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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

LUAN DOS SANTOS MARVÃO

MARIA DO CARMO SILVA LIMA

MANEJO DE ÁCAROS TETRANIQUÍDEOS EM ROSA DO DESERTO (Adenium


obesum Forssk. Roem. & Schult) COM FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS

BELÉM

2019
LUAN DOS SANTOS MARVÃO

MARIA DO CARMO SILVA LIMA

MANEJO DE ÁCAROS TETRANIQUÍDEOS EM ROSA DO DESERTO (Adenium


obesum Forssk. Roem. & Schult) COM FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Agronomia da Universidade Federal
Rural da Amazônia como requisito para a
obtenção do grau de Bacharel em Agronomia.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Augusto Silva de
Sousa

BELÉM

2019
Controle Biológico. Isaria sp. Beauveria sp. Planta Ornamental

Marvão, Luan dos Santos


Manejo de ácaros tetraniquídeos em rosa do deserto Adenium.
obesum (Forssk. Roem. & Schult) com fungos entomopatogênicos / Luan
dos Santos Marvão, Maria do Carmo Silva Lima – Belém, 2019.

34 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Agronomia) –


Universidade Federal Rural da Amazônia, 2019.
Orientador: Luiz Augusto Silva de Sousa

1. Rosa do deserto 2. Ácaros tetraniquídeos 3. Controle biológico


4. Adenium obesum I. Sousa, Luiz Augusto Silva de (orient.) II. Sousa,
Luiz Augusto Silva de orientador) III. Título.

CDD – 633.3098115

Ficha elaborada pela Bibliotecária Nilzete Ferreira Gomes (CRB-2/1231)


LUAN DOS SANTOS MARVÃO

MARIA DO CARMO SILVA LIMA

MANEJO DE ÁCAROS TETRANIQUÍDEOS EM ROSA DO DESERTO (Adenium


obesum Forssk. Roem. & Schult) COM FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Agronomia da Universidade Federal


Rural da Amazônia como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Agronomia.

Data da Aprovação: 22/02/2019

Banca Examinadora:

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Luiz Augusto Silva de Sousa


Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA

Prof.ª. Drª. Telma Fatima Vieira Batista


Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA

MSc. Natalino de Jesus Cabral Corrêa


Viveiro Paraíso Verde – Estrada do Mosqueiro
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, por todo incentivo e ajuda que me deram ao longo desta caminhada, sempre
acreditando em mim e se orgulhando de todas minhas conquistas. Além disso, pelo apoio e
suporte nos momentos de dificuldade, quando não tinha como resolver, mas sabia que sempre
poderia recorrer a eles.

À minha avó, pelo amor incondicional que me ajudou nos momentos difíceis e sempre
melhorou a situação com seu conforto em forma de palavras e abraços.

Ao meu avô, por sempre estar disposto a ajudar quando havia alguma emergência acadêmica,
contribuindo para a minha formação da maneira que foi possível.

À minha bisavó, pessoa especial que sempre me amou e me aconselhou, me colocando


sempre em suas orações e torcendo sempre pela minha vitória.

Às minhas amigas, Ezir Kataryna e Nina Daia, por me acompanharem nessa jornada desde
antes de cursar esta graduação e sempre terem ótimos conselhos a respeito do curso,
incentivando a continuar.

Agradeço à minha amiga Maria Lima, por ser uma companheira incrível desde a semana do
calouro e até aqui. Minhas conquistas durante esta graduação sempre tiveram a presença dela
de alguma forma, foi alguém que pude celebrar as vitórias e chorar nas derrotas.

Às amizades que fiz durante esta graduação, pois foram essenciais para minha permanência
no curso, em dias que não havia vontade de levantar e ir pra aula, me deram forças e incentivo
para não desistir: Dawanne Lima, Natalia Corrêa, Fernanda Bernaldo, Juliete Oliveira,
Wagner Ramos, Carla Paixão, Andréa Lobato, Brenda Pimentel, Danielle Pereira e Michelle
Santos.

Aos demais colegas de classe, por ajudas vindas de onde não imaginava, auxilio e ajuda direta
e indireta.

Ao Lucas Máximo, por ter incentivado, acalmado e acreditado em mim durante os momentos
de tristeza e quando estava desacreditado de que poderia alcançar vitórias.

Ao meu orientador Luiz Augusto, por aceitar nos orientar e pelo trabalho desenvolvido
conosco para acrescentar conhecimento no ramo das ornamentais. À professora Telma Batista
por ter sido uma luz quando já estávamos desacreditados que poderíamos melhorar, mas nos
ajudou aconselhando e nos acalmando com suas sábias palavras.
Ao produtor Natalino Corrêa, que sempre esteve de portas abertas para nos ensinar, ajudar e
incentivar, tornando-se uma inspiração como profissional e pessoa. Sua passagem por nossas
vidas foi essencial para descobrirmos nosso amor pelas plantas ornamentais.

Aos professores José Luiz Moraes e Rosa Santa Rosa, por serem sempre receptivos e
dispostos a ajudar quando precisei, sua ajuda foi essencial para a minha permanência no
curso.

Ao colega Ricardo Machado e ao professor Gledson Castro, por terem oferecido uma ajuda
essencial para o desenvolvimento deste trabalho.

„Luan dos Santos Marvão


Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e da esperança me colocando diante das
melhores oportunidades da vida; agradeço parte da minha família, pois me deram condições
de estudar.

Ao meu parceiro de vida Marcelo Tavares que me deu muito apoio durante o curso e não me
deixou desanimar; ao meu parceiro de trabalho e de curso Luan Marvão no qual dedico boa
parte da minha vida acadêmica que sempre esteve comigo e a sua família nos ajudando
também.

