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Flor

estrutura encontrada em algumas


plantas que auxilia a reprodução

Flor é a est rut ura reprodut ora caract eríst ica das plant as angiospérmicas. Sua função é
produzir sement es at ravés da reprodução sexuada. Para as plant as, as sement es represent am
o embrião que irá germinar quando ent rar em cont at o com um subst rat o propício; as sement es
são o principal meio at ravés do qual as espécies de espermat ófit as se perpet uam e se
propagam.

Diagrama esquemático que mostra as


partes da flor. 1: receptáculo floral, 2:
sépalas, 3: pétalas, 4: estames, 5: pistilo.

Apesar de est rut uras homólogas, apenas as angiospermas possuem flores, enquant o que as
gimnospermas possuem est róbilos. Alguns grupos de gimnospermas, como o Gnetum
produzem est rut uras que lembram flores ou inflorescências, mas não apresent am a est rut ura
de uma flor, na qual vert icilos fért eis (androceu e gineceu) são envolt os por um periant o.
A flor t ípica é compost a por quat ro t ipos de folhas modificadas, t ant o est rut ural como
fisiologicament e, para produzir e prot eger os gamet as: sépalas, pét alas, est ames e
carpelos.[1] Ela dá origem, após a fert ilização e por t ransformação de algumas das suas
part es, a um frut o que cont ém as sement es.[2]

O grupo das angiospermas, com mais de 250 mil espécies, é uma linhagem com sucesso
evolut ivo, comport ando a maior part e da flora t errest re exist ent e, sendo dominant e dest a
dest e do final do Cret áceo. A flor é a caract eríst ica que define o grupo e é, provavelment e, um
fat or chave para o seu êxit o evolut ivo. A flor é uma est rut ura complexa, cujo plano
organizacional encont ra-se conservado em quase t odos os membros do grupo, embora
apresent e uma grande diversidade na morfologia e fisiologia de t odas e cada uma das peças
que a compõem. A base genét ica e adapt at iva de t al diversidade est á a começar a ser
compreendida em profundidade,[3] assim como a sua origem, que dat a do Cret ácico inferior, e
sua post erior evolução em est reit a int eração com os animais que se encarregam de
t ransport ar e disseminar os gamet as.

Além do seu papel ecológico, as flores possuem alt a import ância cult ural para os seres
humanos. At ravés da hist ória e das diferent es cult uras, a flor sempre t eve um lugar nas
sociedades humanas, quer pela sua beleza int rínseca quer pelo seu simbolismo. De fact o,
cult ivamos espécies para que nos providenciem flores, desde há mais de 5 mil e, act ualment e,
essa art e t ransformou-se numa indúst ria em cont ínua expansão: a floricult ura.

Definição
A flor é uma est rut ura de cresciment o det erminado que é compost a por folhas modificadas,
quer est rut ural quer funcionalment e, com vist a à realização das funções de produção dos
gamet as e de prot eção dos mesmos, at ravés dos ant ófilos.[a][2]

O caule caract eriza-se por um cresciment o indet erminado. Em cont rast e, a flor apresent a um
cresciment o det erminado, já que o seu merist ema apical para de se dividir mit ot icament e
depois da produção de t odos os ant ófilos ou peças florais. As flores mais especializadas t êm
um período de cresciment o mais curt o e produzem um eixo mais curt o e um número mais
definido de peças florais em relação às flores mais primit ivas.

A disposição dos ant ófilos sobre o eixo, a presença ou ausência de uma ou mais peças florais,
o t amanho, a pigment ação e a disposição relat iva das mesmas, são responsáveis pela
exist ência de uma grande variedade de t ipos de flores. Tal diversidade é part icularment e
import ant e nos est udos filogenét icos e t axonómicos das angiospermas. A int erpret ação
evolut iva dos diferent es t ipos de flores t êm em cont a os aspect os da adapt ação da
est rut ura floral, part icularment e aqueles que est ão relacionados com a polinização, a
dispersão dos frut os e das sement es e a prot eção das est rut uras reprodut oras cont ra os
predadores.[4][5][6]

Flósculo
Designa-se por flósculo (do lat im flosculus , diminut ivo de flos , flor) cada uma das flores
pequenas que formam um capít ulo, uma calát ide ou uma espiga.[7]

Morfologia das flores

Diversidade e tendências evolutivas

Ixora coccinea.

Uma inflorescência de
Callistemon.
Uma Dalia.

Com mais de 250 mil espécies, as angiospermas formam um grupo t axonómico com sucesso
evolut ivo, que comport a a maior part e da flora t errest re exist ent e. A flor é a caract eríst ica
que define o grupo e é, provavelment e, um fact or-chave no seu êxit o evolut ivo.[3]

A flor est á unida ao caule por uma est rut ura denominada pedicelo, que se dilat a na sua part e
superior para formar o recept áculo floral, no qual se inserem as diversas peças florais. Essas
peças florais são folhas modificadas que est ão especializadas nas funções de reprodução e
de prot eção. De fora para dent ro de uma flor t ípica de angiosperma podem ser encont radas
peças estéreis , com função de prot eção, e que são compost as por sépalas e pét alas. Por
dent ro das pét alas dispõem-se as denominadas peças férteis , com função reprodut iva, e que
são compost as por est ames e carpelos. A prot eção dos óvulos em carpelos é uma novidade
evolut iva das angiospermas. Est a est rut ura prot ege os óvulos e t orna o processo de fecundá-
los indiret o. O pólen nas angiospermas germina na região est igmát ica originando um t ubo
polínico que se alonga at é dar acesso aos gamet as para fecundar o óvulo.[8]

