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CAMPUS PARAGOMINAS
CURSO DE AGRONOMIA
PARAGOMINAS
2019
BÁRBARA PRATES AMARAL DE SOUZA
PARAGOMINAS
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal Rural da Amazônia
30 f.
CDD – 581.467
Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os
seus planos serão bem-sucedidos.
(Provérbios 16:3)
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus por tudo. Por toda a coragem, luz, determinação e força na escolha
da direção correta a tomar e por dar-me a oportunidade de estar finalizando mais essa etapa da
minha vida. Agradeço à Ele por todas as vitórias e conquistas alcançadas durante minha
jornada aqui na terra.
Aos meus pais pelo amor, cuidado e incentivo. Meu eterno agradecimento à minha
mãe, Adenildes Prates, que sempre acreditou em mim e mesmo com dificuldades me ajudou a
concretizar este sonho e a não desistir. Ao meu pai, Valdeir Messias, por me encorajar sempre
e ser o melhor apoio que eu poderia desejar. Obrigada por serem os melhores avós do mundo
e serem amparo quando não pude estar com meu filho. Obrigada por me ensinarem valores
que levarei para a minha. Vocês são meus primeiros amores e meus maiores exemplos.
Às minhas queridas irmãs caçulas Vitória e Yasmim Prates que sempre torceram por
mim. À minha irmã mais velha, Deborah Prates, pelo apoio, amor e por confiar a mim a honra
de ser a primeira da nossa irmandade a concluir o ensino superior.
Ao meu sobrinho Ruan Prates por ser um pedaço da minha alegria nessa jornada.
Ao meu amado esposo, Diones Alves, por sempre estar ao meu lado me apoiando em
minhas decisões, sendo compreensivo e sonhando junto comigo. Ao meu filho, Enzo Prates,
que foi minha força e o motivo para não desistir. Vocês são o maior presente que Deus
poderia ter me dado nesta vida.
À Prof. Dra. Bárbara Rodrigues Quadros, minha orientadora, e ouso dizer amiga, pela
confiança em mim depositada. Agradeço por ter acreditado no meu potencial e por todas as
oportunidades que me deu. Sabe que é muito mais que um orientador, que além de sabedoria e
competência, possui uma grande determinação, dinamismo e carisma, que a tornam uma
pessoa muito especial e faz com que todos queiram estar à sua volta. A considero uma
excelente profissional e uma pessoa melhor ainda. Muito obrigado Bárbara, por tudo.
Aos meus amigos, José Rodrigo, Andressa Froz, Julyane Sued, Ireny Sousa e Devid
Santana, que de maneira distante ou próxima, sempre estiveram ao meu lado quando foi
preciso e pelos momentos divertidos que só amigos podem proporcionar.
À Universidade Federal Rural da Amazônia – Campus de Paragominas, à coordenação
do curso de Agronomia, na pessoa do Prof. Dr. Luís Freitas, e a todos os professores,
funcionários e colegas que fizeram parte da minha vida acadêmica durante esses anos. Meu
muito obrigada, sem vocês essa etapa da minha vida não seria concluída.
RESUMO
A Parkia multijuga é uma espécie florestal que ocorre em florestas de terra firme e várzea alta
em solo argiloso da região amazônica. Na prática florestal é desejável que as sementes
germinem o mais rápido possível, assim o objetivo deste trabalho foi testar tratamentos pré-
germinativos em sementes de Parkia multijuga. Os tratamentos foram constituídos por: T1-
Testesmunha, T2-Imersão em água destilada durante 24 horas, T3-Imersão em água quente a
40°C, - T4-Escarificação mecânica do tegumento com lixa e T5- Imersão em ácido sulfúrico
(H2SO4) concentrado. Foram avaliados o ter de água das sementes, peso de mil sementes,
emergência de plântulas, índice de velocidade de emergência de plântulas, tempo médio de
emergência de plântulas, sementes duras e mortas ao final do experimento. Para a comparação
dos tratamentos foram utilizados os Testes Stepwise Step-down e de Tukey. Entre os
tratamentos para superação de dormência destacaram-se a escarificação ácida e a
escarificação mecânica.