Sou grata ao nosso orientador Luiz Augusto por ter nos auxiliado na realização desse trabalho
e ainda durante o curso proporcionado muitos conhecimentos na área da floricultura e
paisagismo; a professora Telma Batista pela sua habilidade, disposição e atenção com o nosso
trabalho, agradeço imensamente ao produtor Natalino Correa, por abrir as portas da sua
empresa, é nossa inspiração como profissional e ser humano. Sou grata a professora Antônia
Bronze pelas vivências, incentivos, minha inspiração como pessoa e profissional. Ao
professor Gledson Castro e Ricardo Machado a enorme ajuda com o desenvolvimento dos
dados desse trabalho.

Aos amigos e colegas de curso que tanto me ajudaram a trilhar esse caminho: Juliete Oliveira,
que não me deixou desistir, Andrea Lobato por me ajudar em vários momentos, Brenda
Pimentel por acreditar na minha capacidade acadêmica, Fernanda Bernaldo pela ajuda em
estudar diversas matérias, Dawanne Gomes no incentivo aos trabalhos e estudos, Elias
Favacho pelo apoio em parte do curso e não me deixar desistir.

„Maria do C. S. Lima
RESUMO

Um dos grandes entraves na cultura da rosa do deserto (Adenium obesum Forssk. Roem. &
Schult), em condições de viveiro é o ataque por ácaros do gênero Tetranychus sp.
(Prostigmata: Tetranychidae), que inviabiliza a venda da muda devido aos danos causados na
planta e o controle é somente por acaricidas químicos. Objetivou-se avaliar a eficiência dos
fungos entomopatogênicos Isaria sp. e Beauveria sp. no controle dos ácaros em viveiro
comercial localizado na Ilha do Mosqueiro, Belém-PA. O experimento foi elaborado através
de delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e oito repetições, sendo os
tratamentos: T1=Controle com Água; T2=Isaria sp. (concentração de 16,6g/L).;
T3=Beauveria sp. (concentração de 16,6g/L) e T4=Padrão com acaricida químico
(concentração de 1,5mL/L). Para a amostragem inicial foram selecionadas quatro folhas de
cada planta, aleatoriamente, e submetidas a contagem de números de ácaros, utilizando-se
lupa dobrável de 1,5cm2. Realizaram-se aplicações das suspenções dos tratamentos com
auxílio de um borrifador manual a distância de 20 cm das plantas. As avaliações do número
de ácaros vivos foram realizadas com cinco e dez dias após a aplicação dos tratamentos. A

média do número de ácaros foi corrigida pela fórmula √ , a análise de variância

feita pelo Software R Studio e a médias comparadas pelo Teste de Duncan 5%. Os resultados
demonstraram que o biocontrole com o uso da Isaria sp, foi o mais eficiente aos 5 dias após
aplicação, em relação aos outros tratamentos. Aos 10 dias, os tratamentos com os fungos se
igualaram causando mais de 90% de mortalidade acima do controle padrão com acaricida.
Conclui-se que, os fungos Beauveria sp. e Isaria sp. são eficientes no controle de ácaros na
cultura da rosa do deserto, proporcionando ao setor de plantas ornamentais alternativa
ecologicamente correta ao uso sucessivo dos acaricidas químicos, que podem causar impactos
negativos ao meio ambiente.

Palavras-chave: Controle Biológico. Isaria sp. Beauveria sp. Planta Ornamental.


ABSTRACT
One of the great hindrances in the culture of the Desert Rose (Adenium obesum Forssk.)
Roem. And Schult), under nursery conditions is the attack by mites of the genus Tetranychus
sp. (Prostigmata: Tetranychidae), which makes the sale of molt unviable due to damage to the
plant and control is only by chemical acaricides. The objective of this study was to evaluate
the efficiency of the control of entomopathogenic fungi Isaria sp. and Beauveria sp. in the
control of the mites in commercial nursery located in Mosqueiro Island, Belém-PA. The
experiment was elaborated through a completely randomized design, with four treatments and
eight replications, being the treatments: T1 = Control with Water; T2 = Isaria sp.
(concentration of 16.6 g / L). T3 = Beauveria sp. (concentration of 16.6 g / L) and T4 =
Standard with chemical acaricide (concentration of 1.5 mL / L). For the initial sampling, four
leaves of each plant were randomly selected and submitted to counting of mites, using a
folding magnifying glass of 1.5 cm2. Applications of treatment suspensions were carried out
with the aid of a hand spray at a distance of 20 cm from the plants. Evaluations of the number
of live mites were performed five and ten days after the application of the treatments. The

mean number of mites was corrected by formula √ ,

an analysis of variance made by the R Studio Software and a media compared by the Duncan
Test 5%. The results were compared with the biocontrol with the use of Isaria sp, were more
efficient at 5 days after application, in relation to the other treatments, at 10 days of fungal
treatment with 90% of the previous experiments. with acaricide. It concludes that the fungi
Beauveria sp. and Isaria sp. are efficient in the culture of the culture of the Rose of Desert,
providing to the industry of ornamental plants alternative to the success of the organic
chemicals, which are dumbbells to environmental systems.

