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Alessandro Nicoli
Doutor em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa/UFV
Instituição: Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/UFVJM
Endereço: Avenida Universitária, 1000 – Bairro Universitário, Unaí – MG, Brasil
E-mail: alessandro.nicoli@ufvjm.edu.br
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RESUMO
O milho é uma das mais eficientes plantas da natureza quanto a armazenar energia e uma das culturas
mais cultivadas no mundo. O objetivo desse trabalho foi avaliar sementes de milho submetidas ao
déficit hídrico, procurando obter informações que possam ser relevantes no momento do
estabelecimento da cultura no campo. Foi avaliada a semente da cultivar SHS 3031 quanto a
emergência e vigor vegetativo. O experimento foi realizado em maio de 2015 na cidade de Três
corações, Minas gerais, conduzido em delineamento casualizados com 4 repetições. Os resultados
indicaram que solos com menor período de estiagem apresentaram maior percentual de emergência e
vigor vegetativo.
ABSTRACT
Corn is one of the most efficient plants of nature and to store energy and one of the most cultivated
crops in the world. The aim of this study was to evaluate corn seeds subjected to water stress, looking
for information that may be relevant at the time of crop establishment in the field. The seed of the
cultivar SHS 3031 as the emergence and vegetative vigor was evaluated. The experiment was
conducted in May 2015 in the city of Três Corações, Minas Gerais, a randomized design with four
replications. The results indicated that soil with lower dry period, a higher percentage of emergence
and vegetative vigor.
1 INTRODUÇÃO
O milho (Zeamays) é uma das culturas mais difundidas no mundo (Silva, 2009) e um dos
fatores que contribuem para esse sucesso é o fato de poder ser cultivado desde o nível do mar até
altitudes de 3 mil metros, desde 58 graus LatitudeNorte- Canadá até 40 graus Latitude Sul- Argentina,
podendo ser plantado em grande escala ou como cultura de subsistência.
Essa gramínea da família das Poeaceae é um descendente do teossinte, planta originária do
México e América central, conhecida desde 7000 anos a.c, denominada pelos Maias como alimento
dos deuses e domesticada ao longo da história (TERRA, 2009).
No Brasil essa cultura tem grande importância e o país é o terceiro produtor mundial segundo
o Ministério da Agricultura (USDA, 2015), sendo passível de duas colheitas ao ano, sendo a primeira
safraprimavera e verão e a segunda safra outono e inverno, também denominada de safrinha.
A fenologia do milho está dividida em dois estádios: Estádio vegetativo e estádio reprodutivo.
O estádio vegetativo compreende a germinação e a emergência.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
Segundo Cruz et.al. (1996), o milho é uma das mais eficientes plantas da natureza no que diz
respeito a armazenar energia. De uma semente com aproximadamente 0.3 gramas, surgirá uma planta
com cerca de dois metros por volta de nove semanas. Ademais, uma planta produz cerca de 600 a
1000 sementes similares àquela da qual se originou.
O milho é rico em amido, e devido ao seu relativo baixo custo, tem sido muito utilizado na
indústria alimentícia como ingrediente calórico e como melhorador de propriedades físico químicas.
O teor de amilose dos grânulos varia de acordo com a fonte vegetal e no milho essa taxa fica entre 25
a 28% (ADITIVOS & INGREDIENTES, [20--?]).
O grão de milho pode ser amarelo, branco, vermelho ou até mesmo preto, composto
aproximadamente de 72% de amido, 9,5% de proteínas, 9% de fibra, 4% de óleo e outros, sendo,
portanto, um alimento altamente energético para homens e animais, a saber:
Como a planta consegue fazer isso? Primeiro, produzindo uma grande e eficiente “fábrica” de energia,
composta pelas suas raízes, folhas, colmo e partes florais. A partir daí armazena quantidades fantásticas de
energia em um produto concentrado, que é o grão de milho. (CRUZ (Ed.) et.al. 1996, p.85).
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O milho [(Zeamays(L.)] também está sujeito às condições adversas no campo, como problemas
relacionados à disponibilidade hídrica na época de semeadura, afetando a germinação das sementes, a qual
é caracterizada como um processo irreversível e um dos estádios mais críticos do ciclo de vida da planta
(Almansouriet.al., 2001). Khajeh-Hosseiniet.al. (2003) afirmaram que, dos diversos fatores ambientais
capazes de influenciar a germinação, a disponibilidade de água é um dos mais importantes, pois se constitui
a matriz onde ocorre a maioria dos processos bioquímicos e fisiológicos. Os efeitos da disponibilidade
hídrica se prolongam após a emergência do eixo embrionário, com reflexos sobre o desenvolvimento das
plântulas. (KAPPES et.al. apud ALMANSOURI et.al. 2001; KHAJEH-HOSSEINI et .al. 2003, p.2).
