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e-ISSN 1983-4063 - www.agro.ufg.br/ pat - Pesq. Agropec. Trop., Goiânia, v. 50, e64743, 2020

Artigo de Pesquisa

Brassinosteróide acelera o crescimento do híbrido

Psidium durante a aclimatação de mudas obtidas de miniestacas1
Mariana Barreto de Souza Arantes2 , Claudia Sales Marinho2 , Mara de Menezes de Assis Gomes3 ,
Raudielle Ferreira dos Santos2 , Sydney Pereira Galvão2 , Giuliana Pulitini Vaz2

RESUMO
Os porta-enxertos de goiabeira podem ser multiplicados por
miniestacas em ambiente com alta umidade relativa, sendo necessário um
período de aclimatação. Certos reguladores de crescimento favorecem a
aclimatação, sendo os brassinosteróides utilizados com sucesso em outras
fruteiras. Este trabalho teve como objetivo abreviar o tempo de multiplicação
do híbrido BRS Guaraçá por meio da aplicação do Biobras-16 (BB-16)
durante a aclimatação de mudas obtidas de miniestacas. Os tratamentos
consistiram de cinco concentrações de BB-16 (0, 0,1, 0,3, 0,5 e 1,0 mg
L-1), aplicadas em delineamento de blocos ao acaso, em esquema de
parcelas subdivididas, com quatro repetições e cinco mudas por parcela,
repetidas em duas estações: inverno e primavera/verão. Após 60 dias de
aclimatação, os indicadores de crescimento da parte aérea e radicular
aumentaram em função da aplicação do BB-16, principalmente nas
concentrações entre 0,3 e 0,6 mg L-1. O brassinosteróide pode ser utilizado
para estimular o crescimento de mudas de BRS Guaraçá obtidas de
miniestacas, diminuindo seu tempo de produção e melhorando a qualidade
das mudas.
RESUMO
Brassinosteroide acelera o crescimento de
híbrido de Psidium durante aclimatação de mudas
transitórias por miniestaquia
Porta-enxertos para goiabeira podem ser multiplicados por
miniestaquia em ambiente com alta umidade relativa, sendo necessário um
período para aclimatação. Alguns reguladores de crescimento favorecem
a aclimatação, sendo os brassinosteroides utilizados com sucesso em
outras frutíferas. Objetivou-se reduzir o tempo de multiplicação do híbrido
BRS Guaraçá com aplicações de Biobras-16 (BB-16) na fase de aclimatação
de mudas transmitidas por miniestaquia. Os tratamentos consistiram de
cinco concentrações de BB-16 (0; 0,1; 0,3; 0,5; e 1,0 mg L-1), aplicados
em delineamento experimental com blocos casualizados, em esquema de
parcelas subdivididas, com quatro repetições e cinco mudas por parcela,
repetições em duas épocas do ano: inverno e primavera/verão. Ao final de
sessenta dias de aclimatação, indicadores de crescimento da parte aérea
e raízes tiveram incrementos em função da aplicação de BB-16,
notadamente nas concentrações entre 0,3 e 0,6 mg L-1.
O brassinosteroide pode ser utilizado para estimular o crescimento de
mudas de BRS Guaraçá oriundas de miniestaquia, atendendo o seu tempo
de produção e incrementando sua qualidade.

PALAVRAS-CHAVE: Regulador vegetal, porta-enxerto de goiabeira, BRS PALAVRAS-CHAVE: Regulador de crescimento vegetal, porta enxertos
Guaraçá. para goiabeira, BRS Guaraçá.

INTRODUÇÃO A técnica de miniestaquia também pode ser utilizada, pois

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de
goiaba, depois da Índia, China e Paquistão (Altendorf
2018), com uma produção anual de 578.000 toneladas
métricas em 2018, concentrada principalmente nos estados
de Pernambuco e São Paulo, e voltada predominantemente
para o mercado interno ( IBGE 2020).
As mudas de goiaba são geralmente produzidas
por propagação vegetativa, utilizando estacas herbáceas
de variedades comerciais (Yamamoto et al. 2010).
não foram encontradas diferenças entre miniestacas e
estacas herbáceas, em termos de sobrevivência e
enraizamento (Altoé & Marinho 2012). No entanto, essa
forma de propagação torna as lavouras vulneráveis ao
nematoide Meloidogne enterolobii, que, em sinergia com o
fungo patógeno Fusarium sp., causa a morte da planta
(Gomes et al. 2010). Culturas infestadas com M. enterolobii
sofrem altas perdas econômicas (Pereira et al. 2009). Uma
alternativa para o cultivo em áreas contaminadas é o uso
de porta-enxertos híbridos