Keywords: Biological Control. Isaria sp. Beauveria sp. Ornamental plant.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Ácaro Tetranychus sp. adulto e ovos. ..................................................................... 17


Figura 2 - Planta de Rosa do deserto Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult, com
sintomas de ataque de ácaros, em área comercial de plantas ornamentais Belém, Pa, Brasil. . 22
Figura 3 - Planta de Rosa do deserto Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult, após
aplicação de fungos entomopatogênicos, em área comercial de plantas ornamentais para o
controle de ácaros do gênero Tetranychus sp. Belém, Pa, Brasil. ............................................ 23
Figura 4 - Identificação das folhas em plantas de Rosa do deserto Adenium obesum (Forssk.)
Roem. e Schult selecionadas para avaliação após a aplicação de fungos entomopatogenicos,
para o controle de ácaros do gênero Tetranychus sp. em área comercial de plantas
ornamentais. Belém, Pa, Brasil. ................................................................................................ 23
Figura 5 - Bioinseticidas a base de fungos entomopatogênicos produzidos em arroz
parboilizado. Beauveria sp. (A) e Isaria sp. (B), para o controle de ácaros do gênero
Tetranychus sp. na cultura da Rosa do deserto Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult.
Belém, Pa, Brasil. ..................................................................................................................... 24
Figura 6 - Arroz lavado após a retirada das colônias de fungo entomopatogênico, para o
controle do ácaro Tetranychus sp. sobre Rosa do deserto Adenium obesum (Forssk.) Roem. e
Schult. Belém, Pa, Brasil. ......................................................................................................... 24
Figura 7 - Lupa portátil manual de 1,5 cm2 utilizada para quantificar populações de ácaros
em plantas de Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult. Belém, Pa, Brasil. ....................... 25
Figura 8 - Mortalidade (%) de ácaros Tetranychus sp. em plantas de Rosa do Deserto
Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult, após 5 dias da aplicação de fungos
entomopatogênicos. Belém, Pa, Brasil. .................................................................................... 27
Figura 9 - Mortalidade (%) de ácaros Tetranychus sp. em plantas de Rosa do Deserto
Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult, após 10 dias da aplicação de fungos
entomopatogênicos. Belém, Pa, Brasil. .................................................................................... 28
Figura 10 - Eficiência de controle (%) de ácaros Tetranychus sp. após 10 dias de tratamento
com fungos entomopatogênicos e acaricida químico em relação ao tratamento controle com
água. Belém, Pa, Brasil. ............................................................................................................ 28
Figura 11 - Ácaro Tetranychus sp. adulto vivo após tratamento com acaricida químico (A);
ácaro Tetranychus sp. adulto morto com acaricida químico (B); ácaro Tetranychus sp. adulto
colonizado por Isaria sp. (C); ácaro adulto Tetranychus sp colonizado por Beauveria sp. (D);
ácaro adulto vivo do tratamento com água (E) ......................................................................... 29
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 14

2.1 Floricultura nacional e local ......................................................................................... 14

2.2 Rosa do deserto .............................................................................................................. 15

2.3 Ácaros fitófagos ............................................................................................................. 16

2.3.1 Ácaro rajado (Tetranychus urticae, Koch, 1836) ............................................................ 17

2.3.2 Ácaro vermelho (Tetranychus ludeni, Zacher, 1913) ...................................................... 17

2.3.4 Sintomas de ataque dos ácaros em plantas ...................................................................... 18

2.4 Controle químico ........................................................................................................... 18

2.4.1 Resistência de ácaros rajados ao controle químico ......................................................... 19

2.5 Conceito de controle biológico ...................................................................................... 19

2.5.1 Fungos entomopatogênicos ............................................................................................. 20

3 MATERIAL E METÓDOS .......................................................................................... 22

3.1 Avaliações ....................................................................................................................... 25

3.2 Análises estatística ......................................................................................................... 25

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 26

5 CONCLUSÃO................................................................................................................ 30

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 31
12

1 INTRODUÇÃO

A rosa do deserto Adenium obesum (Forssk. Roem. & Schult), é uma planta da família
Apocynaceae, nativa da África tropical e da Arábia. Essas plantas estão sendo ameaçadas de
extinção devido à alta exploração econômica e destruição do seu habitat (TALUKDAR,
2012). É uma planta que está sendo introduzida em diversas partes do mundo (OYEN, 2008),
e muito comercializada pelo setor de plantas ornamentais, principalmente no Estado do Pará,
onde é muito utilizada para decorações de ambientes. Possui valor agregado bastante
significativo, quando está em perfeita condições sem o ataque de pragas, incluindo os ácaros.

O controle biológico de pragas é uma prática que representa mais segurança em


manter as populações em equilíbrio, reduzindo a rápida multiplicação destes, não obtendo
danos aos organismos não alvos e ao solo (ALVES, 1998), além de não contaminar ao
homem e ao meio ambiente.

O biocontrole oferece menor risco aos organismos não alvo do controle, não deixa
resíduos tóxicos na lavoura, nas águas, no solo, no ar, e consequentemente, também não
possui efeito de intoxicação sobre ao agricultor. Ainda há resistência de alguns agricultores a
fazerem o controle biológico de pragas, visto que não conseguem observar os efeitos
benéficos do mesmo, pois geralmente os inimigos naturais são imperceptíveis a olho nu, por
dificuldade de visualização e falta de treinamento e conhecimento pelo produtor.

Para o controle de ácaros tetraniquídeos em rosas do deserto os produtores ainda


recorrem para o uso de acaricidas químicos, ainda não registrados no Ministério da
Agricultura, que podem estabelecer riscos para a saúde humana, com o uso sucessivo e
irracional, ocasionar acidentes de trabalho; obter problemas ambientais, principalmente se for
utilizado de forma errônea (despejo de resíduos dos produtos e embalagens). O uso de
técnicas alternativas ao padrão utilizado beneficia e promove o equilíbrio entre as pragas e
seus inimigos naturais, preservando a sua presença no ambiente, reduzindo ou suprimindo os
defensivos agrícolas químicos nas produções vegetais, gerando alternativa altamente
ecológica na busca por uma agricultura mais sustentável e em harmonia com o meio
ambiente.
13

As plantas ornamentais podem servir de hospedeiras para algumas espécies de ácaros,


entretanto, como a flor do deserto, é uma planta recentemente introduzida, poucas pesquisas
estão sendo feitas para o controle dessas pragas, necessitando de muitas informações válidas
ao manejo dessa cultura no Estado do Pará.

