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GERMINAÇÃO E DORMÊNCIA

DE SEMENTES

AGRONOMIA – 2006
Semente:
É o óvulo desenvolvido após a
fecundação, contendo o embrião, com
ou sem reservas nutritivas, que dará
origem a um novo indivíduo.
Elementos Básicos da Estrutura da
Semente.

Semente de Milho
(Monocotiledônea)
Elementos Básicos da Estrutura da
Semente.

Semente de Feijão
(Dicotiledônea)
Classificação da Semente Quanto ao
Tipo de Reserva Armazenada.

Amiláceas: Amido - Aveia; milho.

Protéicas: Proteínas - Soja.

Oleaginosas: Lipídios - amendoim.


Classificação da Semente Quanto ao
Tipo de Reserva Armazenada.
T ab ela 1 – T eor ap ro xim ad o d e ca rb oid ratos, lip íd ios e
p roteín as em se m en tes d e vá rias esp écie s.
E sp écie C arb oid ratos L ip íd ios P roteín as
A lgod ão 15 33 39
A m en d oim 12 48 30
A rro z 65 2 8
A veia 64 6 16
M ilh o 71 4 10
S oja 25 18 38
S orgo 72 4 10
Germinação:

Retomada do crescimento do
embrião e formação de uma nova
plântula.
Tipos de Germinação

Hipógea
Tipos de Germinação

Epígea
Fases do Processo Germinativo
a) Hidratação ou Embebição
b) Elevação da Taxa Respiratória

c) Ativação e Síntese Enzimática

d) Digestão de Reservas

e) Mobilização e Transp. de Reservas


f) Assimilação Metabólica
g) Crescimento e Diferenciação de Tecidos
Ativação e Síntese Enzimática

Dependente do balanço hormonal:

Promotores Inibidores

Citocininas
Giberelinas ABA
Quando
Promotores > Inibidores Germinação

Promotores < Inibidores Dormência


Fases do Processo Germinativo
Etapas da Respiração Aeróbica
Importância da Respiração Aeróbica
Fatores que Afetam a Germinação
1-Disponibilidade de Água:
T abela 2 – Porcentagem m ínim a de um idade para
iniciação do processo germ inativo.
E spécie % um idade
A lgodão 50 – 55
A m endoim 50 – 55
A rroz 32 – 35
A veia 32 – 36
M ilho 31
Soja 50
Fatores que Afetam a Germinação
Disponibilidade de Água:
T abela 3 – V elocidade respiratória da sem ente de m ilho
em relação ao seu teor de um idade.
U m idade Intensidade R espiratória
-1 -1
(% ) (m l C O 2 g M S dia )
12,8 0,0014
15,8 0,0144
17,9 0,0840
20,1 0,1680
22,1 0,2760
45,0 2,1600
Fatores que Afetam a Germinação
2- Oxigênio

Absorção de oxigênio
por sementes e
embriões de Sinapis
arvensis L. em
ambientes contendo
diferentes tensões
desse gás.
Fatores que Afetam a Germinação
3-Luz

Estrutura molecular de um fitocromo.


Fatores que Afetam a Germinação
Luz

Influência da absorção de diferentes comprimentos de onda


luminosa nas formas de fitocromo encontradas nos
vegetais.
Fatores que Afetam a Germinação
Luz
Sementes Fotoblásticas Positivas:
Necessitam da presença de luz

Sementes Fotoblásticas Negativas:


Não necessitam da presença de luz

Sementes Neutras:
Indiferentes a presença ou ausência de luz
Fatores que Afetam a Germinação
4- Temperatura:
Fator relacionado com a velocidade das reações
metabólicas
Temperaturas Cardinais de Germinação:
Temperatura Mínima:
Abaixo da qual não há germinação
Temperatura Máxima:
Acima da qual não há germinação

Temperatura Ótima:
Aquela na qual há a máxima germinação
Fatores que Afetam a Germinação

T abela 6 - T em peraturas cardinais de germ inação


para sem entes de diferentes espécies.
E spécies M ínim a Ó tim a M áxim a
A rroz 10 – 12 30 – 37 40 – 42
M ilho 8 – 10 32 – 35 40 – 44
Soja 8 32 40
T rigo 3-5 15 - 31 40 - 43
Fatores que Afetam a Germinação