The Parkia multijuga is a forest species that occurs in upland forest and meadow high in clay
soil of the Amazon region. In the forestry practice it is desirable that the seeds germinate as
quickly as possible. So the aim of this study was to test pre-germination treatments in seeds of
Parkia multijuga. The treatments were evaluated: T1-Testesmunha, T2-Immersion in distilled
water for 24 hours, T3-immersion in hot water at 40 ° C - mechanical T4-scarification of the
seed coat with sandpaper and T5 Immersion in sulfuric acid (H2SO4) concentrated. We
evaluated the need to water the seeds, weight of thousand seeds, seedling emergence, seedling
emergence speed index, average time of seedling emergence, hard seeds and dead at the end
of the experiment. For comparison of treatments were used for tests Stepwise step-down and
Tukey. Between treatments to overcome dormancy highlights were the acid scarification and
mechanical scarification.
Figura 1 - Porte arbóreo (A), fuste (B) e folhas (C) da Parkia multijuga................................14
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 11
1.1 Objetivos ................................................................................................................... 13
1.1.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 13
1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 13
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 14
2.1 Espécie Parkia multijuga (Benth.)............................................................................. 14
2.2 Dormência de sementes............................................................................................. 16
2.3 Dormência tegumentar ............................................................................................. 18
2.4 Métodos artificiais para superação de dormência tegumentar ............................... 19
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 21
3.1 Localização e caracterização da área experimental ................................................ 21
3.2.2 Grau de umidade ......................................................................................................... 21
3.3 Tratamentos .............................................................................................................. 22
3.4 Instalação e realização do experimento .................................................................... 22
3.5 Características avaliadas .......................................................................................... 23
3.5.1 Emergência de plântulas ............................................................................................. 23
3.5.2 Índice de velocidade de emergência de plântulas ......................................................... 23
3.5.3 Tempo médio de emergência de plântulas ................................................................... 24
3.5.4 Sementes duras e mortas ............................................................................................. 24
3.6 Análise de dados ........................................................................................................ 25
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 26
5 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 29
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 30
11
1 INTRODUÇÃO
Considerada a maior reserva florestal contínua do mundo, a Amazônia possui grande
potencial alimentício e farmacológico se mostrando de grande importância para a
humanidade. Entretanto, sua diversidade encontra-se ameaçada, já que seus recursos florestais
são amplamente explorados de forma desordenada, principalmente pela retirada de produtos
florestais madeireiros, o que tem ocasionado uma perda significativa deste banco natural de
germoplasma (MELO, 2011; SILVA et al., 2017).
Nos últimos anos houve um aumento significativo visando a recuperação de áreas
degradadas e a utilização de sistemas agroflorestais. De acordo com o Ministério da
Agricultura e Pesquisa Agropecuária - MAPA (2013), a recuperação de pelo menos 15
milhões de hectares de áreas degradadas até o ano de 2020 é uma das metas para o programa
do governo federal de redução da emissão de gases de efeito estufa. Contudo, pouco se
conhece sobre o comportamento silvicultural das espécies nativas utilizadas nesse processo,
devido à vasta diversidade florestal encontrada em território nacional, o que acarreta em
longas e demoradas pesquisas (MELO, 2011; PELISSARI, 2013).
Apesar do aumento considerável dos estudos com sementes de espécies florestais, para
a grande maioria delas ainda não se dispõe de informações básicas referentes à dados físicos,
superação de dormência, entre outros (MELO, 2011). Segundo Santos (2012) a semente é a
principal forma de propagação da grande maioria das espécies florestais arbóreas da
Amazônia, e características como uniformidade, alta porcentagem e rapidez no seu processo
de germinação, além de alta sobrevivência, se tornam exigências em plantios comerciais para
que sua produção se torne economicamente viável, além de se obter mais sucesso em
programas de reflorestamento.
No entanto, nem sempre é possível a obtenção de sementes com todas as
características desejáveis, se tornando indispensável o conhecimento a respeito das condições
ideais para que o processo de germinação ocorra normalmente, principalmente pelo fato de
que as espécies podem apresentar respostas variadas em função de diferentes fatores, como
dormência, viabilidade, condições ambientais, que envolve água, luz, temperatura oxigênio e
ausência de patógenos, associados ao tipo de substrato utilizado (CARVALHO;
NAKAGAWA, 2012; SILVA et al., 2017).