Objetivou-se avaliar o controle dos fungos entomopatogênicos Beauveria sp. e Isaria


sp., sobre ácaros do gênero Tetranychus sp, no cultivo de rosa do deserto. Com objetivos
específicos: Avaliar a porcentagem de mortalidade da população de ácaros, a eficiência e o
efeito dos tratamentos em relação ao tratamento controle e o tratamento padrão com acaricida
químico.
14

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Floricultura nacional e local

A floricultura é a produção de plantas ornamentais e flores, enfatizando as flores de


corte, plantas de vaso, folhagens, além de produção de mudas e materiais de propagação. É
uma atividade com importância para a economia nacional, pois gera alta rentabilidade,
produzindo ocupação e a criação de mão de obra no campo, além de ser uma opção para
pequenos produtores (LINS; COELHO, 2004).

Sendo uma prática agrícola, o cultivo de flores e plantas ornamentais causa impactos
ambientais. Contudo, este pode ser muito menor que o impacto causado por outras culturas de
importância econômica. Como vantagens, tem a possibilidade de reciclagem de resíduos, que
podem servir como substratos ou fertilizantes para as plantas, além de baixo custo
(MITSUEDA; COSTA; D‟OLIVEIRA, 2011).

O setor da floricultura paraense passou a ser reconhecido como importante atividade


econômica a partir de 1996. Devido às várias iniciativas, o setor investiu na conquista de
novos mercados, usando como diferencial a diversidade de espécies existentes, tanto de flores
de corte, plantas ornamentais, folhagens etc. (PARÁ, 2002). A floricultura paraense já faz
parte das atividades econômicas de grande importância na região (COSTA, 2010).

A floricultura paraense está ganhando o mercado devido as diversas espécies


existentes e as condições climáticas altamente favoráveis para as flores de corte e para as
exóticas flores tropicais, como é o caso das heliconiaceas e zingiberaceas, que estão atraindo a
atenção de grandes produtores e exportadores, interessados em preço acessível e qualidade.
Entretanto, para continuar crescendo, o segmento precisa corrigir alguns entraves que podem
comprometer os futuros negócios, entre as limitações temos o excesso de fungos e pragas, a
baixa rotatividade das flores regionais, o desconhecimento de fornecedores e a ausência de
padrão (SEBRAE, 2008).

Os municípios produtores da região são: Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba,


Santa Izabel do Pará, Santa Bárbara, Santo Antônio do Tauá e Castanhal. Com referência aos
produtores de flores tropicais de corte, estes iniciaram as suas produções mais recentemente
15

que os produtores de flores temperados, mesmo como um hobby ou como mais uma atividade
de sua propriedade agrícola, influenciados por outros meios que não a tradição familiar
(JUNQUEIRA; PEETZ, 2006).

O município de Belém possui vários distritos, entre estes o mais importante para a
floricultura é Mosqueiro. Tipicamente rural e um dos balneários da região, razão para alguns
produtores de flores estabelecerem seu centro de produção e comercialização na rodovia PA-
391, estrada que permite acesso fácil dos residentes do lugar como também de turistas que
visitam o distrito (RIOS; XIMENES, 2011).

2.2. Rosa do deserto

A espécie Adenium obesum (Forssk. Roem. & Schult), também conhecida


popularmente como rosa do deserto ou flor do deserto, é uma planta ornamental em
ascendência para o setor paisagístico (McBRIDE et al., 2014). Por ser uma planta com
possibilidade de uso na decoração de interiores e paisagismo, o interesse é muito crescente no
que diz respeito ao comércio de plantas ornamentais (WANNAKRAIROJ, 2008).

A espécie A. obesum é classificada como uma planta xerófita, suculenta, arbustiva e


ramificada, com altura entre 0,4 e 4,0 m, súber de coloração diversificada, de verde
acinzentado a tons leves de cinza e marrom (PLAIZIER, 1980). Suas folhas são de coloração
verde escuro, podendo apresentar aspecto brilhante. Suas flores têm forma tubular com
coloração branca ou diversos tons de cor de rosa (ROMAHN, 2012). As plantas do gênero
Adenium apresentam diversidade de formas arquitetônicas, hábito de crescimento e cores de
flores, que estão disponíveis no comércio (McBRIDE et al., 2014).

A família Apocynaceae possui plantas diversificadas e que apresentam diversas


utilizações, sendo as espécies frutíferas que mais se destacam, como a mangaba Hancornia
speciosa Gomes, espécies madeireiras, como as perobas Aspidosperma spp., e as ornamentais
tropicais. Dentre as espécies ornamentais tropicais, inclui-se Catharathus spp., Beaumontia
spp., Carissa spp., Allamanda spp., Mandevilla spp., Nerium spp. e Plumeria spp.
(COLOMBO et al., 2015).

A rosa do deserto, A. obesum (Forssk.) Roem. e Schult., possui grande potencial de


exploração e excelentes perspectivas de crescimento de cultivo e comercialização, podendo
16

ser uma alternativa para o pequeno e médio produtor, que não possuem sistema de irrigação,
devido à anatomia do seu caule, que conta com um reservatório que armazena água e
nutrientes por períodos de estiagem ou seca prolongada. As plantas produzem flores dentro de
um ano, as quais se apresentam em cores variadas, passando por diferentes tons de rosa e
vermelho (MCLAUGHLIN e GAROFALO, 2002).

Além da sua característica ornamental, o extrato de rosa do deserto possui grande


potencial antioxidante (ALSEINI, 2014), antimicrobiano (HOSSAIN, et al., 2014; AKHTAR
et al., 2016) e também pode ser utilizado para o controle de caramujos (BAKRY et al., 2011).
Alguns estudos relatam que há ação inibitória em células cancerígenas (ARAI et al., 2011).