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enchimento dos grãos (SHUSSLER E WESTGATE, 1991; ZINSELMEIER et al. 1995, apud
BERGAMASCHIet. al. 2004)
O uso racional da água deve ser uma preocupação de todos e na agricultura não é diferente,
pois o uso indiscriminado pode causar erosões, salinização e comprometer recursos hídricos.
A água destinada a uma cultura é necessária ao desenvolvimento da mesma para satisfazer suas
necessidades metabólicas para o seu máximo rendimento, portanto estudos das necessidades hídricas
são necessários quando pretende-se racionalizar o uso da água.
3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na cidade de Três Corações, Minas Gerais, Brasil. As
coordenadas geográficas da área são: 21º 42’00’’ S e 45º 15’30’’W com altitude aproximada de 855
metros. O clima regional é classificado como clima tropical de altitude (classificação climática de
Köppen-Geiger) predominante nos planaltos e serras do Sudeste brasileiro, com precipitação e
temperatura média anual de 1642,2 mm e 18,2 °C, respectivamente.
O solo é classificado como Argiloso Silicoso, típico originário do basalto da formação da
Serra Geral, e caracteriza-se por apresentar perfil profundo de coloração vermelha escura, textura
argilosa com predominância de argilominerais 1:1.
Foi realizada análise de fertilidadedo solo, para reconhecimento da área utilizada, não havendo
necessidade de se fazer correção química.
Mesmo o solo estando apto para o plantio, para certificar-se que as sementes não sofreriam
nenhum impedimento físico, a terra utilizada para o experimento foi coada em peneira e colocada em
bombonas de plástico usadas como canteiro, garantindo que não iria ocorrer interferências de outros
fatores na umidade do solo.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em trabalho semelhante foi observado que a velocidade e a uniformidade da emergência das
plântulas, dependem do vigor das sementes e das condições do ambiente. Neste experimento
resguardou-se a qualidade e vigor da semente para atentar somente para a condição de déficit hídrico.
Os Tratamentos 1 e 2 diferiram estatisticamente dos demais tratamentos e apresentaram menor
percentual de emergência de sementes. Isto pode ter ocorrido pela baixa umidade do solo que estava
entre 18 e 22% nos tratamentos 1 e 2, com 4 e 3 dias de estiagemrespectivamente. Os demais
tratamentos estatisticamente foram semelhantes e apresentaram percentual de umidade muito
próximos e um maior índice de emergência
Na Tabela 1está apresentada a análise de variância, com a média geral e o coeficiente de
variância para o percentual de emergência e dias de vigor vegetativo após a emergência.
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Percentual de emergência
FV GL SQ QM FC Pr>Fc
Blocos 3 615.20 205.06 0.331 0.8033
Tratamento 4 8614.30 2153.57 3.473 0.0418
Erro 12 7441.30 620.10
Total corrigido 19 16670.80
CV 1 (%) = 34.88
Média Geral 71.40 Número de observações: 20
Fonte: Pesquisa de campo, próprio autor (2016).
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5 CONCLUSÃO
Conclui-se que a umidade foi fator decisivo no resultado do experimento em que os
Tratamentos 1 e 2 que tiveram 18% e 22% respectivamente de umidade do solo, ou seja, 4 e 3 dias
de estiagem, apresentaram menor percentual de emergência e o Tratamento 5, no qual a semente foi
plantada em solo com capacidade de campo, a plântula obteve maior vigor vegetativo, resistindo 30
dias sem reposição de água no solo.
Assim entende-se que no ato do estabelecimento da cultura, conhecer o percentual de umidade
do solo é fator fundamental para evitar falhas no stand, bem como garantir condições para o
desenvolvimento da plântula no início do seu ciclo de vida.
REFERÊNCIAS
BERGAMASCHI, H. O clima como fator determinante da fenologia das plantas. In: REGO, G. M.;
NEGRELLE, R. R. B.; MORELLATO, L. P. C. Fenologia: ferramenta paraconservação,
melhoramento e manejo de recursos vegetais arbóreos. Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2007.
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CRUZ, José Carlos (Ed.) et.al. Recomendações Técnicas para o cultivo do milho. 2. Ed. Brasília,
DF: EMBRAPA, 1996, p.85.
MATZENAUER, R. et al. Consumo de água e disponibilidade hídrica para milho e soja, no Rio
Grande do Sul. Porto Alegre: Fepagro (Boletim Fepagro, 10), 2002. 105p.
ZINSELMEIER, C; WESTGATE, M.E; JONES, R.J. Kernel set at low waterpotential does not
vary with source sink/ratio in maize. Crop Science, v.35, 1995.p.158-164.
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