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Botânica

Curso Técnico Agrícola


Curso Técnico Agropecuário

Prof. Crislaine Emídio Vieira

Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto


Colombo
Sumário
Capitulo 1- Botânica
1 – Introdução
2- Angiospermas e gimnospermas
3- Flor
4- Fruto
5- Folha
6- Caule
7- Raiz
1-Introdução

Botânica ou Biologia Vegetal é o ramo da ciência que estuda organismos


fotossintetizantes, aqueles que produzem seu próprio alimento por meio da
fotossíntese, como as plantas, algas e algumas bactérias. Até pouco mais de um
século, a botânica era um ramo da medicina, ao qual se dedicavam principalmente
médicos que estudavam as plantas para fins medicinais.
Atualmente, a biologia vegetal é subdividida em várias áreas que estudam diferentes
aspectos das plantas, como a forma, a estrutura interna e seu funcionamento; a
nomenclatura, identificação e classificação das plantas; o uso das plantas ao longo
do tempo, as relações destas com outros seres vivos e a sua evolução.
2- Angiospermas
As angiospermas representam a maior parte das espécies existentes do
reino Plantae, enquanto as gimnospermas, possuem apenas cerca de 750
espécies. Dentro do processo evolutivo das plantas, as angiospermas
apresentam um grau maior de especialização e evolução.

O que são as angiospermas?


As angiospermas (angeos “bolsas” e spermas “sementes”) são plantas
vasculares, assim como as gimnospermas, mas que produzem flor e suas
sementes ficam envoltas em um fruto. Nas angiospermas, a variedade de
cores e odores das flores cumpre a função de atrair animais polinizadores.
Essa mudança em relação às gimnospermas é considerada uma adaptação
favorável dentro do processo evolutivo das plantas.
As flores propiciam uma expansão territorial por serem
conduzidas por animais polinizadores, a fecundação pode
ocorrer distante da planta original.
Os frutos, por sua vez, quando consumidos podem ter suas
sementes dispersadas a quilômetros de distância,
dependendo do animal.
Os frutos, por sua vez, quando consumidos podem ter suas
sementes dispersadas a quilômetros de distância,
dependendo do animal.
As angiospermas são a divisão mais comum entre as
plantas, representam cerca de 90% de todas as espécies
existentes. São todas as plantas que possuem flores e frutos.
Exemplos de angiospermas: Árvores frutíferas Plantas
floríferas
Como ocorre o ciclo de vida e reprodução das
angiospermas?
Nas angiospermas, o órgão reprodutivo pode ser
identificado pelas flores, elas cumprem a função de proteger
seu sistema reprodutivo e atrair os agentes polinizadores. As
flores possuem órgãos reprodutivos femininos (gineceu ou
pistilo) e masculinos (androceu). As flores possuem uma
área chamada de estigma, que possui uma superfície
pegajosa destinada à afixação do pólen.
O pólen produzido no androceu é recebido pelo estigma e
conduzido ao óvulo da flor. A partir daí, a flor resseca e
perde suas pétalas, enquanto o óvulo fecundado forma a
semente.
2- Gimnospermas
As Gimnospermas, significa “semente nua”, são as plantas que não
possuem frutos envolvendo as sementes. Já as angiospermas (“sementes
na bolsa”) produzem flores e frutos e suas sementes ficam em seu interior.

Gimnospermas (gymnó “nu” e spermas “sementes"), "sementes nuas",


representam um grupo de plantas, em geral, árvores coníferas. São
comumente encontradas em florestas de clima temperado.

Como ocorre o ciclo de vida e reprodução das gimnospermas?