Nesse contexto, Nascimento et. al. (2009) apontam como principal fator limitante da
propagação de espécies florestais amazônicas, o alto grau de dormência tegumentar nas
sementes, o que impede a entrada de água e, consequentemente, a germinação e emergência
12
da plântula. Fowler e Bianchetti (2000) caracterizam a dormência por sementes que não
germinam mesmo sendo viáveis e expostas às condições ambientais favoráveis. Ainda que na
natureza é um recurso usado pelas plantas produtoras de sementes para perpetuação de suas
espécies aumentando sua chance de sobrevivência e diminuindo o risco de extinção da
espécie, se constitui num fator limitante à sua propagação, tendo em vista que apenas pequena
porcentagem das sementes germina em condições naturais (CARVALHO e NAKAGAWA,
2000; OLIVEIRA et al., 2003; NASCIMENTO et. al., 2009).
Dentre as espécies nativas, a dormência tegumentar é uma característica hereditária
das leguminosas, ocorrendo com maior freqüência nas subfamílias Caesalpinioideae e
Mimosoideae. As sementes da Parkia multijuga, pertencente à família Fabaceae, apresentam
dormência devido à impermeabilidade do tegumento (FOWLER & BIANCHETTI, 2000)
A P. multijuga, conhecida popularmente no Pará como fava-arara-tucupi, é uma
espécie tropical com ocorrência em matas de terra firme e várzea alta, possui madeira de
baixa densidade que pode ser utilizada na fabricação de compensados, caixotes e brinquedos.
Também é considerada uma alternativa para arborização e plantio de áreas degradadas,
visando à recomposição da vegetação, devido seu rápido crescimento (CARVALHO, 2009;
LORENZI, 2009).
Dessa forma, as pesquisas relacionadas à espécie P. multijuga são fundamentais, tanto
sob o aspecto ecológico como econômico, pois se tornam relevantes na elaboração de projetos
importantes, principalmente para as atividades de reflorestamento e para plantios comerciais
(ROCHA et al., 2014).
Consta na literatura uma diversidade de métodos para a quebra de dormência de
sementes florestais (NUNES, 2011; OLIVEIRA et al., 2012; PELISSARI, 2013; SANTOS,
2015) sendo a escarificação química e mecânica as práticas mais comuns. Porém, a aplicação
e eficiência desses tratamentos dependem do grau de dormência tergumentar e é variável entre
diferentes espécies, procedências e anos de coleta (OLIVEIRA et al., 2003). Com isso, tem-se
a necessidade de testar métodos práticos de superação da dormência que melhorem a
germinação e o desenvolvimento das plântulas, no intuito de o estabelecimento inicial de
plantas no campo (NASCIMENTO et. al., 2009).
13
1.1 Objetivos
2 REVISÃO DE LITERATURA
Figura 1. Porte arbóreo (A), fuste (B) e folhas (C) da Parkia multijuga.
A B C
A B C
de ser uma excelente alternativa para recuperação de áreas degradadas, por apresentar um
rápido crescimento (LORENZI, 2009).
Para os casos de dormência tegumentar há duas formas mais eficazes para sua
superação, que são a escarificação química e a mecânica. A escarificação química consiste na
imersão das sementes em substâncias abrasivas, que promovam a corrosão do tegumento sem
danificá-las como ácido sulfúrico, água oxigenada e acido muriático por um período e
temperatura variável conforme o tipo de semente (RODRIGUES; MARTINS, 2012; ABDO;
FABRI, 2015).
A celulose e a lignina estão entre os principais componentes das paredes celulares, de
modo que a escarificação química por ácido sulfúrico se torne altamente eficaz, já que o
mesmo combinado com determinada temperatura tem a capacidade de quebrar as cadeias da
celulose, liberando assim a glicose, além de penetrar na lignina promovendo sua
decomposição. Apesar da larga utilização do ácido sulfúrico para a superação de dormência
em sementes, pouco se sabe a respeito dos efeitos deletérios da ação desse ácido no
tegumento da semente. (MOLIZANE, 2012).
20
3 MATERIAL E MÉTODOS
Para determinar o peso de 1000 sementes, foi efetuada a pesagem de oito sub
amostras de 100 sementes, em balança analítica com sensibilidade de 0,0001g. Em seguida
foram calculados a variância, desvio padrão e coeficiente de variação. O peso de 1000
sementes foi calculado pela multiplicação por 10 do peso médio obtido nas sub amostras,
segundo recomendações das Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
O teor de água das sementes foi determinado utilizando-se o método da estufa a 105 ±
3 ºC por 24 horas, segundo as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009), utilizando-
se duas repetições contendo 50g de sementes cada. A porcentagem de umidade foi calculada
na base do peso úmido, aplicando-se a seguinte fórmula:
Onde:
P = peso inicial, peso do recipiente e sua tampa mais o peso da semente úmida;
p = peso final, peso do recipiente e sua tampa mais o peso da semente seca;
t = tara, peso do recipiente com sua tampa.
