga, grupo
repolhuda americana e grupo folha.
Estas variedades da alface preferem solos leves, bem arejados, bem drenados, com
baixo teor de matéria orgânica e com um pH entre 6,0 e 6,8; geralmente são semeadas no
outono e no inverno, mas também existem variedades tolerantes às altas temperaturas
(variedades de verão).
A variedade analisada neste estudo é a Mônica. Ela requer uma adubação do solo
com esterco bem curtido e uma irrigação de duas a três vezes por semana, ou diariamente pelo
início da manhã ou no final da tarde; É resistente às principais pragas que afetam essa espécie
que são a lagarta-rosa, a paquinha, o grilo, a lesma e o caramujo; e a principal doença que é a
virose-mosaico.

2.1 Informações nutricionais da alface

A alface, em porção de 100g, possui 15 calorias, 1,3g de proteínas, 34 mg de


fósforo, 43 mg de cálcio, 1,3mg de ferro, 87mmg de vitamina A, 0,08mg de vitamina B1,
0,08mg de vitamina B2 e 12mg de vitamina C.
É tida como remédio contra insônia e laxativo, em forma de chá. Para contusões,
inchaços e irritações da pele podem ser usadas como cataplasma.

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3 A ÁGUA NA PLANTA

3.1 Funções da água nas plantas.

Na alface, cerca de 95% do peso da matéria fresca é composta por água, em certas
sementes podem chegar a 4%.
A água é essencial para as plantas, pois é a responsável pela manutenção e
preservação das suas atividades vitais.

A água é o meio fundamental para a manifestação de todos os


fenômenos físicos, químicos e biológicos essenciais para o desenvolvimento
das plantas (Klaus Reichardt).

Ela é um dos principais constituintes do citoplasma de células vegetais


participando diretamente de inúmeras reações químicas como, por exemplo: reações de
hidrólise, condensação, fonte de átomos de hidrogênio (H) na fotossíntese e produto da
respiração; funciona também como solvente.
È o movimento da água na planta que contribui para a locomoção dos solutos
absorvidos ou sintetizados pela raiz, dos compostos transportados até a folha, pelo transporte
de substâncias sintetizadas nas folhas e substâncias não aproveitadas.

3.2 Propriedades físicas da água.

3.2.1 Bipolaridade

A molécula da água (H2O) é eletricamente neutra, porém, sua geometria resulta


em uma molécula bipolar, ou seja, um lado apresentando carga negativa e o outro mostra
carga positiva, isto é, uma molécula assimétrica.
O ângulo H-O-H (aproximadamente 105º) deixa o oxigênio com carga residual
negativa e os hidrogênios com carga positiva.
Quando submetidas a um campo elétrico essas moléculas direcionam seu pólo
positivo para o campo negativo, e o pólo negativo para o campo positivo.

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As moléculas de água acham – se ligadas através de pontes de hidrogênio; as
moléculas orgânicas nas quais a água é constituinte, moléculas hidratadas, são as proteínas,
carboidratos, ácidos nucléicos; essenciais para o crescimento e para o desenvolvimento dos
organismos.

+ +

+
Figura 3.2.1.1 – Estrutura molecular mostrando a distribuição
eletrônica e a posição das ligações de hidrogênio

Com o aumento da temperatura essas pontes de hidrogênio se quebram e então


podem formar-se ligações de hidrogênio com partículas do solo ou superfícies, como o
xilema, carregados positivamente ou negativamente.

3.2.2 Constante dielétrica

A sua alta constante dielétrica faz com que a água seja um ótimo
solvente para íons.(Klaus Reichardt).

Sais inorgânicos em soluções aquosas são dissociados formando cátions e ânions;


cada íon é rodeado depor moléculas de água e essa camada, por sua vez, tem a finalidade de
neutralizar partículas com carga elétrica.
A essa capacidade dá – se o nome de constante dielétrica, que no caso particular
da água é alta.

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3.2.3 Pontos de fusão e ebulição

A água apresenta pontos de fusão e ebulição altos, como já foi citado


anteriormente, o aumento da temperatura as ligações intermoleculares, se acaso não
existissem essas associações a água teria forma de vapor em temperaturas normais (devido ao
baixo peso molecular) e não existiria vida terrestre como animais e vegetais principalmente.

3.2.4 Calor específico de fusão e de vaporização

Essas características têm uma importância biológica considerável, pois devido ao


alto calor específico a água teria que absorver uma grande quantidade de energia para elevar
sua temperatura; e, perder, liberar uma quantidade de energia também elevada para baixar sua
temperatura, fatores estes que interferem diretamente na estabilidade térmica.
Para uma mudança de estado físico a água precisa liberar e absorver uma grande
quantidade de energia. Essas características tornam difícil o congelamento da água; a
evaporação ocorre por absorção de energia sob a forma de radiação. Permite então que a
planta baixe sua temperatura evitando o “calor” excessivo nas horas de radiação solar intensa,
segundo Awad.