Nos últimos anos, foi notória a crescente comercialização de flores e folhagens de


corte, flores envasadas e mudas de plantas com finalidade ornamental para utilizar em
projetos paisagísticos. Apesar da ascensão da produção da rosa do deserto, existem poucos
dados coletados através de pesquisas científicas envolvendo a A. obesum, tendo em vista que
as informações relacionadas aos tratos culturais que afetam o crescimento e florescimento são
escassas (McBRIDE et al., 2014b). Esse fato também pode ser notado quanto aos patógenos
associados, como insetos e ácaros.

Com o aumento da produção da espécie, aumenta as chances de favorecimento para


que ocorra a infestação de alguns insetos e ácaros. Alguns insetos como lagartas, cochonilhas
e pulgões já foram relatados associados a rosa do deserto. Dentre eles, a lagarta Daphnis nerii
L. (Lepidoptera: Sphingidae) foi relatada em Taiwan (LIN, 1997), a cochonilha Parasaissetia
nigra (Nietner) (Hemiptera: Coccoidea: Pseudococcidae) no território da União Européia
(EFSA, 2013), e o pulgão Aphis nerii Boyer (Hemiptera: Aphididae) na região da Micronésia
(MILLER et al., 2014).

2.3 Ácaros Tetranychus sp. (prostigmata: Tetranychidae)

Ácaros são artrópodes extremamente pequenos e que comumente localizam-se na face


inferior das folhas das plantas. São diferentes dos insetos por possuírem quatro pares de
pernas (tetrápodes), com exceção da fase jovem, onde apresentam 3 pares de pernas. Apesar
de apresentarem a segmentação do corpo (cefalotórax e abdômen), são muito próximos das
aranhas. Os ácaros possue duas partes: o idiosso a ( orpo) e o gnatosso a (aparato u al),
que for ado por u par de quel eras a i a da a ertura oral e su ap tulo, o posto pela
17

fusão das coxas do palpo, que dão origem o tubo de alimentação. Os aros fit fagos utiliza
as quel eras o o estiletes para ortar as folhas (FLECHTMANN, 1975). Destacam-se as
seguintes espécies:

2.3.1 Ácaro rajado (Tetranychus urticae, Koch, 1836)

As f eas do ácaro rajado, geralmente, apresentam coloração esverdeada e duas


marcas escuras no dorso. Na fase inicial, seus ovos são translúcidos (Figura 1) e conforme a
proximidade da eclosão das larvas torna-se amarelados (FLECHTMANN, 1972). Possuem
cerdas longas espalhadas pelo corpo e pernas (UNIVERSITY OF CALIFORNIA, 1996).

Figura 1 - Ácaro Tetranychus sp. adulto e ovos.

Fonte: Ricardo Machado

2.3.2 Ácaro vermelho (Tetranychus ludeni, zacher, 1913)

As f eas do ácaro vermelho comumente são da cor vermelha-rubra e não apresentam


marcas escuras no dorso. No início, seus ovos são amarelados e adquirem a cor vermelho
opaco conforme a aproximação da eclosão das larvas (ZHANG, 1992; UNIVERSITY OF
CALIFORNIA, 1996).
18

2.3.4. Sintomas de ataque dos ácaros em plantas

Ao alimentarem-se, os ácaros utilizam seus estiletes para perfurar as células da


epiderme e do mesofilo foliar, ocasionando perda de água. Posteriormente, alimentam-se do
conteúdo citoplasmático que extravasou durante o ato da perfuração. É válido ressaltar que os
ácaros não são como os insetos afídeos, sendo assim não se alimentam da seiva e seus
estiletes não possuem função de sucção, apenas de perfuração da parede celular. Após serem
injuriadas pela alimentação dos ácaros, as folhas têm seus cloroplastos danificados e resultam
na redução da fotossíntese. Em consequência disso, os processos metabólicos são alterados e
ocasionam na redução do crescimento e floração da planta (FLECHTMANN, 1972).

O aparecimento de manchas avermelhadas na face superior das folhas, nos locais


opostos à localização das colônias de ácaros, são sintomas do ataque do ácaro rajado e
vermelho. Com o passar do tempo, estas manchas se espalham pela folha inteira, que
posteriormente necrosam e caem. Ambas as espécies preferem a região mediana das plantas e
migram para o ponteiro em seguida. Estes indivíduos aglomeram-se nas extremidades das
plantas e esperam a ação de ventos para realizar a dispersão (FLECHTMANN, 1972,
BLEICHER, 1981).

2.4. Controle químico

Os agrotóxicos ou defensivos químicos são um grupo de substâncias químicas


aplicadas no controle de pragas (animais e vegetais) e doenças de plantas (FUNDACENTRO,
1998).

A quantidade utilizada, a frequência de aplicação, métodos de aplicação,


características físico-químicas dos agrotóxicos, bem como as características bióticas e
abióticas do ambiente e as condições meteorológicas determinarão qual será o destino dos
defensivos agrícolas no ambiente (KLINGMAN; ASHTON; NOORDHOFF, 1982).
19

2.4.1 Resistência de ácaros rajados ao controle químico

O controle de ácaro rajado é comumente feito a partir de defensivos químicos, porém


este não tem total eficácia. Os ácaros descendentes dos que sobreviveram adquirem
resistência e isso fará com que as próximas gerações tenham menos indivíduos suscetíveis.
(MEYER, 2003).

O ácaro rajado da espécie Tetranychus urticae está entre os ácaros de maior


importância mundial, pois estes afetam diversas culturas, como algodoeiro, soja, morangueiro,
roseira, tomateiro e outros (GALLO et al., 2002).

