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TERESINA-PI
2023
1. Introdução
A Taxonomia de Fanerógamas é a ciência que estuda a classificação e a
nomenclatura das plantas com flores (também conhecidas como angiospermas ou
fanerógamas). Esta disciplina é essencial para a compreensão da diversidade das
plantas que compreendem este grupo, além de ter aplicações importantes em áreas
como a ecologia e a conservação da biodiversidade.
As plantas com flores são um grupo diverso de organismos que apresentam
uma grande variedade de características, tais como a forma das folhas, a morfologia
das flores, o tipo de fruto e muitas outras características. Desse modo, a taxonomia
procura organizar e classificar essas plantas em grupos com base nessas
características, de modo a facilitar a sua identificação e compreensão. No mais, esta
área é baseada em princípios científicos e utiliza uma nomenclatura padronizada
internacionalmente, que permite que os pesquisadores de todo o mundo possam se
comunicar e compartilhar informações de forma precisa e eficiente.
Ao longo dos anos, a taxonomia de fanerógamas tem evoluído, e as técnicas
e ferramentas utilizadas pelos taxonomistas também se modificaram. Atualmente,
fundamenta-se em uma ampla gama de evidências, incluindo a morfologia, a
anatomia, ecologia das plantas, e recentemente estudos em genética e biologia
molecular.
No que tange a disciplina de Flora Regional, a taxonomia está intimamente
relacionada, visto que, conhecimento taxonômico é fundamental para o estudo da
flora de uma determinada região. A taxonomia fornece a base para a identificação
das espécies vegetais, permitindo que sejam agrupadas em famílias, gêneros e
espécies, e que suas características ecológicas e evolutivas sejam analisadas.
Desse modo, no decorrer da disciplina foram analisadas variadas espécies
de plantas locais, levando em consideração suas respectivas morfologias, tanto dos
órgão vegetativos quanto de órgãos reprodutivos como flores e fruto, com o objetivo
de identificar caracteres diagnósticos que agrupam as plantas utilizadas em suas
determinadas famílias, subfamílias, identifique gênero e quando possível espécie.
2. Metodologia
A metodologia para as aulas da disciplina de flora regional ocorreu da
seguinte maneira:
3.1 Fabaceae
As plantas da Família Fabaceae compreendem árvores, arbustos,
subarbustos, ervas trepadeiras e lianas e são caracterizadas por folhas geralmente
alternas e compostas (pinadas, bipinadas e trifoliadas) por estípulas laterais, flores
com simetria bilateral, pentâmeras, diclamídeas e hermafroditas, mas com grande
variação na presença e número de elementos por verticilo, podendo ser
monoclamídeas (geralmente sem corola) e unissexuadas. As inflorescências podem
ser do tipo racemo, espiciforme, glomerular, umbela, tirsóide e panículas ou
cimeiras. O androceu pode ser isostêmone, diplostêmone polistêmone, com filetes
livres ou unidos parcialmente, com anteras com aberturas longitudinais e rimosas. O
gineceu é geralmente unicarpelar, com ovário sempre súpero e placentação
marginal. Os frutos leguminosos quando deiscentes, são caracterizados por possuir
duas valvas e uma linha de sutura que se abre em duas partes quando maduro
(Flora do Brasil, 2023).
A família Fabaceae é dividida em três subfamílias principais:
Caesalpinioideae, Mimosoideae e Faboideae (APG, 2016). Cada uma dessas
subfamílias possui características distintas em relação à morfologia das flores, frutos
e sementes. Por exemplo, a Subfamília Caesalpinioideae é composta por cerca de
1500 espécies de árvores, arbustos e lianas, sendo conhecida por suas folhas
bipinadas, paripinadas com folíolos opostos, raramente bifolioladas ou com folíolos
alternos. Inflorescência racemosa, flores vistosas e simetria radial.