3.3 Potencial químico, osmótico e mátrico da água.

O potencial químico da água é uma medida da capacidade das moléculas em


executar um trabalho ou movimento.
O movimento ocorre de uma região de alto potencial (ψ) da água para uma região
de baixo potencial (ψ) água.
Uma redução na pressão ou redução na temperatura e a adição de sais resulta em
uma diminuição do ψ água.
“O potencial osmótico de uma solução se refere ao nível de energia da água nesta
solução” (Awad e Castro, 1983, pág 19).
Quanto maior a concentração de solutos menor o potencial osmótico (ψosm); esse
potencial é bastante significativo para o citoplasma celular pois é constituído por uma solução
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à base principalmente de água e proteínas além de lipídios, açúcares, e sais minerais. E estes
últimos são importantes componentes osmóticos.
É esse potencial que determina a entrada espontânea da água no interior das
células, quanto menor o ψosm água, mais espontâneo será a entrada de água no interior da
célula até que ela se torne túrgida.
O potencial mátrico ψmát por sua vez é o resultado da interação da água com uma
matriz como partículas do solo, parede celular, macromoléculas (proteínas).
Elementos de solo e parede celular apresentam cargas negativas já as proteínas
podem apresentar cargas positivas ou negativas.
A água presente no solo também exerce um papel importante, pois é ela quem faz
a decomposição das rochas que dão origem aos solos; como fonte de soluto participam da
decomposição de plantas e animais por microorganismos, aplicação de adubos e sais
dissolvidos na água para irrigação.

4 NUTRIÇÃO MINERAL

Aristóteles já dissera:
“As plantas não tem alma para pensar”.

As plantas absorvem do meio, elementos que precisam e que não precisam,


podendo inclusive absorver substâncias tóxicas. Ao analisar uma planta pode-se encontrar
nela elementos que vão desde a prata (Ag) até o zircônio (Zr).

4.1 Elementos Essenciais

Um elemento é essencial quando satisfaz aos critérios direto e indireto de


essencialidade.

4.1.1 Critério direto

Quando o elemento faz parte de um composto vital ou quando participa de reações


enzimáticas ou não, cruciais para o metabolismo.

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Ex.: N, P, Mg.

4.1.2 Critério indireto

 A planta precisa dele para completar o seu ciclo de vida, morrendo antes
sem ele;
 O elemento é insubstituível;
 Afeta diretamente a vida da planta, modificando as condições físicas,
químicas ou biológicas do meio desfavoráveis ao vegetal.

4.2 Funções dos elementos essenciais

Para viver a planta necessita, com exceção de C, H, O, de quatorze elementos


minerais que se dividem em duas categorias:
 Macronutrientes, necessários em maior quantidade. São eles:
N, P, K, Ca, Mg, S.
 Micronutrientes, necessários em menor quantidade. São eles:
B, Cl, Fe, Mn, Mo, Zn, Cu, Co.
A ausência de qualquer elemento pode limitar o crescimento e a produção. Eles
são componentes estruturais de metabólitos e não metabólitos, parte ou ativador enzimático,
entre outros.
As tabelas 1 e 2 mostram funções e compostos de macro e micronutrientes

NUTIENTE FUNÇÃO COMPOSTOS


N Importante no metabolismo como Aminoácidos e proteínas, aminas, amidas,
compostos aminoácidos, purinas, pirimidinas,
alcalóides.Coenzimas, vitaminas,
pigmentos.
P Armazenamento e transferência de Ésteres de carboidratos, nucleotídeos e
energia, estrutural. ácidos nucléicos, coenzimas, fosfolipídios.

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K Abertura e fechamento de Predomina em forma iônica, compostos
estômatos, síntese e estabilidade de desconhecidos.
proteínas, relações osmóticas,
síntese de carboidratos.

Ca Ativação enzimática, parede Pectato de cálcio, fitato, carbonato,


celular, permeabilidade, mediação oxalato.
das respostas de crescimento.

Mg Ativação enzimática, estabilidade Clorofila


de ribossomos, fotossíntese.
S Grupo ativo de enzimas e Cisteína, cistina, metionina, e taurina,
coenzimas. glutatione, glicosídios e sulfolipídios,
coenzimas.

Modificada por Hewitt & Smith (1975).


Tabela 1 - Funções e compostos dos macronutrientes.

Altas concentrações de potássio dificultam a absorção do magnésio; que, por sua


vez, é essencial para a absorção de fósforo.
O magnésio é ativador de enzimas “ativadoras” que catalisam o primeiro passo da
síntese protéica.

NUTRIENTES FUNÇÕES COMPOSTOS


B Transporte de carboidratos Borato, Compostos
coordenações com fenóis desconhecidos.
Cl Fotossíntese Cloreto, Compostos
desconhecidos.
Co Fixação de N2 Vitamina B12
Cu Enzimas, Fotossíntese. Polifenoloxidase,
plastocianina, azurina,
estelacianina, umecianina.