Nas culturas supracitadas, esse ácaro tem recebido ação de diversos produtos químicos
aplicados durante os anos, para controlar a sua proliferação. Em consequência disso, vem
acontecendo seleção das populações de indivíduos, causando resistência a estes defensivos em
várias regiões. Alguns trabalhos comprovam que existem casos de resistência do T. urticae
a ari idas o o di etoato, ihe atin, naled, evinf s e propargito (SOU A FILHO et al.,
1994; SUPLICY FILHO et al., 1994; TAKEMATSU et al., 1994; SATO et al., 1993).

Para evitar a ação dos defensivos químicos, os ácaros adotam alguns mecanismos de
defesa como desintoxicação natural, a absorção mais lenta da toxina e a fuga dos locais de
perigo de contaminação (PAVAN, 2002).

2.5. Conceito de controle biológico

A compreensão de doença vai além da interação patógeno x hospedeiro x ambiente, a


partir de um prisma de controle biológico, nessa correlação se inserem os microrganismos não
patogênicos, presentes no sítio de infecção, possuindo relutâncias positivas ou negativas na
atividade do patógeno ou do hospedeiro (BETTIOL, 1991). Uma definição ou ótica mais
a rangente “ a redução da densidade de in ulos ou das atividades determinantes da doença
provocados por um patógeno ou parasita, nos seus estados de atividade ou dormência, por um
ou mais organismos, realizado naturalmente ou através da manipulação do ambiente,
hospedeiro ou antagonista, ou pela introdução e assa de u ou ais antagonistas”.
Dispondo desse contexto, o controle biológico pode ser unido a práticas culturais,
20

beneficiando os antagonistas e a resistência da planta hospedeira ou ambos. (BAKER; COOK,


1974).

2.5.1 Fungos entomopatogênicos

Diferentemente das bactérias e vírus entomopatogênicos que invadem o hospedeiro


através do aparelho bucal (ingestão), os fungos são capazes de penetrar ativamente pelo
tegumento, por uma ação combinada de pressão mecânica e ação de enzimas e posteriormente
a penetração, proliferam na hemocele, em seguida, produzem toxinas, essa atividade poderá
acarretar na morte do animal, logo, a produção de enzimas e toxinas é um importante fator de
virulência de um fungo entomopatogênico (ALVES, 1998).

O procedimento de infecção de fungos em seus hospedeiros ocorre em fases


sucessivas de germinação, diferenciação, penetração, colonização, reprodução e disseminação
(SCHRANK, 1993). Em condições favoráveis de umidade e temperatura, o fungo forma um
tubo germinativo; na extremidade do tubo é formada uma dilatação (apressório) cuja porção
inferior apresentará uma saliência (grampo de penetração), a qual penetra no tegumento do
hospedeiro. Na penetração existem dois recursos principais: físico (pela pressão da hifa que
rompe áreas membranosas ou esclerosadas) e químico (produção de enzimas que facilitam a
pressão mecânica). A hifa que penetra sofre engrossamento e se ramifica inicialmente no
tegumento e, posteriormente, na cavidade geral (Hemocele), formando-se pequenas colônias
do fungo (ALVES, 1998).

Ocorre a hidrólise da cutícula quando houver a penetração na mesma pelas enzimas do


fungo, nas quais são: proteases, quitinases e lipases. Gerando assim uma abertura na cutícula
do inseto hospedeiro, o grampo de penetração é introduzido, iniciando a infestação da
hemocele do inseto (SHIMIZU, 1992).

A morte do hospedeiro é devido a produção de micotoxinas, mudanças patológicas na


hemocele, ação histolítica, bloqueio mecânico do aparelho digestivo devido ao crescimento
vegetativo e os impedimentos físicos em decorrência do crescimento do micélio, ocorrendo de
quatro a cinco dias após a infecção, tempo em que as hifas se desenvolvem invadindo os
diversos órgãos internos. Depois do esgotamento dos nutrientes, as hifas se estendem para
fora do corpo do hospedeiro, formando um micélio que recobre a superfície do tegumento,
21

resultando na mumificação, em condições ambientais conveniente, há a produção de conídios,


que poderão ser disseminados pelo vento para infectar outros hospedeiros (ALVES, 1998).

A produção de fungos entomopatogênicos no Brasil é praticada empregando-se arroz


cozido como substrato, posteriormente a colonização do arroz pelo microrganismo, a mistura
(arroz + fungo) é triturada e comercializada na forma de pó molhável. Alternativamente, a
mistura é vendida sem trituração, devendo os produtores rurais realizar a tarefa de lavar o
substrato com água para remoção dos esporos (FARIA; MAGALHÃES, 2001).

Quanto ao fungo Beauveria bassiana é possível que na natureza esteja em mais de 200
espécies de insetos e ácaros (ALVES, 1998). De mesmo modo, os fungos do gênero Isaria
podem infectar uma ampla gama de hospedeiros, incluindo Lepidoptera, Diptera, Hemiptera,
Coleoptera, Hymenoptera e Arachnida, em diferentes culturas agrícolas (ZIMMERMANN,
2008).

No que diz respeito a germinação dos conídios de Beauveria bassiana, esta ocorre
geralmente após 12 horas da inoculação e a colonização após três dias, quando o inseto já
apresenta uma grande quantidade de conídios (ALVES, 1998). No entanto, observou-se que
em alguns casos a mortalidade iniciou a partir do primeiro dia de inoculação dos fungos,
embora muitos estudos tenham revelado mortalidade somente a partir do quinto ou sexto dia
para outros insetos-praga como o percevejo Aelia rostrata Boh. (Hemiptera: Pentatomidae)
(MUSTU; DEMIRCI; KOÇAK, 2011).
22

3 MATERIAL E MÉTODOS

O bioensaio foi realizado em área comercial de produção de plantas ornamentais,


localizada geograficamente a 1°08'39''S 48°27'40''W, na Avenida 16 de Novembro, na Ilha de
Mosqueiro, Belém, Pa, Brasil.