1 Recebido: 30 de julho de 2020. Aceito: 27 de outubro de 2020. Publicado: 25 de novembro de 2020. DOI: 10.1590/1983-40632020v5064743.
2 Universidade Estadual do Norte Fluminense, Laboratório de Fitotecnia, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil. E-mail/ ORCID:
mariana.arant@yahoo.com.br/0000-0001-9755-0671, claudia.marinho@uenf.br/0000-0001-6636-6468, raudielle@outlook.com/ 0000-0003- 0801-7491,
sydneygalvaoagro@gmail.com/0000-0002-7540-1859, giuliana_vaz@hotmail.com/0000-0002-4849-7285.
3 Universidade Estadual do Norte Fluminense, Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil. E-mail/ ORCID:
mara.assis.gomes@gmail.com/0000-0002-9204-1883.
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2 MB de S. Arantes et al. (2020)
desenvolvido pelo cruzamento de genótipos compatíveis e
resistentes, como P. guajava (L.) × P. guineense (Sw.) (Costa
et al. 2012), P. Cattleianum x P. guinense e P. guajava x P.
Cattleianum (Gomes e outros 2017).
Nesse sentido, a produção de mudas de goiaba
enxertada deve se tornar uma nova realidade nos viveiros
comerciais, sendo a produção de porta-enxertos a primeira
etapa a ser otimizada. As miniestacas apresentam grande
potencial para o cultivo da goiabeira, pois reduzem o tempo
de produção e fornecem material propagativo em condições
que permitem um melhor controle de doenças (Marinho et al.
2009, Altoé & Marinho 2012, Altoé et al. 2013). No entanto, a
técnica é incipiente na propagação comercial e pode ser
otimizada, por exemplo, pela aplicação de reguladores de
crescimento em etapas específicas do processo produtivo,
incluindo a produção de porta-enxertos. Quando obtidos em
ambientes de alta umidade relativa, os porta-enxertos
requerem um período de aclimatação e crescimento para
atingir o estágio ideal para a enxertia.
Certos reguladores de crescimento vegetal favorecem
a aclimatação, e os brassinosteróides têm se mostrado
eficientes para esse fim em várias árvores frutíferas (Catunda
et al. 2008, Freitas et al. 2012, Zheng et al.
2017, Gomes e cols. 2018). Brassinosteroides são uma classe
de hormônios esteroides vegetais que atuam no alongamento
celular, permitindo o crescimento vegetal (Baghel et al. 2019).
No entanto, seu efeito é dependente do estágio de crescimento
da planta (Freitas et al. 2015), concentração aplicada (Freitas
et al. 2014, Wei & Li 2016) e presença ou ausência de
estresse ambiental (Tanveer et al. 2019).
Este trabalho teve como objetivo diminuir o tempo de
produção de mudas de BRS Guaraçá para uso como porta-
enxerto de goiabeira. Para tanto, foram avaliadas aplicações
de brassinosteróides durante a aclimatação de mudas
produzidas por miniestacas de enraizamento.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido na Universidade Estadual do
Norte Fluminense, em Campos dos Goytacazes, estado do
Rio de Janeiro, Brasil, no período de junho a agosto de 2018,
representando o primeiro período experimental (inverno), e
de novembro a dezembro de 2018, como o segundo período