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Fé Grupo ativo em enzimas e em Citocromos, ferredoxina,
transportadores de elétrons. catalase, peroxidase,
reductase de nitrato,
nitrogenase reductase de
sulfito.
Mn Fotossíntese, metabolismo de Reductase de nitrato,
ácidos orgânicos.
Mo Fixação de N2, Redução do Nitrogenase
-
NO3
Zn Enzimas Anidrase carbônica, aldalose.
Modificada de Hewitt & Smith (1975).
Tabela 2 - funções e compostos dos micronutrientes

4.3 Movimento de íons no xilema

Os íons são transportados no xilema da forma em que foram absorvidos com


exceção do nitrogênio além do fósforo, P(nucleótidos), do enxofre, S(metionina) e do ferro,
Fe (citratos).
O fluxo d’água provocado pela transpiração transporta os íons monovalentes; os
cátions bivalentes são atraídos pelas cargas negativas das paredes internas do xilema e são
mais lentos que os íons monovalentes.
Há intenso movimento transversal de íons entre o xilema e o floema.

5 FOTOSSÍNTESE

Reação de oxiredução na qual os elétrons e íons hidrogênio (H+) são transferidos


da água para o dióxido de carbono, ou seja, é uma reação para a obtenção de energia.
Este processo é dividido em duas etapas:
Na primeira a luz é imprescindível; é a energia luminosa que será utilizada para a
formação de adenofosfatos e a redução de moléculas transportadoras de elétrons.
A clorofila, pigmento que confere a cor verde às plantas, absorve a luz; os elétrons
alcançam um nível mais alto de energia; quando esses elétrons retornam ao nível mais baixo
essa energia é liberada e utilizada para a formação de ligações químicas.
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O principal pigmento relacionado ao processo da fotossíntese é a clorofila. Há
vários tipos de clorofila, a, b, c.
Quando os pigmentos absorvem luz, um elétron “salta” e é transferido para uma
outra molécula, aceptora, que inicia o fluxo de elétrons.
Na segunda etapa, independentemente da luz, a energia química da primeira é
utilizada para a redução do carbono.

6 GERMINAÇÃO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

6.1 Germinação

A germinação das sementes depende de fatores internos e de fatores externos.


Entre os fatores externos, destacam-se a água, o oxigênio e a temperatura.

“Sementes pequenas, tais como as da alface (Lactuca sativa),


geralmente requerem exposição à luz para a germinação”.(Raven pág 415)

Como as maiorias das sementes maduras são extremamente secas precisam


absorver água do meio para as enzimas sejam ativadas e sintetizadas; e, assim digerir e
utilizar a reserva nutritiva da semente.
Assim que a “a casca” da semente se rompe, a planta requer oxigênio para a
respiração.
Segundo RAVEN (1998):
Se o solo estiver saturado, a quantidade de O2 disponível pode ser inadequada e a
plântula não se desenvolverá corretamente.
O intervalo de temperatura considerado ótimo para a germinação de sementes está
entre 25º e 30º.

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6.2 Regulação do crescimento e do desenvolvimento: Os hormônios Vegetais.

“Uma planta faz muito mais de que simplesmente aumentar sua massa
e seu volume para crescer. Ela diferencia-se, desenvolve-se e adquire formas,
formando uma variedade de células e tecidos”, (Raven, pág 509).

Os fatores internos que regulam o crescimento são químicos, os hormônios


vegetais. Estas substâncias orgânicas são produzidas no tecido onde atuam ou serão
transportados para outros tecidos, sendo necessárias quantidades mínimas.
Os hormônios, ou reguladores químicos, ora funcionam como estimuladores ora
como inibidores do crescimento. Distingue-se, assim cinco tipos de hormônios vegetais:
auxinas, citocininas, etileno, ácido abscísico e giberelinas.
6.2.1 Auxinas

Este hormônio é produzido no ápice dos sistemas caulinares e é responsável pelo


alongamento celular, isto é, pelo crescimento do vegetal.
Ele é sintetizado nos primórdios foliares, nas folhas jovens, e é encontrado em
flores, fruto, sementes e também nas raízes, mas chega até elas através do transporte via
cilindro vascular.
O transporte em sistemas caulinares e raízes é lento e polar ou unidirecional, isto
é, ocorre em direção à base nos caules e folhas; e em direção à extremidade das raízes, ou
seja, é um transporte basal.
O mecanismo de transporte é ativo, pois requer energia proveniente do
metabolismo vegetal. Este movimento ocorre de célula a célula através das membranas
plasmáticas e das paredes celulares.
Segundo RAVEN (1998), as auxinas entram nas células em sua região apical, por
difusão, através da membrana plasmática na forma não – ionizada, ao entrar em contato com o
citoplasma, ioniza – se formando dois íons monovalentes, um ânion e um cátion. Junto à base
há um carregador protéico específico ligado ao efluxo de prótons medeia, de forma ativa,
efluxo de íons auxina através da membrana plasmática. Na figura 6.2.1.1 mostra sua
composição química.