A Subfamília Mimosoideae inclui cerca de 4000 espécies de árvores e
arbustos, lianas e herbáceas, são facilmente reconhecidas por suas folhas
compostas, geralmente com muitos folíolos pequenos, e suas inflorescências do tipo
cabeça, que consistem em um grande número de flores agrupadas em uma
estrutura esférica. As flores são pequenas e geralmente de cor branca ou amarela,
e pétalas superiores maiores, pétalas laterais menores e uma estrutura tubular
formada pelas pétalas inferiores. A Subfamília Faboideae é a maior das três, com
cerca de 13000 espécies, caracterizada por flores geralmente papilionadas e
zigomorfas, mas raramente actinomorfas, com pétala adaxial a mais externa no
botão, e se a flor é apétala ou tem apenas uma pétala, então as sementes têm um
hilo lateral e oblongo e o embrião tem radícula curva; sépalas geralmente unidas
formando um cálice gamossépalo, inclui plantas como ervilhas, feijões e trevos.
3.2 Euphorbiaceae
Euphorbiaceae é uma grande família de plantas com flor, que inclui cerca de
6.500 espécies diferentes em todo o mundo. É uma das maiores famílias de plantas,
e é caracterizada por ter muitas espécies de arbustos, árvores e plantas herbáceas.
As plantas de Euphorbiaceae possuem uma grande diversidade de características,
incluindo flores masculinas e femininas separadas ou combinadas na mesma planta,
frutos variados como cápsulas, bagas e drupas, e folhas simples ou compostas.
Muitas espécies também produzem látex, um líquido branco ou colorido que pode
ser tóxico ou irritante (WEBSTER, 1994).
As plantas dessa família compreendem ervas, arbustos, subarbustos,
árvores, trepadeiras, lianas, suculentas; monoicas ou dioicas; látex ausente ou
presente, leitoso, variadamente colorido ou incolor; indumento de tricomas simples,
malpiguiáceos (dibraquiados), estrelados, lepidotos, dendríticos, glandulares ou
urticantes. É caracterizada por folhas geralmente simples, digitadas, reduzidas ou
caducas nas espécies suculentas, geralmente alternas, raramente opostas ou
verticiladas. Inflorescências terminais e/ou axilares, raramente caulifloras, às vezes
reduzidas a uma única flor; geralmente tirsos ou dicásios/pleiocásios, às vezes com
eixos reduzidos, que conferem aparência espiciforme ou glomeruliforme, racemos
ou panículas. Flores díclinas, aclamídeas, monoclamídeas ou diclamídeas (às vezes
apenas as flores estaminadas) com número e união das sépalas/pétalas e
prefloração variada; frequentemente com nectários de formato e disposição
variados. Frutos geralmente do tipo cápsula, com deiscência septicida-loculicida
explosiva, denominados tricocas, com mericarpos bivalvados, com uma única
semente em cada um; exocarpo liso a variadamente ornamentado e carpóforo
geralmente persistente; sementes com formato e ornamentação bastante variados,
com ou sem carúncula, endosperma abundante, embrião reto e cotilédones
achatados e amplos.
3.3 Asteraceae
A Família Asteraceae é uma das maiores famílias de plantas com flores,
composta por mais de 23.000 espécies e 1.600 gêneros. Essas plantas são
encontradas em todo o mundo, tanto em regiões temperadas quanto tropicais. Elas
variam em tamanho, desde pequenas plantas herbáceas até árvores altas. A
característica distintiva da família Asteraceae é a sua inflorescência composta por
cabeças florais, também chamadas de capítulos, que consistem em flores
individuais dispostas em uma estrutura em forma de disco. Essas cabeças florais
podem ser rodeadas por brácteas (folhas modificadas), que podem ter várias formas
e cores, e muitas vezes dão à planta a aparência de uma única flor (ROQUE;
BAUTISTA, 2008).
A Família Asteraceae é composta por várias tribos, cada uma com
características distintas em suas flores, folhas e frutos. Os principais gêneros
identificados durante as aulas foram Zinnia, Centratherum, Emilia, Tridax e Cosmos,
distribuídos nas tribos Heliantheae, Vernonia e Senecioneae.
3.3.1 Descrição dos gêneros para família Asteraceae trabalhados nas aulas
práticas
Zinnia L. Ervas a subarbustos com folhas simples, opostas, cruzadas, ápice
agudo, base truncada, margem inteira, consistência membranácea e coloração
verde. Inflorescência do tipo capítulo héterogamo, flores diclamídeas. Receptáculos
cônico e paleáceo. Presença de pápus. Pétalas trímeras e pentâmeras,
gamopétalas, zigomorfas. Flores do centro feminina e flores do disco bissexuais, às
vezes funcionalmente masculinas. Prefloração imbricada. Androceu com cinco
estames (apenas nas flores centrais), sinânteros, isostêmones, epipétalos e
inclusos. Filetes dialistêmones, anteras rimosas, introrsas e com conectivo basal.