As gimnospermas nascem a partir de sementes. Na fase adulta, produzem
estróbilos masculinos e femininos, em geral, numa mesma planta.
Quando os estróbilos amadurecem, o
masculino se abre e libera o pólen e os
femininos produzem óvulos.
A ação do vento lança o pólen, que ao
entrar no estróbilo feminino fecunda o
óvulo.
A partir daí, o óvulo se fecha em torno
do embrião, formando uma semente que
o protege e permite dar origem a uma
nova planta.
A flor é a estrutura responsável pela reprodução das plantas
angiospermas. É por meio da reprodução que novas plantas são
originadas, assegurando a manutenção dos ecossistemas.
A função primordial das flores é a produção de sementes para a
formação de novas plantas, garantindo a sobrevivência das
espécies.
Flor A flor é responsável pela reprodução das plantas. Para isso, elas
são formadas por folhas modificadas, geralmente de cores
atrativas e formatos diferenciados para atrair os seus
polinizadores.
As flores garantem a atração de polinizadores, compensando a
falta de mobilidade do vegetal e garantindo a polinização
cruzada, ou seja, que o pólen de um indivíduo seja levado até a
parte feminina de outro indivíduo de mesma espécie,
promovendo maior variabilidade genética.
Polinização das flores
Dentre as características das flores que promovem a atração de polinizadores, podemos citar a grande
quantidade de néctar de algumas espécies e a coloração das pétalas de outras.
Entretanto, vale salientar que nem todas atraem animais polinizadores, como as flores de plantas polinizadas
pelo vento e pela água.
Apesar de não atraírem animais, elas são altamente especializadas e também permitem a polinização cruzada. As
plantas polinizadas pelo vento, por exemplo, liberam grande quantidade de pólen não aderente e possuem
estigmas bem desenvolvidos.
A polinização é o ato de reprodução das plantas que consiste na transferência do pólen da parte masculina da
flor para a parte feminina.
A polinização pode ocorrer da seguinte forma:
Polinização direta: quando acontece na mesma flor, é a autopolinização.
Polinização indireta: representa a polinização entre flores da mesma planta.
Polinização cruzada: é quando a polinização acontece entre flores de plantas
diferentes..
Uma flor completa apresenta as seguintes estruturas:

Estame: estrutura masculina da flor onde localizam-se o filete e a antera.


Carpelo: estrutura feminina da flor, formada pelo estigma, estilete, pistilo,
carpelo e ovário.

Pétalas: folhas modificadas e coloridas com a função de atrair os polinizadores.


O conjunto de pétalas é chamado de corola.
Sépalas: localizadas abaixo das pétalas, geralmente, de coloração verde. O
conjunto de sépalas é chamado de cálice. Toda essa estrutura é sustentada pelo
pedúnculo, haste responsável por ligar a flor à planta.
O pedúnculo apresenta uma porção dilatada ligada à flor denominada de
receptáculo floral, onde estão inseridos os elementos florais.
Gineceu e Androceu (Estrutura da flor feminina e flor masculina)
De acordo com a estrutura da flor, ela pode ser feminina ou masculina. Essa definição depende da presença
do gineceu e do androceu.
Gineceu - O conjunto de carpelos é denominado de gineceu, a parte feminina da flor. O gineceu é formado
por carpelos, pistilo, estigma, estilete e ovário. Dentro do ovário estão os gametas femininos da planta.
O estigma é a porção que recebe o grão de pólen e através do estilete liga-se ao ovário. Já o ovário é a parte
que vai se transformar em fruto. O fruto é resultado do desenvolvimento do ovário, enquanto a semente
representa o desenvolvimento do óvulo depois da fecundação.
Androceu- O conjunto de estames é denominado de androceu, a parte masculina da flor.
O androceu é formado pelos estames, antera e filete. Os estames são formados pela antera e filete. O filete
corresponde a uma haste longa e fina, onde em sua extremidade encontra-se a antera, responsável pela
produção do pólen.
Flor
As flores apresentam diferentes classificações, que pode ser quanto ao sexo ou quanto ao
número de flores. Classificação quanto ao sexo hermafroditas (monoicas): são as flores que
apresentam os órgãos reprodutores masculino e feminino na mesma flor. A maioria das
angiospermas são hermafroditas, como exemplo podemos citar a tulipa.
Dioicas: são as flores que apresentam os órgãos reprodutores masculino ou feminino de formas
separadas. Como exemplo podemos citar o mamoeiro. Presença dos elementos florais.
Flores completas: são as flores que apresentam todos os elementos florais: cálice, corola,
androceu e gineceu. A rosa é um exemplo de flor completa.
Flores incompletas: são as flores com a ausência de algum dos elementos florais. A begônia é
um exemplo de flor incompleta, pois ela possui um estame ou um pistilo, mas não ambos.
Inflorescência
As inflorescências são conjuntos de flores localizados em sistemas de
ramos que podem ser, muitas vezes, confundidos com uma flor única.
Inflorescências podem ser definidas como um sistema de ramos que
possuem flores dispostas de maneira variada. Muitas vezes confundidas
como uma flor única, como é o caso das margaridas, as inflorescências,
na verdade, são vários conjuntos dessas estruturas.
Podemos classificar as inflorescências em dois grupos:
Racemosa: Inflorescência em que o eixo principal cresce mais que os
laterais e termina com uma gema apical que frequentemente produz
novas flores. O desenvolvimento das flores acontece de baixo para cima
ou de fora para dentro.
Cimosa: Em cada eixo dessa inflorescência, é possível encontrar uma
flor, e os ramos laterais crescem mais que o eixo central. O eixo
principal termina em uma flor, que é a primeira a se abrir.
Racemo: Flores presentes em pedicelos que saem de diferentes
níveis do eixo principal e atingem diferentes alturas.
Exemplo: chuva-de-ouro.