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CADEIA LATERAL DE
ANEL INDÓLICO ÁCIDO ACÉTICO

CH 2 COOH

H
ÁCIDO INDOL - ACÉTICO (AIA)

Figura 6.2.1.1 – Estrutura molecular das auxinas.

Os diferentes órgãos vegetais necessitam de diferentes concentrações de auxinas


para sua máxima elongação. Concentrações acima de um nível ótimo podem a síntese de
etileno.

6.2.2 Etileno

O etileno é um composto gasoso que participa da regulação dos processos


fisiológicos das plantas, inclusive o de crescimento e o desenvolvimento; em outras palavras,
é considerado um regulador do crescimento.

6.2.3 Giberelinas

As giberelinas têm a função específica de estimular o alongamento celular


fazendo com que a raiz, rompa a casca da semente.
Na cevada, por exemplo, o embrião libera este hormônio e induz a síntese de
proteínas que farão a digestão do endosperma da semente liberando açúcares, aminoácidos e
ácidos nucléicos que terão papel fundamental para o crescimento do embrião.

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6.3 Análise quantitativa do crescimento

O crescimento pode ser dividido em diferentes fases; inicialmente a planta


depende somente das reservas nutritivas contidas nas sementes para o desenvolvimento das
plântulas; após o surgimento das raízes e das folhas, os processos de obtenção de energia e
fotossíntese aceleram o crescimento até atingir o tamanho definitivo da espécie iniciando-se
assim uma parada na produção da matéria orgânica.
Observando-se uma curva hipotética, conforme a figura 6.3.1, de crescimento
vegetal verifica-se a existência de um período inicial em que o crescimento é lento, seguido
de uma fase de crescimento rápido e um decréscimo na acumulação da matéria seca na altura
da planta.

IDADE DA PLANTA
Figura 6.3.1 - Curva ilustrativa do crescimento sigmoidal de uma planta.

Se os valores forem transformados em logaritmos o gráfico assume o seguinte o


seguinte formato demonstrado na figura 6.3.2:

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O
T
N
E
M
I
C
S
E
R
C
Ln

IDADE DA PLANTA

Figura 6.3.2 – Gráfico do crescimento sigmoidal de planta numa função logarítmica.

Caracterizando-se assim as três fases do crescimento com destaque para o período


linear do crescimento.
O crescimento de um planta pode ser medido de várias formas; em alguns casos a
determinação da altura é suficiente.

7 CAMPO MAGNÉTICO

O magnetismo e a eletricidade eram assuntos trabalhados separadamente pelos


físicos do século XVIII. Esses dois conhecimentos começaram a ser tratados como um todo
quando o físico dinamarquês Hans C. Orested (1777-1851) descobriu que uma corrente
elétrica percorrendo um condutor fazia que uma bússola, colocada nas proximidades do
condutor, altera-se sua configuração inicial.
Do parágrafo acima, observa-se que ocorreu uma mudança na configuração do
espaço em volta do condutor. Alem de uma corrente atravessando um condutor também é
possível observar alterações no espaço de: um imã e de uma carga eletrizada em movimento.

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7.1 Definição

A região do espaço, modificada pela presença de um imã, de uma carga em


movimento ou de uma corrente percorrendo um condutor é chamada campo magnético.
Vetor indução magnética
Para um estudo quantitativo a cerca do campo magnético é necessário o
entendimento do conceito de linhas de indução e a relação dessas configuração com o vetor

indução magnética B .
Já é sabido que um imã produz modificações no espaço ao seu redor. Quando
colocado sobre este imã uma papel qualquer e pulverizando sobre o sistema imã-papel,
limalha de ferro, é possível observar a formação de um espectro de campo conhecido como
linhas de indução. Esse é conceito é importante, pois o vetor indução é sempre tangente a
essas linhas, assim sendo, é possível determinar onde o campo nascendo ou morrendo como
no caso do imã.

7.2 Linhas de indução do campo magnético gerado por correntes elétricas

7.2.1 Campo gerado por correntes retilíneas

As linhas de indução do campo magnético em um condutor retilíneo são

circunferências concêntricas dispostas em planos perpendiculares ao condutor. Esse

entendimento pode ser obtido utilizando-se a chamada regra da mão estendida, onde o polegar

indica o sentido da corrente elétrica e os outros dedos curvados determinam o sentido das

linhas de indução.

7.2.2 Campo gerado por corrente circular (espira)

Uma espira é um condutor em forma de quase circular onde a corrente entra


percorre toda a espira e sai numa posição diferente da entrada.

