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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


CURSO DE BACHARELADO EM AGRONOMIA

BIANCA DE JESUS FIGUEIREDO GOMES

PRODUÇÃO DE DIFERENTES CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) TIPO


BABY LEAF EM SISTEMA DE AQUAPONIA COM TAMBAQUI (Colossoma
macropomum): UMA ALTERNATIVA PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR NA
AMAZÔNIA

BELÉM – PA
2022
BIANCA DE JESUS FIGUEIREDO GOMES

PRODUÇÃO DE DIFERENTES CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) TIPO


BABY LEAF EM SISTEMA DE AQUAPONIA COM TAMBAQUI (Colossoma
macropomum): UMA ALTERNATIVA PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR NA
AMAZÔNIA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentada


ao curso de Agronomia da Universidade Federal
Rural da Amazônia (UFRA) como requisito para
obtenção do grau de Bacharel em Agronomia.
Área de Concentração: Olericultura e Recursos
Aquáticos Tropicais
Orientador: Dr. Glauber David Almeida Palheta
Coorientador: Dr. Fábio Carneiro Sterzelecki

BELÉM – PA

2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia
Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

G633p Gomes, Bianca de Jesus Figueiredo


Produção de diferentes cultivares de alface (Lactuca sativa L.) tipo baby leaf em sistema de aquaponia
com tambaqui (Colossoma macropomum) : Uma alternativa para a segurança alimentar na Amazônia /
Bianca de Jesus Figueiredo Gomes. - 2022.
53 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Agronomia, Campus Universitário de


Belém, Universidade Federal Rural Da Amazônia, Belém, 2022.
Orientador: Prof. Dr. Glauber David Almeida Palheta
Coorientador: Prof. Dr. Fábio Carneiro Sterzelecki.

1. Sistema aquapônico. 2. Hortaliças. 3. Peixe. 4. Miniaturas. I. Palheta, Glauber David Almeida,


orient. II. Título

CDD 630.275
BIANCA DE JESUS FIGUEIREDO GOMES

PRODUÇÃO DE DIFERENTES CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) TIPO


BABY LEAF EM SISTEMA DE AQUAPONIA COM TAMBAQUI (Colossoma
macropomum): UMA ALTERNATIVA PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR NA
AMAZÔNIA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao curso de Agronomia do Instituto de


Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) como requisito
para obtenção do grau de Bacharel em Agronomia. Área de concentração: Olericultura e
Recursos Aquáticos Tropicais. Orientador: Prof. Dr. Glauber David Almeida Palheta.

Data da aprovação: 10 de Junho de 2022

Banca Examinadora

________________________________________
Orientador
Dr. Glauber David Almeida Palheta
Universidade Federal Rural da Amazônia

________________________________________
Coorientador
Dr. Fábio Carneiro Sterzelecki
Universidade Federal Rural da Amazônia

________________________________________
Membro 1
Dra. Paola Fabiana Fazzi Gomes
Universidade Federal Rural da Amazônia

________________________________________________
Membro 2
Dr. Carlos Gutemberg de Souza Teles Junior
Universidade Federal Rural da Amazônia
Aos meus pais.
AGRADECIMENTOS
A Deus que tornou possível que meus objetivos fossem alcançados, durante esses anos de
estudos.
Aos meus pais e minhas irmãs por todo apoio e compreensão durante toda a graduação, e por
serem exemplos que eu vou seguir por toda a vida. Ao resto da minha família que sempre me
deu força. E aos meus pets, Foquinha que já não se encontra mais aqui e ao Zayn que me
estressa, mas é meu filho. Amo vocês.
A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) por possibilitar a realização deste trabalho
e a todos os professores que passaram pela minha formação e foram fundamentais. Ao
PROCAD, Laboratório de Biossistemas Aquáticos Amazônicos (BIOAQUAM) e ao
Laboratório de Ecologia Aquática e Aquicultura Tropical (LECAT), pela oportunidade de
realizar esse trabalho.
Aos meus excelentes orientadores Dr. Glauber David Almeida Palheta e Dr. Fábio Carneiro
Sterzelecki, pela oportunidade, ajuda, aprendizados e conselhos durante este último ano. Muito
obrigada!
Aos amigos de trabalho Alexsandro, Gabriel, Thiago, Joane, Marcela e Camila pelo apoio, pelas
conversas e em toda a ajuda durante e pós o experimento. E aos demais colegas que de forma
direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho.
As minhas amigas Laise e Walessa pelos momentos de apoio, de risadas, de carinho, de surtos
e de companheirismo ao longo da graduação, vocês deixaram tudo mais fácil.
Por último, mas não menos importantes aos meus migos Raimundo e Valéria por serem uma
parte essencial desse trabalho. Obrigada pela amizade, pelos surtos da madrugada (Valéria
principalmente), pelas risadas, por toda parceria durante o meu trabalho, pela confiança e por
sempre estarem prontos para se jogar de cabeça nas nossas ideias brilhantes. Muito obrigada
mesmo!
“O sucesso é uma consequência e não um
objetivo.”

Gustave Flaubert
RESUMO

Os vegetais do tipo “baby leaf” tem ganhado popularidade em todo o mundo ao se apresentarem
como boa fonte de minerais, vitaminas e fitoquímicos com potencial antioxidante. O cultivo se
baseia em sistemas de produção em ambiente protegido como a hidroponia, mas são poucos os
estudos desenvolvidos com a utilização de sistemas integradas de produção como os
aquapônicos que são uma excelente alternativa tecnológica de produção sustentável e que
carecem de estudos no ambiente amazônico. Assim, o objetivo do estudo foi avaliar a
produtividade de quatro diferentes cultivares de alface (Lactuca sativa L.) do tipo baby leaf em
sistema floating de aquaponia com tambaqui (Colossoma macropomum). O experimento foi
conduzido no Laboratório de Biossistemas Aquáticos Amazônicos (BIOAQUAM), no
ambiente protegido foi cultivado em bandejas de poliestireno de 128 células preenchidas com
substrato de fibra de coco, três sementes por célula, nos espaçamentos de 10x10 cm, 5x5 cm e
2,5x5 cm com as cultivares Alface Creta Roxa, Alface Cerbiatta, Alface Mimosa Brava e Alface
Moana. Para as plantas foram determinados os seguintes parâmetros: germinação (G%, IVE e
TMG), matéria fresca e seca total (MFT, MFA, MFR, MST, MSA e MSR), altura total da planta
(AT), altura da maior folha (AF) e número de folhas (NF). E para os animais: crescimento (CT),
ganho de peso (GP), sobrevivência (S) e conversão alimentar (CA). Após 42 dias experimentais,
os parâmetros de qualidade da água e do ambiente analisados não apresentaram valores
prejudiciais para o cultivo do tambaqui e da alface. Entre as cultivares, foi observado na Alface
Creta Roxa o melhor desempenho de germinação e crescimento com diferença significativa
para o espaçamento de menor tamanho 2,5x5 cm, utilizando 64 células úteis e um total de 192
plantas.m2, maior densidade de plantas testadas. E os tambaquis apresentaram um ganho de
peso médio de 197,84 g com 100% de sobrevivência. Portanto, para a produção de alface tipo
baby leaf no sistema de aquaponia com tambaqui, recomenda-se a cultivar Alface Creta Roxa
e o espaçamento de 2,5x5 cm uma vez que proporcionou os melhores resultados produtivos.

Palavras-chave: sistema aquapônico; hortaliças; peixe, miniaturas.


