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Pistilo
Fig. 7. Época de aparecimento dos diferentes tipos de flores. A. Flores aclamídeas, semelhantes às atuais Chloranthaceae, podem
ser masculinas, femininas ou hermafroditas; B. Flores acíclicas tipo Magnolia sp. (Magnoliaceae). C. Flores monoclamídeas,
díclinas; D. Flores heteroclamídeas, actinomorfas; E. Flores epíginas, heteroclamídeas; F. Flores gamopétalas; G. Flores epíginas
e monoclamídeas; H. Flores zigomorfas; J. Flores papilionáceas; K. Flor funelforme.
ANDROCEU. mone com a acepção de androceu ou flor com número
de estames correspondendo ao dobro do número de
Internamente ao perianto, desenvolve-se o an-
pétalas (Font Quer 1985).
droceu, formado pelos estames, que se distribuem em
um ou mais verticilos entre o perianto e o gineceu.
O número de estames por flor é variável, desde
flores com um só estame, como no gênero Euphorbia,
até flores com mais de 100 estames como em certas
espécies de Myrtaceae. Apesar dessa variação, pode-
se relacionar o número de estames com o de pétalas.
Assim temos as flores isostêmones, quando o número
de estames é igual ao número de pétalas; flores oli-
gostêmones, quando o número de estames é menor do
que o número de pétalas; e, flores polistêmones,
quando o número de estames é maior do que o número
de pétalas (Fig. 9).
Com relação ao número de verticilos do andro-
ceu temos flores haplostêmones, quando há somente Fig. 8. Padrão floral plesiomórfico, encontrado em magnó-
um verticilo de estames; flores diplostêmones, quando lia (Magnolia sp., Magnoliaceae).
há dois verticilos sendo o externo alterno às pétalas; e, Individualmente, cada estame é formado pelo
flores obdiplostêmones, quando há dois verticilos filete, antera e o conectivo. Classicamente o estame é
sendo o externo oposto às pétalas. Entretanto, obser- interpretado como um microsporófilo que porta os mi-
va-se freqüentemente a aplicação do termo diplostê- crosporângios (sacos polínicos). O filete é a parte
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estéril do estame, geralmente de forma alongada e que e cada um deles forma a sua própria parede, a esporo-
porta em sua porção apical a antera, a qual tem forma derme. Em muitas espécies, os grãos-de-pólen são
globosa e contém em seu interior geralmente quatro liberados em estado bicelular (microgametófito ou ga-
sacos polínicos, sendo um anterior e outro posterior. metófito masculino jovem); em outras espécies, no en-
Estes juntos formam uma teca. A porção estéril que se tanto, a formação dos dois gametas é anterior à libera-
situa entre as duas tecas é o conectivo (Fig. 10). ção do grão-de-pólen. A liberação do grão-de-pólen se
dá através da deiscência da teca que pode ser por uma
fenda longitudinal (deiscência longitudinal ou rimo-
sa); ou por poros localizados geralmente na porção
apical da teca (deiscência poricida); ou por uma ou
duas valvas em cada teca (deiscência valvar). Esse
último caso é o mais raro e ocorre especialmente em
Lauraceae e Monimiaceae (Fig. 13).
INFLORESCÊNCIA RACEMOSA OU
INDETERMINADA.
Neste caso, cada eixo termina numa gema e,
portanto, potencialmente tem crescimento ilimitado,
basicamente monopodial. Neste tipo, o ápice meriste-
mático da inflorescência jovem não se diferencia em
flor, mas persiste ativo e continua "indefinidamente" a
produzir brácteas com flores laterais que vão amadu-
recendo acropetamente (Fig. 27B).
CLASSIFICAÇÃO.
TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS RACEMOSAS
(FIG. 28)
Fig. 27. Tipos de inflorescência quanto à ontogênese. A. Racemo ou cacho - eixo simples alongado por-
Inflorescência determinada (cimosa); B. Inflorescência tando flores laterais pediceladas subtendidas por brác-
indeterminada (racemosa).
teas.
INFLORESCÊNCIAS. Espiga - eixo simples alongado portando flores
laterais sésseis (sem pedicelo) na axila de brácteas.
CONCEITO. Umbela - eixo muito curto, com várias flores
Na grande maioria das angiospermas, as flores pediceladas inseridas praticamente num mesmo nível.
são produzidas em agrupamentos denominados inflo- Corimbo - tipo especial de racemo onde as flo-
rescências, embora ocorram também flores isoladas. res têm pedicelos muito desiguais e ficam quase todas
Morfologicamente, uma inflorescência é um ramo ou a um mesmo plano.
um sistema de ramos caulinares que portam flores.
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Capítulo - eixo muito curto, espessado e/ou TIPOS BÁSICOS DE INFLORESCÊNCIAS CIMOSAS
achatado, com flores sésseis e dispostas bem juntas. (FIG. 29)
Geralmente existe um invólucro de brácteas estéreis
Dicásio - o ápice do eixo principal se transfor-
protegendo a periferia do capítulo. Além dos capítulos
ma em uma flor, cessando logo o desenvolvimento
indeterminados, também podem existir capítulos de-
deste meristema; em seguida as duas gemas nas axilas
terminados.
das duas brácteas subjacentes prosseguem o cresci-
Panícula - é um cacho composto, ou seja, um
mento da inflorescência e se transformam cada uma
racemo ramificado (um eixo racemoso principal sus-
numa flor; novamente pode o mesmo processo sim-
tenta 2 a muitos eixos racemosos laterais).
podial prosseguir a ramificação da inflorescência.
Diversas combinações dos tipos acima podem
Monocásio - após a formação da flor terminal
ocorrer, sendo comuns os corimbos de capítulos, as
do eixo, apenas uma gema lateral se desenvolve em
umbelas compostas, os racemos de capítulos, etc.
flor, e assim por diante. Aqui, as duas possibilidades
principais são: as flores laterais desenvolvem-se con-
secutivamente em lados alternados (em zigue-zague)
(monocásio helicoidal), ou sempre de um mesmo lado
(monocásio escorpióide).
Cimeira composta - inflorescência ramificada
onde os eixos laterais comportam-se irregularmente
(ou alternadamente) como monocásios ou dicásios.
É importante salientar que também existem um-
belas determinadas, corimbos determinados e capítu-
los determinados.