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A Jardinagem Sem Jardim

Lazarine BERGERET

" Sao frutos, flores, foihas e ramos. 6

Quem se ocupa de flores e plantas, em contacto


com a perfeiçao da Natureza, sente uma força
misteriosa, vive momentos de calma e serenidade.

Este tipo de aprendizagem permitc à criança exer-


citar o seu sentido de observaçao, pondo à pÉova
a sua perseverança, iniciando-se a estética quando
se exprime através das flores?

Para evitar demasiadas decepcoes, para orientar


as suas experiências, reunimos, neste volume, um
grande número de conselhos e sugestoes bastante
simples, que a ajudarao a tornar-se um autêntico
jardineiro e florista de interior.

Texto de Lazarine BERGERET


llustraçoes de Claude VERRIER
Traduçao de Lília Amaral
Capa de J. Alvaro PeceÉueiro

flores e
plantas
de interior
ao cuidado
da criança

COLECÇAO NOVA PRáTICA Pedagógica

1. Jogos úteis para criancas dos 2 aos 6 anos


2. Jogos de Praia
3. Primeiros Recortes
4. Sensibilizar as Crianças à Natureza
5. Actividades Manuais para os mais pequenos
6. Dobragens em Papel
7. Jogos de Interior
8. Atletismo e Natacao
9. A Jardinaqem sem Jardim

Familiarizar a criança com o mundo maravilhoso


das plantas e das flores é hcultar-lhe observa-
çoes apaixonantes e experiências enriquecedoras;
é também, tantas vezes, levá-la a encetar os pri-
meiros contactos com a Natureza.

Conhecendo os ciclos de vida dos vegetais, satis-


faz a sua carência de actividade e descoberta.
Através das suas tentativas, ainda que fracassadas,
a criança apercebe-se das necessidades, reacçoes,
hábitos ou caprichos das plantas e flores, e começa
a desenvolver o sentido de protecçao, o senti-
mento da responsabilidade.

Este interesse permanente, esta atençao continua


que Ihe é exigida, permitem-lhe, ao longo das
estaçoes, a aquisiçao dos conhecimentos mais
diversos e mais surpreendentes.

Reservar diariamente, com toda a regularidade,


alguns instantes para a contemplaçao das flores
ou tratamento das plantas, contribui, portanto, para
que a criança enverede por um ideal nobre, aju-
dando a formaçao da personalidade, na medida em
que aprofunda o seu sentido estético.

Ocupando-se das plantas e das flores, o jovem


jardineiro-florista aperfeiçoa a sua adaptaçao à
vida. t isso que pretendemos com este livro.
E, se damos tantos conselhos e sugestoes, pre-
tendemos, apenas, evitar desilwoes e tentativas
inglórias. No entanto, sempre que o deseje, a
criança poderá pôr em prática as suas próprias
técnicas, e soluçoes que Ihe pareçam mais ade-
quadas. Sobretudo, deixemo-la disfrutar a liber-
dade da descoberta !

As flores, que representam um instante de perfei-


çao, devem transportar-nos para além do tempo.

Pensamento japonês

Uma flor é um sinal de amizade que te dirige a


tua irma, a planta. Corresponde a essa amabilidade
prestando Ihe atençao, e saudando-a, no regresso.

Mibu no Akimine
A FORÇA
DAS FLORES

A criança gosta de flores, da mais humilde à mais


rara. Ocupar-se delas constitui uma tarefa impor-
tante, um passatempo bem agradável.

Alguns países só concebem a educaçao reservando


uma parte privilegiada a tudo o que respeite às
flores e arranjos florais.

Oferecer flores foi sempre um atributo do «savoir-


-faire)É, e as preocupaçoes estéticas dos Ociden-
tais inclinam-se, cada vez mais, para. a composi-
çao dos ramos e arranjos florais.

O raÉmo nao é um artigo de luxo. Tem sempre o


seu lugar. As flores e os ramos nao se compram
só na florista; podem ser colhidos no campo, na
floresta, nos prados, sempre que a planta seja
tratada com respeito, assunto de que nos ocupa-
remos posteriormente

Frescas ou secas, isoladas ou compostas com


elementos decorativos, as flores oferecem-nos em
qualquer estaçao, a oportunidade de expor ao ólhar
novo e maravilhado da criança um pouco de beleza.

Detenhamo-nos um pouco nestas observaçoes, con-


selhos e sugestoes que podem ajudar os jovens e
as pessoas inexperientes de qualquer idade A

1n

estimar, colher, comprar, tratar. conservar e arranjar


as suas flores

Atraída pelas flores, como por tudo o que brilha,


vive e vibra na Natureza, desde a borboleta até
à estrela, a criança, por vezes, trata o vegetal sem
os devidos cuidados, mutila-o e. involuntariamente,
«faz-lhe malÉ. É porque ninguém Ihe ensinou. pri-
meiro, a observar sem tocar, respeitando a beleza
frágil das corolas e das folhas

A finalidade do ramo nao é unicamente decorativa


e utilitária. No interior, a flor necessita de um
ambiente de simpatia. O ramo inspira uma sensa-
çao de natureza, sugere, para quem o «com-
preendeÉ, uma estaçao ou uma paisageÉm. Conduz-
-nos até ao campo, na sua mais delicada forma
de expressao, enquanto embeleza a noQcA É`ACA

«As flores que colhemos nao sao efémerasÉ, diz


o poeta .

LINGUAGEM DAS FLORES:

Os dicionários e certos livros especializados ensi-


nam-nos tudo o que se pode exprimir, oferecendo
uma simples flor ou um ramo.

Quantas surpresas, estudando esta linguagem!...

O significado simbólico das flores remonta a tradi-


çoes ancestrais, que se perpetuaram até aos nossos
dias. O que uma determinada flor quer dizer
depende da sua forma, da coloraçao, mas, fre-
quentemente, nao podemos compreender a razao
do seu significado. E que importa ?