T abela 7 – Porcentagem de germ inação de sem entes de várias


espécies subm etidas a tem peraturas constantes* ou
tem peraturas alternadas**.
o
T em peratura C
E spécies
20 30 20 – 30
1 – A ipo Salsão 65 0 70
2 – G ram a A zul K entuck y 15 12 63
3 – C apim de B erm ud a 0 0 30***
4 – Sorgo d’alepo 8 32 58
* 16 dias p/ 4, 21 p/ 2 e 3 e 28 p/ 1
o o
** 16 horas a 20 C e 8 horas a 30 C
o o
*** 79% a 20 – 35 C e 3% a 35 C
Fatores que Afetam a Germinação

5-Vigor da Semente:

É a soma de todos atributos da


semente, que favorecem o
estabelecimento rápido e uniforme de
uma população inicial no campo
Causas do Baixo Vigor da Semente:
Genética: Susceptibilidade a condições climáticas,
menor capacidade de desenvolvimento.
Fisiológica: Imaturidade na colheita; deterioração
durante o armazenamento.
Morfológica: Pequeno desenvolvimento (semente
pequena).
Mecânica: Danos mecânicos causados durante o
processo de colheita ou armazenamento.
Microbiológica: Presença de microrganismos
fitopatogênicos.
Dormência

Mecanismo que impede a germinação


de sementes viáveis mesmo quando
colocadas em condições favoráveis.
Dormência:
Importante para a sobrevivência das
espécies silvestres.
Aveia Silvestre X Aveia cultivada
Dormência Dormência
prolongada curta

Germinação Germinação
retardada imediata

Primavera Inverno
Dormência
Vantagens

Atravessar períodos desfavoráveis para


o crescimento e desenvolvimento da
plântula.

Evita que os embriões de desenvolvam


na planta-mãe, durante o processo de
formação da semente (viviparidade).
Dormência:
Importante para a sobrevivência das
espécies silvestres.
Aveia Silvestre X Aveia cultivada
Dormência Dormência
prolongada curta

Germinação Germinação
retardada imediata

Primavera Inverno
Dormência
Desvantagens

A germinação distribui-se no tempo.

Contribui para longevidade de plantas


invasoras.

Dificulta a avaliação da qualidade da


semente.
Tipos de Dormência
1- Dormência primária
Adquirida na fase de maturação da
semente.

a) Extra-embrionária: Estruturas que


envolvem o embrião dificultam seu
desenvolvimento.

b) Embrionária: Presença de inibidores no


tecido embrionário, como o (ABA).
Tipos de Dormência

2- Dormência Secundária
A germinação é impedida por condições
desfavoráveis do meio.
Também conhecida como dormência
induzida.
Causas da Dormência

1- Embrião imaturo
Ocorre o desprendimento da semente sem
que todas as estruturas estejam
desenvolvidas.

Germinação de Panicum virginatum L.


90 dias / 8oC < 90 dias / 27oC
Causas da Dormência
2- Impermeabilidade à água
Tegumento impede a absorção de água
(Leguminosas)
Causas da Dormência
3- Impermeabilidade à oxigênio
Tegumento impede a absorção de oxigênio
(Gramíneas)

4- Restrição mecânica
Tegumento impede o crescimento e
desenvolvimento do embrião
(Paspalum notatum - Capim pensacola)

5- Embrião dormente
Presença de inibidores químicos nos tecidos
embrionários
Métodos para a superação da Dormência

1-Escarificação mecânica
Uso de superfícies abrasivas p/ diminuição da
dureza do tegumento (lixas).

2-Escarificação ácida
Uso de ácido sulfúrico ou cítrico para
diminuição da dureza do tegumento.

3-Tratamento com água quente


Uso de água a temperatura de 60 à 100oC.
Alfafa (Medicago sativa L.)
Métodos para a superação da Dormência
4-Secagem prévia
Secagem em estufa de circulação de ar forçada
(40oC). Utilizado p/ gramíneas forrageiras.
5-Pré-esfriamento
Embebição das semente e manutenção em
temperatura de 5 à 10oC durante 3 à 7 dias.