Corimbo: Flores presentes em pedicelos que saem de diferentes


níveis do eixo principal e atingem a mesma altura.
Exemplo: xixi-de-macaco.

Espiga: Flores sésseis dispostas em diferentes alturas no eixo


principal.
Exemplo: milho.
Espádice: Estrutura semelhante à espiga, mas que possui um eixo
carnoso. Nessa inflorescência, verifica-se a presença de uma bráctea
bastante desenvolvida.
Exemplo: antúrio.

Capítulo: Flores inseridas em um eixo que se alarga na extremidade


superior e forma uma superfície achatada.
Exemplo: margarida.

Umbela: Flores presentes em pedicelos que saem do mesmo ponto


do eixo principal, atingindo o mesmo nível.
Exemplo: falsa-erva-de-rato.
Folha

A folha é um órgão vegetal, normalmente laminar e verde,


encontrado na maioria das plantas existentes. Geralmente,
apresenta crescimento limitado, ou seja, não cresce durante
toda a vida da planta.
Sua principal função é a realização da fotossíntese, porém
também atua na transpiração, trocas gasosas, reserva e até
mesmo na atração de agentes polinizadores.
Folhas Anatomia da folha vegetal
A folha apresenta duas faces, a face adaxial (parte
superior) e a face abaxial (parte inferior).
Ambas as faces são recobertas pela epiderme, a
qual se caracteriza por ser contínua por toda a
folha. Além desse tecido, podemos perceber
claramente a presença de tecidos vasculares
percorrendo toda a folha, formando as chamadas
nervuras. Estas ramificam-se pelo mesofilo, que
constitui o sistema fundamental da folha. Sendo
assim, percebemos que esse órgão é formado por
um sistema dérmico (epiderme), um sistema
fundamental (mesofilo) e um sistema vascular
(feixes vasculares).
Epiderme: A epiderme é o tecido que reveste toda a folha,
sendo, geralmente, formado por apenas uma camada, com
exceções de algumas espécies, como as do gênero Piper. Na
epiderme, observamos a presença de células realizando
diferentes funções, porém a maior parte do tecido é formada
por células epidérmicas comuns, as quais estão
compactamente dispostas. Entre as células epidérmicas
comuns, podemos observar a presença de outras células
especializadas, por exemplo, as células que formam os
estômatos e tricomas — duas estruturas que podem ocorrer
em ambas as faces da folha ou em apenas uma delas.
Geralmente, utiliza-se o termo estômato para referir-se ao
complexo estomático, formado por duas células-guarda que
delimitam a fenda estomática (ostíolo). A principal função
atribuída a essa estrutura é a realização de trocas gasosas.
Limbo: O limbo é a região mais larga da Folha. Nele Pecíolo: é a haste que sustenta a folha prendendo-
encontra-se os estômatos e as nervuras, que possuem a ao caule.
pequenos vasos por onde correm a seiva bruta (xilema) e a
Bainha: dilatação do pecíodo, a bainha serve para
seiva elaborada (floema).
prender a folha ao caule.
Mesofilo
O mesofilo, tecido da folha responsável,
principalmente, pelo processo de fotossíntese, é
formado basicamente por parênquima clorofiliano,
porém também podemos encontrar colênquima e
esclerênquima. O parênquima clorofiliano caracteriza-
se por apresentar grande quantidade de cloroplastos.
Ao realizar um corte transversal na lâmina foliar,
podemos observá-lo entre a epiderme das faces
abaxial e adaxial.
O parênquima paliçádico pode estar localizado abaixo da
epiderme da face adaxial ou então nas duas faces. Ele se
caracteriza por apresentar células cilíndricas alongadas, dispostas
lado a lado e separadas por pequenos espaços intercelulares.