Gineceu com ovário ínfero gamocarpelar, bicarpelar, unilocular com um óvulo por
lóculo e placentação basal. Estilete inserido terminalmente, dois estigmas de
formato foliáceo. Fruto do tipo cipsela enegrecidas, castanhas ou acinzentadas.
3.4 Oxalidaceae
Oxalidaceae é uma família de plantas com flores que inclui cerca de 1000
espécies distribuídas em 7 gêneros. Elas são geralmente encontradas em regiões
tropicais e subtropicais de todo o mundo, embora algumas espécies também
ocorram em regiões temperadas (NOVARA, 2021), Entre os principais caracteres
para diagnose da família estão: folhas compostas e geralmente apresentam três
folíolos, inflorescência cimeiras, dicasiais, umbeliformes ou agrupadas em panícula,
flores geralmente são pequenas e apresentam cinco pétalas que podem ser
brancas, amarelas, vermelhas ou rosas, além de possuir cinco sépalas, dez
estames e um pistilo, ovário súpero, 5-carpelar, 5-locular e frutos são do tipo
cápsula ou baga e contêm várias sementes. Durante as aulas foi utilizado para
diagnose a popular carambola, pertencente ao gênero Averrhoa.
3.5 Rubiaceae
A família Rubiaceae é uma grande e diversa família de plantas com flores,
que inclui cerca de 13.000 espécies distribuídas em cerca de 611 gêneros
(CHIQUIERI; MAIO; PEIXOTO, 2004). Ela faz parte da ordem Gentianales e é
composta principalmente por árvores, arbustos, lianas e algumas ervas.
A principal característica para uma planta estar incluída na família é a
presença de folhas opostas, com estípulas interpeciolares, ou seja, elas estão
localizadas entre o par de folhas opostas. Além disso, as flores são geralmente
pequenas, actinomorfas, e possuem corola tubular, gamopétala com 4 ou 5 lobos. A
maioria das espécies possui inflorescências cimosas ou capítulos, e os frutos são
geralmente drupas, bagas ou cápsulas. Durante as aulas foi utilizado para diagnose
a planta ornamental cafezinho, pertencente ao gênero Ixora.
3.6. Combretaceae
A família Combretaceae é uma família de plantas com flores, que inclui
aproximadamente 500 espécies distribuídas em cerca de 14 gêneros. Ela faz parte
da ordem Myrtales e é composta principalmente por árvores e arbustos, com
algumas espécies herbáceas (SOARES NETO; CORDEIRO; LOIOLA, 2014).
As Combretaceae possuem folhas simples, alternas, opostas ou verticiladas,
com margens inteiras ou serrilhadas, às vezes com tricomas . As flores são
geralmente pequenas, hermafroditas ou unissexuais por aborto, com corola
gamopétala e possuem 4 ou 5 lobos, actinomorfas e raramente zigomorfas,
hermafroditas ou unissexuais, epíginas ou menos frequentemente semi-epíginas,
tetrâmeras ou pentâmeras. Cálice 4-5 lobado, geralmente inconspícuo. Pétalas 4, 5
ou ausentes, pequenas ou conspícuas, alternissépalas. Prefloração valvar ou
imbricada. Androceu diplostêmone, estames didínamos, exclusos, dialistêmones e
podem ser epipétalos. Anteras rimosas, extrorsas com conectivo dorsal. Ovário
ínfero, unilocular; 2-6 óvulos, apicais, com placentação pêndula. A maioria das
espécies possui inflorescências em espigas ou panículas, e os frutos são
geralmente aquênios ou cápsulas. Durante as aulas foi utilizado para diagnose a
planta ornamental madressilva, pertencente ao gênero Quisqualis L.
3.7 Bignoniaceae
A família Bignoniaceae é uma família de plantas com flores que inclui cerca
de 800 espécies distribuídas em cerca de 120 gêneros. Ela faz parte da ordem
Lamiales e é composta principalmente por árvores, arbustos e lianas, com algumas
espécies herbáceas (CHAGAS JUNIOR; CARVALHO; MANSANARES, 2010).