Vejamos alguns exemplos:

1--Acanto
2--Aciano
3--Amarilis
4--Amor-perfeito
5--Anémona
6--Botao-de-ouro
7--Brincos-de-princesa
8--Campainha
9--Capuchinhas
10--Cardo
11--Cerejeira
12--Cravo
13--Dália
14--Espelho-de-Vénus
15--Espinheiro-alvar
16--Feto
17--Geranio
18--Glicínia
19--Hera
20--Hortensia
21--Iris
22--Jacinto
23--Lilás
24--Lírio
25--Loureiro
26--Margarida
27--Miosótis
28--Muguet
29--Novelos
30--Orquídea
31--Peonia
32--Rosa
33--Tulipa
34--Urtiga
35--Urze
36--Violeta
37--Zínia

Sensibilidade à ArÉ
Timidez
Vaidade
Recordaçao
Perseverança
Alegria
Orgulho
Espionagem
Indiferença
Austeridade
Boa educaçao
Preocupaçao
Reconhecimento
Elegancia
Espera nça
Sinceridade
Pa rvoíce
Ternura
Fidelidade
Indiferença
Mensagem
Alegria no coraçao
Afeiçao
Pureza
Glória, triunfo
Inocência
Nao me esqueças
Felicidade
Altivez
Bem-estar, riqueza
Sinceridade
AÉmor
Optimismo
Crueldade
Força e solidao
Humildade
Inconstancia

Como é evidente, esta linguagem varia com as


regioes, e nao tem nada de científico !

No entanto, ofereceremos robustas tulipas, sim-


bolo de optimismo, a um doente, mas evitaremos
of erecer cravos a pessoas supersticiosas !

E podem ter a certeza que os vossos amigos fica-


rao sempre contentes quando receberem lilases ou
miosótis !

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PREPARAÇAO
DOS RAMOS

Os utensilios
da perfeita florista

Para nos ocuparmos de flores, precisamos, efecti-


vamente, de poucas coisas.

Antes de instalarmos o material numa mesa ou ao


lado da banca, estender um jorrlal velho, que facul-
tará, quando a operaçao terminar, a recolha dos
desperdícios.

Arraniar:

--tesoura, ou melhor, ainda, tesoura de poda:

--uma velha faca, para cortar, em viés, a maior


Darte doc rAIllPc

--um pequeno rnartelo para bater os caules lenho-


sos (lembremo-nos que alguns caules, como os
dos crisantemos, partem e nao se cortam);
--um par de luvas velhas, sobretudo para as flores
com espinhos (rosas, por exemplo);

--enfim, e porque é quase indispensável, um


pulverizador, ou, o que é mais prático ainda, uma
tarrÉpa-pulverizador, que se adapta a qualquer
garrafa .

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Antes de iniciar o trabalho, agrupar rapidamente


todos estes objectos, prontos a serem usados.

Quando esta disposiçao nao é viável, arranjar um


local para colocar estes <(utensilios>É perto dos
vasos, das jarras ou dos suportes.

Vasos, recipientes,
suportes:

Nao é necessário dar às crianças vasos de valor.


O essencial é colocar vários à sua disposiçao, para
que possam escolher livremente.

Portanto, arranjar vários recipientes muito simples:


vasos de vidro ou ceramica, de gás ou porcelana,
e ainda de cobre, estanho, bem como utensílios
de uso comum: terrinas, frascos, copos de pé
alto, taças, garrafas, pratos de aperitivos, forÉmas
para bolos, etc.

Mesmo quando se dispoe, unicamente, de simples


vasos de iogurte, é sempre possível dissimulá-los
numa caixa redonda ou rectangular, num cesto de
vime, camuflá-los com fragmentos de cortiça, ou
introduzi-los em estruturas de bambu.

Suportes de madeira, metal ou ceramica poderao,


igualmente, originar arranjos harmoniosos e de-
corativos.

LlMPEZA DO INTERIOR:

O interior deve ser lavado com qualquer detergente.


Se necessário, deixar o produto 2 ou 3 horas.
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Antes de iniciar o trabalho, agrupar rapidamente
todos estes objectos, prontos a serem usados.

Quando esta disposiçao nao é viável, arranjar u.m


local para colocar estes ÉutensíliosÉ> perto dos
vasos, das jarras ou dos suportes.

Vasos, recipientes,
suportes:

Nao é necessário dar às crianças vasos de valor.


O essencial é colocar vários à sua disposiçao, para
que possam escolher livremente.

Portanto, arranjar vários recipientes muito simples:


vasos de vidro ou ceramica, de gás ou porcelana,
e ainda de cobre, estanho, bem como utensílios
de uso comum: terrinas, frascos, copos de pé
alto, taças, garrafas, pratos de aperitivos, formas
para bolos, etc.

Mesmo quando se dispoe, unicamente, de simples


vasos de iogurte, é sempre possível dissimulá-los
numa caixa redonda ou rectangular, num ccsto de
vime, camuflá-los com fragmentos de cortiça, ou
introduzi-los em estruturas de bambu.

Suportes de madeira, metal ou ceramica poderao,


igualmente, originar arranjos harmoniosos e de-
corativos.

LIMPEZA DO INTERIOR:

O interior deve ser lavado com qualquer detergente.


Se necessário, deixar o produto 2 ou 3 horas.

Em casos específicos, encher os recipientes com


água adicionada de lixívia ou vinagre (o que eli-
mina os maus cheiros).

Para limpar completamente as paredes interiores,


agitar fortemente o vaso, no qual se introduziu sal
grosso e húmido ou cascas de ovos esmagadas.

Em seguida, enxaguar cuidadosamente.