Já o parênquima lacunoso possui grande quantidade de espaço
entre as células, e estas possuem formato variado. Localiza-se
logo acima da epiderme da face abaxial ou então entre as
camadas de parênquima paliçádico. Uma folha recebe a
denominação de dorsiventral quando o parênquima paliçádico
apresenta-se próximo à epiderme adaxial, e o lacunoso, próximo
à face abaxial. Quando o parênquima paliçádico está localizado
tanto na face abaxial quanto na adaxial, dizemos que a folha é
isolateral. Existem ainda as folhas chamadas de homogêneas, em
que não é possível diferenciar esses dois tipos de parênquima. No
milho e em algumas outras gramíneas, não é possível checar essa
diferenciação.
Sistema vascular
O mesofilo da folha é penetrado por vários feixes
vasculares, os quais são formados por xilema e por floema.
O sistema vascular das folhas é contínuo com o sistema
vascular do caule e, como dito, pode ser chamado de
nervuras. Na grande maioria das folhas, podemos observar
os feixes com o xilema voltado para a face adaxial e o
floema voltado para a face abaxial. Quando os feixes
apresentam-se dessa maneira são chamados de colaterais.
Os feixes vasculares são circundados por células
parenquimáticas, que formam a chamada bainha do feixe.
Essa bainha impede que os tecidos vasculares sejam
expostos aos espaços intercelulares presentes no mesofilo.
As nervuras dispõem-se de maneira diferente em cada tipo
de folha.
Caule
Tipos de caule
O caule é a parte da planta com a função de sustentação e condução de substâncias. Os caules podem apresentar uma
diversidade de formas. Por isso, eles são classificados em aéreos, subterrâneos e aquáticos.
Haste
A haste é um tipo de caule aéreo e ereto. Apresenta estrutura
mole e frágil, com coloração esverdeada. O exemplo mais
típico de haste ocorre no caule das couves e de algumas
ervas.

Colmo
colmo é um caule aéreo e sua principal característica é a
presença de nós e entrenós visíveis em toda a sua extensão.
Os entrenós formam gomos que podem ser ocos, como no
bambu, ou preenchidos, a exemplo da cana-de-açúcar.

Estipe
Estipe é um caule ereto, rígido e longo. Em geral, ele não se
ramifica e as folhas sempre surgem no seu ápice. As
palmeiras são os exemplos clássicos de plantas com caule do
Rizóforos
Rizóforo é um tipo de caule aéreo que tem como característica principal o geotropismo positivo,
crescendo em direção ao solo, no mesmo sentido da gravidade. Essa condição favorece o surgimento de
raízes adventícias, importantes para o desenvolvimento de plantas no mangue.
Caules subterrâneos
Os caules também podem se desenvolver de forma subterrânea e
apresentar os seguintes tipos:
Rizomas
Os rizomas são caules subterrâneos que crescem de forma
horizontal e podem se ramificar. Eles apresentam gemas, de
onde surgem as brotações para dar origem a novas plantas. Os
rizomas são encontrados nas bananeiras, gengibre e samambaias.
Tubérculos
Os tubérculos são caules subterrâneos que acumulam
substâncias de reserva energética. Por isso, muitas vezes os
tubérculos são comestíveis. Exemplo: batata, inhame, cará. Na
superfície dos tubérculos também são encontradas as gemas, as
quais podem originar novas plantas.
Bulbos
Os bulbos são caules e folhas subterrâneas que podem armazenar substâncias de
reserva. No caso, o caule apresenta uma forma achatada, sendo chamado de prato.
Enquanto as suas folhas são suculentas e armazenam as substâncias. São exemplos
de bulbos, a cebola e o alho.