As Bignoniaceae possuem folhas opostas ou alternas, compostas ou simples,
com margens inteiras ou serrilhadas. As flores são geralmente grandes, vistosas e
bilabiadas, com corola gamopétala e possuem 5 lobos. O androceu é formado por
quatro estames didínamos, ou seja, dois são mais curtos e dois são mais longos e
epipétalos. Gineceu formado por um ovário súpero, disco nectarífero ou carpopódio,
com dois carpelos fundidos, contendo dois lóculos, que se abrem longitudinalmente.
O estigma é geralmente bífido, ou seja, com duas partes separadas. A maioria das
espécies possui inflorescências em panículas ou racemos, e os frutos são
geralmente cápsulas alongadas ou folículos. Durante as aulas práticas foi utilizado
para diagnose o coité (Crescentia) e o ipêzinho (Tecomaria).
3.7.1 Descrição dos gêneros para família Bignoniaceae trabalhados nas aulas
práticas
Tecomaria Spach. Folhas compostas, pinadas, imparipinadas, bipinadas,
biteradas, digitadas ou, raramente, folhas simples. Plantas escandentes, sem
gavinhas, árvores, arbustos ou subarbustos. Flores com corola amarela, alaranjada
ou coccinea; estames exsertos ou inclusos e cápsula subcilíndrica.
Crescentia L. Folhas imparipinadas, bipinadas, biteradas, digitadas ou,
raramente, folhas simples. Plantas escandentes, sem gavinhas, árvores, arbustos
ou subarbustos. Árvores, caulifloras; folhas fasciculadas, corola campanulada ou
infundibuliforme, geralmente com uma dobra transversal, próximo da fauce; ovário
unilocular, e fruto baga. Ao final da análise foi possível chegar a espécie Crescentia
cujete.
.
3.8 Acanthaceae
A família Acanthaceae é uma família composta por cerca de 250 gêneros e
2.500 espécies de plantas herbáceas, arbustos e árvores, distribuídas
principalmente nas regiões tropicais e subtropicais do mundo, com maior
diversidade na América do Sul e na África.
As plantas da família Acanthaceae possuem folhas simples, opostas ou
verticiladas, com margens inteiras ou dentadas. Suas flores são geralmente
grandes, vistosas e apresentam cores vibrantes, como vermelho, rosa, amarelo,
laranja ou roxo. Elas são bilabiadas, o que significa que apresentam duas pétalas
superiores fundidas e três pétalas inferiores fundidas, formando uma corola tubular
ou em forma de funil. O androceu é composto por quatro estames didínamos, ou
seja, dois estames são mais longos e dois são mais curtos. Os estames são
inseridos na base da corola, dialistêmones, anteras com deiscência rimosa,
extrorsas e conectivo basal. Gineceu formado por um ovário súpero, com dois
carpelos fundidos, contendo dois lóculos, que se abrem longitudinalmente na
maturidade para liberar as sementes. O estigma é geralmente bífido, foliáceo com
duas partes separadas.
Figura 5: A, corola
infundibuliforme, B estames
didínamos e ovário de Ruelia. D,
inflorescência e E, corola e ovário
e estilete de Justicia. Fonte: Autor
(2023).
3.9 Solanaceae
Os membros da família Solanaceae são geralmente plantas herbáceas,
arbustos ou árvores pequenas. Eles variam muito em tamanho, forma e hábito de
crescimento. As folhas geralmente são simples e alternadas, mas podem ser
compostas em algumas espécies.
As flores são geralmente solitárias ou agrupadas em inflorescências e têm
simetria radial. Elas são geralmente grandes e vistosas, com cinco pétalas unidas
para formar uma corola em forma de sino ou funil. As cores das flores variam de
branco a amarelo, laranja, rosa, roxo ou azul. O androceu da família Solanaceae é
composto por 5 estames, epipétalos, hipóginas, isostêmones, isodínamos, com
anteras extrorsas, rimosas ou loculicidas e conectivo basal ou dorsal. O gineceu é
formado por um ovário súpero, que é constituído por 2 carpelos fundidos,
gamocarpelar, bilocular e bicarpelar. Frutos do tipo baga ou drupa. Durante as aulas
práticas foi utilizado para diagnose a pimenta-de-cheiro (Capsicum) e o camapu
(Physalis).
