Chaves Dicotômicas para

identificação de Vegetais

Gelso Marchioro
Unochapeco
 Orientação
Para identificação das espécies deve-se utilizar uma
chave taxonômica para espécies fenerógenas.

SOUZA, Vinicius Castro; LORENZI, Harri. Botânica

sistemática: guia ilustrado para identificação das
famílias de fanerógamas nativas e exóticas no
Brasil, baseado em APG II. 2. ed. Nova Odessa:
Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2008.
703 p. ISBN 8586714290 (enc.).
 Conceitos iniciais das Chaves
Flores Aclamídeas: Não apresentam cálice nem coroa, flores nuas não
tem perianto.
Perianto: Conjunto cálice e coroa.
Flores monoclamídeas: Quando apresenta um vertículo. Normalmente
cálice.
Flores Diclamídeas: Quando apresenta conjunto Cálice e coroa.
Vertículo: Disposição das peças florais formando um círculo.
Flor Unissexuada: Quando apresenta 1 órgão reprodutor – masculino ou
feminino.
Flor Bissexuada: Apresenta 2 órgãos reprodutores masculinos e
femininos.
 Conceitos das chaves
Ovário: Região inferior dilatada do pistilo
onde são formados os óvulos.
Ovário Ínfero: Inserido dentro do
receptáculo floral e que se pode
destacar facilmente.
Ovário súpero: Ovário no centro da flor,
sem ser aderente ao receptáculo e que
se pode destacar inteiro facilmente,
inteiramente livre.
Receptáculo: Parte apical inflorescência,
que ao formar folhas se alarga. Insere a
flor.
Coroa Dialipétala: Formada por 1 sépala
apenas. Esquema das possíveis posições do
ovário (I), ovário súpero (II), ovário
Corola gamopétala: Formada por 2 a 4 semi-ínfero (III), ovário ínfero. a:
pétalas unidas, ou formada por 2 pétalas androceu, g: gineceu, p: pétalas, s:
livres, ou formada por calíptra. sépalas.
 Classificação das inflorescências
→ Racemosa: Inflorescência em que o eixo principal cresce → Cimosa: Em cada eixo dessa inflorescência, é possível
mais que os laterais e termina com uma gema apical que encontrar uma flor, e os ramos laterais crescem mais que o
frequentemente produz novas flores. O eixo central. O eixo principal termina em uma flor, que é a
desenvolvimento das flores acontece de baixo para cima primeira a se abrir.
ou de fora para dentro.
Racemo: Flores presentes em pedicelos que saem de
Uníparas ou monocásio: Possuem um eixo primário terminado
diferentes níveis do eixo principal e atingem diferentes
em flor e, logo abaixo, forma-se um eixo secundário lateral
alturas. Exemplo: chuva-de-ouro.
com uma flor final e assim sucessivamente. Exemplo: lírio.
Corimbo: Flores presentes em pedicelos que saem de
diferentes níveis do eixo principal e atingem a mesma Bíparas ou dicásio: Possuem um eixo primário terminado em
altura. Exemplo: xixi-de-macaco. flor e, logo abaixo, surgem dois eixos secundários
terminados em flor e assim sucessivamente. Exemplo:
Espiga: Flores sésseis dispostas em diferentes alturas no eixo
principal. Exemplo: milho. begônia.
Espádice: Estrutura semelhante à espiga, mas que possui um
eixo carnoso. Nessa inflorescência, verifica-se a
presença de uma bráctea bastante desenvolvida.
Exemplo: antúrio.
Capítulo: Flores inseridas em um eixo que se alarga na
extremidade superior e forma uma superfície achatada. → Tipos especiais de inflorescências
Exemplo: margarida.
Espigueta: Uma pequena espiga envolvida por diversas
Umbela: Flores presentes em pedicelos que saem do mesmo
ponto do eixo principal, atingindo o mesmo nível.
brácteas. Exemplo: gramíneas.
Exemplo: falsa-erva-de-rato. Ciátio: Formada por brácteas. Exemplo: coroa-de-cristo.
uma flor feminina pedicelada e rodeada por várias
flores masculinas. Ao redor dessa estrutura,
encontram-se
Sicônio: Flores estão envolvidas por um receptáculo
carnoso. Exemplo: figo.
 GIRASSOL
Helianthus

Girassol (Helianthus annuus),

planta anual da família das Asteraceae.
Classificação científica

Reino: Plantae

É caracterizada por possuir grandes Clado: angiospérmicas

inflorescencias do tipo ca´pítulo - com Clado: eudicotiledóneas

aproximadamente 30 cm de diâmetro Ordem: Asterales

- cujo caule pode atingir até 3 metros
Família: Asteraceae
de altura e apresenta filotaxia do tipo
oposta cruzada, notável por "olhar" Género: Helianthus
L.

para o SOL, comportamento vegetal Espécie: H. annuus

conhecido como HELIOTROPISMO Nome binomial

Helianthus annuus
 Uso das chaves taxonômicas para
identificação das plantas
Lactuca sativa L.
Nome Popular:Alface
Família:Asteraceae

CARACTERÍSTICAS

Planta herbácea de caule carnoso e esverdeado.