ABSTRACT

Baby leaf vegetables are gaining popularity around the world as a good source of minerals,
vitamins, and phytochemicals with antioxidant potential. The cultivation is based on production
systems in protected environments such as hydroponics, but there are few studies developed
with the use of integrated production systems like aquaponics that are an excellent technological
alternative of sustainable production and that lack studies in the Amazon environment. Thus,
the aim of the study was to evaluate the yield of four different baby leaf lettuce (Lactuca sativa
L.) in a floating aquaponics system with tambaqui (Colossoma macropomum). The experiment
was conducted in the Laboratory of Amazonian Aquaculture Biosystems (BIOAQUAM), in a
protected environment was grown in polystyrene trays of 128 cells filled with coconut fiber
substrate, three seeds per cell, at spacings of 10x10 cm, 5x5 cm and 2.5x5 cm with the cultivars
Creta Roxa lettuce, Cerbiatta lettuce, Mimosa Brava lettuce and Moana lettuce. For the plants,
the following parameters were determined: germination (G%, ESI, and TMG), total fresh and
dry matter (MFT, MFA, MFR, MST, MSA e MSR), total plant height (TA), height of the largest
leaf (LA), and number of leaves (LE). And for the animals: growth (TC), weight gain (GP),
survival (S) and feed conversion (FC). After 42 experimental days, the water and environmental
quality parameters analyzed didn’t present detrimental values for the cultivation of tambaqui
and lettuce. Among the cultivars, the best germination and growth performance was observed
in the Creta Roxa lettuce with significant difference for the smallest spacing 2.5x5 cm, using
64 useful cells and a total of 192 plants.m2, the highest density of plants tested. And the
tambaquis showed an average weight gain of 197.84 g with 100% survival. Therefore, to
produce baby leaf lettuce in the aquaponics system with tambaqui, it’s recommended the
cultivar Creta Roxa lettuce and the spacing of 2.5x5 cm since it provided the best productive
results.
Keywords: aquaponic system; vegetables; fish, miniatures.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Sistemas de produção de cultivos sem solo – A) Fazendas verticais, B) Aeroponia,


C) Hidroponia e D) Aquaponia. ............................................................................................... 17
Figura 2 – Ciclo biológico do sistema aquapônico. ................................................................. 18
Figura 3 – Imagem das cultivares de alface (Lactuca sativa L.) tipo baby leaf produzida em
sistema de aquaponia – A) Alface Creta Roxa, B) Alface Cerbiatta, C) Alface Moana e D)
Alface Brava. ............................................................................................................................ 19
Figura 4 – Imagem de um exemplar de tambaqui (Colossoma macropomum)........................ 22
Figura 5 – Mapa de localização da área de estudo. .................................................................. 23
Figura 6 – Imagem do ambiente protegido. .............................................................................. 24
Figura 7 – Desenho experimental de um sistema aquapônico – A) Vista do sistema e B) Vista
superior do sistema. .................................................................................................................. 25
Figura 8 – Cultivares de alface tipo baby leaf colocadas no sistema aquapônico 3 dias após
semeadura – A) Alface Creta Roxa, B) Alface Cerbiatta, C) Alface Moana e D) Alface Brava.
.................................................................................................................................................. 28
Figura 9 – Biometria das cultivares de alface tipo baby leaf colocadas no sistema aquapônico –
A) Alface Creta Roxa, B) Alface Cerbiatta, C) Alface Moana e D) Alface Brava. ................. 30
Figura 10 – Biometria e pesagem final. .................................................................................... 31
Figura 11 – Pesagem da massa seca. ........................................................................................ 32
Figura 12 – Percentagem de germinação das cultivares de alface baby leaf em sistema de
aquaponia com tambaqui. ......................................................................................................... 38
Figura 13 – Índice de velocidade de emergência das cultivares de alface baby leaf em sistema
de aquaponia com tambaqui. .................................................................................................... 39
Figura 14 – Tempo médio de germinação das cultivares de alface baby leaf em sistema de
aquaponia com tambaqui. ......................................................................................................... 40
Figura 15 – Altura final das cultivares de alface baby leaf em sistema de aquaponia com
tambaqui. .................................................................................................................................. 41
Figura 16 – Altura da maior folha e número de folhas das cultivares de alface baby leaf em
sistema de aquaponia com tambaqui. ....................................................................................... 43
Figura 17 – Massas frescas e secas cultivares de alface baby leaf em sistema de aquaponia com
tambaqui. .................................................................................................................................. 45
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição dos espaçamentos de alface baby leaf por tratamento para o sistema de
aquaponia. ................................................................................................................................. 26
Tabela 2 – Parâmetros internos e externos do ambiente protegido. ......................................... 35
Tabela 3 – Parâmetros de qualidade da água em sistema de aquaponia com tambaqui na
produção de alface baby leaf. ................................................................................................... 36
Tabela 4 – Amônia, Nitrito e Nitrato em sistema de aquaponia com tambaqui na produção de
alface baby leaf. ........................................................................................................................ 37
Tabela 5 – Desempenho de crescimento e sobrevivência do tambaqui em sistema de aquaponia
para produção de alface baby leaf. ........................................................................................... 46
LISTA DE SIGLAS
G% – Percentagem de germinação
IVE – Índice de velocidade de emergência
TMG – Tempo médio de germinação
CT – Comprimento total
PV – Peso vivo
MFT – Massa fresca total
MFA – Massa fresca aérea
MFR – Massa fresca da raiz
MST – Massa seca total
MSA – Massa seca aérea
MSR – Massa seca da raiz
AT – Altura total
AF – Altura da maior folha
NF – Número de folhas
T – Temperatura
UR – Umidade do ar
OD – Oxigênio dissolvido
CE – Condutividade elétrica
TSD – Sólidos totais dissolvidos
CA – Conversão alimentar
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13

2 OBJETIVOS 15

2.1 Objetivo geral 15

2.2 Objetivos específicos 15

3 REVISÃO DE LITERATURA 16

3.1 Sistema de produção sem o solo “soil less” 16

3.2 Sistema de Aquaponia 17

3.3 Aspectos gerais no cultivo de alface “baby leaf” 19

3.4 Tambaqui 21

4 MATERIAL E MÉTODOS 23

4.1 Área de Estudo 23

4.2 Ambiente de cultivo 23

4.2.1 Tanque dos animais 24

4.2.2 Bancada de produção das plantas 24

4.3 Tratamentos e desenho experimental 25

4.4 Coleta de dados 26

4.4.1. Variáveis meteorológicas 26

4.4.2. Parâmetros de qualidade da água 27

4.5 Análise das plantas 27

4.5.1 Índices de germinação 27

4.5.2 Análise do desenvolvimento 29

4.5.3 Altura total e altura da maior folha das plantas 29

4.5.4 Número de folhas das plantas 30

4.5.5 Massa fresca aérea e raiz 30

4.5.6 Massa seca aérea e raiz 31

4.5.7 Desempenho produtivo das plantas 32


4.6 Dados dos animais 33

4.6.1 Dados morfométricos dos animais 33

4.6.2 Desempenho produtivo do animal 33

4.7 Análises estatísticas 33

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 35

5.1 Ambiente de cultivo 35

5.2 Qualidade da água 35

5.2.1 Amônia, Nitrito e Nitrato 36

5.3 Desenvolvimento da alface baby leaf 37

5.4 Desempenho do tambaqui 46

6. CONCLUSÃO 47

REFERÊNCIAS 48
13

1 INTRODUÇÃO
O Brasil tem uma das maiores bacias hidrográficas do mundo e possui viabilidade de
exploração sustentável dos ecossistemas aquáticos, no entanto ainda não é explorada por
completo uma vez que a maior parte da produção aquícola vem de pequenos proprietários
(Valenti et al., 2021).