( entre a primavera e o verão).
O delineamento utilizado foi blocos ao acaso, com parcelas
subdivididas e quatro repetições (cinco plantas por parcela),
repetidas em duas épocas do ano (períodos experimentais).
Foi conduzido em casa de vegetação e as miniestacas
foram enraizadas em nebulização intermitente
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câmara, onde as temperaturas médias máximas e mínimas
foram de 26,7 ºC e 19,7 ºC no inverno e 27,4 ºC e 21,9 ºC na
primavera/verão, com respectivas umidades relativas máximas
e mínimas de 89,6 % e 55,0 % e 87,0% e 61,7 %, nestes
mesmos períodos.
A temperatura máxima e mínima e a umidade relativa
do ar também foram medidas na casa de vegetação durante
os dois períodos experimentais, com valores respectivos de
26,6 ºC e 20,2 ºC e 87,6 % e 53,7 % na primavera/verão, e
31,3 ºC e 24,4 ºC e 86,6 % e 59,1% no inverno. As medidas
foram obtidas com paquímetro digital.
Os tratamentos consistiram de cinco concentrações
(0, 0,1, 0,3, 0,5 e 1,0 mg L-1) de um análogo do brassinosteróide
(espiróstano polihidroxilado), sob o nome comercial Biobras-16
(BB-16), pulverizado sobre as mudas do porta-enxerto durante
a aclimatação.
As mudas utilizadas nos experimentos foram
produzidas por propagação vegetativa de BRS Guaraçá,
híbrido de Psidium guajava (L.) e Psidium guineense (Sw.),
obtido da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa Semiárido). O material foi mantido em casa de
vegetação, sob sistema de minijardim clonal.
O protocolo seguido para produção de mudas a partir de
miniestacas foi descrito por Altoé & Marinho (2012). As mudas
foram podadas para estimular novos brotos e produzir
miniestacas.
As miniestacas foram preparadas a partir de um ramo
herbáceo, que foi segmentado para produzir outra estaca
contendo dois pares de folhas. As folhas basais foram
removidas e as folhas apicais cortadas ao meio. Em seguida,
as miniestacas foram colocadas em tubetes de 280 cm³
contendo substrato comercial para hortaliças Basaplant™ e
transferidas para câmara de nebulização por 60 dias. O teor
de umidade na câmara de nebulização foi mantido acima de
70 %, utilizando um nebulizador (Fogger™) que aspergiu por
15 segundos a cada 10 minutos (vazão e pressão de 7 L h-1
e 4,0 kgf cm-2, respectivamente). Após 60 dias, as miniestacas
foram transferidas para casa de vegetação coberta com
sombreamento 70% para aclimatação por 60 dias. No primeiro
dia de aclimatação, as mudas foram pulverizadas com 5 mL
de BB-16 por parcela, nas diferentes concentrações utilizadas
no experimento, e a cada seis dias até o trigésimo dia, quando
então o comprimento da brotação continuou a ser avaliado ao
longo do 30 dias finais de aclimatação.
O análogo de brassinosteróide utilizado foi o
Biobras-16 (BB-16, espirostano polihidroxilado),
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Brassinosteróide acelera o crescimento do híbrido Psidium durante a aclimatação de mudas obtidas de miniestacas 3