A flor é uma est rut ura complexa, cujo plano organizacional se encont ra conservado em quase
t odas as angiospermas, com a not ável excepção de Lacandonia schismatica (Triuridaceae)
que apresent a os est ames em posição cent ral rodeados dos carpelos.[9][10] Est a organização
t ão pouco variável não indica de modo algum que a est rut ura floral se encont ra conservada
at ravés das diferent es linhagens de angiospermas. Pelo cont rário, exist e uma t remenda
diversidade na morfologia e fisiologia de t odas e cada uma das peças que compõem a flor,
cuja base genét ica e adapt at iva est á a começar a ser compreendida em profundidade.[3]

Foi sugerido que exist e uma t endência na evolução da arquit ect ura floral, desde um plano
"abert o", no qual as variações são det erminadas pelo número e disposição das peças florais,
at é um plano "fechado", no qual o número e disposição das peças são fixados.[11] Em t ais
est rut uras fixas, as elaborações evolut ivas ult eriores podem t er lugar at ravés da
concrescência, ou seja, por meio da fusão ou est reit a conexão das diferent es part es.[12] O
plano de organização "abert o" é comum nas angiospermas basais e nas primeiras
eudicot iledóneas, enquant o que o plano de organização "fechado" é a regra no clado
Gunneridae (ou eudicot iledóneas nucleares) e nas monocot iledóneas.[13]
Fórmula floral
A fórmula floral é um sist ema muit o út il de represent ação da est rut ura de uma flor, em que se
usam let ras, números e símbolos específicos.

Normalment e, a fórmula geral é usada para represent ar as caract eríst icas morfológicas de
uma det erminada família de plant as, e não de uma espécie part icular.[14]

Assim t emos:

K = cálice ou S = sépalas (ex.: S5 =


cinco sépalas)
C = corola ou P = Pétalas (ex: C3(x) =
número de pétalas é múltiplo de três)
Z = acrescente se zigomórfica (ex: CZ6
= zigomórfica com 6 pétalas)
A = androceu ou E = estames, a parte
masculina; ex.: A∞ = vários estames
constituídos por uma antera e um filete
cada um
G = gineceu ou C = carpelos (parte
feminina; ex.: G1 = monocarpelar)
x - indica um "número variável"
∞ - indica "muitos
Usa-se algarismos para most rar o número de peças em cada ciclo e, se est iverem soldadas
ent re si, coloca-se ent re parênt eses.

As let ras H, P ou E, colocadas no final, indicam se a flor é hipógina perígina ou epígina e os


símbolos " */* "ou " * " indicam, respect ivament e, se a simet ria é bilat eral ou radial.

Componentes de uma flor completa, heteroclamídea e hipogínica.

A fórmula floral poderá ser algo assim:

K5C5A10-∞G1
Função

Abelha com grãos de pólen.

A função da flor é mediar a união dos esporos masculino (micrósporo) e feminino (megásporo)
num processo denominado polinização. Muit as flores dependem do vent o para t ransport ar o
pólen ent re flores da mesma espécie. Out ras dependem de animais (especialment e inset os)
para realizar est e feit o. O período de t empo dest e processo (at é que a flor est eja t ot alment e
expandida e funcional) é chamado ant hesis. A maior flor encont rada é a Rafflesia arnoldii,
espécie na qual alguns dos exemplares encont rados já chegaram a 1 met ro de diâmet ro e
11 kg.[15]

Muit as das coisas na nat ureza desenvolveram-se para at rair animais polinizadores. Os
moviment os do agent e polinizador cont ribuem para a oport unidade de recombinação genét ica
com uma população dispersa de plant as. Flores como essas são chamadas de ent omófilas
(lit eralment e: amant es de inset os). Flores normalment e t êm nect ários em várias part es para
at rair esses animais. Abelhas e pássaros são polinizadores comuns: ambos t êm visão colorida,
assim escolhendo flores de coloração at rat iva. Algumas flores t êm padrões, chamados guias
de néct ar, que são evident es no espect ro ult raviolet a, visível para abelhas, mas não para os
humanos. Flores t ambém at raem os polinizadores pelo aroma. A posição dos est ames
assegura que os grãos de pólen sejam t ransferidos para o corpo do polinizador. Ao colet ar
néct ar de várias flores da mesma espécie, o polinizador t ransfere o pólen ent re as mesmas.
Flor de uma orquídea ornamental da
espécie Dendrobium nobile.

O aroma das flores nem sempre é agradável ao nosso olfat o. Algumas plant as como a
Rafflesia , e a paw-paw nort e-americana (Asimina triloba ) são polinizadas por moscas, e
produzem um cheiro de carne apodrecida para at rair est es t ipos de inset os.

Out ras flores são polinizadas pelo vent o (as gramíneas por exemplo) e não precisam at rair
agent es polinizadores, t endendo assim a possuir aromas discret os. Flores polinizadas pelo
vent o são chamadas de anemófilas. Sendo assim o pólen de flores ent omófilas cost uma ser
grudent o e de uma granulat ura maior, cont endo ainda uma porção significant e de prot eína
(out ra recompensa para os polinizadores). Flores anemófilas produzem normalment e pólen de
granulat ura menor, muit o leves e de pequeno valor nut ricional para os inset os.

Exist e muit a cont radição sobre a responsabilidade das flores nas alergias. Por exemplo, as
ent omófilas do gênero Solidago são frequent ement e culpadas por alergias respirat órias, o que
não é verdade, pois seu pólen não é carregado pelo ar. Por out ro lado, a alergia é normalment e
causada pelo pólen das anemófilas do gênero Ambrosia , que pode vagar com o vent o por
vários quilômet ros.

Ver também

Anatomia vegetal
Heterostilia
Hercogamia

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