Esta característica de produção assemelha-se na contribuição da cadeia produtiva de


olerícolas, onde destacam-se os pequenos produtores, principalmente no abastecimento de
produtos agrícolas e alimentares de supermercados (Farina, 2002). Além disso, a possibilidade
de produzir alimentos em pequena escala tem se destacado para a agricultura familiar, pela
oportunidade de desenvolvimento socioeconômico e pela proximidade da produção com o
consumo (Cintrão, 2017).
A aquicultura brasileira se baseia em sistemas de produção semi-intensivos que são
caracterizados por uma psicultura local com fatores limitantes para o seu desenvolvimento
como falta de incentivo financeiro, mesmo que o país apresente características favoráveis a essa
produção (Marques et al., 2020). No Estado do Pará, Brabo et al. (2016) descreveu que os
sistemas são caracterizados por baixa qualificação técnica, pouco investimento financeiro, alto
custo de produção e de insumos. Situação semelhante é presenciada na produção de hortaliças
no Estado que apesar de relativamente próxima a centros urbanos e da sua importância para o
mercado local, ainda carecem de tecnologia, assistência técnica, mão-de-obra qualificada,
insumos entre outros (Melo & Vilela, 2007).
Neste contexto, este público tem potencial para agregar também no sistema de
aquaponia, por ele fornecer produtos sustentáveis em áreas metropolitanas, reduzindo assim os
impactos ambientais (de Farias Lima et al., 2019).
A aquaponia pode ser vista como uma solução sustentável para enfrentar uma possível
crise alimentar no futuro, visto que com o crescimento da população surge uma preocupação
com a sociedade e com o meio ambiente (Goddek et al., 2015). Por não fazer uso do solo “soil
less”, esse sistema pode ser uma alternativa para facilitar o hábito de cultivar alimentos em
áreas urbanas ou em comunidades tradicionais (Khandaker & Kotzen, 2018).
Sistemas de aquaponia têm se destacado nos últimos anos, devido a necessidade de um
mercado consumidor que prioriza alimentos que utilizem tecnologias mais eficientes, além da
necessidade de diminuir o uso de insumos de outras regiões o que pode levar ao
desabastecimento e elevação de custos como evidenciado na pandemia (Khan et al., 2020).
14

Principalmente quando o sistema implementado for de baixo custo de implementação e com


espécies nativas (Sterzelecki et al., 2021).
Em comparação aos sistemas convencionais, os sistemas hidropônicos e aquapônicos
utilizam cerca de 80% menos água (Khandaker & Kotzen, 2018), uma vez que a água dos peixes
é reutilizada para a produção de plantas o que minimiza o consumo de água em todo sistema.
Com isso, é possível imaginar que a aquaponia, pela sua circulação de nutrientes possa se tornar
um dos métodos de produção alimentar sustentável utilizados no futuro (Forchino et al., 2017).
A produção de baby leaf tem ganhado popularidade em todo o mundo, porque se
apresenta como uma boa fonte de minerais, vitaminas e fitoquímicos de considerável potencial
antioxidante (Di Gioia et al., 2017). Os vegetais do tipo “Baby leaf” são folhas colhidas antes
do tempo previsto para o consumo, se encontram jovens, pouco expandidas e por isso ainda não
possuem padrões e normas de classificação oficial para a comercialização no Brasil (de Oliveira
et al., 2009). E de acordo com Saini et al. (2017) este tipo de cultivo é uma inovação em termos
de aparência, sabor, textura, tempo de colheita, entre outros.
No entanto, ainda são escassos os trabalhos que utilizam estes vegetais em sistemas de
aquaponia, destacam-se aqueles que os utilizam com espécies exóticas como a Tilápia ou
Pangasius (Suárez-Cáceres et al., 2021; Nicoletto et al., 2018). Há uma carência de trabalhos
com espécies nativas como o Tambaqui (Colossoma macropomum), hoje a espécie nativa mais
cultivada no Brasil e com grande aceitabilidade na região (Saint-Paul, 2017; Peixe BR, 2021).

Neste contexto, é necessário o desenvolvimento de tecnologias para produção de


espécies nativas, como o Colossoma macropomum (Cuvier, 1818), integrado a produção de
vegetais. Estas tecnologias quando adequadas ao contexto Amazônico, podem promover
impactos na produção agrícola e contribuir no desenvolvimento das populações atendidas
(McGrath et al., 2015).

Portanto, para encontrar respostas sobre como produzir alface “baby leaf” em sistemas
de aquaponia, o objetivo do presente estudo foi avaliar a produtividade de quatro diferentes
cultivares de alface (Lactuca sativa L.) tipo baby leaf em sistema floating de aquaponia com
tambaqui (Colossoma macropomum), avaliando o desenvolvimento de cada cultivar e
diferentes espaçamentos de cultivo.
15

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral


• Avaliar a produtividade de quatro diferentes cultivares de alface (Lactuca sativa L.) do
tipo baby leaf em sistema floating de aquaponia com tambaqui (Colossoma
macropomum).

2.2 Objetivos específicos


• Avaliar o crescimento de cada cultivar de alface baby leaf (Alface Creta Roxa, Alface
Cerbiatta, Alface Mimosa Brava e Alface Moana).
• Analisar a influência de diferentes espaçamentos de plantio no cultivo de alface baby
leaf.
• Determinar a viabilidade da produção de hortaliças baby leaf no sistema de aquaponia.
• Comparar o desempenho das cultivares produzidas entre si.
16

3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Sistema de produção sem o solo “soil less”
A agricultura sustentável é um tema bastante discutido recentemente e com a busca por
um melhor uso do solo, técnicas ecológicas são alternativas viáveis para um sistema de
produção (Cortner et al., 2019). Assim, as técnicas ecológicas devem melhorar as condições de
crescimento da planta como a temperatura, distribuição de água e nutrientes, além de reduzir a
quantidade de mão-de-obra necessária, pois ainda que o solo forneça nutrientes, ar, água e
outros recursos, ele também pode apresentar fatores que acabem por limitar o desenvolvimento
de uma planta (Di Lorenzo et al., 2013; Sengupta & Banerjee, 2012).
O cultivo de plantas no sistema de produção sem uso do solo tem revolucionado vários
setores da produção de hortaliças e floricultura. Esse sistema pode ser dividido em: I) sistema
no meio líquido, que não possui outros meios para o suporte das raízes das plantas; II) sistema
no meio sólido, que utiliza um substrato para suportar as plantas. E as culturas de substrato sem
solo podem ser classificadas em: I) sistemas abertos, quando a solução nutriente que drena das
raízes não é reutilizada; e II) sistemas fechados, quando a solução nutriente excedente é
coletada, corrigida e recolocada no sistema (Winson and Schwarz, 1990, apud Di Lorenzo et
al., 2013).
O cultivo convencional no solo é trabalhoso, pois envolve ter grande espaço, mão-de-
obra e volume de água. Assim, em áreas metropolitanas o solo não está disponível para o
cultivo, ou em alguns lugares ocorre a escassez de terras cultiváveis férteis devido a suas
condições geográficas ou topográficas desfavoráveis, por isso o sistema de produção que não
faz uso do solo é uma opção para essas regiões do mundo (Sengupta & Banerjee, 2012).
Levando em conta o crescimento populacional, surge a necessidade de produzir
alimentos, mas o uso contínuo dos solos nos sistemas de produção convencionais pode causar
problemas de saturação da fertilidade do solo, por isso há a necessidade de um sistema capaz
de produzir mais alimentos sem prejudicar o meio ambiente (Muller et al., 2017).
E as vantagens de cultivar plantas sob esse sistema é produzir plantas de forma mais
saudáveis, limpas, com alto rendimento e que são mais confiáveis por apresentarem uma
produção que exige pouco esforço. Além disso, como os nutrientes são fornecidos diretamente
as raízes nesse tipo de sistema, as plantas crescem mais rapidamente e com raízes menores,
podendo serem cultivadas em menor espaçamento e quantidade de água. Porém, para a
instalação desse tipo de sistema é necessário ter conhecimento técnico para aplicar ele em escala
comercial já que ele vai necessitar de um alto investimento e possuir um bom controle sanitário
das plantas cultivadas (Sengupta & Banerjee, 2012).
17

Sendo assim, no futuro a produção agrícola dependerá cada vez mais da construção de
ambientes realizados pelo homem, com o fornecimento da irrigação, fertilização e áreas
projetadas para ter um bom desempenho em relação a sustentabilidade ambiental, e esse tipo
de produção é uma alternativa promissora em relação a agricultura convencional (Mir et al.,
2022).

3.2 Sistema de Aquaponia


De acordo com AlShrouf (2017), os sistemas de produção de cultivos sem solo mais
avançados para grande escala são as fazendas verticais, aeroponia, hidroponia e aquaponia
(Figura 1). Eles são vistos como uma alternativa sustentável que demanda o mínimo possível
do solo, e isso diminui sua dependência para a produção agrícola, além de necessitar de menos
fertilizantes e espaço de cultivo (Muller et al., 2017).