fornecido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), mas

sintetizado pelo Instituto Nacional de Ciências Agrárias em
San José de Las Lajas, Havana, Cuba.

Ao longo do experimento, as plantas de todos os

tratamentos foram submetidas à adubação foliar com 0,1 % de
uréia aplicada quinzenalmente, além de solução nutritiva
contendo NaH2 PO4 (1 M); Ca(NO3 ) 2.4H2O (2 M); KNO3 (1
M); K2SO4 ( 2 M); MgSO4 (2,5 M); e (NH4 )
2 SO4 (1,5 M), e uma solução
“a” contendo H3 BO3 (0,4122 g L-1); MnCl2.4H2O ( 1,98 g
L-1); CuSO4 .5HO (0,24968 g L-1); MoO3 (0,0431 g L-1); e
ZnSO4 .7H2 O (0,28755 g L-1), corrigido para pH 5,5 e aplicado
semanalmente com auxílio de uma pipeta, no volume de 20
mL por tubo via substrato (Bolle-Jones 1954).

O comprimento dos brotos foi medido a cada seis dias

após a emergência, por meio de um paquímetro digital. Quando
surgiam dois brotos, apenas um era medido e o outro retirado.
Após 60 dias, também foram avaliados o diâmetro do broto
(medido no meio do broto), o comprimento do internódio e o
número de folhas.
A área foliar foi determinada usando um medidor de área
LICOR™ LI-3100. As raízes foram processadas para
digitalização usando o software WinRhizo™, e seu diâmetro,
volume, comprimento e área calculados. O peso seco de folha,
caule e raiz foi determinado em balança analítica, após
secagem do material em estufa de ventilação forçada a 70 ºC, Figura 1. Comprimento do broto de mudas de BRS Guaraçá [P. guajava
por três dias. (L.) x P. guineense (Sw.)] multiplicadas por miniestacas e
tratadas com concentrações crescentes de BB-16 durante
Os dados foram submetidos à análise de variância e,
um período de aclimatação de 60 dias no inverno (a) e
quando significativos a 5 % pelo teste F, as médias das primavera/verão (b). ** e * significativos a 1 e 5% de
concentrações de BB-16 foram submetidas à análise de probabilidade, respectivamente.
regressão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO dias consecutivos, indicando que o regulador pode ter

As mudas tratadas com BB-16 apresentaram aumento
significativo (p < 0,05) no comprimento dos brotos,
principalmente na concentração de 0,3 mg L-1, apresentando
brotos 3 (Figura 1a) a 3,7 vezes mais longos (Figura 1b) no
inverno e primavera/verão, respectivamente, do que a
testemunha, após 54 dias de aclimatação.
Em mudas de Tabebuia alba , a aplicação foliar de um
brassinosteroide e giberelina aumentou as taxas de crescimento
do caule e do pecíolo, relacionado a uma maior atividade da
xiloglucana endotransglucosilase, com o brassinosteroide
também elevando o número de células epidérmicas e mesófilas
(Ono et al. 2000).
A altura das mudas de mamoeiro aumentou quando a
copa da planta foi tratada com BB-16 ao longo de três
estimulado células do ápice caulinar (Gomes et al.
2018). O crescimento decorrente da aplicação de um análogo
de brassinosteróide em plantas pode estar relacionado à sua
regulação da atividade das aquaporinas na membrana
plasmática, uma vez que essas proteínas melhoram a
flexibilidade da parede celular, a expansão celular e o
crescimento vegetal (Morillon et al. 2001).
Nas mudas tratadas com BB-16, o aumento da área
foliar foi 4,8 vezes maior no inverno (Figura 2a), na concentração
estimada de 0,55 mg L-1, e 4,6 vezes maior na primavera/
verão, na concentração de 0,52 mg L-1 (Figura 2b). O número
de folhas aumentou 2 vezes no inverno, na dose estimada de
0,59 mg L-1 (Figura 2c), e 2,5 vezes na primavera/verão, na
dose de 0,56 mg L-1 (Figura 2d).

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4 MB de S. Arantes et al. (2020)

1,0 1,0

1,0 1,0

1,0 1,0

Figura 2. Área foliar no inverno (a) e primavera/verão (b), número de folhas no inverno (c) e primavera/verão (d) e diâmetro da brotação no inverno
(e) e primavera/verão ( f) de mudas de BRS Guaraçá [P. guajava (L.) x P. guineense (Sw.)] multiplicadas por miniestacas e tratadas
com concentrações crescentes de BB-16 durante um período de aclimatação de 60 dias. ** e * significativos a 1 e 5% de probabilidade,
respectivamente.

O diâmetro máximo da brotação foi obtido nas Assim, o aumento das características avaliadas pode
concentrações de BB-16 de 0,56 mg L-1 e 0,57 mg L-1, estar relacionado à interação entre essas vias,
representando aumentos 1,3 e 4,0 vezes maiores que intensificada pela aplicação do BB-16.
os controles para plantas tratadas no inverno (Figura A aplicação de brassinosteróide e giberelina teve um
2e) e primavera/verão ( Figura 2f), respectivamente. efeito sinérgico positivo no crescimento das mudas
Os resultados indicam que a aplicação do BB-16 (Ono et al. 2000). Em geral, as giberelinas promovem
foi eficaz em aumentar a área foliar, o número de folhas o alongamento celular, aumentando a atividade da
e o diâmetro do broto. Oh e outros (2014) observaram xiloglucana endotransglucosilase e enfraquecendo a
alongamento celular em Arabidopsis thaliana com parede celular. As microbifibrilas de celulose são
concentrações naturais de brassinosteroide. Este efeito posteriormente erradicadas e novas inseridas na célula
foi relacionado a vias de regulação compartilhadas entre parede (Taiz & Zeiger 2009). Neste contexto, a
os hormônios vegetais auxina, brassinsteroid e giberelina. pulverização com brassinosteróides produziu um aumento na