LlMPEZA DO EXTERIOR:
Para a porcelana, grés ou vidro, empregar os mes-
mos produtos já usados para o interior. O álcool
dá também excelentes resultados.

Para as caçarolas, peças de cobre ou formas para


bolos, usar os produtos empregues, geralmente,
para limpeza de Émetais

Para recipientes de vime ou outros cestos, escovar


com água adicionada de sabao, e enxaguar com
cuidado.

COLOCAÇAO DE RECIPIENTES:

É uma questao de gosto, de utilizaçao dos locais


disponíveis, de harmonia com a decoraçao dos
co,mpartimentos. Um copo de pé com uma única
rosa ficará bem num canto da lareira ou num
toucador, um vaso de grés numa cómoda, um
tacho de cobre no corredor da entrada.

O importante é habituar os nossos jovens floristas


a evitar as manchas de água nos móveis, o que os
poderá deteriorar definitivamente

Poderemos utilizar Épratos)> de plástico, vendidos


para este fim. Ou ainda, o que terá efeitos mais

decorativos, recortar em plástico diversas formas:


ovais, coraçoes, folhas, etc.

Simples rodelas de cortiça ou de madeira, cober-


tás de papel de veludo adesivo, farao, também,
suportes muito práticos.

Aliás, qualquer ÉnapperonÉ pode servir, desde que


nao se receie estragá-lo.

Elementos auxiliares:
pica-flores e suportes

A disposiçao e manutençao das flores nos vasos


é facilitada por pica-flores, suportes ou outros
processos engenhosos e baratos, que examina-
remos.
BOLA DE VIDRO:

Exigindo poucos cuidados, muito prático para flores


de caules rígidos, esta bola, à venda nos estabe-
lecimentos comerciais, permite compor belos arran-
jos.

PICA-FLORES METALICOS:

Chegam-nos do Japao. De base redonda, quadrada


ou rectangular, sao formados por uma base de
chumbo cheia de pregos.

Alguns, sao munidos de encaixes, permitindo agru


par vários ou dar diversas formas ao arranjo floral.

Outros, possuem uma ventosa, o que assegura


estabilidade do ramo.

É necessário colocá-los e.m jarras de vidro opaco,


ou dissimulá-los com folhas, flores, musgo, pedri-
nhas, ou qualquer outro elemento decorativo: frag-
mentos de madeira, cortiça, conchas, etc.

PICA-FLORES DE MATÉRIA PLASTICA:

Mais baratos, mas coÉm menor estabilidade, estes


pica-flores, no entanto, sao muito úteis na prepa-
raçao de arranjos pequenos.

É necessário conservá-los sempre bem limpos.

REDE:

A rede pode ser utilizada de várias maneiras:


dobrando sucessivamente uma tira, ou dando a
forma de auadrado, rebatendo os cantos.

Deverá ser galvanizada para que nao enferruje.

Este processo, ainda que menos oneroso, permite


a colocaçao das flores, que se fixa,m sem dificul-
dade nos orificios da rede.

TAMPAO DE CELOFANE:
Colocado no fundo do vaso, permite a disposiçao
de flores de caule curto, impedindo-as de sub-
merair.

MUSGO NATURAL SUPORTE DE ARGILA:

Estes processos, usados por floristas profissionais,


permitem a conservaçao das flores. Deverao dis-

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simular-se no musgo ou argila pequenos tubos,


para introduçao dos caules.

MUSGO ARTIFICIAL

Esta espécie de musgo compra-se em placas de


diferentes espessuras, e é agradável à vista.

Basta amassÉ-la até formar uma pasta maleável,


enchendo o recipiente a ornamentar.

Existe à venda nas cores branca e verde.

PASTA DE MODELAR:

Esta pasta, bem conhecida das crianças, permite,


também, sustentar flores e ra,mos. Mas é neces-
sário preparar pequenos orificios, com um lápis,
por exemplo, para que os caules penetrem fa-

cilmAntA

TAMPA PERFURADA:

lJma simples rodela de contraplacado, de aluminio,de


rede fixada no rebordo, de cerâmica perfurada,
permite a confecçao de ramos maravilhosos.

Este mesmo processo pode usar-se no arranjo de


flores secas, recorrendo, entao, a uma rodela de
cana o .

PLACA DE VIDRO PERFURADA:


Este tipo de pica-flores é colocado na abertura do
vaso ou no colo. É usado, especialmente, em jarras
de vidro ou cristal. Encontra-se facil,mente nos
estabelecimentos comerÉiAiÉ0

ESFERAS DE VIDRO:

Arranjar 25 a 30 esferas de vidro, e colocá-las no


fundo do vaso: os caules das plantas sao fixados
nos intervalos.

Se as cores das esferas estiverem bem cúmbina-


das e a jarra for transparente, o efeito obtido é
muito feliz

FOLHAS DE PINHEIRO OU OUTRAS CONIFERAS:

Praticamente imputresciveis, estas folhas (ou agu-


lhas) sao bastante sólidas e permitem a fixaçao
das flores para diversos arranjos.

AREIA E PEDRINHAS:

Sendo um processo a que, também, se pode recor-


rer facilmente, este género de suporte é de difícil
manutençao na cidade, por causa dos odores desa-
gradáveis. Nao é fácil lavar no lava-loiça um vaso
cheio de areia e pedras, porque pode entupir.

Qualquer que seja o processo usado para manter


as flores, é sempre possivel obter arranjos harmo-
niosos e originais, que sao o reflexo da persona-
lidade de cada um.

Cuidados e conselhos:

Quer sejam colhidás, compradas ou recebidas como


presente, mal as flores entram em casa devem ser
imediatamente tratadas. DevereÉmos ocupar-nos de-
las, procedendo de modo a que durem o mais
POSsivel

Para já, falaremos da apresentaçáo. Posteriormente,


veremos como as devemos ohrecer, e os diver-
sos tipos de arranjos.