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Usando-se a regra da mão direita estendida é possível determinar que: a corrente
percorrendo o sentido horário da espira o campo vai “entrar” na espira e quando a corrente
percorre o sentido anti-horário, o campo “sai” da espira. Observa-se, também, que o campo
sempre está apontado para a face norte da espira.

7.3 Módulo do vetor indução magnética gerado no centro da espira


O vetor B , no centro da espira, tem módulo dado por:
  .i
B
2R

Onde  é a permeabilidade magnética, i é a corrente que percorre a espira e R é o

raio da espira.

7.4 Campo de um solenóide

Denomina-se solenóide é um fio enrolado em forma de hélice circular a superfície


lateral de um cilindro.
No solenóide há linhas de indução tanto internamente quanto externamente, no
entanto, considera-se como quase nulo o campo exterior a um solenóide, portanto há presença
de campo somente no seu interior.
As linhas de campo no interior do solenóide são praticamente paralelas e sendo
muito longo o solenóide a campo no seu interior é considerado uniforme, ou seja, o módulo

de B não se altera e as linhas de indução são paralelas e igualmente espaçadas.

7.4.1 Módulo do vetor indução magnética no interior do solenóide



O vetor indução magnética B induzido por uma corrente que percorre o solenóide

é dado por:

  .N .i
B

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Onde  é a permeabilidade magnética, i é a corrente que percorre a espira,  é o

comprimento da espira e N é o número de espiras.

8 MATERIAIS E MÉTODOS

8.1 Materiais utilizados

Para a realização dos experimentos utilizaram – se dois solenóides, multímetros,


teslômetros, termômetros, seis vasos transparentes com dez centímetros de altura e oito
centímetros de diâmetro, 250g de terra preta enriquecida com esterco, uma proveta para medir
volume de água.

8.2 Tratamento Experimental

8.2.1 Montagem do experimento

Figura 8.2.1.1 Montagem do equipamento para o primeiro ensaio

Para conseguir o efeito desejado, foram colocados, primeiramente, dois solenóides


submetidos a uma corrente de 2,06A e uma voltagem de 1,8V gerando, assim, um campo
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magnético igual a 0,49mT, todos controlados por equipamentos como multímetros e
teslômetros.
As temperaturas externa e interna dos solenóides também foram monitoradas
através de termômetros.
Todas as sementes foram plantadas sob as mesmas condições de temperatura,
iluminação, irrigação e nutrientes.
O solenóide ficou ligado com um campo magnético fraco, de 0,48mT, direcionado
para cima a favor do crescimento das plantas, fototropismo positivo, mantendo-se constante
por 24h (08.08.2005); e dois termômetros, um interno e outro externo ao solenóide Após esse
período foi dado início ao primeiro ensaio.
Para a realização dos experimentos utilizou – se seis vasos transparentes com dez
centímetros de altura e oito centímetros de diâmetro dentro dos quais colocou - se 250g de
terra preta enriquecida com esterco; uma proveta para medir volume de água dos dois grupos,
teste e controle.

Figura 8.2.1.2 Teslômetro marcando o campo magnético


inicial

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Figura 8.2.1.3 Teslômetros mostrando a variação do campo magnético


8.2.2 Procedimento

 Primeiro Ensaio.

Pegou-se dois vasos dentro dos quais foram plantadas doze sementes espaçadas
quatro centímetros para que ficassem as mais próximas possíveis do centro do solenóide, cada
vaso recebeu 50 ml de água a temperatura ambiente.
Mediram-se, então, as temperaturas interna e externa ao solenóide; e, um dos
vasos, foi colocado no interior do mesmo.
A biometria foi realizada, diariamente, pela manhã às 08:30 H e à tarde às 16:30
H; e, a partir do sexto dia apenas às 16:30H.
A irrigação aconteceu simultaneamente à biometria, com a adição de 50 ml de
água, no 1º dia, em cada vaso; e, 25 ml a partir do 2º dia.

Figura 8.2.2.1 Proveta marcando o volume


inicial de água para a irrigação das sementes

21
Figura 8.2.2.2 Germinação das primeiras sementes
internas ao solenóide

Figura 8.2.2.3 Irrigação do 1º Ensaio (vasos externo e


interno)

 Segundo Ensaio.

O segundo ensaio aconteceu sete dias após e as mesmas condições foram


estabelecidas. O Aparelho ficou ligado durante 24 h e, só então, foi dado início ao plantio.
A biometria foi realizada apenas uma vez ao dia, às 16:30 H, com a adição de 50
ml de água, a temperatura ambiente, em cada um do dois vasos, no primeiro dia; e, a metade
deste volume a partir do segundo dia.

22
Figura 8.2.2.4 Vaso externo e vaso interno com as plântulas

Figura 8.2.2.5 Condições internas do solenóide

 Terceiro Ensaio.