3.9.1 Descrição dos Gêneros para Família Solanaceae trabalhados nas aulas
práticas
Capsicum L. Androceu com cinco estames férteis, estaminódios ausentes.
Flores com menos de 8 cm de comprimento. Antera com deiscência poricida, com
poros às vezes prolongados em fenda. Folhas inteiras. Corola rotácea,
campanulada, ou largo-campanulada. Cálice truncado, 5-dentado ou 5-lobado.
Fauce da corola profundamente lobada. Filetes filiformes, glabros, soldados na
base, formando um anel aderente à corola, geralmente com um par de apêndices
dentiformes.
Physalis L. Androceu com cinco estames férteis, estaminódios ausentes.
Flores com menos de 8 cm de comprimento. Antera com deiscência rimosa. Folhas
inteiras. Corola rotácea, campanulada, ou largo-campanulada. Cálice truncado,
5-dentado ou 5-lobado. Fauce da corola inteira ou levemente lobada. Ervas inermes,
cálice muito ampliado depois da antese, vesiculoso.
3.10 Annonaceae
As plantas da família Annonaceae podem ser árvores, arbustos, lianas ou
herbáceas. Muitas espécies têm casca lisa e folhas verdes escuras e brilhantes, que
geralmente são alternadas e simples. As flores da família Annonaceae são
bissexuais, diclamídeas, dialipétalas, dialisépalas, geralmente grandes e solitárias,
ou agrupadas em inflorescências. Elas têm simetria radial e são compostas por três
sépalas e três pétalas. As pétalas são geralmente carnosas e podem ter cores
vibrantes, como amarelo, verde, marrom ou vermelho e possuem prefloração valvar.
O androceu da família Annonaceae é composto por muitos estames,
geralmente mais de 20, dispostos em espiral ou em grupos. Os estames são curtos
e largos, heterodínamos, polistêmones, dialistêmones e possuem anteras grandes,
com deiscência rimosa, introrsas e que produzem muito pólen. O gineceu é
composto por um ovário súpero, que contém muitos óvulos, e um estigma grande e
globular. Os frutos da família Annonaceae variam em forma e tamanho, mas
geralmente são grandes e carnosos.
A família Annonaceae é dividida em duas subfamílias: Annonaceae e
Monodoroideae. Para o Brasil só ocorrem representantes da primeira subfamília.
Durante as aulas práticas foi utilizado para diagnose apenas a ata (Annona)
pertencente a tribo Unoneae.
3.12 Cucurbitaceae
As plantas da família Cucurbitaceae possuem caule geralmente trepador,
ramificado ou não, com folhas membranáceas, alternas, simples ou compostas,
com estípulas livres e de limbo cordado. As flores são geralmente unissexuais,
diclamídeas, pequenas e semelhantes em forma a um funil, com cinco pétalas e
cinco sépalas, e possuem de três a cinco estames.
O androceu é composto por estames, geralmente em número de três ou
cinco, isostêmones, isodínamos, hipóginas, com anteras introrsas (ou seja, que se
abrem para dentro). O gineceu é formado por um ovário ínfero, gamocarpelar, com
um ou mais carpelos, e um estigma com três lobos. Os frutos da família
Cucurbitaceae são geralmente carnosos e muitas vezes comestíveis, sendo um dos
principais alimentos em diversas culturas. Eles podem ser globosos, alongados e
cilíndricos.
3.13 Labiatae
As plantas da família Labiatae têm folhas opostas, simples ou compostas,
geralmente com margens dentadas ou serrilhadas, e frequentemente são
pubescentes ou glandulares. As flores são geralmente zigomórficas, com lábios
distintos formados pelas pétalas, e dispostas em inflorescências que variam de
acordo com o gênero.
O androceu é composto por quatro estames didínamos (ou seja, dois mais
longos e dois mais curtos), que se projetam para fora da flor. O gineceu é formado
por dois carpelos fundidos, com um único estigma e um ovário súpero. O fruto da
família Labiatae é geralmente uma drupa ou um aquênio, com uma ou quatro
sementes, e pode ser seco ou carnoso.
3.14 Turneraceae
As plantas da família Turneraceae são subarbustivas e herbáceas,
geralmente com folhas simples, alternadas e sem estípulas. Suas flores são
bissexuadas, diclamídeas, com pétalas livres ou unidas na base e actinomorfas.