As variedades de alfaces produzidas no país são agrupadas pelo seu tipo e conhecidas
pelos nomes de romana, cabeça lisa, cabeça crespa.

As mais cultivadas são as de cabeça lisa e crespa.

Alface americana - conhecida pela sua cabeça mais dura, de folhs crocantes verde-claro,
saborosas e suculentas.
A temperatura melhor para seu cultivo é a de 24 ºC, mas tolera mínimas de 2 ºC e máximas
de 29 ºC.

Seu ciclo é de 65 dias no verão e até 85 dias nos meses frios.

Características morfológicas
FOLHAS
Verdes, simples, inteiras, podendo,
conforme a variedade apresentar-se
lisas, crespas, recortadas, inclusive
coloridas, verde-arroxeadas.
As folhas são dispostas imbricadas ao
redor deste caule, formando uma
roseta.
FLORES
São pequenas margaridas amarelas,
reunidas em inflorescência do tipo
panícula e que surgem ao final de um
ciclo.
 Inflorescência das asteraceae
As inflorescência são tipicamente em capítulos, característica
marcante da família. A formação em capítulo são várias flores,
geralmente pequenas, assentadas em um receptáculo comum,
geralmente plano, cercada por brácteas involucrais, dispostas
em uma ou mais séries. As flores, de pequeno tamanho em
geral apresentam ovário ínfero; carpelos fundidos e um único
óvulo com apenas um lóculo. As flores individuais podem ser
bissexuais ou unissexuais, as vezes estéreis; o plano de simetria
pode ser radial ou zigomorfas.
Alguns membros de Asteraceae possuem dois tipos de flores:
a) flores do disco: aquelas que se encontram na porção central
do capítulo e b) flores do raio: aquelas dispostas na porção
periférica, estas podem ser pistiladas ou estéreis. Ambas
funcionam como uma única flor para atração dos polinizadores.
Imagem de flor de Asteraceae - Alface
Chave taxonômica Asteraceaee
Antiga compositae

2 – Flores monoclamídeas ou diclamídeas -

3
3 – Flores monoclamídeas ou com coroa
apenas vestiginal - 4
4 – Flores unissexuadas - Chave C pág 28
Chave C
1 – Folhas Opostas ou Venticiliadas - 2
2 – Ovário Ínfero - 3
3 – Ovário Unilocular - 4
4 – Flores dispostas em inflorescência do tipo
capítulo - ASTERACEAE

Ex:. Alface, picão preto, girassol, serralha, etc

Feijão - Fabaceae
Nome científico: Phaseolus vulgaris
Classificação: Espécie
Classificação superior: Phaseolus
Classificação e morfologia
do feijão Feijão

Phaseolus vulgaris
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Fabales
Família: Fabaceae
Subfamília: Faboideae
Género: Phaseolus
Espécie: P. vulgaris

Nome binomial
Phaseolus vulgaris L.
Semente
 Chaves taxonômicas Fenerógamas
Chave
FEIJÃO
Conceito
– Phaseolus Vulgaris L. - Fabaceae Chave

02 Flores monoclamídeas ou diclamídeas 03

03 Flores diclamídeas (flores que possuem mais de um vertícício de proteção 05
independente do verticílio externo ser ou não semelhante ao interno)

05 Pétalas 4 – numerosas, às vezes em dois verticilios de 3 ou unidas formando uma 06

caliptra
06 Ovário Súpero 07
07 Corola dialipétala ou formada por apenas uma pétala CHAVE G P 46
Flores diclamídeas com corola dialicépala, com 4 ou mais pétalas e ovário súpero

CHAVE G PÁG 46
01 Bráctea não transformada em nectário 02
02 Flor com mais de um pistilo, as vezes unidos pelos estiletes 03
03 Plantas terrestres 04
04 Plantas com estípulas 05
05 Estames em número igual ou duplo ao das pétalas 06
06 Folhas não palmilobadas 07
07 Folhas compostas FABACEAS
(LEGUMINOSAS)
 conceitos

Brácteas: Folhas modificadas em cuja axilia nasce uma flor ou uma inflorescência, geralmente
colorida, mas pode ser verde.