Para este ensaio as condições iniciais foram estabelecidas, semelhantes aos dois
ensaios iniciais, porém o campo praticamente não sofreu alterações iniciais nas primeiras 24
H, conseguindo – se assim um campo magnético fraco de 0,30 mT.
As condições de irrigação também foram alteradas reduzindo – se para 17,5 ml de
água/vaso.

23
A biometria foi realizada diariamente, duas vezes ao dia, registrando – se somente
a segunda medição.
Em todos os casos, a sonda foi colocada a uma altura de 10,5cm, bem rente a
terra; e os vasos internos foram colocados de forma que ficassem no centro do solenóide.

9 RESULTADOS E DISCUSSÃO

9.1 Resultados

 Ensaio 1

De acordo com a tabela abaixo, observou-se que as sementes submetidas ao campo


germinaram simultaneamente ao sexto dia e mantiveram o ritmo de crescimento até o oitavo
dia; a partir de então, as plântulas obtiveram um desenvolvimento diferenciado.
No entanto, a partir do décimo primeiro dia as plântulas começaram a ressecar; no
décimo quinto dia, morreram.
Analisando – se a quantidade de água, verifica – se que o solo mostrou – se
encharcado, em relação à temperatura, nota - se que a variação entre as temperaturas interna e
externa variaram entre 0,7ºC e 2,5ºC. A variação da temperatura interna foi de 2,2ºC.
Nota – se que, exatamente no décimo primeiro dia, ocasião em que as plântulas
começaram a estabilizar o crescimento, foi também quando começaram a ressecar e a
temperatura ultrapassou os 2ºC.
Outro aspecto relevante é o fato de que o campo magnético não se manteve
estável, aumentando a cada irrigação.
No grupo controle, pode – se notar que as sementes germinaram de forma
heterogênea, com a temperatura em torno de 30,5ºC. Verificou – se que a germinação foi lenta
assim como o crescimento, mas depois o mesmo mostrou-se mais acelerado estabilizando – se
no décimo terceiro dia.
Na observação do solenóide constatou – se uma ventilação deficiente assim como
as condições de iluminação e drenagem.

24
Medidas/Data Horário Te / Ti B (mT) I (A), V (V) Crescimento Água (ml)

01 – 9/8/5 16h30min 31/30, 5 0,49 2,06/1,8 Nenhum 50(2)

02 – 10/8/5 8h30min 29,5/31,5 0,46 2,07/1,8 Nenhum -

03 – 10/8/5 16h30min 30,8/31,5 0,50 2,07/1,8 Nenhum 25(2)

04 – 11/8/5 8h30min 30,0/31,0 0,52 2,03/1,8 Nenhum -

05 – 11/8/5 16h30min 31,5/32,5 0,51 2,04/1,8 Vaso externo:


Planta1e cresceu
0,3cm 25(2)
Vaso interno:
Nenhum
06 – 12/8/5 8h30min 30,5/32,5 0,57 2,05/1,8 Vaso externo:
Planta1e cresceu
1,5cm -
Vaso interno:
Planta1i cresceu 0,3cm
Planta2i cresceu 0,3cm
Planta3i cresceu 0,3cm
07 – 12/8/5 16h30min 30,5/31,8 0,59 2,05/1,8 Vaso externo:
Planta1e cresceu
1,7cm 25(2)
Vaso interno:
Planta1i cresceu 0,7cm
Planta2i cresceu 0,7cm
Planta3i cresceu 0,7cm
08 – 13/8/5 16h30min 31,0/32,4 0,58 2,06/1,8 Vaso externo:
Planta1e cresceu
3,1cm 25(2)
Planta2e cresceu
1,6cm
Vaso interno:
Planta1i cresceu 1,8cm
Planta2i cresceu 1,8cm
Planta3i cresceu 1,3cm
09 – 14/8/5 16h30min 30,5/32,4 0,60 2,06/1,8 Vaso externo:
Planta1e cresceu
3,5cm 25(2)
Planta2e cresceu
2,5cm

25
Vaso interno:
Planta1i cresceu 2,5cm
Planta2i cresceu 2,3cm
Planta3i cresceu 1,8cm
10 – 15/8/5 8h30min 29,5/31,8 0,64 2,05/1,8 Vaso externo:
Planta1e cresceu
4,1cm 25(2)
Planta2e cresceu
3,5cm
Vaso interno:
Planta1i cresceu 3,1cm
Planta2i cresceu 2,5cm
Planta3i cresceu 1,8cm
11 – 15/8/5 16h30min 30,5/32,1 0,66 2,05/1,8 Vaso externo:
Planta1e cresceu
4,1cm 25(2)
Planta2e cresceu
3,5cm
Vaso interno:
Planta1i cresceu 3,1cm
Planta2i cresceu 2,5cm
Planta3i cresceu 1,8cm
12 – 16/8/5 16h30min 30,5/32,7 0,64 2,02/1,8 Vaso externo:
Planta1e cresceu
4,1cm 25(2)
Planta2e cresceu
3,8cm
Vaso interno:
Planta1i cresceu 3,5cm
Planta2i cresceu 2,5cm
Planta3i cresceu 1,8cm
13 – 17/8/5 16h30min 29,5/31,8 0,65 2,04/1,8 Vaso externo:
Planta1e cresceu
4,2cm 25(2)
Planta2e cresceu
4,1cm
Vaso interno:
Planta1i cresceu 3,7cm
Planta2i cresceu 2,5cm
Planta3i cresceu 1,8cm