Figura 1 – Sistemas de produção de cultivos sem solo – A) Fazendas verticais, B) Aeroponia, C) Hidroponia e D)
Aquaponia.

Fontes: A) Gerrewey, T. V., B) GroHo, C) In-Outdoor Hydroponics e D) Embrapa.


18

A aquaponia é a integração de peixes e plantas em sistemas recirculantes no qual se


utiliza excrementos da aquicultura para nutrição da planta (AlShrouf, 2017). Esse sistema
integrado é projetado para criar grandes quantidades de peixes em volumes relativamente
pequenos de água, tratando a água para remover os resíduos tóxicos e reutilizando-a. No
processo de reutilização da água, os nutrientes não tóxicos e a matéria orgânica se acumulam e
são utilizados em cultivos secundários (cultivo de plantas) que acabam beneficiando o sistema
de produção de peixe (Rakocy, 2012).
Em sistemas aquapônicos ocorre a conversão, realizada por bactérias, da amônia que é
liberada pelos peixes e transformada de nitrito em nitrato (Figura 2) que é a forma mais
inofensiva para os peixes e a de melhor absorção para as plantas. Ao serem absorvidos pelas
plantas, ocorre a redução na perda desses nutrientes dissolvidos para o meio ambiente o que
torna desnecessário o uso de soluções nutritivas; além de fazer bom uso da água contribuindo
na redução dos custos de operação em locais de clima árido e estufas aquecidas, onde a água
ou água aquecida é um gasto significativo (Rakocy, 2012). Isso evidencia o potencial desse
sistema para a sustentabilidade ambiental ao ajudar a enfrentar os desafios da mudança
climática (Muller et al., 2017; Sengupta & Banerjee, 2012).

Figura 2 – Ciclo biológico do sistema aquapônico.

Peixes ou
Plantas
crustáceos

Nitrato -
Bactérias Amônia
Nitrobacter

Nitrito -
Bactérias
Nitrosomonas

Fonte: Adaptado de AquaNature.


19

Nesse sistema, faz-se necessário inicialmente um investimento financeiro para a


instalação, custos operacionais e de infraestrutura, como bombas, reservatórios, biofiltros entre
outros. No entanto, a sua produção é realizada com menos terra que a produção convencional
e disponibiliza uma grande quantidade de produtos in natura, produzindo de forma sustentável
com o reaproveitando da água e pela não geração de efluentes ou resíduos, evidenciando uma
economia que é realizada por uma gestão qualificada de ambiente (Rakocy, 2012; Dantas &
Maia, 2020).

3.3 Aspectos gerais no cultivo de alface “baby leaf”


A alface, de nome científico Lactuca sativa, pertence ao reino Plantae, divisão
Magnoliophyta, classe Magnoliopsida, ordem Asterales, família Asteraceae e Gênero Lactuca
(Figura 3).

Figura 3 – Imagem das cultivares de alface (Lactuca sativa L.) tipo baby leaf produzida em sistema de aquaponia
– A) Alface Creta Roxa, B) Alface Cerbiatta, C) Alface Moana e D) Alface Brava.

Fonte: Autora (2021).


20

É uma hortaliça folhosa muito popular no Brasil e em todo o mundo, originária do


mediterrâneo e foi introduzida no território brasileiro pelos portugueses. Sua coloração varia de
verde até o roxo e pode ser cultivada durante o ano todo, dependendo da cultivar ser adaptada
a climas mais quentes ou climas amenos (Ricce et al., 2018).
Segundo Han et al. (2021), a alface é a hortaliça folhosa mais consumida no mundo e
se adapta bem em sistemas hidropônicas e aquapônicos (Pantanella et al., 2012; Al-Hafedh et
al., 2008). Nos últimos anos, tem crescido a utilização de cultivares menores e produzidas em
menor tempo, assim denominadas “Baby leaf”, este tipo de cultivo é mais eficiente em termos
de recursos a serem utilizados como água, tempo de produção, nutrientes entre outros (Di Gioia
et al., 2017). Nelas o tempo de colheita é menor em relação ao tempo tradicional, menor
impacto ambiental e redução no custo econômico do sistema (Giménez et al., 2020).
No Brasil, não existem normas oficiais de classificação para definir o tempo de colheita
das plantas tipo baby leaf, o que significa que o produto é comercializado em tamanhos
diferentes, dependendo da espécie e do tipo de utilização (folhas soltas ou planta inteira) e é
possível comercializar folhas de 6 a 15 cm de comprimento (Martínez-Sánchez et al., 2012;
Purquerio et al., 2010).
De acordo com Bantis et al. (2021), nos sistemas floating os vegetais baby leaf
apresentam bom desempenho, pois as plantas crescem em bandejas flutuantes sobre uma lâmina
de água ou solução com nutrientes que dá uniformidade no desenvolvimento das raízes e
crescimento das plantas (Nicola et al., 2016; Karnoutsos et al., 2021). Além disso, esse sistema
permite a obtenção de vegetais limpos e seguros para a indústria de processamento e ajuda no
controle de compostos antinutricionais importantes, como nitratos, que tendem a acumular-se
em algumas espécies (Santamaria, 2006).
O seu cultivo em ambientes protegidos como estufas agrícolas, torna possível uma
melhor gestão de ambiente ao produzir durante o ano todo para obter um maior ciclo de cultivo
em comparação com o cultivo em campo aberto. A densidade de cultivo, clima, irrigação e
gestão dos nutrientes são os parâmetros mais importantes para um rendimento satisfatório de
vegetais baby leaf (Di Gioia et al., 2017).
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE (2019), no Brasil a maioria não
consome a quantidade recomendada de frutas e hortaliças, sendo que apenas 13% dos adultos
consomem o necessário, por isso a introdução de produtos diferenciados como vegetais baby
leaf são uma alternativa para estimular o consumo de hortaliças, uma vez associado a forma de
produção em ambientes sem o solo como aquaponia em pequena escala que podem facilitar o
21

acesso ao cultivo e a fonte de renda em centros urbanos (Somerville & Food and Agriculture
Organization of the United Nations, 2015).
Os vegetais baby leaf tem grande potencial para atrair a atenção do consumidor,
incluindo crianças, por oferecerem produtos saborosos e saudáveis com uma grande variedade
de tamanhos, texturas, cores e sabores (Giménez et al., 2020; Karnoutsos et al., 2021). Seus
vegetais são obtidos através da colheita precoce em comparação com o tempo em que são
tradicionalmente colhidos para consumo, quando as folhas ainda não expandiram
completamente a sua lâmina foliar (Purquerio & Melo, 2011).
E a alface é uma das espécies mais importantes utilizadas como vegetais baby leaf, com
cores e formas atrativas, combinando as suas melhores características elas são utilizadas em
misturas para salada (Di Gioia et al., 2017). É considerada um alimento benéfico para a saúde
devido à altas concentrações de vitaminas, minerais, fibras dietéticas e compostos antioxidantes
diferentes (Giménez et al., 2020).
As folhas de alface baby leaf são consumidos principalmente como produtos crus,
misturadas com diferentes espécies de saladas e comercializadas como um produto fresco
(Karnoutsos et al., 2021). Para isso são necessários tratamentos suaves como limpeza, corte,
embalagem e armazenamento refrigerado, para não haver perda ou degradação de compostos.
Assim, um aspecto importante da qualidade destas produções vegetais é a sua segurança
microbiológica (Di Gioia et al., 2017).