FLORES COLHIDAS:
É sempre possivel colher as flores na natureza,
onde crescem livremente, mas, de qualquer forma,
necessário observar as devidas precauçoes para
nao estragar as culturas, tornando estéril o local
onde crescem, deteriorando as árvores ou outras
plantas. Existe uma forma correcta de colher.

Se, ao lonÉqo do caminho, no caÉmpo ou na floresta,


colhermos flores sem os devidos cuidados, sere-
mos os primeiros a sofrer uma decepçao, pois, ao
chegar a casa, estarao comoletamente murchas.

Primeira coisa a fazer para as reanimar: deixá-las,


completamente mergulhadas, se necessário, flores,
folhas e caules, numa grande bacia com água.
Quando as plantas retomarem o aspecto habitual,
poderemos compor o ramo.

Para nao eÉtragar as flores que colhemos, é con-


veniente levar, em passeio, um cesto, um saco de
base larga, ou uma caixa de botanico.

As .mesmas precauçoes deverao ser tomadas com


as flores colhidas num jardim. Colocar um bocado
de algodao hidrófilo embebido em água, ou musÉqo
húmido, na base dos caules, e aspergir as plantas
com água antes de as transponar numa caixa ou
num saco de plástico. Caso nao se disponha deste
material, protege-las bem com papel.

As flores devem ser colhidas, de preferencia, de


manha ou à tardinha, quando o calor já abrandou.
Evitar a colheita nos dias em que haja muito vento.
De qualquer maneira, escolher os botoes prestes
a abrir, preferindo os às flores já completa.mente
abertas.

Dar um golpe seco, cortando a flor. Alguns caules


panem-se facilmente. Outros, requerem um uten-
sTlio cortante, mas nunca devem ser torcidos.

Um pequeno conselho: mesÉmo quando nao se


dispoe de luvas, para evitar as picadelas das rosas
ou outra p!anta com espinhos, fixar o caule com
um alfinete ou uma pinça, e será fácil cortá-lo com
uma tesoura vulgar ou de poda.
FLORES COMPRADAS:

Na florista, escolher, unicamente, flores muito


frescas. Reconhecemo-las pelo estado do caule
que mergulha na água. Este deve ter um aspecto
sao, sem estar escurecido na base. As flores de-
vem conservar .o seu brilho, e as folhas nao
deverao estar caidas.

Segundo as preferencias, ou a importancia do vaso


a ornamentar, escolher as flores com todo o cui-
dado, tendo em conta que se pode compor um
belo ramo com poucas flores, desde que sejam
de boa qualidade. Os ramos densos e sobrecarre-
gados estao longe de ser os mais bonitos.

Desconfiar das protecçoes que dissimulam, tantas


vezes, caules muito curtos.

E preferivel uma flor que dure, do que um grande


ramo que murcha pouco tempo depois.

FLORES OFERECIDAS:

Saber tirar partido de todas as flores, quaisquer


que sejam, é uma forma de as estimar.

Do mais simples ramo de violetas às mais luxuo-


sas orquideas, a valorizaçao das flores agrupadas
depende, em grande parte, do vaso escolhido.

Aceitemos com alegria todas as flores que nos


of ereçam,

Se, de imediato, nao dispomos do tempo necessário


para nos ocuparmos do ramo, pelo.menos mergu-
lhemo-las em água, colocando-as num recipiente
provisório.

COMO FAZER DURAR AS FLORES:

Vejalmos alguns conselhos práticos para conservar


as flores durante mais tempo.

Para já, recordemos as (<receitas» antigas, que, no


entanto, ainda nao perderam a sua eficácia. Assim,
segundo os hábitos das diversas regioes, aconse-
lhamos a introduzir na água limpa do vaso:

--um fragmento de carvao de madeira,

--algumas gotas de lixívia,

--um pouco de sal,

--um cubo de açúcar,

--um pequeno pedaço de sabao,

--um ou dois cubos de gelo,

--um comprimido de aspirina,

--um bocado de canfora,

--algumas gotas de vinagre (sobretudo para as


anémonas) .

E divertido experimentar, ou fazer com que as


crianças ensaiem os diversos processos, compa-
rando-os entre si. Assim, poderemos descobrir
que este ou aquele é particularmente eficaz para
esta ou aquela flor.

Mas, se quisermos utilizar processos mais moder-


nos, poderemos comprar, na florista, produtos es-
pecializados, de grande utilidade.

Já vimos, atrás, que as flores se reanimam quando


sao ,mergulhadas num recipiente com água fresca
(algumas preferem a água tépida, como os cravos,
após uma viagem, por exemplo).

Por vezes, basta vaporizá-las (encontramos à venda


rolhas que se adaptam a qualquer garrafa, ou
pulverizadores especiais).

Tratar as flores com toda a delicadeza.

Exceptuando os recipientes transparentes, a que


é necessário renovar a água todos os dias e limpar
os caules, basta acrescentar água, ou um ou dois
pedaços de gelo, sem tocar nas florec
Se as flores estao sujeitas ao excesso de calor do
Verao ou do aquecimento, aspergi-las.

Evitar as correntes de ar e as mudanças bruscas


de temperatura.

Quando algumas flores Émurcham, nao hesitar em


retirá-las, refazendo o ramo doutra maneira

Os Japoneses, para impedir a saida da seiva,


cortam os caules sempre dentro de água.

Há quem apoie o esmagamento dos caules lenho


sos (lilases, crisantemos, por exemplo), para que
aspirem a água mais hcilmente e em maior qgan-
tidade.

Devemos preferir as facas que cortam os caules


em viés, ou as pequenas tesouras de poda que
comprimem os caules.

Enfim, retirar as pequenas folhas inúteis, que, mer-


gulhando na água, a contaminam.