Caules aquáticos
Os caules aquáticos são os que se desenvolvem dentro da água, apresentando
estruturas diferenciadas para o armazenamento de ar, permitindo que a planta
flutue. São exemplos de caules aquáticos os encontrados na vitória-régia, aguapé e
elódea.
Os caules também apresentam alguns tipos de adaptações que auxiliam no estabelecimento das plantas aos
diferentes ambientes.
Cladódios
Os cladódios auxiliam na realização da fotossíntese e armazenamento de água. É comum em plantas de clima seco,
como os cactos. Eles consistem em caules aéreos verdes e surgem em plantas que perdem suas folhas para evitar a
perda de água. Nesse caso, os cladódios assumem o aspecto de folha.
Gavinhas
As gavinhas são ramos em forma de espiral que auxiliam no suporte e fixação de plantas trepadeiras em
um determinado suporte. Elas são encontradas nas videiras e maracujás.

Espinhos
Os espinhos são estruturas resistentes, afiadas e que não realizam fotossíntese. Eles servem como proteção
para a plantas e são difíceis de serem removidos. Encontramos espinhos, por exemplo, nas laranjeiras,
limoeiros e cactos.
Raiz
Funções da Raiz
A raiz da planta possui as seguintes funções:
Fixação da planta no solo; absorção de nutrientes, minerais e água;
reserva de água e nutrientes.
Partes da raiz
Coifa: Função de proteger a raiz do atrito com o solo e o ataque de
micro-organismos. É caracterizada pela existência de pequenas células
com a capacidade de rápida multiplicação. Esse é o mecanismo de
crescimento da raiz.
Zona lisa: Também denominada zona de crescimento, é a parte onde
ocorre o alongamento vertical e crescimento da raiz.
Zona pilífera: Denominada também como zona de absorção. Tem a
função de absorver água e sais minerais do solo que formarão a seiva
da planta. É caracterizada pela presença de pelos responsáveis pela
absorção.
Zona suberosa: É a ramificação da raiz,
responsável pelo aumento da área de absorção.
A partir dela são formadas as raízes secundárias,
que têm a função de fixar a planta ao solo.
Coleto ou colo: É a parte de transição da raiz
para o caule.
Tipos
Conheça os principais tipos de raízes das plantas:
Raiz subterrânea
As raízes subterrâneas são divididas em fasciculadas e
pivotantes:
As raízes fasciculadas são encontradas nas plantas
monocotiledôneas. Elas originam-se de um ponto de onde
partem ramificações finas e aproximadamente do mesmo
tamanho. Exemplos: cana, milho e grama.
As raízes pivotantes ou axiais são caracterizadas por uma raiz
principal maior, de onde partem raízes laterais. Elas são
encontradas em plantas dicotiledôneas. Exemplos: feijão, Pivotante Fasciculada

café, ipê.
Adaptações das raízes
As raízes também podem apresentar determinadas especializações que contribuem
para a realização de suas funções.
Raízes tuberosas
As raízes tuberosas armazenam grande quantidade de substâncias de reserva,
especialmente o amido. Por essa característica, algumas delas são comestíveis.
Exemplos: batata-doce, cenoura, beterraba, inhame, mandioca.
Raízes sugadoras
As raízes sugadores ou haustórios ocorrem em plantas parasitas. Elas recebem esse
nome porque penetram no tronco de outra planta para retirar a sua seiva.
Exemplos: erva passarinho e cipó-chumbo.
Raízes escoras
As raízes escoras possuem o caule como ponto de partida. Sua
estrutura se fixa no solo, o que facilita o aumento da área de
absorção da planta. Elas são comumente encontradas em solos
encharcados, como nos mangues. Exemplo: figueira.
Raízes tabulares
As raízes tabulares são achatadas e assemelham-se a tábuas. Elas
possuem como função de aumentar a estabilidade da planta no solo
e são comuns em árvores de grande porte. Exemplos: chichá do
cerrado.
Raiz aquática
As raízes aquáticas são encontradas em plantas que vivem na água.
Elas auxiliam na absorção de nutrientes. Exemplos: vitória-régia e
aguapé.
Curso Técnico
Agropecuário