O experimento foi realizado com a escolha ao acaso de 36 plantas de A. obesum com


características de infestação de ácaros (Figura 2).

Figura 2 - Planta de Rosa do deserto Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult, com sintomas de ataque de
ácaros, em área comercial de plantas ornamentais Belém, Pa, Brasil.

Fonte: Os autores.

O bioensaio constou de 4 tratamentos com 8 repetições, com delineamento


inteiramente casualizado. Os tratamentos foram: T1=Controle com Água; T2=Isaria sp.
(concentração de 16,6g/L).; T3=Beauveria sp. (concentração de 16,6g/L).; T4=Padrão com
acaricida químico (concentração de 1,5mL/L). Os tratamentos foram aplicados sobre a planta
até o ponto de escorrimento (Figura 3) as plantas foram individualizadas para evitar deriva e
deslocamento dos ácaros de uma planta a outra, o método adotado foi não destrutivo
avaliando-se 4 folhas/planta, sem retirá-las da planta, previamente escolhidas e identificadas
(Figura 4).
23

Figura 3 - Planta de Rosa do deserto Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult, após aplicação de fungos
entomopatogênicos, em área comercial de plantas ornamentais para o controle de ácaros do gênero Tetranychus
sp. Belém, Pa, Brasil.

Fonte: Os autores.

Figura 4 - Identificação das folhas em plantas de Rosa do deserto Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult
selecionadas para avaliação após a aplicação de fungos entomopatogenicos, para o controle de ácaros do gênero
Tetranychus sp. em área comercial de plantas ornamentais. Belém, Pa, Brasil.

Fonte: Os autores

Os fungos entomopatogênicos foram produzidos e adquiridos no Laboratório de


Proteção de Plantas da Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Belém, o acaricida
comercial escolhido, foi o mesmo que o produtor rotineiramente utilizava para o controle dos
ácaros. Para Isaria sp. e Beauveria sp., a diluição foi realizada com 16,6g de arroz colonizado
em 1L de água. Para o acaricida comercial, utilizou-se 1,5 mL para 1L de água. A quantidade
de água foi aproximadamente de 160 mL para cada planta. As aplicações foram realizadas
com auxílio de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para garantir aplicação segura,
manipulou-se com borrifadores manuais com capacidade para 1L, com jato do tipo spray
névoa na distância de 20 cm da planta. Os tratamentos foram aplicados no final da tarde,
24

devido a menor intensidade dos raios UV sobre os fungos, o qual pode inativar a germinação
dos esporos.

Para o preparo das suspensões de esporos de Beauveria sp. e Isaria sp., utilizou-se
16,6g de arroz congelado e colonizado para 1L de água (Figura 5). Em um recipiente, o arroz
foi lavado com água, até a total retirada dos fungos do grão do arroz (Figura 6). A suspensão
foi filtrada e despejada em borrifador manual. A aplicação foi realizada em toda a planta até
alcançar o ponto de escorrimento, certificando-se que todas as partes da planta receberam o
tratamento: face ventral, face dorsal e caule.

Figura 5 - Bioinseticidas a base de fungos entomopatogênicos produzidos em arroz parboilizado. Beauveria sp.
(A) e Isaria sp. (B), para o controle de ácaros do gênero Tetranychus sp. na cultura da Rosa do deserto Adenium
obesum (Forssk.) Roem. e Schult. Belém, Pa, Brasil.

B
A B

Fonte: Os autores.

Figura 6 - Arroz lavado após a retirada das colônias de fungo entomopatogênico, para o controle do ácaro
Tetranychus sp. sobre Rosa do deserto Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult. Belém, Pa, Brasil.

Fonte: Os autores.

Para o tratamento padrão com acaricida químico, retirou-se 1,5 mL do produto, com o
auxílio de conta gotas, e dilui-se em 1L de água.
25

3.1. Avaliações

A metodologia adotada foi semelhante a utilizada por PEIXOTO et. al, (2008). Na
qual houve inicialmente a amostragem com contagem do número de ácaros vivos presentes
nas folhas, aplicando-se posteriormente os tratamentos. Foi aplicado primeiramente o
tratamento controle com a água. As avaliações foram realizadas 5 e 10 dias após as
aplicações, verificando-se o número de ácaros vivos presentes através da lupa.

Tanto para a amostragem como as avaliações, a contagem dos ácaros foi feita com
lupa portátil manual de 1,5 cm2, tradicionalmente utilizada para avaliações de populações de
ácaros (Figura 7). Somente ácaros adultos foram contabilizados.

Figura 7 - Lupa portátil manual de 1,5 cm2 utilizada para quantificar populações de ácaros em plantas de
Adenium obesum (Forssk.) Roem. e Schult. Belém, Pa, Brasil.

Fonte: Os autores

3.2. Análises estatística

As médias de mortalidades obtidas foram transformadas para √ , visando a

normalização dos dados, e submetidas a análise de variância (ANOVA) depois comparadas


pelo teste de Duncan, p < 0,05, pelo Software R Studio Team (2015).

Para o cálculo da eficiência do tratamento foi embasado seguindo a fórmula de Ábbott


(NAKANO et al., 1981):

Eficiência = (Trat. água – Tratx) / Trat água) x 100


26

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos foram eficientes no controle dos ácaros nas plantas de rosa do
deserto, demonstrando que os fungos Beauveria sp. e Isaria sp. possuem alta capacidade de
controle da praga, superiores ao controle com acaricida químico, tratamento padrão.