FAÇAMOS
RAMOS DE FlORES

Nós gostamos de flores.

Temos bons utensilios.

Dispomos de jarras e recipientes.

Temos, igualmente, pica-flores ou elementos de


supone.

Enfim, já conhecemos os cuidados exigidos pelas


diversas flores.

Instalemo-nos para confeccionar ramos variados,


segundo a estaçao e as flores de que dispo,mos.

Fazer um ramo nao é, unicamente, colocar flores


na água, mas compô-las harmoniosamente, tendo
em conta a sua beleza especifica, numa jarra que
Ihes convenha. O conjunto deve ser colocado num
local que realce o seu valor.

Ocuparmo-nos de flores com paciência e aplica-


çao é um processo de relaxamento, trazendo con-
sigo grande calma e serenidade.

E necessário respeitar as regras da organizaçao,


da limpeza e da atençao.

Assim, como já referimos, começamos por nos


instalar confortavelmente, com os utensilios dis-

postos num papel ou num jornal aberto, que nosservirá


para reunir os detritos inevitáveis.

QUE PODEREMOS ENCONTRAR EM... ?

NO quadro seguinte, temos uma lista das flores


de que poderemos dispor em cada mês:

Janeiro: Abeto, pinhas, algumas flores.

Fevereiro: Hera, bagas, ramos, rebentos, narcisos


amentilho.

Março: Ramagens, primeiras tulipas.

Abril: Miosótis, ancólias, violetas, açafrao, goi-


vos, primeiros lilases, margaridas.

Maiio: Tulipas, peonias, tulipas anas, primeiros


íris, tremo'Ss

JurÉho: Rosas, lirios, ervilhas de cheiro.

Julho: Verbenas, balsaminas, clematites, flores


campestres, espigas, gramineas.

Agosto: Gladiolos dálias, phlox.

Seternbro: Aster, crisantemos.

Outubro: Bagas, folhagens avermelhadas, uvas.

Novernbro: Liquenes, amentilho, mimosas frágeis.


DeÉernbro: Azevinho, visco, ramos de coniferas.

Para compor arranjos florais agradáveis à vista, é


necessário conhecer algu.mas regras que ajudam a
encontrar o equilíbrio indispensável, a proporçao
ideal entre o vaso, as flores, e o local reservado
ao ramrÉ

Os ramos colocados no centro de uma sala sao


feitos de forma a terem um aspecto harmonioso,
pois sao vistos por todos os lados.

Outros, encostados a uma parede, apresentam uma


única face. Outros ainda, qu'e deverao colocar-se
em frente de um espelho, reflectem-se equilibra-
da,mente. Enfim, alguns ramos dominam os obser-
vadores, enquanto que outros, colocados no chao,
sao feitos para serem dominados. Portanto, é
necessário reflectir na situaçao do ramo antes de
o confeccionar.

Como devem ser entao, dispostas as flores ? Da-


remos numerosos exemplos, que orientarao a vossa
aprendizagem. Em seguida, devereis tentar compor
arranjos mais originais, segundo as vossas possi-
bilidades. Um mesmo ramo, sempre no mesmo
local, tornar-se-ia bastante monbtono.

Aliás, é impossivel realizar duas vezes a rÉiesma


composiçao. As flores dispoem-se por si, e nem
sempre sao «obedientes». E preciso muita pacien-
cia, recomeçando várias vezes antes de obter um
r7mo harmonioso. Mas, por outro lado, que alegria,
quando o consequimos !

O factor mais imponante é o comprimento dos


caules: por vezes, um ou dois centimetros a mais
ou a menos podem alterar tudo comPletamemÉ

Para dobrar as ramagens, impondo-lhe uma deter-


minada curvatura, deixar o ramo na água, durante
a noite, prendendo-lhe um peso. De manha, ao
retirar o peso, o r7mo continua curvado.

Vejamos algumas ideias de vários tipos de ramos.


Fica ao vosso cuidado a escolha do que mais
vos agrada, esperando que consigam obter a har-
monia que se pretende. Boa sorte !

Z V} z--s É A'--É`
DrÉ vÉsOÉ 0É ÉLo
h£AÉosÉ (JÉA IJ£
Ét£. É,
Ramo com uma só flgr
ou uma única ramagem:

Para um escritório, uma mesa de trabalho, ou


mesmo um canto da lareira, é preferivel compor um
ramo muito simPlesÉ

E uma só flor, com toda a sua elegancia e delica-


deza, basta para fazer coÉmpanhia, assim como uma
única ramagem. O efeito produzido é ainda mais
discreto R intimn

A rosa é uma destas flores que se bastam a si


próprias, e nao têm necessidade de qualquer outro
elemento

O mesmo se passa com um ramo de lilás, um iris,


um jarro, uma tulipa, uma esterlizia ou uma or-
quidea.

Mas, neste caso, a escolha da jarra é muito impor-


tante: deve ser elegante, de colo longo. O copo
de pé alto fica .muito bem com a rosa.

Ramo de flores
de caul0s curtosÉ

Violetas normais, violetas de Parma, margaridas,


capuchinhas, jacintos espontaneos e outras flores
de caules curtos devem compor-se em ramos sim-
ples.

Agrupam-se num conjunto, e rodeiam-se das folhas.


Ramo com uma só flor
ou uma única ramagem:

Para um escritório, uma mesa de trabalho, ou


mesmo um canto da lareira, é preferivel compor um
ramo muito simples.

E uma só flor, com toda a sua elegancia e delica-


deza, basta para fazer coÉmpanhia, assim como uma
única ramagem. O efeito produzido é ainda mais
discreto e intimo.

A rosa é uma destas flores que se bastam a si


próprias, e nao têm necessidade de qualquer outro
elemento.

O mesmo se passa com um ramo de lilás, um iris,


um jarro, uma tulipa, uma esterlizia ou uma or-
quldea.

