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Pescas e Aquacultura

Aula Prática 1

Rotíferos
2 Que características deve ter o 1º alimento

 Deve ter um tamanho adequado à dimensão da boca da larva, em cada estado do


seu crescimento,
 Possuir uma flutuabilidade satisfatória e uma movimentação na coluna de água
que permita a sua fácil captura pelas larvas planctónicas durante o período em
que a sua natação é deficiente,
 Ser fácil de produzir em cativeiro em grandes quantidades, com densidades
elevadas, com ciclo de vida curto e com resistência ao maneio,
 Ter valor nutritivo adequado ou com possibilidade de o modificar através de
tecnologia adequada (bioencapsulação) utilizando fontes nutritivamente
adequadas para as larvas
3 Rotíferos – O 1º alimento vivo

Rotíferos
• Brachionus plicatilis
• Brachionus rotundiformis
4 Características dos Rotíferos

 Eurihalinos, crescem entre 2 e 97‰ de salinidade,


 Pequena dimensão (120-300μm - depende da estirpe)
 Com natação lenta, reduzida mobilidade
 Fáceis de cultivar e reproduzem-se rapidamente
 Ciclo de vida tem uma duração média entre 3.3 e 4.4 dias
a 25ºC (depende da temperatura)
 Fêmeas atingem a maturidade em 0.5 a 1.5 dias, podendo
produzir ovos a cada 4 horas
 Possibilidade de cultura em elevadas concentrações
 Manutenção permanente de “stocks” monoespecíficos em
laboratório
 O valor nutritivo, pode ser alterado por bioencapsulação.
Permite a manipulação do seu valor nutricional através
da administração de diversos tipos de alimento
5 Brachionus rotundifornis (estirpe S)

Características da espécie:
 Designa-se por estirpe S, de menores dimensões (120 μm a 160 μm), e onde 80% da
população tem menos de 150 μm de tamanho.
 Nesta estirpe a lórica é mais arrredonda
 A taxa de crescimento óptimo situa-se bastante acima dos 20 °C (26 ° a 30 °C).
 Dentro dos B. rotundiformis considera-se a existência de uma estirpe SS, identificada
em zonas tropicais, cujos exemplares são de menores dimensões e que tem o seu
crescimento óptimo entre 28 °C e 35 °C.
6 Brachionus plicatilis (estirpe L)

Características da espécie:
 Designado por Estirpe L
 De maiores dimensões (250 μm a 300 μm), apenas 1 a 2% dos animais são menores
que 150 μm.
 A lórica é mais alongada
 Mostra melhor tolerância a temperaturas inferiores a 20 °C, com a taxa de
crescimento óptimo entre 18 ° e 25 °C,
 São resistentes a variações de salinidade e temperatura e podem ser cultivados a
densidades de cultivo entre 500 e 2000 rotíferos mL-1
7 Ciclo de vida dos rotíferos

 Reproduz-se na maioria das vezes por via


partenogénica,
 As fêmeas (partenogénicas ou amícticas)
formam ovos diplóides, não fecundados, que
dão origem a novas fêmeas.
 Este ciclo ameiótico pode ser interrompido
por fases de reprodução sexuada
desencadeadas por factores de origem
exógena (temperatura, alimentação,
densidade da população, etc.) ou endógena
(idade)
8 Cultivo

 O ciclo de vida dos rotíferos está totalmente controlado em laboratório.


 As estirpes são seleccionadas a partir de populações naturais.
 As fêmeas são isoladas ao microscópio e retiradas, selecionando-se para utilização
os clones de reprodução partenogénica.
 A produção inicia-se a partir de uma cultura inóculo (“stock”) que se faz crescer em
volumes sucessivamente maiores.
9 Cultivo
10 Cultivo

Produção conjunta de microalgas e rotíferos


11 Cultivo

Plano para alimentação de larvas de dourada


12 Bioencapsulação

 A cultura dos rotíferos faz-se muita vezes usando como alimento a levedura de padeiro
(Saccharomyces cerevisiae), pobre do ponto de vista nutritivo, particularmente em ácidos
gordos polinsaturados (cadeia n-3)
 Esta carência nutritiva leva a elevadas taxas de mortalidade e malformações nas larvas dos
peixes
 Recorre-se a técnicas de cultivo secundário (bioencapsulação), em que se enriquecem os
rotíferos com produtos de elevado teor destes compostos
 Geralmente é feito por um período inferior a 24h, imediatamente antes de serem fornecidos
como alimento às larvas
 O processo pode ser feito por microalgas (uma ou mistura de várias), ou produtos
comerciais como emulsões ou microcápsulas preparadas laboratorialmente (usam por
exemplo gema de ovo, lecitina de ovo, soja)
 A bioencapsulação permite aos rotíferos incorporarem as características nutritivas das algas,
incluindo vitaminas ou produtos fornecidos. Servem de veículo transportador destes
elementos, e outros como antibióticos para as larvas, etc.
13 Condições de cultivo

 Salinidade 20 a 25‰. Valores mais altos vão inviabilizar a levedura


(Saccharomyces cerevisiae);
 Temperatura 22 °C a 25 °C para B. plicatilis (estirpe L); 28 °C a 30 °C para B.
rotundiformis (estirpe S);
 Oxigénio dissolvido perto da saturação, sempre >5mg.L-1
 pH – entre 7.5 e 8.5
 Densidade de cultivo – pode superar 500 rot/mL
 Limpeza do cultivo, purga e recolha de espuma
 Controle da quantidade de bactérias, com probióticos, e lavagem
14 Bibliografia

https://www.ipma.pt/export/sites/ipma/bin/docs/publica
coes/pescas.mar/Manual_Cadeia__Alimentar_final.pdf
15 Alguns vídeos com informação adicional

 https://youtu.be/k712YcZyaF8

 https://youtu.be/cCD1WXmbLN8
16 Procedimento laboratorial

Calculo do estado e densidade do cultivo


 Retire 1 mL da suspensão de rotíferos (misturar bem antes de retirar). Observar à lupa
 Diluição (se necessário – por exemplo: 1mL rotíferos para 9mL água)
 Colocar no copo. Opcional - juntar umas gotas de lugol (o lugol vai matar os rotíferos
e poderá permitir uma melhor visualização)
 Retire 1mL da diluição, e distribua em pequenas gotas pela grelha da placa de petri
 Com auxílio da lupa, proceder à contagem separando em dois grupos: os rotíferos sem
ovos; rotíferos com 1 ou + ovos
 Recolher os dados da turma numa tabela
 Cada aluno deve efetuar 3 contagens de cada uma das estirpes: 1) rotíferos L e 2)
rotíferos S (perceber a diferença de tamanhos)
 Trabalhos e exercícios nas PL4 e PL5 (aulas em PC)

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