22
3.3 Tratamentos
Os tratamentos foram:
T1- Testemunha (sementes sem tratamento algum);
T2 - Imersão em água destilada durante 24 horas, onde as sementes foram
acondicionadas em recipientes plásticos contendo água suficiente para cobri-las;
T3 - Imersão em água quente a 40°C, seguido de repouso por 24 horas na mesma
água, onde as sementes foram acondicionadas em recipientes plásticos contendo água quente
suficiente para cobri-las;
T4 - Escarificação mecânica do tegumento com lixa d‟água nº 80, onde as sementes
foram friccionadas manualmente em lixa até o desgaste visível do tegumento no lado oposto à
micrópila;
T5 - Imersão em ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado por 16 minutos, e posterior
lavagem das sementes por aproximadamente cinco minutos em água corrente, com a
finalidade de retirar o excesso de ácido.
Fonte: Autora
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Foi avaliada diariamente por de 35 dias, sendo considerada como plântulas emersas a
partir do aparecimento dos cotilédones acima da superfície do substrato (Figura 4).
Fonte: Autora
E = (N/A) x 100
Onde:
E= porcentagem de emergência de plântulas;
N= número de plântulas emersas;
A= número total de sementes colocadas para emergir.
Onde:
IVE = índice de velocidade de emergência de plântulas;
G1, G2,...,Gn = número de plântulas emersas a cada dia;
N1, N2,...,Nn = número de dias decorridos da semeadura a primeira, segunda e última
contagem.
Onde:
Tm = tempo médio, em dias, necessário para atingir a emergência máxima;
E1, E2 e En = número de plântulas emersas a cada dia;
T1, T2 e Tn= tempo em dias decorridos entre a semeadura e a emersão da plântula.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas análises físicas das sementes obteve-se o peso de mil sementes de 4.058g, e o teor
de água foi de 7,23%. Na avaliação da qualidade fisiológica, diferenças significativas foram
observadas para as variáveis: emergência de plântulas, índice de velocidade de germinação e
tempo médio de emergência.
Pode-se observar na Tabela 1 que as maiores porcentagens de emergência ocorreram
quando as sementes foram expostas a imersão em ácido sulfúrico (H2SO4) e escarificação
mecânica do tegumento com lixa d‟água, com mediana de 68% e 54% respectivamente, sem
apresentarem diferenças estatísticas significativas.
proporcionar a superação da dormência e posterior germinação, uma vez que a maioria das
sementes permaneceu sem embebição aparente.
Em estudos realizados com sementes de leguminosas sobre superação de dormência
tegumentar, Escobar et al (2010) e Martins et al. (2008) trabalhando com Acacia caven (Mol.)
e Stryphnodendron adstringens, respectivamente, constataram que as sementes submetidas
aos tratamentos de imersão em água quente em temperaturas entre 30ºC a 65ºC, se mostraram
ineficientes na superação de dormência, já que obtiveram uma média de 80% de sementes
duras, seguida de 19% de sementes mortas. Em temperatura mais elevada, Pelissari et al.
(2013) descrevem que as sementes de P. platycephala apresentaram vestígios de deterioração,
uma vez que foi observado extravasamento de exsudatos e presença de bactérias, podendo ter
ocorrido dano ao embrião em função do tempo de exposição em excesso à água quente
(80°C).
5 CONCLUSÕES
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EDMOND, J.B.; DRAPALA, W.J. Effects of temperature, sand and soil, and acetone
on germination of okra seed. Proceedings of American Society for Horticultural Science,
v.71, p. 428 - 434, 1958.
PIVETA, G.; MENEZES V. O.; PEDROSO, D. C.; MUNIZ, M. F.B.; BLUME, E.;
WIELEWICKI, A. P.; Superação de dormência na qualidade de sementes e mudas:
influencia na produção de Senna multijuga (L.C.Rich) Irwin &Barneby. Revista Acta
Amazônica, v. 40, n 2, p.281-288, 2010.