26
14 – 18/8/5 16h30min 29,5/32,0 0,66 2,05/1,8 Vaso externo:
Planta1e cresceu
4,2cm 25(2)
Planta2e cresceu
4,1cm
Vaso interno:
Planta1i cresceu 3,7cm
Planta2i morreu
Planta3i cresceu 1,8cm
15 – 19/8/5 16h30min 30,0/31,3 0,69 2,00/1,8 Vaso externo:
Planta1e cresceu
4,2cm 25(2)
Planta2e cresceu
4,1cm
Vaso interno:
Planta1i morreu
Planta2i morreu
Planta3i morreu

Tabela 3 Primeiro Ensaio

Ao observar o gráfico abaixo percebe – se que o crescimento é crescente em


relação ao intervalo de tempo no qual ocorreu o ensaio.

Dia x Tam anho (cm )

1,6

1,4

1,2

1
Tamanho (cm)

0,8 Tamanho

0,6

0,4

0,2

0 27
1 2 3 4 5 6
Dia
Figura 9.1.1 Gráfico do tamanho alcançado pelas plântulas com
campo em relação ao tempo (Ensaio 1).
 Ensaio 2

Os dois primeiros dias observaram-se que o campo variou muito, 016 mT.
A temperatura manteve-se constante e houve uma resolução na quantidade de
água; no entanto, nessas condições não houve germinação das sementes expostas ao campo
magnético fraco obtiveram uma germinação mais uniforme quando este campo alcançou uma
variação de 0,07 mT a partir do primeiro dia. Observe a tabela abaixo:

Medi Dat Horá Temp. Temp. Campo Corrente Dd Tamanho Águ


das a rio Externa Interna Magnétic Elétrica p a
o o
C C o A V ml
mT
01 15/0 16h3 30,5 32,5 0,44 2,06 1,8 Não 50
8/05 0min germinou
02 16/0 16h3 30,5 32,5 0,60 2,07 1,9 Não 25
8/05 0min germinou
03 17/0 16h3 29,5 31,0 0,69 2,06 1,9 Não 25
8/05 0min germinou
04 18/0 16h3 29,5 31,5 0,74 2,07 1,9 Vaso
8/05 0min ext:germi
nou 1
semente
Vaso int:
não
germinou.

05 19/0 16h3 30,3 31,5 0,74 2,06 1,9 Vaso 25


8/05 0min ext:germi

28
nou 2
sementes
Vaso int:
não
germinou.

06 22/0 16h3 30,0 31,5 0,85 2,07 1,9 Vaso 25


8/05 0min ext:germi
nou 2
sementes
com
tamanhos
4,2cm e
0,3cm
Vaso int:
não
germinou.

Tabela 4 Segundo Ensaio

29
Crescim ento ao Ar Livre

2,5

2
Tamanho (cm)

1,5
Amostra1
Amostra2
1

0,5

0
1 2 3 4 5 6
Dia

Figura 9.1.2 Gráfico do tamanho alcançado pelas plântulas com e sem ca

 magnético
mpo Ensaio 3 gerado pelo solenóide em relação ao tempo (Ensaio 1).
Analisando a tabela abaixo, verificou-se que com a obtenção de uma campo
magnético praticamente estável, variando 0,01 mT houve a germinação de 10 sementes.
A redução da quantidade de água o solo tornou-se menos úmido; isso ocasionou
uma redução na temperatura interna do solenóide havendo uma variação de 0,3ºC a diferença
entre as temperaturas internas e externas variou entre -0,5ºC e 1ºC.
No quarto dia três sementes germinaram pela manhã e a tarde mais seis alcançando
assim uma altura média de 1,8 cm. Até o quinto dia dez plantas haviam crescido e atingido
um tamanho médio de 4,2 cm.
Em relação ao grupo controle, a germinação ocorreu no terceiro dia com uma
semente apenas. No quinto dia observou-se que as plantas apresentavam tamanhos diferentes
atingindo uma altura média de 4,5 cm.

