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Inflorescência

Inflorescência é um conjunto de flores


dispostas em um eixo caulinar ou
qualquer sistema de ramificação que
termine em flores. Morfologicamente, é a
parte modificada da parte aérea das
plantas com sementes (espermatófitas)
onde as flores são formadas no eixo de
uma planta. Pode-se também definir uma
inflorescência como a porção
reprodutiva de uma planta que apresenta
um conjunto de flores em um padrão
específico.

Racemo de Byrsonima tuberosa, planta do cerrado brasileiro

O caule que contém toda a


inflorescência é chamado de pedúnculo.
O eixo principal acima do pedúnculo que
carrega as flores ou ramos secundários
é chamado de raque. O caule de cada
flor na inflorescência é chamado de
pedicelo. Uma flor que não faz parte de
uma inflorescência é chamada de flor
solitária e sua haste também é chamada
de pedúnculo. O estágio de frutificação
de uma inflorescência é conhecido como
infrutescência.

Muitas famílias botânicas distinguem-se


facilmente pelo seu tipo de
inflorescência, como o espádice das
Araceae, as umbelas das Apiaceae ou os
capítulos das Asteraceae.

Características gerais
As inflorescências são descritas por
muitas características diferentes,
incluindo como a disposição floral no
pedúnculo, a ordem de floração das
flores e como os diferentes cachos de
flores são agrupados dentro dele. Esses
termos são representações gerais, pois
as plantas na natureza podem
apresentar uma combinação de vários
tipos.[1]

As inflorescências costumam ter


folhagem modificada diferente da parte
vegetativa da planta. Considerando o
significado mais amplo do termo,
qualquer folha associada a uma
inflorescência é chamada de bráctea.
Uma bráctea geralmente está localizada
no nó onde se forma o caule principal da
inflorescência, unido à raque da planta,
mas outras brácteas podem existir
dentro da própria inflorescência. Eles
servem a uma variedade de funções que
incluem atrair polinizadores e proteger
flores jovens.

Tipos
Há uma imensa diversidade de
conformações diferentes de
inflorescências e diferentes formas de
agrupá-las. Quanto à posição, uma
inflorescência pode ser axilar ou
terminal. As inflorescências podem ser
classificadas quanto ao número de
flores, podendo ser unifloras (contendo
uma flor na extremidade do pedúnculo
ou eixo, como no brinco-de-princesa), ou
plurifloras (contendo várias flores no
mesmo pedúnculo ou eixo). As
inflorescências plurifloras podem ainda
ser simples (com um eixo primário que
produz pedicelos com uma flor), ou
compostas (com um eixo primário que
produz pedicelos que se ramificam).

Inflorescência simples

Existem inflorescências "indefinidas" ou


"definidas", se o eixo principal das
mesmas termina com uma gema
terminal ou por uma flor.

Indefinida ou racemosas

As inflorescências simples indefinidas


são geralmente chamadas de
racemosas. Numa inflorescência
indefinida, o eixo principal termina numa
gema terminal que se alonga, em teoria,
indefinidamente, emitindo lateralmente
flores ou eixos secundários com mais
flores. As flores da base florescem em
primeiro lugar, seguindo-se as outras, em
direção ao cume da inflorescência. A
inflorescência típica, neste caso, é o
racemo.

Tipos de inflorescências indefinidas


incluem:[2]

Racemo ou cacho, na qual os


pedicelos das flores se inserem em
diferentes níveis no eixo comum,
alcançando diferentes alturas.
Panícula, formada por um conjunto de
racemos, na qual os ramos decrescem
da base para o ápice.
Espiga, contendo flores sésseis ou
subsésseis situadas em diversas
alturas sobre um eixo primário.
Espádice, uma variação da espiga em
que o eixo primário é carnoso e
envolto por uma bráctea modificada
denominada espata.
Umbela, com pedúnculos florais que
partem todos do mesmo ponto e têm
comprimento igual, e se elevam a
níveis diferentes (em um formato
semelhante a um guarda-chuva).
Corimbo, com pedúnculos florais,
partindo de pontos distintos da haste,
se elevam a um mesmo nível.
Capítulo, com flores sésseis e
inseridas em um receptáculo,
geralmente discoide, rodeado por um
conjunto de brácteas. Inflorescência
típica da família Asteraceae.
Espigueta, formada por espiga muito
curta. Inflorescência típica da família
Poaceae (gramíneas).
Racemo

Panícula
Espiga

Espádice
Umbela

Corimbo
Capítulo

Inflorescência definida

Numa inflorescência definida, o eixo


principal termina numa flor, que floresce
em primeiro lugar e cujo crescimento é
limitado. As outras flores aparecem
sucessivamente em direção à periferia,
em ráquis secundários que, por vezes,
podem ser muito curtos. Neste caso,
fala-se de "ramificação simpodial". O tipo
principal de inflorescência definida é a
cimeira. As cimeiras podem ser divididas
de acordo com o seguinte esquema:[2]

Cima unípara ou monocásio, com


apenas um eixo secundário. Podendo
ser escorpioide ou helicoide.
Cima bípara ou dicásio, cimeira que
apresenta, sob a flor terminal do eixo
principal, dois eixos laterais floríferos
opostos, também terminados por flor,
os quais podem igualmente originar
outros dois, e assim sucessivamente.
Em alguns casos, o dicásio pode
carecer de flor terminal, como na
begônia.
Cima multípara ou pleiocásio,
Glomérulo, com flores sésseis ou
subsésseis aglomeradas entre si, de
configuração globosa.
Ciátio, formada por uma flor feminina
central, nua, pedicelada e com ovário
tricoco, cercada por várias flores
masculinas constituídas apenas pelos
estames, e um invólucro caliciforme
de brácteas, alternando-se com
glândulas, que envolve o conjunto de
flores. Inflorescência típica do gênero
Euphorbia.
Sicônio, cujo receptáculo é escavado,
formando uma cavidade quase
fechada, onde se inserem flores
unissexuais, como no figo.
Monocásio

Dicásio
Dicásio

Dicásio
Pleiocásio

Inflorescências compostas
Podemos, contudo, encontrar
inflorescências com todo o tipo de
combinações. Por vezes, a
inflorescência, no seu todo, tende a
simular uma flor simples, como no caso
do edelweiss. Existem, portanto, as
inflorescências:

Homogéneas:
Umbelas compostas,
Espigas compostas.
Mistas:
Tirso, que forma um racemo de
cimeiras;
Panícula de espigas;
Corimbo de capítulos;
Espiga de cimeiras;
Espiga de glomérulos.

Referências
1. Kirchoff, Bruce K.; Claßen-Bockhoff,
Regine (2013). "Inflorescences:
concepts, function, development and
evolution". Annals of Botany. 112 (8):
1471–6. doi:10.1093/aob/mct267.
PMC 3828949. PMID 24383103 .
2. Vidal, Waldomiro Nunes & Vidal,
Maria Rosária Rodrigues (1990).
Botânica organografica: quadros
sinóticos ilustrados de fanerógamos.
(3 ed.). Viçosa: Universidade Federal
de Viçosa.

Bibliografia
«Sistema Simpodial ou definido» (htt
p://www.consulteme.com.br/biologia/
caule/simpodia.htm) . CONSULTEME.
Consultado em 20 de fevereiro de
2007[ligação inativa]
FOREY, P, FITZSIMONS, C.. Flores
Silvestres, 1.ª ed. Aveiro: Editora
Plátano. 1987. ISBN 972-707-118-X

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