3.4 Tambaqui
O tambaqui, de nome científico Colossoma macropomum, (CUVIER, 1818) pertence
ao reino Animalia, filo Chordata, classe Actinopterygii, ordem Characiformes, família
Serrasalmidae, subfamília Colossomatinae e gênero Colossoma.
É uma espécie largamente encontrada na América do Sul, cultivado principalmente na
região Norte e Nordeste, sendo uma das espécies mais exploradas na Amazônia e de maior
consumo na alimentação na região Norte, e é considerado o segundo maior peixe de escamas
das águas continentais amazônicas (Pedroza Filho, Rodrigues, & Rezende, 2016; Silva et al.,
2013).
É um peixe de corpo romboidal, coberto por escamas e que apresenta nadadeiras
adiposas, curtas, com raios nas extremidades e rastros branquiais finos, longos e numerosos. A
coloração do corpo na maioria das vezes na parte superior é parda e na parte inferior é negra,
22

mas pode variar de acordo com a cor da água em que habita (VAL E HONCZARYK, 1995;
VAL e ALMEIDA - VAL, 1995; EMATER-RO, 2006, apud Hoshina, 2019).

Figura 4 – Imagem de um exemplar de tambaqui (Colossoma macropomum).

Fonte: Natividade (2021).

Possui hábito alimentar onívoro, se alimentando de uma grande variedade de frutos e


sementes, também pode se alimentar de plâncton, insetos, pequenos peixes, folhas e brotos de
plantas aquáticas. Pode ser criado em diversos sistemas, sendo alguns deles de produção
intensiva em viveiros escavados, barragens e tanques-rede (Dairiki & Silva, 2011).
Os peixes nativos representaram 31,2% da produção total da piscicultura no Brasil com
262.370 toneladas, sendo o tambaqui a espécie de peixe nativo do Brasil mais produzido (Peixe
BR, 2021). Ele apresenta fácil adaptação a criação em cativeiro, rápido crescimento, alta
produtividade, é rústico ao manejo e consegue viver em ambientes com baixos teores de
oxigênio dissolvidos e águas ricas em nutrientes (Dairiki & Silva, 2011).
Trabalhos recentes têm demonstrado que esta espécie se desenvolve bem em sistemas
fechados de recirculação de água como aquaponia, ao apresentarem bom crescimento,
capacidade de produção, resistência e rusticidade ao longo do seu cultivo ela se adapta bem
nesse estilo de sistema (Pinho et al., 2021; de Farias Lima et al., 2021; Nakauth et al., 2020).
23

4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Área de Estudo
O experimento foi conduzido no Laboratório de Biossistemas Aquáticos Amazônicos
(BIOAQUAM), localizado em frente ao prédio de Engenharia Ambiental da Universidade
Federal Rural da Amazônia (UFRA), Belém, Pará, cujas coordenadas geográficas são 1º27´30´´
Latitude Sul, 48º28´12´´ Longitude Oeste e altitude em torno de 8,13 m (Figura 5).

Figura 5 – Mapa de localização da área de estudo.

Fonte: Natividade (2021).

4.2 Ambiente de cultivo


O experimento foi conduzido sob ambiente protegido do tipo capela não climatizado,
no sentido Leste-Oeste, construído em estrutura de madeira, possuindo 8,00 m de largura e
12,00 m de comprimento, totalizando uma área experimental de 96,00 m² e altura do pé direito
de 3,00 m. Para a cobertura da estrutura foi utilizado polietileno de baixa densidade transparente
com espessura de 0,150 mm e laterais abertas (Figura 6).
24

Figura 6 – Imagem do ambiente protegido.

Fonte: Natividade (2021).

4.2.1 Tanque dos animais


Durante o experimento os animais foram criados em uma caixa d’água de 1000 litros
(tanques) (Fortlev®), com dimensões circulares de 1,16 m diâmetro na base inferior, com 1,52
m diâmetro na base superior, com altura de 76 cm e capacidade de armazenamento em torno de
1,00 m³.

4.2.2 Bancada de produção das plantas


Nesse ambiente foram instaladas quatro bancadas de germinação do tipo floating
sustentadas por uma estrutura de madeira, com 2,75 m comprimento, 1 m altura e 1,04 m de
largura. O reservatório das bancadas (0,73 m de comprimento, 1,09 m largura, 0,12 m altura)
foi feito de compensado, revestido por tecido plástico impermeável à água. Outros componentes
instalados no sistema foram: o reservatório de decantação filtragem, biofiltro, mídias filtrantes,
uma bomba (3500L/H) para recircular a água filtrada para as bancadas de cultivo e fontes de
oxigenação que foram testadas e adequadas antes da implantação dos experimentos (Figura 7).
25

Figura 7 – Desenho experimental de um sistema aquapônico – A) Vista do sistema e B) Vista superior do sistema.

Legenda: A): (1) - tanque de peixes de 4 m³, (2) tanque de decantação e (3) biofiltro com mídias filtrantes e (4)
leito hidropônico, com as bancadas de plantas. B): (1) canal de abastecimento: a água é bombeada do reservatório
paras as bandejas de plantas e (2) canal de drenagem, por gravidade a água flui por um tubo de volta para o tanque
dos peixes.

Fonte: Natividade (2021).

4.3 Tratamentos e desenho experimental


Para a produção foram utilizados quatro diferentes tipos de sementes de alface baby leaf
(Alface Creta Roxa, Alface Cerbiatta, Alface Mimosa Brava e Alface Moana) adquiridas de
forma online da ISLA Sementes, as informações contidas nos pacotes de sementes e o guia de
cultivo, podem ser vistas no site do fornecedor.
O delineamento foi realizado em blocos casualizados cada variedade de alface baby leaf
utilizou três repetições cada em bandejas de poliestireno de 128 células. Nelas, foram colocadas
três sementes de alface por célula com substrato de Fibra de coco GOLDEN MIX®,
previamente umedecida, além dos diferentes espaçamentos testados para cada cultivar (10x10;
5x5 e 2,5x5). As plântulas de alface foram transplantadas para o sistema floating quando as
primeiras folhas verdadeiras começaram a aparecer e a experiência completa durou 42 dias.
26

Tabela 1 - Descrição dos espaçamentos de alface baby leaf por tratamento para o sistema de aquaponia.

Tratamento Espaçamento 1 Espaçamento 2 Espaçamento 3


10x10 cm 5x5 cm 2,5x5 cm

Bancada 1 3 plântula.celula-1, 3 plântula.celula-1, 3 plântula.celula-1,


com 18 células com 32 células úteis, e com 64 células úteis, e
Alface Creta
úteis, e total de 54 total de 96 plantas.m2. total de 192
Roxa
plantas.m2. plantas.m2.

Bancada 2 3 plântula.celula-1, 3 plântula.celula-1, 3 plântula.celula-1,


com 18 células com 32 células úteis, e com 64 células úteis, e
Alface
úteis, e total de 54 total de 96 plantas.m2. total de 192
Cerbiatta
plantas.m2. plantas.m2.

Bancada 3 3 plântula.celula-1, 3 plântula.celula-1, 3 plântula.celula-1,


com 18 células com 32 células úteis, e com 64 células úteis, e
Alface
úteis, e total de 54 total de 96 plantas.m2. total de 192
Moana
plantas.m2. plantas.m2.

Bancada 4 3 plântula.celula-1, 3 plântula.celula-1, 3 plântula.celula-1,


com 18 células com 32 células úteis, e com 64 células úteis, e
Alface Brava
úteis, e total de 54 total de 96 plantas.m2. total de 192
plantas.m2. plantas.m2.

Fonte: Autora (2022).