6-Embebição em KNO3
Uso de solução de KNO3 (0,2%). Aceptor de
prótons e elétrons, importante p/ o
desenvolvimento da rota das pentoses fosfato.
Métodos para a superação da Dormência

7-Germinação a temperatura sub-ótima


Uso de temperaturas constantes ou alternadas,
abaixo da temperatura ótima para germinação.

8-Exposição a luz
Uso de luz (750 à 1250 Lux)

9-Excisão do embrião
Separação do embrião das outras partes da
semente.
Período de pré-esfriamento na superação da
dormência de sementes de azevém-anual (Lolium
multiflorum) - Eichelberger, 2001.

T a b e la 9 – M é d ia d a pr im e ir a c on ta g e m d a g er m in a ç ã o (P C G ), ge r m in aç ã o (G ),
se m e n te s m or ta s (S M ), se m e n te s d or m e n te s (S D ) e via b ilid a d e d e
se m e n te s d e az e vé m -a n ua l (L o liu m m ultiflo rum L a m .), sub m e tid a s a o
p r é -e sfr ia m e n to (P F ) e a o ar m a z e n a m e n to p or ze r o e sete m e se s.
PF P G C (% ) G (% ) S M (% ) S D (% ) V ia b ilid a d e
(d ia s) Z e r o S e te Z e r o S e te Z e r o S e te Z e r o S e te Z e r o S e te
0 1 b 42 a 1 b 65 a 15 a 19 a 84 a 16 b 85 a 81 a
3 15 b 58 a 17 b 70 a 11 b 22 a 72 a 8 b 89 a 78 b
6 30 b 62 a 32 b 70 a 11 b 28 a 57 a 2 b 89 a 72 b
9 43 b 64 a 45 b 68 a 13 b 32 a 42 a 0 b 87 a 68 b
12 43 b 66 a 48 b 68 a 12 b 32 a 40 a 0 b 88 a 68 b
- P eríod o s d e a r m a ze na m ento se gu id o sd eletra s difer e nte s na lin ha , difer e m e n tr e si (P < 0 ,0 1 ), p elo te ste
deT u k e y.
Superação da dormência em sementes de leguminosas
forrageiras - Medeiros, 1996.
T a b e la 1 0 – P or c e n ta ge n s d e se m e n te s g er m in a d a s, se m e n te s d ur a s
e se m e n te s m or ta s d e A d é sm ia sub m e tid a s a
tr a ta m e n tos p a r a a sup e r aç ã o d a d or m ê n c ia.
G er m in a d a s D ur a s M or ta s
T r a ta m e n tos
%
C on tr ole 1 c 99 a 0
o
Im e r sã o e m á g ua 6 0 C 91 a 7 d 2
o
A r sec o 50 C 47 b 52 c 1
o
A r úm id o 5 2 C 9 c 91 b 0
E sc a rific a çã o m a n ua l 90 a 6 d 4
DM S 1 4 ,3 9 ,8 NS
CV % 1 6 ,5 1 2 ,8
- M é dia s segu ida s pe la m e sm a letra na s co lu na s nã o difer e m sig nifica tiva m en te en tr e si
pe lo te ste d eT u k ey a 1 % de pr oba bilida d e.
Superação da dormência em sementes de leguminosas
forrageiras - Medeiros, 1996.

T a b e la 1 1 – P or c e n ta ge n s d e se m e n te s g er m in a d a s, se m e n te s d ur a s
e se m e n te s m or ta s d e T re vo p e r sa c v. K y a m b r o
su b m e tid a s a tr a ta m e n tos p a r a a sup e r aç ã o d a
d or m ê n c ia .
G er m in a d a s D ur a s M or ta s
T r a ta m e n tos
%
C on tr ole 16 b 67 a 17
o
Im e r sã o e m á g ua 6 0 C 19 b 62 a 19
o
A r sec o 50 C 24 b 58 a 18
o
A r úm id o 5 2 C 23 b 58 a 19
E sc a rific a çã o m a n ua l 49 a 17 b 34
DM S 7 ,7 1 2 ,0 NS
CV % 6 ,5 1 5 ,3
- M é dia s segu ida s pe la m e sm a letra na s co lu na s nã o difer e m sig nifica tiva m en te en tr e si
pe lo te ste d eT u k ey a 1 % de pr oba bilida d e.
Superação da dormência em sementes de leguminosas
forrageiras - Medeiros, 1996.