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Brassinosteróide acelera o crescimento do híbrido Psidium durante a aclimatação de mudas obtidas de miniestacas
massa e tamanho, possivelmente devido à interação entre
os promotores de crescimento brassinosteroide e giberelina.
Mudas de Carica papaya L. pulverizadas com 1 mg
L-1 de BB-16 apresentaram resultados diferentes, em
relação ao número de folhas, variando o modo de aplicação.
O tratamento de toda a copa proporcionou o maior aumento
no número de folhas, havendo queda nessa variável quando
tratadas apenas as folhas mais novas ou mais velhas. Esse
efeito pode estar relacionado ao fato de que a aplicação do
BB-16 retardou a senescência foliar no dossel (Gomes et al.
2018). Zheng e outros. (2017) observaram maior crescimento
vegetativo, indicado pelo diâmetro da copa, comprimento do
ramo e diâmetro em plantas de Moringa oleifera tratadas
com 2,4-epibrassinolídeo (0,8 mg planta-1) aplicado
diretamente no solo.
Freitas e cols. (2014) verificaram que o uso de BB-16
em mudas de abacaxi aumentou o comprimento da muda,
a área foliar, o número de folhas e o diâmetro do broto nas
doses estimadas de 0,79 mg L-1, 0,75 mg L-1, 0,64 mg L-1,
0,68 mg L-1 e 0,68 mg L-1, respectivamente.
Por outro lado, Santos et al. (2014) estudaram a cultivar de
abacaxi 'Smooth Cayenne' e relataram que 0,50, 0,75, 1,0
e 1,25 mg L-1 de BB-16, na presença e ausência de ácido
húmico, não aumentaram a área foliar ou diâmetro, número
de folhas, volume de raiz ou peso seco de raiz e parte aérea.
No presente estudo, mudas de BRS Guaraçá
tratadas com BB-16 apresentaram maior área foliar e
diâmetro de broto e mais folhas, principalmente nas
concentrações entre 0,3 e 0,6 mg L-1 (Figura 2). Durante a
aclimatação de mudas micropropagadas de abacaxi
'Imperial', o acúmulo de matéria seca foi 2,8 vezes maior
nas plantas tratadas com 0,1 mg L-1 de BB-16, quando
comparadas às testemunhas cultivadas em substrato
comercial.
O diâmetro da roseta e a largura da folha também
aumentaram em 0,1 e 0,3 mg L-1, respectivamente, em
mudas cultivadas em substrato comercial (Catunda et al.
2008). Freitas e cols. (2012) relataram que 0,79 mg L-1 de
BB-16 melhorou o crescimento das mudas e 0,64 mg L-1
aumentou o número de folhas, enquanto a dose de 0,75 mg
L-1 aumentou a área foliar e o diâmetro do broto, em mudas
retiradas do caule do abacaxizeiro 'Smooth Cayenne'.
No presente estudo, as mudas tratadas com BB-16
apresentaram raízes mais longas e maior massa seca de
raízes. Na concentração estimada de 0,55 mg L-1, as
plantas tratadas no inverno apresentaram raízes 3,0 vezes
mais longas que o controle
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5
(Figura 3a), enquanto o crescimento radicular naqueles
tratados com 0,51 mg L-1 na primavera/verão foi 3,4 vezes
maior (Figura 3b).
Em relação ao peso seco da raiz das mudas tratadas
com BB-16, os valores foram 3 e 4,6 vezes superiores a
0,54 mg L-1 no inverno (Figura 3c) e 0,51 mg L-1 na
primavera/verão (Figura 3d). , respectivamente.
As mudas obtidas por estaquia apresentam uma
dificuldade crescente durante a aclimatação, pois suas
raízes adventícias pouco funcionais as impedem de absorver
água e nutrientes suficientes (Hoffmann 2002). Nesse
sentido, o uso de brassinosteróides nesse período é
importante para melhorar o volume e a qualidade da raiz.
Os brassinosteróides têm um efeito positivo no
crescimento da raiz, promovendo a proliferação celular.
Mutantes de Arabidopsis thaliana com biossíntese de
brassinosteróide defeituosa têm raízes mais curtas devido à
sua baixa taxa de expansão celular (Wei & Li 2016).
Com base nos resultados obtidos, pode-se inferir
que concentrações de BB-16 entre 0,3 mg L-1 e 0,6 mg L-1
contribuíram para o crescimento da parte aérea e radicular
em mudas de BRS Guaraçá, em ambos os períodos
experimentais (inverno e primavera/verão). .
O brassinosteroide teve efeito significativo no peso
seco de folhas e caules, bem como no volume e área de
raízes (p < 0,05). As massas secas de folha e caule nas
plantas tratadas no inverno foram 5,9 e 2,4 vezes maiores
nas concentrações estimadas de 0,52 mg L-1 e 0,5 mg L-1,
respectivamente. A área e o volume radicular foram 2,2
vezes maiores em 0,56 mg L-1 e 0,57 mg L-1,
respectivamente. O diâmetro da raiz foi a única característica
que não apresentou efeito significativo (Tabela 1).
Mudas tratadas na primavera/verão apresentaram
peso seco de folha 4,5 vezes maior e peso seco de caule 3
vezes maior em 0,50 mg L-1 e 0,44 mg L-1, respectivamente,
enquanto o volume e a área da raiz foram 2,4 vezes maiores
que os controles a 0,48 mg L-1 (Tabela 1).
Catunda et ai. (2008) estudaram o efeito de
concentrações de BB-16 durante a aclimatação de mudas
micropropagadas de abacaxi 'Imperial' e constataram que a
produção de matéria seca foi 2,8 vezes maior na dose de
0,1 g L -1, sendo que o regulador se mostrou mais eficaz na
plantas cultivadas em substrato com maior disponibilidade
de nutrientes. Freitas e cols. (2012) relataram que 0,68 mg
L-1 de BB-16 aumentou o teor de matéria seca e nitrogênio
da parte aérea em mudas retiradas do caule do abacaxizeiro
'Smooth Cayenne'.
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6 MB de S. Arantes et al. (2020)