4.4 Coleta de dados


4.4.1. Variáveis meteorológicas
Os dados diários da temperatura (°C) e umidade relativa do ar (%) interna do ambiente
protegido foram mensurados pelo período da manhã através de termo-higrômetro digital
WLXY® modelo HF-2ª instalado no ambiente, e o aplicativo Termômetro++ que foi usado
para mensurar a temperatura externa do ambiente. Para determinação da luminosidade interna
e externa do ambiente foi utilizado um luxímetro medidor de luminosidade de precisão digital
Tasi Ta8121 também pelo período da manhã.
27

4.4.2. Parâmetros de qualidade da água


Para as análises da qualidade de água foram mensurados diariamente no período da
manhã os seguintes parâmetros: pH, com auxílio de pHmetro digital (pHmeter AKSO®, RS,
Brazil, ±0.01); temperatura da água e oxigênio dissolvido (YSI ProODO, OH, EUA, ± 0.01 mg
L −1) e a condutividade elétrica dos sólidos dissolvidos, através de um condutivímetro (TDS&
EC, SP, Brasil, ± 2% FS).
Para as análises de compostos nitrogenados, as coletas de água foram realizadas a cada
3 dias a partir da colocação das plantas no sistema de aquaponia, estas amostras foram coletadas
da água do tanque dos peixes, 30 cm abaixo da superfície e acondicionadas em potes de 80 ml,
devidamente identificados (etiquetadas com data e tratamento da amostragem), e
acondicionados em recipiente refrigerado no laboratório de química ambiental.
Para a realização das análises elas foram conduzidas para o Laboratório de Ecologia
Aquática e Aquicultura Tropical (LECAT), onde foram filtrados em membrana GF/F 0,7 μm e
armazenados congelados a - 20 ° C até o uso, segundo a metodologia APHA (1995). A análise
da água incluiu a amônia total (Bolleter et al., 1961, ± 0,03 mg L -1), leitura a 630 nm, nitrito
(reação de Griess, usando a metodologia APHA (1995), RSD 4%), leitura a 540 nm, nitrato
(APHA, 1995, RSD 1,14%), leitura a 220 nm/270 nm em espectrofotometria Ionlab, PR, Brasil,
de acordo com a metodologia utilizada por Sterzelecki et al. (2021) para sistema de aquaponia.

4.5 Análise das plantas


4.5.1 Índices de germinação
As variáveis de germinação incluem as percentagens, os índices de velocidade de
emergência e tempo médio de germinação, aplicando o método de Queiroz (1986), que
classifica a germinação como sendo a emissão do botão germinativo.
28

Figura 8 – Cultivares de alface tipo baby leaf colocadas no sistema aquapônico 3 dias após semeadura – A) Alface
Creta Roxa, B) Alface Cerbiatta, C) Alface Moana e D) Alface Brava.

Fonte: Autora (2021).

Sendo o resultado das variáveis obtidos pelas fórmulas:


G%: Percentagem de germinação
𝐺% = (∑𝑛⁄𝑆𝑆) ∗ 100
∑n: Total de sementes germinadas
SS: Número de sementes colocadas para germinar

IVE: Índice de velocidade de emergência


𝐼𝑉𝐸 = (𝐸1⁄𝑁1) + (𝐸2⁄𝑁2) + ⋯ (𝐸𝑛⁄𝑁𝑛)
E1, E2, En...: Número de plantas emergidas na primeira, segunda... até a última
contagem.
N1, N2, Nn...: Número de dias da semeadura no primeiro, segundo... até a último
dia de contagem.
29

TMG: Tempo médio de germinação


𝑇𝑀𝐺 = 𝑆𝑂𝑀𝐴 (𝐸1 ∗ $𝑁$1 + 𝐸2 ∗ $𝑁$2 + ⋯ 𝐸𝑛 ∗ $𝑁$𝑛)/(∑𝑛)
E1, E2, En...: Número de plantas emergidas na primeira, segunda... até a última
contagem.
N1, N2, Nn...: Número de dias da semeadura no primeiro, segundo... até a último
dia de contagem
∑n: Total de sementes germinadas

4.5.2 Análise do desenvolvimento


Foram realizadas biometrias semanais nas cultivares de alface baby leaf verificando
parâmetros como número de folhas e comprimento da planta, sendo necessárias 10 plantas por
tratamento de cada cultivar. Além desses parâmetros, na biometria final, foi mensurado o peso
das folhas, peso de raiz, peso total da planta, massa seca e fresca da parte aérea e da raiz.

4.5.3 Altura total e altura da maior folha das plantas


Para determinação da altura total das plantas foram avaliadas 10 plantas por tratamento,
medindo a altura da raiz até o ápice da folha, mantendo-se ereto durante o procedimento, através
de uma régua milimetrada, realizada 42 dias após a emergência.
Para determinação da altura da maior folha das plantas foram avaliadas 10 plantas por
tratamento, mantendo-se ereto durante o procedimento, através de uma régua milimetrada,
realizada a cada 3 dias. Não existe uma classificação oficial para plantas de baby leaf no Brasil,
alguns autores sugerem o comprimento da folha numa gama de 6 a 15 cm como interessante
para classificar uma folha como um produto de baby leaf (Calori et al., 2019). Assim, o tempo
de colheita foi definido quando as maiores folhas atingiram cerca de 6,0 cm.
30

Figura 9 – Biometria das cultivares de alface tipo baby leaf colocadas no sistema aquapônico – A) Alface Creta
Roxa, B) Alface Cerbiatta, C) Alface Moana e D) Alface Brava.

Fonte: Autora (2021).

4.5.4 Número de folhas das plantas


Para a contagem do número de folhas das plantas foram avaliadas 10 plantas aleatórias
por tratamento, sendo contadas de forma manual e individualizada, separando as folhas dos
diferentes tratamentos e repetições, realizada a cada 3 dias.

4.5.5 Massa fresca aérea e raiz


Utilizando-se as mesmas plantas de cada parcela tomadas para avaliação do item
anterior, foram separadas e pesadas as folhas e raízes em balança digital com precisão de 0,01
g, 42 dias após serem colocadas no sistema.
31

Figura 10 – Biometria e pesagem final.

Fonte: Autora (2021).

4.5.6 Massa seca aérea e raiz


Essa característica foi obtida separando-se folha e raiz da planta, sendo esta última
lavada, para em seguida levar em estufa de circulação de ar forçada a 65ºC por 72 horas ou até
atingir peso constante. Posteriormente as amostras foram pesadas em balança digital com
precisão de 0,01 g, 42 dias após serem colocadas no sistema.
32

Figura 11 – Pesagem da massa seca.

Fonte: Autora (2021).

4.5.7 Desempenho produtivo das plantas


A massa média das plantas cultivadas, foi calculado pela seguinte equação:
∑𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
𝑀𝑚é𝑑𝑖𝑜 =
𝑛 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑡𝑎𝑠

Onde:
Ʃ massa = soma da massa das plantas;
n plantas = quantidade de plantas pesadas.

O ganho de massa que foi calculado pela seguinte fórmula: GM = M final – M inicial;
onde, “Mf” é a massa final (g), e o “Mi” é a massa inicial (g).
A produtividade foi calculada pela seguinte fórmula: Prod = somatório (Mfp); onde,
“Prod” é produtividade, e o “Mfp” é a massa final das plantas (g).
33

4.6 Dados dos animais


4.6.1 Dados morfométricos dos animais
Da morfometria do tambaqui foram aferidos comprimento e pesagem, antes de serem
colocados no sistema de aquaponia e após o fim do experimento, a fim de observar o
crescimento e sobrevivência ao longo do tempo.
O Comprimento Total (CT) individual de cada tambaqui foi realizado com auxílio de
uma régua milimetrada, e a Pesagem foi feita com auxílio de uma balança de mesa com precisão
de BEL ± 1 mg (SP, Brasil) e durante esse período foi considerado 10% do peso vivo (PV) a
partir da quantidade de ração, ajustada com o ganho em biomassa.

4.6.2 Desempenho produtivo do animal


O peso médio dos animais cultivados, foi calculada pela seguinte equação:
∑𝑝𝑒𝑠𝑜
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 =
𝑛 𝑡𝑎𝑚𝑏𝑎𝑞𝑢𝑖
Onde:
Ʃ peso = soma dos pesos dos tambaquis;
n tambaqui = quantidade de tambaqui da biometria.

O ganho em biomassa, foi calculado pela seguinte fórmula: GM = M final – M inicial;


onde, “Mf” é a biomassa final (g), e o “Mi” é a biomassa inicial (g).
O ganho de biomassa média por meio da seguinte fórmula: GB médio = BIOMASSA
total (g m-3) / n tambaqui; onde, “n tambaqui” é a quantidade de tambaqui da biometria.
A taxa de conversão alimentar aparente (CAA), calculada por meio da seguinte fórmula:
CAA = Quantidade de ração (g) / Ganho de massa (g).
A produtividade foi calculada pela seguinte fórmula: Prod = somatório (Mfc); onde,
“Prod” é produtividade, e o “Mfc” é a massa final dos tambaquis (g).
A taxa de sobrevivência foi expressa em termos de porcentagem, por meio da seguinte
fórmula: TS = (NFc / NIc) * 100; onde, “TS” é a taxa de sobrevivência, e o “NFc” é o número
final de tambaqui, e o “NIc” é o número inicial de tambaqui.