Horticultura

Prof. Crislaine Emídio Vieira


Sumário
Capitulo 2- Introdução à fruticultura
1- Horticultura
2- Fruticultura
3- Fruticultura no Brasil
4- Classificação das plantas frutíferas
5- Tipos de pomares
1- Horticultura
Horticultura é o nome que se dá a ciência que trata do cultivo de diversos tipos de plantas, sejam
elas cultivadas em jardins, pomares, hortas ou estufas. A utilização dessas plantas suprem dois tipos
de necessidade humana: a alimentação e a estética.
Dentro da horticultura existem classificações:
• Olericultura corresponde a verduras e legumes;
• Fruticultura corresponde às plantas frutíferas, que como o nome diz, fornecem frutos;
• Horticultura ornamental trata de espécies floríferas, que podem ser divididas em floricultura e
paisagismo;
• Silvicultura corresponde a produção de madeira.
2- Fruticultura
fruticultura pode ser conceituada como sendo o conjunto de técnicas e práticas aplicadas
adequadamente com o objetivo de explorar plantas que produzam frutas comestíveis, comercialmente.
Segundo Tamaro (1936), fruticultura é a arte de cultivar racionalmente as plantas frutíferas. Além do
conceito de fruticultura, o conceito de fruta e fruto também é variável conforme o autor. Segundo
Ferreira (1993), fruta é a designação comum às frutas, pseudofrutos e infrutescências comestíveis, com
sabor adocicado.
Já o fruto é o órgão gerado pelos vegetais floríferos, e que conduz a semente, portanto resulta do
desenvolvimento do ovário depois da fecundação. Para facilitar a leitura, no decorrer de todos os
capítulos, será adotado o termo fruta.
3- Fruticultura no Brasil