Observou-se que aos 5 dias após as aplicações, os tratamentos com Isaria sp. e o
acaricida químico (controle padrão positivo) apresentaram o maior controle com 95% e 89%,
respectivamente (Figura 8), enquanto, que os tratamentos com Beauveria sp. e água (controle
negativo) apresentaram 71% e 83% de mortalidade, respectivamente. Demonstrando que o
fungo Isaria sp., utilizado foi extremamente virulento sobre o ácaro. Em comparação a
trabalhos realizados por LORENCETTI (2018) com outros artrópodes o fungo Beauveria sp.
e Isaria sp. manifestaram mortalidade de 100% dos indivíduos aos 4 dias de tratamento. Vale
ressaltar que o controle com água, não foi devido a água causar toxidade ao ácaro e sim pelo
impacto das gotas sobre o ácaro, processo natural que ocorre no meio ambiente, na redução de
organismos muito pequenos, como alguns insetos ou ácaros no período chuvoso.

Ao avaliarmos os dados obtidos com 10 dias após a aplicação, notou-se que os


tratamentos realizados com os fungos Beauveria sp. e Isaria sp. igualaram-se com as maiores
mortalidades, demonstrando o maior potencial de controle dos ácaros, atingindo média de
97% de mortalidade, superiores a água com 78% e ao acaricida químico com 72% (Figura 9),
e aos resultados de 50 a 55%, obtidos por GRAFF et al., (2017), também com Isaria sp. no
controle de ácaros.

Notou-se que o tratamento com a água diminuiu a mortalidade aos 10 dias após a
aplicação, isso ocorreu porque nem todos os ácaros morreram com o impacto das gotas de
tratamento e voltaram para a planta, com o passar do tempo às plantas rapidamente estarão
infestadas novamente, ou seja, é um controle momentâneo, e não um controle efetivo e
permanente. Entretanto, os tratamentos com os fungos aumentaram a mortalidade ao longo do
tempo, atingindo mais de 90%, ou seja, os ácaros foram mortos pela ação dos fungos,
conforme demonstrado por ácaros colonizados (Figura 11), o tempo de reincidência será bem
mais prolongado, porque o fungo permanece no meio ambiente, podendo colonizar novas
populações de ácaros. É um controle que diminui o impacto ao meio ambiente porque não
deixa resíduos tóxicos como o acaricida químico e outros produtos.
27

Foi observado também que o acaricida químico aos 5 dias apresentou mortalidade de
89%, e aos 10 dias baixou para 72%. Esses resultados demonstram que os ácaros,
possivelmente, já criaram resistência ao produto, continuam se reproduzindo e a população
aumenta rapidamente, ao contrário dos tratamentos com os fungos entomopatogênicos que
aumentaram a eficiência ao longo do tempo.

As análises de eficiência de controle comprovaram a potencialidade dos fungos Isaria


sp. e de Beauveria sp. sobre o ácaro da flor do deserto. Foi observado que após 10 dias de
aplicação dos tratamentos os fungos possuem a mesma eficiência com 34%, acima do
controle com a água, e o acaricida químico apresentou apenas 8% de eficiência, ou seja os
tratamentos com o fungo foram os mais eficientes no controle em relação ao tratamento
padrão, que é o químico, e ao controle negativo com a água (Figura 10).

O trabalho de FREITAS (2014), também demonstrou que o tratamento padrão com


acaricida químico, foi inferior quando comparado aos tratamentos biológicos com os fungos
Isaria sp. e Beauveria sp., no controle de ácaros sobre folíolos de morangueiro.

Figura 8 - Mortalidade (%) de ácaros Tetranychus sp. em plantas de Rosa do Deserto Adenium obesum (Forssk.)
Roem. e Schult, após 5 dias da aplicação de fungos entomopatogênicos. Belém, Pa, Brasil.

Fonte: Os autores
.
28

Figura 9 - Mortalidade (%) de ácaros Tetranychus sp. em plantas de Rosa do Deserto Adenium obesum (Forssk.)
Roem. e Schult, após 10 dias da aplicação de fungos entomopatogênicos. Belém, Pa, Brasil.

Fonte: Os autores

Figura 10 - Eficiência de controle (%) de ácaros Tetranychus sp. após 10 dias de tratamento com fungos
entomopatogênicos e acaricida químico em relação ao tratamento controle com água. Belém, Pa, Brasil.

Fonte: Os autores

Para a confirmação da mortalidade pelo efeito dos tratamentos, amostras de folhas


tratadas foram retiradas, para observação em microscópio binocular dos ácaros adultos de
cada tratamento (Figura 11). O tratamento com acaricida, observou-se ácaros mortos (Figura
11.B), porém ainda havia a presença de ácaros vivos nas folhas, os quais, provavelmente,
resistentes ao produto (Figura 11.A). No tratamento com Beauveria sp. e Isaria sp. pode ser
observado a colonização dos fungos sobre os ácaros, o quais estavam mumificados (Figuras
11.C e 11.D). O tratamento controle apresentava ácaros adultos vivos nas folhas (Figura
11.E).
29

Figura 11 - Ácaro Tetranychus sp. adulto vivo após tratamento com acaricida químico (A); ácaro Tetranychus
sp. adulto morto com acaricida químico (B); ácaro Tetranychus sp. adulto colonizado por Isaria sp. (C); ácaro
adulto Tetranychus sp colonizado por Beauveria sp. (D); ácaro adulto vivo do tratamento com água (E)

Fonte: Os autores.
30

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que os fungos Beauveria sp. e Isaria sp. são eficientes no controle de ácaros
na cultura da rosa do deserto, proporcionando ao setor de plantas ornamentais alternativa
ecologicamente correta ao uso sucessivo dos acaricidas químicos, que podem causar
resistência aos ácaros e impactos negativos ao meio ambiente e ao homem.
31

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