4.7 Análises estatísticas


Todos os dados (qualidade água, características morfoagronômicas e morfométricos)
foram organizados em planilhas para Microsoft Excel (Ofice 365, 2021) e foram submetidos ao
34

teste de normalidade, homocedasticidade e análise de variância (ANOVA) pelo teste F (p <


0,05) usando o programa Past 2001. Para avaliar os dados de produtividade que difere entre as
repetições: germinação (G%, IVE e TMG), matéria fresca e seca total (MFT, MFA, MFR, MST,
MSA e MSR), altura total da planta (AT), altura da maior folha (AF) e número de folhas (NF)
foi utilizada uma Anova. Para determinar quais os tratamentos que difere entre si utilizamos o
teste “a posteriori” de Tukey. Todos os testes foram realizados no programa Past 2001.
35

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Ambiente de cultivo
No período de realização do trabalho, no ambiente externo a temperatura apresentou
média de 27,4 °C, com temperatura mínima e máxima de 24°C e 29°C, respectivamente. Dentro
do ambiente protegido a média foi de 27,1 °C atingindo a temperatura máxima de 29,8 °C e a
temperatura mínima de 23 °C. E em relação à média da umidade relativa do ar, no ambiente
interno foi de 89,1 % (Tabela 2).

Tabela 2 – Parâmetros internos e externos do ambiente protegido.

Parâmetro Externo Interno


T (ºC) 27,4±0,21 27,1±0,28
UR (%) - 89,1±1,41
Luminosidade 81339,03±4052,23 19544,52±2207,88
Legenda: T = Temperatura; UR = Umidade relativa do ar. Os resultados são apresentados como média ± SD.

Fonte: Autora (2022).

O cultivo de vegetais é influenciado principalmente pela temperatura, umidade e


luminosidade que são fatores importantes para a germinação e que quando se encontram fora
do ideal podem causar a inibição no crescimento das plantas. De acordo com Karnoutsos et al.
(2021), a alface tem como temperaturas ideais a faixa de 17 a 28 °C durante o dia e 3 a 12 °C
durante a noite.

5.2 Qualidade da água


A qualidade da água é determinada por processos que interferem individualmente ou
coletivamente na produção de peixes, e quando inadequada, pode causar prejuízos no
crescimento, reprodução, qualidade dos peixes, entre outros fatores que levam ao
comprometimento de todo o sistema produtivo.
O oxigênio dissolvido na água, a temperatura e o pH são parâmetros responsáveis pelo
crescimento dos animais, das plantas e redução dos compostos nitrogenados, indicando o
desempenho das bactérias nitrificantes no sistema (de Farias Lima et al., 2021). Ao serem
analisados os parâmetros de qualidade da água apresentaram valores aceitáveis para o cultivo
dos peixes e das plantas (Tabela 3). Com o oxigênio dissolvido apresentando valor entre 4 e 8
mg/L, ideal no sistema de recirculação com tambaqui (Pinho et al., 2021). A média do pH
36

encontrado se encontra entre 6,5 e 8,5 que é a faixa ideal e a temperatura demonstrou ser boa
para as plantas e para o tambaqui que tem como valor ótimo 26 a 30 °C (Garcez et al., 2021).

Tabela 3 – Parâmetros de qualidade da água em sistema de aquaponia com tambaqui na produção de alface baby
leaf.

Parâmetro Tambaqui
OD (mg/L) 5,95±0,11
pH 7,56±0,04
CE (µs/cm) 381±15,02
TSD (mg/L) 246,9±9,73
T (°C) 27,4±0,10
Legenda: OD = Oxigênio dissolvido; pH = potencial hidrogeniônico; CE = Condutividade elétrica; TSD =
Sólidos totais dissolvidos; T = Temperatura. Os resultados são apresentados como média ± SD.

Fonte: Autora (2022).

De acordo com Silva et al. (2013), o resultado de CE se encontra na faixa recomendada


para o cultivo que é de 60 a 500 μS/cm, mas podem ser encontrados valores mais altos em
sistemas aquapônicos, pois com a recirculação contínua de água, essas condições se tornam
satisfatórias para o cultivo de plantas (Jordan et al., 2018). Em relação à média de TSD, ela se
encontra um pouco acima de 200 mg/L o que demonstra não estar dentro da faixa de conforto
para o cultivo do tambaqui, mas isso não afetou desenvolvimento dos peixes ao longo do
experimento (Silva et al., 2013).

5.2.1 Amônia, Nitrito e Nitrato


Os valores de amônia se encontram entre a faixa ideal de 0,6 e 2 mg/L, sendo o resultado
obtido 0,8231 mg/L. Em relação ao nitrito, ele possui como ideal resultados até 0,5 mg/L o que
também se encaixa com valor obtido de 0,2395 mg/L (de Farias Lima et al., 2021). No entanto,
o nitrato apresentou valor acima dos 5,0 mg/L recomendado por Santos et al. (2017) como o
ideal para o desenvolvimento do tambaqui em sistema intensivo. Ele não é um composto tóxico
para a aquicultura, quando em altas concentrações e não afetou negativamente o metabolismo
dos peixes, além disso, esse resultado também pode indicar uma comunidade microbiana bem
desenvolvida na área (Cunha et al., 2017). Porém, é preciso ter atenção, pois algumas espécies
como a alface possuem predisposição ao acúmulo de nitrato (Lima & Ibrahim, 2008).
37

Tabela 4 – Amônia, Nitrito e Nitrato em sistema de aquaponia com tambaqui na produção de alface baby leaf.

Parâmetro Tambaqui
NH3 (mg/L) 0,8231±0,07639
NO2 (mg/L) 0,2395±0,04271
NO3 (mg/L) 19,78±1,336
Legenda: NH3 = Amônia; NO2 = Nitrito; NO3 = Nitrato. Os resultados são apresentados como média ± SD.

Fonte: Autora (2022).

5.3 Desenvolvimento da alface baby leaf


Percentagem de Germinação

Em relação a percentagem de germinação observada (Figura 12), a cultivar A. creta foi


a que apresentou maior porcentagem de germinação em todos os espaçamentos testados quando
comparada as outras cultivares, com resultado para o espaçamento de 2,5x5 cm que obteve
87,5% de plantas germinadas. E a cultivar com pior desempenho foi a A. cerbiatta, com menos
de 50% de plantas germinadas em todos os espaçamentos testados, esse parâmetro pode variar
por diferentes razões ambientais como clima, no entanto ela tem como época de cultivo o ano
todo em diferentes regiões do país.
38

Figura 12 – Percentagem de germinação das cultivares de alface baby leaf em sistema de aquaponia com tambaqui.

Fonte: Autora (2022).

Índice de velocidade de emergência

Em todas as cultivares o IVE teve expressivo desempenho no menor tamanho de


espaçamento 2,5x5 cm com menor índice na cultivar A. cerbiatta e maior na A. moana, 11,33
e 45,17, respectivamente. Mostrando a influência do espaçamento para a emergência da planta,
assim como variações de acordo com cada cultivar.
39

Figura 13 – Índice de velocidade de emergência das cultivares de alface baby leaf em sistema de aquaponia com
tambaqui.

Legenda: IVE: Índice de velocidade de emergência.

Fonte: Autora (2022).

Tempo médio de germinação

Diferente dos parâmetros anteriores, o TMG mostrou resultados diversos em relação


aos espaçamentos (Figura 14), a cultivar A. creta obteve maior resultado no espaçamento 5x5
cm com 6,8 dias assim como o da cultivar A. cerbiatta no espaçamento 10x10 cm. Já nas
cultivares A. moana e A. brava foi possível observar uma variação entre os tempos médios
obtidos, sendo o melhor nos espaçamentos de 2,5x5 cm e 5x5 cm, respectivamente.
40

Figura 14 – Tempo médio de germinação das cultivares de alface baby leaf em sistema de aquaponia com
tambaqui.