30
Medi Data Horá Temp. Temp. Campo Corrente Dd Tamanho Águ
das rio Extern Interna Magnétic Elétrica pV a
a oC o
C o mT A ml
01 22/0 17h2 31,0 31,6 0,31 2,03 1,8 Não 17,5
8/05 0min germinou
02 23/0 17h2 31,0 31,6 0,31 2,05 1,8 Não 17,5
8/05 0min germinou
03 24/0 17h2 32,0 31,5 0,31 2,05 1,8 Vaso 17,5
8/05 0min ext:germi
nou 1
semente
Vaso int:
não
germinou.

04 25/0 17h2 30,8 31,8 0,30 2,03 1,8 Vaso 17,5


8/05 0min ext:cresce
ram 12
sementes
com
tamanho
médio de
2 cm
Vaso int:
cresceram
09
sementes
com
tamanho
médio de
1,8 cm

31
05 26/0 17h2 30,5 31,5 0,30 2,07 1,8 Vaso 17,5
8/05 0min ext:cresce
ram 13
sementes
com
tamanho
médio de
4,5 cm
Vaso int:
cresceram
10
sementes
com
tamanho
médio de
4,2 cm

Tabela 5 Terceiro Ensaio

Observando o gráfico abaixo percebe – se que o crescimento das plântulas


submetidas ao campo é semelhante ao das plântulas sem a influencia do campo, guardadas as
devidas proporções, afinal é notório que o grupo teste obteve um desenvolvimento menor.

32
Evolução de Crecim ento

4,5

3,5

3
Tamanho (cm)

2,5
Com Campo
Sem Campo
2

1,5

0,5

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Dia

Figura 9.1.3 Gráfico da evolução do crescimento das Plântulas com e sem campo
em função do tempo.

10 CONCLUSÃO E SUGESTÃO

10.1 Conclusão

Baseado na biometria e nas pesquisas realizadas a cerca da influencia de campos


magnéticos no desenvolvimento de vegetais, pode – se concluir que o campo magnético fraco
potencializa a germinação das sementes, e inibe o crescimento.Ao observar a figura 10.1.3,
nota – se que mesmo estando submetidas às mesmas condições de nutrientes, e tendo sido
plantadas no mesmo dia, houve uma diferença em seus metabolismos.
Para que uma semente germine é necessário um conjunto de condições favoráveis,
como a presença de luz, oxigênio, nutrientes, água; é essencial que a mesma receba uma
hidratação.Além disso, para se manter, uma semente utiliza os nutrientes contidos em seu
interior e a partir de então, dar início ao processo de germinação e manutenção até que a

33
planta possa realizar o processo fotossintético e obter seus próprios nutrientes. Essa utilização
de nutrientes só é possível devido à presença de substâncias, hormônios, em seu interior.
Pode - se concluir também que a água possui um papel relevante, afinal a cada
irrigação o campo aumentava e isso só quando o solo ficava bem úmido, a água acelera o
fluxo de hormônios de crescimento na planta e o fluxo de íons.
O solo com mais umidade proporciona a semente de alface melhor absorção de
campo magnético isso se deve, principalmente porque água atua como agente catalisador da
ionização que acontece durante a emissão do campo sobre esta, água oferece um maior espaço
para os íons se movimentar, além disso, um aumento de temperatura pode diminuir o campo
magnético, interferindo assim negativamente no metabolismo da semente. A energia química
a mais que a semente ganha devido à interação do campo magnético com os radicais livres
existentes nos tecidos das células do vegetal.

A molécula de água também possui propriedades paramagnéticas e absorve a


energia do campo magnético. Esta energia também é transformada em energia química que e
é adicionada à energia já absorvida pelos radicais livres.

De forma geral, o campo é bom pra germinar, mas pra crescer além do campo a
planta precisa absorver mais energia, pois ela está em fase de crescimento.
A uniformidade da germinação é propiciada pelo campo magnético aplicado,
também é facilitada pela própria geometria do solenóide que propicia um espalhamento com
simetria radial, na parte interna deste experimento. Ressalta-se também que o campo no
interior do solenóide possui intensidade constante.

10.2 Sugestão

Para melhor entender a influência do campo no crescimento de vegetais é


necessário que se melhore as condições físicas, aumente a amostra, utilização de um solenóide
apropriado e que sejam testadas mais espécies vegetais além da alface.

34
REFERÊNCIAS

AWAD, Marcel. CASTRO Paulo R.C. Introdução à fisiologia vegetal, São Paulo: Ed.
Nobel, 1983.

FERRI, Mário Guimarães et al. Fisiologia Vegetal, São Paulo: EPU: Ed. da Universidade de
São Paulo, 1979.

PAULI, Ronald Ulisses, MAUAD, Farid Carvalho, HEILMANN, Hans Peter. Física 4.
Eletricidade, Magnetismo,Física Moderna,Análise Dimensional, São Paulo: EPU, 1979-
1980.

RAVEN, Peter H., EVERT, Ray F., EICHHORN, Susan E. Biologia Vegetal. 5ª ed., Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan SA,1996.

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