A fruticultura é o ramo da agricultura que visa


produzir economicamente e racionalmente frutos
em geral com o intuito de comercializar o mesmo.
A produção brasileira de frutas ultrapassa as 41
milhões de toneladas, ocupando em média 2,6
milhões de hectares – ou seja, apenas 0,3% do
território nacional é ocupado pela fruticultura,
diante dos 7,8% ocupados por lavouras.
São mais de 940 mil estabelecimentos agropecuários distribuídos
em todas as regiões do país, dos quais, 81% se enquadram como
agricultura familiar. Em 2021, a atividade frutícola empregou 193,9
mil trabalhadores formais, um aumento de 9% em relação ao ano
de 2020. O número de trabalhadores na fruticultura em 2021
corresponde a 11,5% do total de postos de trabalho na
agropecuária.
Deste volume total de produção, acredita-se que as perdas no
mercado interno possam chegar a 40%. Contribuem com estes
números o mau uso das técnicas de manejo do solo e da planta,
falta de estrutura de armazenamento, logística, embalagens
inadequadas e a própria desinformação do produtor.
A América do Sul, Argentina e o Chile são grandes produtores e
exportadores de frutas frescas, ao ponto de ser um dos pilares da
economia chilena, tradicional exportador de frutas de alta
qualidade para o Brasil, Europa e EUA.
Pela diversidade de climas e solos, o Brasil apresenta condições ecológicas
para produzir frutas de ótima qualidade e com uma variedade de espécies
que passam pelas frutas tropicais, subtropicais; e temperadas.
Apesar desde quadro favorável, ainda importamos volumes significativos
de frutas frescas e industrializadas, como acontece com a pêra, ameixa,
uva, quiwi, maçã, entre outras.
O Brasil hoje é o maior exportador de Laranja, principalmente em forma
de suco, mas também destaca-se como um dos maiores exportadores de
Banana e mamão.
A fruticultura brasileira, além valorizar a riqueza vegetal e cultural do
país, apoia-se nos três pilares da sustentabilidade (econômico, social e
ambiental), preservando a biodiversidade, gerando empregos e
promovendo o desenvolvimento regional.
4- Classificação das
plantas frutíferas
A maioria dos frutos é o resultado do desenvolvimento
do ovário da flor após a fecundação, originando, assim,
as sementes. Algumas frutas, porém, resultam do
amadurecimento do ovário mesmo sem fecundação,
produzindo frutos partenocárpicos, como é o caso da
banana, do abacaxi e de algumas cultivares de uvas e
citros.
As plantas frutíferas podem ser classificadas de
diferentes formas, as principais são quanto ao clima,
hábito de vegetativo e tipo de fruto.
Frutos climaterreo
Fruto efruta
Quanto ao clima
Frutíferas de clima temperado - as principais características
apresentadas por essas plantas são:
- Hábito caducifólio;
- Um único surto de crescimento;
- Necessidade de frio com temperaturas ≤ 7,2°C, para superação do
estádio de repouso vegetativo;
- Maior resistência às baixas temperaturas;
- Necessidade de temperatura média anual entre 5 e 15°C para
crescimento e desenvolvimento.
As principais plantas frutíferas de clima temperado são pessegueiro,
macieira, pereira, videira, ameixeira, marmeleiro, kiwi, cerejeira,
nogueira-pecan, entre outras.
Frutíferas de clima subtropical - as principais características
apresentadas por essas plantas são:
- Nem sempre apresentam hábito caducifólio;
- Mais de um surto de crescimento;
- Menor resistência a baixas temperaturas;
- Pouca necessidade de frio no período de inverno;
- Necessidade de temperatura média anual de 15 a 22°C.
As principais frutíferas de clima subtropical são as plantas
cítricas, abacateiro, caqui, jabuticaba, nespereira, entre
outras.
Frutíferas de clima tropical - as principais características apresentadas por essas
plantas são:
- Podem apresentar mais do que um surto de crescimento;
- Apresentam folhas persistentes;
- Não toleram temperaturas baixas;
- Necessidade de temperatura média anual entre 22 e 30°C.
As principais frutíferas de clima tropical são bananeira, cajueiro, abacaxizeiro,
mamoeiro, mangueira, maracujazeiro, coqueiro da Bahia, entre outras.
Quanto ao hábito vegetativo
Trepadeiras - apresentam caule sarmentoso e
provido de gavinhas.
Exemplos: videira, maracujazeiro e .
Herbáceas - apresentam porte baixo, rasteiras ou com pseudocaules.
Exemplos: bananeira, morangueiro e abacaxizeiro.

Bananeira

Morangueiro Abacaxizeiro
Pseudocaules
Espécies de caule
constituído de bainhas
foliares sobrepostas como
caule da bananeira.
Arbóreas - apresentam grande porte e tronco lenhoso. Abacateiro
Exemplos: mangueira, abacateiro, nespereira, jaqueira e nogueira-pecan.
Jaqueira

Nogueira-pecan

Mangueira
Arbustivas - apresentam porte médio e caule menos resistentes. Amoreira
Exemplos: figueira, amoreira, mamoeiro e romãzeira.

Romãzeira

Figueira

Mamoeiro
Quanto ao tipo de fruta
Frutas com sementes - maçã e pêra. Frutas com caroços - pêssego
e ameixa.
Frutas com sementes carnosas – Frutas em bagas - uva, groselha e quivi.
romã.
Frutas em espirídio – citros. Frutas agregadas – framboesa. Frutas compostas – figo.
Frutas secas – noz pecan e pistáchio. Frutas tropicais e subtropicais Frutas nativas comestíveis -
- banana e abacaxi. araçá, pitanga, araticum.
5 – Tipos de pomares Pomares comerciais - são aqueles formados
por um pequeno número de espécies,
Pomar - terreno em que há muitas árvores frutíferas.
cultivares, há um escalonamento da
Grande quantidade de árvores que produzem frutos.
produção, sendo que esta pode ser destinada
Pomares domésticos ou caseiros - são aqueles à industrialização ou ao consumo “in
pomares que se caracterizam por apresentarem natura”.
um grande número de espécies e cultivares.
Pomares experimentais – são aqueles que Pomares didáticos - são aqueles que apresentam
apresentam um grande número de espécies um grande número de espécies e variedades,
e cultivares. onde são executadas as práticas corretas e
incorretas, pois o fim único é o aprendizado.

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