1,0 1,0

1,0 1,0

Figura 3. Comprimento da raiz no inverno (a) e primavera/verão (b) e massa seca da raiz no inverno (c) e primavera/verão (d), em mudas de BRS Guaraçá
[P. guajava (L.) x P. guineense (Sw.)] multiplicadas por miniestacas e tratadas com concentrações crescentes de BB-16 durante um período
de aclimatação de 60 dias. ** e * significativos a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente.

Tabela 1. Equação polinomial de peso seco de folha, peso seco de caule, volume de raiz, área de raiz e diâmetro de raiz avaliados no inverno
e primavera/verão, após 60 dias de aclimatação das mudas.

característica avaliada Equação polinomial R2

Inverno 0,19 +
Peso seco da folha 3,3x - 3,14x2 0,081 + 0,73**
Peso seco da haste 0,31x - 0,31x2 0,45**
volume raiz 0,46 + 1,41x - 1,24x2 0,42**
área raiz 34,11 + 132,16x - 115,02x2 0,60*
Diâmetro da raiz ns -

Primavera/verão
Peso seco da folha 0,37 + 2,34x - 2,32x2 0,39**
Peso seco da haste 0,061 + 0,25x - 0,28x2 0,33**
volume raiz 0,67 + 1,95x - 2,0x2 0,43**
área raiz 52,46 + 136,38x - 141,09x2 0,41*
Diâmetro da raiz ns -
**, * e ns: significativos a 1 e 5 % de probabilidade e não significativos, respectivamente.

CONCLUSÕES AGRADECIMENTOS

1. A aplicação foliar de Biobras-16 durante a aclimatação de Os autores agradecem à Coordenação de

mudas de BRS Guaraçá multiplicadas por miniestacas
produz efeitos positivos significativos no crescimento da
parte aérea e radicular; 2. Concentrações entre 0,3 e 0,6
mg L-1 possibilitam a produção de mudas de melhor qualidade
em menor tempo.
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
do Rio de Janeiro (FAPERJ) e Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
pelas bolsas de pesquisa concedidas durante este estudo.

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Brassinosteróide acelera o crescimento do híbrido Psidium durante a aclimatação de mudas obtidas de miniestacas
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