Cálice tubuloso ou dialissépalo. Prefloração imbricada contorcida. Corola com cinco
pétalas livres entre si. Estames geralmente em número de cinco a dez, hipóginos e
dialistêmones e podem apresentar heterostilia. Anteras bitecas, basifixas ou
dorsifixas e apresentam deiscência longitudinal ou por poros apicais. Gineceu com
ovário súpero, unicarpelar, unilocular, pode apresentar placentação axial ou basal, e
conter de um a vários óvulos. O estilete é geralmente delgado, e o estigma é
pequeno e terminal.Os frutos podem ser cápsulas trivalvar, bagas ou drupas. A
Chanana (Turnera L.) foi a única planta utilizada para diagnose nas aulas.
3.15 Anacardiaceae
A família Anacardiaceae é formada por árvores ou arbustos com ramos
inermes ou espinhosos. Folhas alternas, imparipinadas ou simples. Inflorescência
em cimas curtas ou em panículas axilares ou terminais. Flores de tamanho
diminutos, de cor pálida, actinomorfas, andróginas ou unissexuadas, por aborto.
Cálice com quatro ou cinco pétalas, prefloração valvar ou imbricada. Corola com
quatro a cinco pétalas livres entre si ou presas ao tubo do hipâncio, geralmente
glabras e levemente pilosas.
3.16 Apocynaceae
As plantas desta família são caracterizadas por terem folhas opostas ou
verticiladas, flores geralmente pentâmeras com corola tubular e um ovário súpero, e
um látex branco ou amarelo que é produzido a partir de vasos laticíferos nas folhas,
flores e caules.
3.17 Rutaceae
A família é composta por árvores, arbustos, subarbustos ou ervas. As folhas
podem ser simples, imparipinadas, bipinadas, trifoliadas, digitadas e unifoliadas.
Estípulas ausentes. Inflorescências racemosas, tirsóides, espiciformes ou panículas.
Flores hermafroditas. Cálice cupuliforme, dialissépalo e com sépalas imbricadas.
Corola tetrâmera ou pentâmera. Estames de quatro a cinco férteis, que podem ser
livres entre si ou concrescidos em tubo unido à corola. Ovário súpero, constituídos
de quatro a cinco carpelos, com quatro a cinco lóculos. Os frutos das plantas da
família Rutaceae são geralmente do tipo cápsula ou bago, mas também podem ser
drupas, hesperídios ou samaras. A Laranja foi a única planta da família utilizada nas
aulas práticas.
3.18 Myrtaceae
As plantas da família Myrtaceae são geralmente árvores ou arbustos (com
tronco manchados), de folhas simples, opostas ou alternas. Elas são geralmente
verdes e brilhantes, e muitas vezes têm glândulas de óleo visíveis, que produzem
um aroma característico quando as folhas são esfregadas ou amassadas. As flores
são geralmente solitárias ou agrupadas em inflorescências terminais ou axilares.
Elas são geralmente pequenas, com cinco pétalas brancas ou coloridas e
numerosos estames, geralmente mais de 20, que são livres ou unidos na base. O
gineceu é composto por um único carpelo, que é ínfero (localizado abaixo do
hipanto) e contém de um a vários óvulos, com placentação axial ou parietal. O
estigma é geralmente pequeno e simples. Frutos podem ser bagas, cápsulas e
drupas. A goiabeira (Psidium) foi a única representante da família utilizada para
diagnose durante as aulas.
4. Conclusão
No decorrer da disciplina e diante de todas as análises dos gêneros
botânicos aqui citados, é evidente que para cada planta há um rearranjo de
caracteres diagnósticos que iram separar ou incluí-las em diferentes níveis
taxonômicos. No mais, essa escalação pode contribuir para entender a história
evolutiva das plantas e em como elas estão adaptadas ao meio ao qual se inserem,
por meio de adaptações morfológicas, que garantam por exemplo, maior resistência
à estiagem, ou formato da corola específico para determinado polinizador. Além
disso, ao conhecer a flora local, é possível identificar as espécies que podem ser
utilizadas de forma sustentável, garantindo que os recursos naturais sejam
utilizados de forma consciente e sem comprometer a preservação da flora.
5. Referências