Nectário: Órgão semelhante a glândula nectarífera, que pode ser encontrado dentro ou fora da flor.
Estípula: Formação laminar existente na base do pecíolo das folhas – fig 50
Pistilo = carpelo: órgão feminino da flor, constituído quando completo de ovário, estilete e
estigma. Fig 79

Folha palmilobada: Lembrando forma da palma da mão

 Picão-preto – Bidens pilosa
• Nome Científico: Bidens pilosa
• Nomes Populares: Picão-preto,
Amor-de-burro, Amor-seco,
Carrapicho, Carrapicho-agulha,
Carrapicho-cuambu, Carrapicho- Família: Asteraceae
de-agulha, Carrapicho-de-duas- Categoria: Plantas Daninhas
pontas, Carrapicho-picão, Coambi, Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical,
Cuambri, Cuambú, Erva-de-picão, Tropical
Erva-picão, Erva-pilão, Fura-capa, Origem: América Central,
Furacapa, Goambú, Macela-do- América do Sul
campo, Paconca, Picacho, Picacho-
negro, Picão, Picão-do-campo, Altura: 0.6 a 0.9 metros
Pico-pico, Piolho-de-padre Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Bienal
 Características da planta
• A Bidens pílosa é muito conhecida em todo o mundo por ser uma
invasora bastante agressiva. Presente em quase todos os
continentes é considerada daninha principalmente em culturas
anuais como soja, milho, algodão entre outras.
• O picão-preto é extremamente prolífico: uma única planta pode
produzir milhares de sementes.
• Uma curiosidade é que essas plantas distribuem a floração no
tempo, ou seja, a floração dura aproximadamente 60 dias e é
possível encontrar inflorescências jovens e maduras no mesmo
indivíduo.
• O controle geralmente é realizado com aspersão de herbicidas,
mesmo assim, o controle cultural preventivo jamais deve ser
descartado, principalmente em áreas onde ainda não invadidas.
POÁCEAS - GRAMÍNEAS
Características das poáceas
 Características morfológicas
Folhas
As folhas das gramíneas são alternas dísticas,
alongadas, paralelinérvias, invaginantes,
com bainha fendida. Por serem sésseis
não possuem pecíolo (o que liga a folha ao
caule) exceto o bambu que possui um
pseudo pecíolo. Há duas pequenas
expansões na base da lâmina foliar
denominada aurículas. Na junção da
lâmina foliar com a bainha há a formação
da lígula que pode ser membranosa, pilosa
ou mista, característica muito importante
para a taxonomia, a lígula fica entre a
bainha e o limbo da folha na parte interna
da mesma. A epiderme é rica em silício.
Possui caules de secção
circular, em sua maioria
Caule
o colmo, exceto o
bambu que possui o
caule lignificado, em
seus entrenós são
encontrados
meristemas
intercalados que os
protegem do fogo e de
herbivorias, já que
nesses meristas são
constituídos de gemas
que fazem a planta
crescer novamente
Flores
• Apresenta um perigônio formado por 3 verticilos de
2 peças que se reúnem em 1º grau para formar a
inflorescencia denominada “espigueta". Esta
espigueta pode ser formada por 1 a 50 flores, onde
algumas podem não ser funcionais.
• Constituição da espigueta: ráquila, 2 glumas e flor
em número variado conforme a espécie, que pode
ser unissexual, hermafrodita ou neutra. A flor está
formada de “odículas", "androceu" e "gineceu".
Apresentam brácteas: a “lema” e a “pálea”, que
protegem o androceu e o gineceu, podem ser
férteis ou estéreis. A lema é a mais externa,
monoquiliada, pode apresentar “arista" (espigueta
aristada), e quando não a tem denomina-se
espigueta “mútica", passando este termo a integrar
ou classificar a cultivar ou variedade; a pálea é
biquiliada e cobre total ou parcialmente a pálea; o
conjunto formado por lema e pálea denomina-se
de “antécio" que pode estar ou não protegido pelas
2 brácteas da espigueta, denominadas “glumas I e
II”; o androceu é formado por 3 estames na maioria
das espécies, com filetes longos e tênues, o que
facilita a anemofilia; excepcionalmente podem
ocorrer 1,2,6 ou mais estames.
 Chaves taxonômicas Fenerógamas
Poáceae
Chav Conceito Chave
e
02 Flores Aclamídeas Chave B

CHAVE B PÁG 26
01 Folhas alternas ou ausentes 08
08 Plantas com folhas as vezes reduzidas a escamas, clorofiladas 09
09 Plantas terrestres, ou se aquáticas não flutuantes 15
15 Inflorescência do tipo espádice (não) ???
15 Inflorescência de outros tipos 19
19 Folhas com bainha 20
20 Flores dispostas em espiguetas 21
21 Caule de secção circular ou achatado folhas alternas ou muito POÁCEA
raramente espiroladas, com bainha geralmente aberta, fruto (GRAMÍNEA)
cariopse