Legenda: TMG: Tempo médio de germinação.

Fonte: Autora (2022).

Altura total

Em relação à altura total final, foi observado que entre todas as cultivares a A. creta
mostrou diferença significativa, principalmente no espaçamento de 2,5x5 cm com maior
densidade de plantas, possuindo uma altura média de aproximadamente 14 cm, resultado
superior ao obtido por Purquerio et al. (2010) que foi de 12,7 cm em um sistema hidropônico,
e dos 13 cm de Calori et al. (2019) encontrados no espaçamento de 2,5x2,5 cm.
A cultivar A. cerbiatta apresentou diferença significativa para o espaçamento de 5x5 cm
entre os seus testados, apresentando uma média de 11,4 cm, e a A. moana apresentou uma
pequena diferença para o espaçamento 10x10 cm, assim como A. brava no espaçamento 2,5x5
cm (Figura 15).
41

Figura 15 – Altura final das cultivares de alface baby leaf em sistema de aquaponia com tambaqui.

Legenda: Os resultados são apresentados com as letras maiúsculas demonstrando diferença significativa entre os
espaçamentos e letras minúsculas demonstram diferenças significativas entre as cultivares.

Fonte: Autora (2022).

Número de folhas e altura da maior folha

O número de folhas da cultivar A. creta se mostrou bastante similar entre os


espaçamentos, mas com 25 dias após a transferência notou-se uma diferença entre os
espaçamentos que se seguiu até o fim do experimento. Em relação aos dados da A. cerbiatta, se
observou uma diferença significativa próximo ao fim do experimento, porém é possível
observar pela figura 16 que o espaçamento 10x10 cm se manteve abaixo quase que
constantemente, diferente do observado por Purquerio et al. (2010), que observou nos maiores
espaçamentos de célula, maior número de folhas produzidas por planta.
A cultivar A. moana apresentou pouca ou quase nenhuma diferença significativa em
relação ao número de folhas dos seus espaçamentos assim como a A. brava. Em relação ao fim
do experimento nota-se uma queda no NF, isso pode ser explicado pelo fato de que durante a
realização das biometrias semanais, as plantas eram escolhidas aleatoriamente ocasionando
mudanças e houve ataque de insetos pragas, principalmente lagartas que causaram danos as
plantas e consequentemente as folhas.
42

É possível observar que todas as cultivares apresentaram médias de 4 a 5 folhas,


independente dos tratamentos, resultado semelhante ao encontrado por Calori et al. (2019) que
recomenda esse número de folhas para comercialização de alface tipo baby leaf.
Além disso, os resultados obtidos para altura da maior folha foram pouco significativos
para A. creta, mas que mostraram que ao longo de todo o tempo de experimento o espaçamento
de 10x10 cm esteve abaixo do 2,5x5 cm, de melhor desempenho. Com relação a A. cerbiatta, a
diferença foi significativa desde o início do seu desenvolvimento de acordo com a Figura 16,
pois 11 dias após a transferência já foi possível notar diferença entre os seus espaçamentos.
E a A. moana apresentou uma pequena diferença significativa entre os espaçamentos,
mas com o fim do experimento foi possível observar uma estabilização no crescimento da folha,
algo similar ao constatado por Purquerio et al. (2010) no mesmo período de dias. Diferindo das
cultivares anteriores a A. brava mostrou bom desempenho com espaçamentos maiores 10x10 e
5x5 cm apresentaram valores similares e significativos no final do período analisado e o de
2,5x5 cm teve um desempenho abaixo durante boa parte do experimento.
43

Figura 16 – Altura da maior folha e número de folhas das cultivares de alface baby leaf em sistema de aquaponia
com tambaqui.

Legenda: Os resultados são apresentados com as letras maiúsculas demonstrando diferença significativa entre os
espaçamentos e letras minúsculas demonstram diferenças significativas entre as cultivares.

Fonte: Autora (2022).


44

Massa fresca da planta

O resultado da massa fresca total teve como a cultivar de melhor desempenho a A. creta
com uma média de 3,15 g no espaçamento de 2,5x5 cm, de maior densidade testada. Isso
também ocorre com os resultados da massa fresca aérea que demonstrou a A. creta como melhor
cultivar nos menores espaçamentos. Para a massa fresca da raiz é possível notar que entre os
espaçamentos a diferença significativa é notada nos 2,5x5 e 5x5 cm e eles apresentaram A.
creta e A. cerbiatta com uma diferença significativa em relação as outras duas cultivares.

Massa seca da planta

Com os resultados da massa seca total obtidos foi perceptível a diferença significativa
entre os espaçamentos e cultivares nos maiores tamanhos 10x10 e 5x5 cm, com a cultivar A.
moana em destaque com médias de 0,16 e 0,25 g, respectivamente, e as cultivares A. creta e A.
cerbiatta demonstraram similaridades no espaçamento de 2,5x5 cm. A massa seca aérea
demonstrou bom desempenho no espaçamento 10x10 cm entre as cultivares com apenas a A.
cerbiatta abaixo das outras. E a massa seca da raiz teve a A. moana como destaque para os
espaçamentos de maior tamanho.
45

Figura 17 – Massas frescas e secas cultivares de alface baby leaf em sistema de aquaponia com tambaqui.

Legenda: Os resultados são apresentados com as letras maiúsculas demonstrando diferença significativa entre os
espaçamentos e letras minúsculas demonstram diferenças significativas entre as cultivares.

Fonte: Autora (2022).


46

5.4 Desempenho do tambaqui


Após a realização do trabalho, os peixes obtiveram 100% de sobrevivência,
demonstrando que essa forma de produção integrada entre plantas e peixes não afeta o
desenvolvimento dos animais e para analisar a eficiência dela foi preciso avaliar os parâmetros
morfométricos.
Assim, os tambaquis iniciaram no sistema com um peso médio de 1514,01 g obtendo
um ganho de peso de 197,84 g que se manteve no padrão com a quantidade de indivíduos, já a
conversão alimentar demonstrou estar um pouco abaixo do esperado. O comprimento médio
dos peixes com o fim do experimento foi de 42,75 cm (Tabela 5).

Tabela 5 – Desempenho de crescimento e sobrevivência do tambaqui em sistema de aquaponia para produção de


alface baby leaf.

Parâmetro Tambaqui
Sobrevivência 100%
Peso inicial (g) 1514,01±50,44
Peso final (g) 1711,85±184,52
CT inicial (cm) 42,65±0,77
CT final (cm) 42,75±0,78
Ganho de peso (g) 197,84
Conversão alimentar (CA) 2,5
Legenda: CT: comprimento total; CA: conversão alimentar. Os resultados são apresentados como média ± SD.

Fonte: Autora (2022).


47

6. CONCLUSÃO
No presente estudo, se mostrou viável a produção de hortaliças baby leaf no sistema
aquapônico com parâmetros de água e nitrogenados dentro dos padrões adequados para a
cultura da alface e para o tambaqui.
A produtividade das diferentes cultivares de alface baby leaf foi avaliada sendo possível
concluir que a cultivar com melhor desempenho entre as testadas foi Alface Creta Roxa, com
bom desempenho de germinação e crescimento ao longo dos 42 dias de experimento. A
influência dos espaçamentos se mostrou estatisticamente significativa para os de menor
tamanho 2,5x5 cm, que utilizou 64 células úteis e um total de 192 plantas.m2, maior densidade
de plantas testadas. E os valores obtidos são importantes para analisar a produtividade dos
vegetais do tipo baby leaf que possuem preço de mercado em gramas.
Para o tambaqui o ciclo de produção da alface baby leaf não se mostrou prejudicial, com
adaptação dos peixes ao sistema e desenvolvimento zootécnico.
Sendo assim, é possível dizer que a produção de hortaliças de alface tipo baby leaf
integradas ao sistema de aquaponia, com cultivo de tambaqui, se apresenta com grande
potencial produtivo para a região amazônica.
48

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