Mas, neste caso, a escolha da jarra é muito impor-


tante: deve ser elegante, de colo longo. O copo
de pé alto fica muito bem com a rosa.

lÉamo de flores
de caules cuiÉtos:

Violetas normais, violetas de Parma, margaridas,


capuchinhas, jacintos espontaneos e outras flores
de caules curtos devem compor-se em ramos sim-
ples.

Agrupam-se num conjunto, e rodeiam-se das folhas.


Se constituem um feixe, desamarrá-las para que
componhaÉm livremente.

Se necessÉrio, acertar os caules para que o ramo


fique bem arredondado.

Mas podemos preferir um ramo mais leve, o que


se obtém deixando os caules com alturas dife-
rentes.

O que origina o encanto do ramo é a sua simpli-


cidade rústica.

Éamos triangulares:

Serao esguios ou atamcados, conforme a impor-


tancia do local de que se dispoe.
Ramo redondo:

Sensivelmente da mesma altura, as flores serao


repartidas regularmente.
Este ramo destina-se a ser dominado.
Adapta-se a muitas flores: rosas pequenas, ra-
núnculos, margaridas, cris3ntemos pequenos.

Ramo alongado:

Destina se a flores de caules longos, que se dis-


poem sucessivamente, começando sempre pelas
mais altas, e preenchendo, depois, os espaços
vazios.

Composto para ser visto dum único lado, todas as


flores estarao de frente.

Composto para ser visto de todos os lados, é


necessário avaliar o efeito, rodando.

Poderemos dispor, indiferentemente, flores de uma


só espécie ou de vÉrias.

Ramo campestre:

As flores de estufa, as flores cultivadas, por mais


bonitas que sejam, nao conseguem fazer esquecer
a graciosidade despretenciosa das flores do campo
e da floresta.

Consoante o local onde nos deslocarmos, podere-


mos sempre colher as mais variadas flores, umas
frágeis e efémeras, outras duma vitalidade extraor-
dinária .

Nao hesitar em misturar as diferentes esDécies.


Sao os vasos de barro ou de grés, rústicos, de
cores escuras (castanho, verde azulado), formas
baixas (boioes de conservas, bilhas, tachos, pi-
chéis, etc.) que melhor se adaptam aos ramos de
flores campestres.
o É
9

Ramos de várias corÉ

Vejamos, como exemplo, dS tulipas:

Escolhe-las na Énesma gama de amarelo ou ver-


melho.

Os caules sao, geralmente, curtos, e orientam se


por si, desde que nao estejam muito apertados.

Colocar as maiores e mais escuras na parte de


trás e, se dispusermos de quantidade suficiente,
formar uma piramide.

Adaptá-las a um suporte apropriado ou a uma


terrina, dispondo as flores de maneira a obter-se
um esbatimento de tons.

Cuidado, porque os caules sao muito frágeis, e


partem como vidro I Utilizar urn pica-flores largo,
ou vários mais pequenos, ou ainda uma rede fina.

Recorrer às folhas para tornar o conjunto mais


levR n harmlÉniÉcÉ

Ramo com uma única cor,


tom sobre tom:

As flores azuis sao bastante raras na natureza.


A delicadeza dos mios6tis será ainda mais eviden-
ciada se, de onde a onde, se puder ver um tufo
de acianos.

Melhor ainda, uma mistura de miosótis e cabelos-


-de-vénus formará um conjunto duma leveza per-
feita numa jam branca ou num copo de cor
esbatida .

É dum extraordinário bom gosto Énisturar duas ou


tres flores da mesma cor. Podemos, assim, jogar
em toda a gama de tons duma mesma cor, va-
riando infinitamente.
Um ramo completamente branco nao é, necessaria-
mente, monótono: há tantas espécies de «branco»
nas flores, que cada uma possui o seu tom e
textura específicos.

Compor um ramo branco, com uma folhagem li-


geira e quase «vaporosa)), de preferência num
vaso de opala, por exemplo, que reforça a pureza
do conjunto, é dum efeito muito feliz.

Quer se disponha dum vaso de grés de cor cas-


tanha ou duma jarra branca, um conjunto de dálias
vermelhas, de margaridas amarelas, de crisantemos
rosados, contribui para alegrar um coÉnpartimento
decorado com móveis rústicos.

Ramos de flores de caules


muito longos:

Os gladíolos, algumas rosas, os jarros, os lírios,


os lilases, flores de caules bastante longos, cons-
tituem os exemplares preferidos pelos conhecedo-
res. Sao frequentemente oferecidas em rimos a
pessoas a quem se faz uma visita.

Estas flores, muito decorativas, exigem jarras de


colo longo e muito estáveis.

A disposiçao do ramo deverá ser conservada no


vaso.

Ramos de frutos,
legumes, etc.

A decoraçao floral pode recorrer aos mais diversos


frutos e legumes.

É uma forma original de informar os convivas sobre


a ementa (legumes) e de apresentar a sobremesa
(frutos) .
Observemos este divertido arranjo, próprio para a
época da Páscoa: Os ovos sao apresentados na
sua forma normal ou coloridos, e dispoem-se num
cesto de vime, sobre a palha que dissimula peque-
nos recipientes (do género de boioes de iogurte)
contendo um ramo de forsythias, outro de prima-
veras ou violetas.

ÉRA A ÉAÉ CÉ

É\

ÉfÉ

to DF É u
Li-Éu ÉSÉ ÉC.
Ramos de cerimónia:

É um hábito de grande delicadeza oferecer um


ramo em determinadas ocasioes, festas ou ceri-
mónias, que constituem uma etapa importanta
da vida.

Como é evidente, será fácil ir directamente à flo-


rista. E porque nao tentarmos nós confeccionar
um ramo, testemunho de um esforço bem pessoal?
E, mesmo que o resultadiÉ final nao seja tao es-
pectacular, representará sempre um verdadeiro
gesto de amizade.