T a b ela 1 2 – P orcen ta gen s d e sem en tes g erm in a d a s, sem en tes d ura s


e sem en tes m orta s d e T revo b ra n co cv. G ua íb a S 1
su b m etid a s a tra ta m en tos p a ra a sup eraçã o d a
d orm ên cia .
G erm in a d a s D ura s M orta s
T ra ta m en tos
%
C on trole 78 a 14 a 8 b
o
Im ersã o em á g ua 6 0 C 36 b 17 a 47 a
o
A r seco 50 C 76 a 14 a 10 b
o
A r úm id o 5 2 C 84 a 10 a 6 b
E sca rifica çã o m a n ua l 81 a 4 a 15 b
DM S 1 0 ,0 1 5 ,2 1 4 ,1
CV % 6 ,2 2 8 ,6 2 2 ,6
- M é dia s segu ida s pe la m e sm a letra na s co lu na s nã o difer e m sig nifica tiva m en te en tr e si
pe lo te ste d eT u k ey a 1 % de pr oba bilida d e.
Efeito dos tratamentos para superação da dormência
em sementes de capim-colonião (Panicum maximum
Jacq.) durante o armazenamento.

T abela 14 – T ratam entos especiais para superar a dorm ência no


teste de germ inação.
T ratam entos
1 – K N O 3 + L uz – K /L
2 – K N O 3 + L uz + H 2 SO 4 – K /L /E
3 – K N O 3 + L uz + H 2 SO 4 + P ré-esfriam ento – K /L /E /P
4 – K N O 3 + L uz + P ré-esfriam ento – K /L /P
Efeito dos tratamentos para superação da dormência
em sementes de capim-colonião (Panicum maximum
Jacq.) durante o armazenamento.

T a b ela 1 5 – P o rcen ta g em d e g erm in a çã o d a s m éd ia s d o s


lo tes em fu n çã o d o p erío d o d e a rm a zen a m en to
e d o s tra ta m en to s
M eses d e A rm a zen a m en to
T ra ta m en to s
6 8 10 12 14
K /L 29 Aa 29 Aa 2 2 A ab 1 9 A a 2 5 A a
K /L /E 17 B Cb 26 Aba 33 A a 20 B a 10 Cb
K /L /E /P 9 Cc 26 Aa 18 Abb 8 Cb 14 B Cb
K /L /P 11 AB bc 12 AB b 6 ABc 5 B b 15 Ab
- N a m esm a lin h a, d en tro d os tratam en tos, letras m aiú scu las n ão com u n s,
in d icam d iferen ças estatísticas en tre p eríod os, p elo teste d e T u k ey a 5 % .
- N a m esm a colu n a, letras m in ú scu las n ão com u n s, in d icam d iferen ças
estatísticas en tre tratam en tos, p elo teste d e T u k ey a 5 % .
Efeito dos tratamentos para superação da dormência
em sementes de capim-colonião (Panicum maximum
Jacq.) durante o armazenamento.

T a b ela 1 6 – P o rcen ta g em d e g erm in a çã o d a s m éd ia s d o s p erío d o s


d e a rm a zen a m en to em fu n çã o d o s tra ta m en to s e lo tes.
T ra ta m en to s
L o tes
K /L K /L /E K /L /P /E K /L /P
1 21 B a 1 9 A ab 14 Ab 7 Bc
2 32 Aa 24 Aa 15 Ab 15 Ab
3 22 B a 2 1 A ab 15 Abc 9 ABc
- N a m esm a lin h a, d en tro d e lote, letras m in ú scu las n ão com u n s, in d icam d iferen ças
sign ificativas en tre tratam en tos, p elo teste d e Tu k ey a 5 % .
- N a m esm a colu n a, letras m aiú scu las n ão com u n s, in d icam d iferen ças sign ificativas
en tre lotes, p elo teste d e Tu k ey a 5 % .

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