VejaÉmos dois exemplos que poderao fornecer su-


gestoes interessantes:

O RAMO ROMANTICO:

Volta a estar na moda:

Nas festas de casamento, começamos a vê-lo, gra-


ciosamente ornamentado com fitas, nas maos da
noiva e das damas de honor.

Nos aniversários e nascimentos, poderá ornamen-


tar-se com velas.

Num vaso de opala (há imitaçoes em vidro, e bas-


tante baratas) baixo e arredondado colocado num
canto duma cómoda existente no local da cerimó-
nia, um ramo deste tipo dará um toque de graça
e romantismo.

AS FLORES:

Escolher flores pequenas, que possam agrupar-se


em redondo. Nao convém, por exemplo, peonias
ou íris. Pelo contrário, muguet, ervilhas de cheiro,
acianos, cravos, margaridas, miosótis, amores-per-
feitos ou rosinhas fazem belos ramos romanticos.
RAMO:

Éoderá ser composto por flores da mesma espécie


(da mesma cor ou de duas cores diferentes) ou
flores diferentes. Evitar ramos ccÉ.n mais de duas
cores. Por exemplo: só muguet, margaridas ama-
relas no centro e acastanhadas à volta, ou marga-
ridas no centro e miosótis à volta

Cortar os caules da mesma altura.

Dispor as corolas em forma de prato arredondado,


bastante juntas, prendendo os caules.

Enrolar um fio de ráfia ou um fio verde à vnltA


dos caules. Dissimular com papel de estanho

ÉPORTE-BOUTONNIERo OU «NAPPERONS
PARA ORNAMENTAÇAO:

Sob a forma de <(naperons>) ou de ornamentos


para pratos de bolos, podemos encontrar à venda
nos estabelecimentos coÉrnerciais estes ornamentos,
destinados a apresentar produtos de confeitaria,
mas é bem mais divertido confeccionar um

--Dobrar uma folha de papel branco (dourado,


prateado, ou de uma cor que se harmonize com as
flores) em 4, depois em 8 e em 16 (ver esquemas).

--Cortar a parte exterior, arredondando-a, e fa-


zendo rendilhados.

--Recortar pequenos encaixes nas arestas.

--Cortar a ponta, de modo a obter-se um orifício


por onde serao introduzidos os caules

Resta, apenas, fixar o Énapperon» nas flores, obten-


do-se, assim. um ramo romAntir-
É
Para casaÉmentos, aniversários, bodas de ouro, etc.

A fim de evitar àquele a quem se destinam o cui-


dado da disposiçao das flores, poderemos ofere
cê-las já em corbelhas.

Com um pouco de atençao, gosto, e, talvez, um


toque de originalidade, a realizaçao duma corbelha
pode estar ao alcance dum amador.

Arranjemos, primeiro, a Éestrutura»: corbelha clás-


sica, com o fundo pequeno e grande diametro, ou,
porque nao?, para romper com o estilo Éflorista»,
um belo cesto de vime, uma peça de ceramica, ou
mesmo um chapéu de palha.

O essencial é conservar a humidade dos caules.


Na parte dedicada aos «Elementos de suporte
(pág. 16) encontraremos sugestoes neste campo:
musgos diversos, areia, etc.

Dispor as flores em corbelhas, tal como para os


ra mos.

Por vezes, é necessário reforçar os caules com


arame, para manter as folhas e flores na posiçao
pretendida .

Para completar o arranjo, poderemos adaptar laços


de tule ou flores.

Ramos para decorar:

No Natal, poderemos Émisturar velas na decoraçao


floral.

Na vossa cozinha existe, com certeza, uma forma


de pao-de-ló. Obtém-se uma bela decoraçao en-
chendo de florinhas esta forma, guarnecida com
musgo. Para isso, cortar os caules auase oela base
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Se nao se possui essa forma, poderemos comprar


recipientes especiais em vidro, semi-arqueados,
destinados a decorar o centro duma mesa.

UMA FLOR PARA CADA CONVIDADO:

Dissimular um pequeno tubo de medicaÉmentos em


barro de modelar (ou pasta de modelar) colocado
num cartao forte ou numa taça.

Cada tubo, cheio de água, conservará a frescura


da flor individual que cada convidado colocará na
lapela do casaco, ao sair.

O nome do convidado e a ementa serao fixados


no barro por meio de um aqrafo.

Ramos de folhagem:

Quando as flores escasseiam, ou, simplesmente,


quando as ramagens sao decorativas, os arranjos
destas últimas dao um efeito muito feliz.

Vejamos alguns:

--FolhageÉm de eucalipto.
--Ramagem de castanheiro com rebentos, com um
pé de junquilhos no musgo, folhas secas e camélias.

--Ramos de tamargueira (a árvore preferida de


Cleópatra ) com margaridas.

--Um ramo de mimosas.


--Um ramo de árvore da Judeia.

--Folhagem de coníferas (escolher É(agulhas>) de


três espécies, com formas e coloraçao diferentes).
Mesmo quando dispomos unicamente de folhas,
podemos compor ramos muito graciosos.

No Outono, as cores sao bastante quentes e va-


riadas: do dourado ao verde e vermelho, passando
por todos os tons de castanh-
É

Ramos secos:

Vêmo-los com aspecto sumptuoso, na florista ou


nos estabelecimentos.

Os vossos ficarao, também, agradáveis e bem fei-


tos se se observarem as regras de conservaçao de
flores secas (Ver: «Flores secas)>, pág. 44).

Nao é necessário possuir-se um grande número


de elementos florais secos. Mesmo com poucas
plantas de reserva, poderemos obter misturas au-
daciosas e originais.

Por exemplo:

--espigas de milho com amentilho, dispostos na


vertica 1,

--tufo de gramíneas do campo misturadas com es-


pigas de trigo, numa caneca rústica,

--mistura de ramos de coníferas, folhas secas e


velas vermelhas, para avivar o conjunto (mas é
inútil acender as velas porque tudo é inflamável),

--utilizaçao de todas as reservas restantes, con-


fiando no acaso.

Constatamos, assim, que há inúmeras combinaçoes


aplicáveis a raÉmos secos, tanto mais que Ihes po-
demos juntar flores imaginárias (ver pág. 59) que
darao ao conjunto a fantasia, o volume e a cor
desejados.
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IÉ)CLilÉJÉ

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Ramo da Éeira-mar:

A flora da beira-mar é muito especial, e permite


arranjos florais um pouco severos, talvez, mas
sempre oriqinais.

Podemos guarnecer uma taça com conchas e sei-


xos, e apresentar cravos-romanos, que conservam
as folhas verdes no Inverno, com funcho e tancha-
gem. Este ramo conserva-se durante muito tempo.

PodereÉ,-nos, também, utilizar os fragmentos de


madeira que sparecem na praia na maré-vaza, e
pedaços de cortiça. Misturados com flores frescas,
formam um coniunto muito sedutor.

Podemos empregar algas e sargaço, observando


com cuidado se a secagem se comPletou.

Os maravilhosos cravos das dunas originam ramos


perfumados.

E nao esqueçamos as ramagens de pinheiro rna-


rítimo, de tamarqueira. de iunco. etc.

Ramos japoneses:

Os ramos japoneses sao apreciados na Europa há


já muito tempo. A propósito, debrucemo-nos um
pouco sobre este género de arranjos.

Os japoneses nao se contentam com a coloraçao


das flores numa jarra. (dkebana» (palavra que po-
deríamos traduzir por ((Flores vivas», ou melhor,
((acçao de dar vida às flores», ou ainda <(arranjo
tloral>)) é uma arte ensinada nas escolas. Desde
a infancia, a rapariguinha é inic.ada na arte de
arranjar flores, assim como o rapaz.

Isto faz parte da educaçao, e toda a gente cuida


das flores com ternura e respeito.

Uma das regras ensinadas diz-nos que nao há


nada simétrico, na Natureza. Assim, o arranjo
japonês, formado por poucos el,ementos (flores
e ramos), desprovidos de botoes e folhas supér-
fluas, é composto segundo três di;ecçoes, em
forma de triangulo.

Para obter este tipo de arranjos, o pica-flores é


indispensável sempre que se escolha uma taça.
Nunca se coloca no centro, e deve ser dissimulado
com pedras, conchas, musgo, folhas, etc.

Utiliza-se uma única flor, grande, ou grupos de


flores pequenas atadas discretamente, e ramos cor-
tados em viés, para que possam facilmante fixar-se
no pica-flores.

O primeiro ramo (simbolizando o céu) coloca:se


no centro, ligeiramente inclinado para a direita ou
para a esquerda.

O segundo ramo (o homem) deve ser colocado


perto do primeiro, e um pouco mais inclinado.

O terceiro ramo (a terra) é um pouco mais curto


e quase horizontal.

O conjunto deve ficar muito livre.

Experimentem, por exemplo, com um gladíolo


encurtado, ao qual se tiraram as pétalas É,-nurchas,
ou com um único íris.

Neste estilo de arranjo, todos os elementos, assim


como todas as flores, constituem um símbolo
Assim:

--o bambu evoca vigor e longevidade

--a ameixoeira evoca a esperança que nasce após


o Inverno

--o pinheiro simboliza a perseverança

Da mesma maneira, botoes e rebentos simbolizam


o futuro, enquanto que as flores abertas evocam
o presente, e um velho tronco com rebentos
anuncia a maturidade conjugada com a ternura.

maneira de.

força .

Todos os pintores célebres imortalizaram as flores,


desde os primitivos até Picasso

Através destes quadros, poderemos seguir a evo-


luçao da arte floral, e talvez seja apaixonante tentar,
por nosso lado, reproduzir, com flores verdadeiras
e bem vivas, os belos ramos fixados nas telas.

Observemos três, que podemos comparar:

BREUGHEL DE VELOURS:

Este pintor flamengo viveu há 400 anos.

O seu ramo é um autêntico fogo de artifício das


mais variadas espécies de flores: flores cultivadas
e flores do campo, ,misturadas. O colorido dá uma
sensaçao de riqueza. Observemos o vaso que
Assim:

--o bambu evoca vigor e longevidade

--a ameixoeira evoca a esperança que nasce após


o Inverno

--o pinheiro simboliza a perseverança

Da mesma maneira, botoes e rebentos simbolizam


o futuro, enquanto que as flores abertas evocam
o presente, e um velho tronco com rebentos
anuncia a maturidade conjugada com a ternura.

maneira de..

força.

Todos os pintores celebres imortalizaram as flores.


desde os primitivos até PicassrÉ

Através destes quadros, poderemos seguir a evo-


luçao da arte floral, e talvez seja apaixcnante tentar,
por nosso lado, reproduzir, com flores verdadeiras
e bem vivas, os belos ramos fixados nas telas.

Observemos três, que podemos COmDarar

BREUGHEL DE VELOURS:

Este pintor flamengo viveu há 400 anos.

O seu ramo é um autentico fogo de artifício das


mais variadas espécies de flores: flores cultivadas
e flores do campo,.misturadas. O colorido dá uma
sensa,cao de riqueza. Observemos o vaso que
suporta o arranjo: É baixo e arredondado, com
forma de um pequeno tonel.

Reconhecemos, portanto: ervilhas, ameixoeira, tre-


moço, escabiosa, campanulas, dálias, lírios, brincos-
-de-princesa, acianos, maravilha-bastarda, anémo-
nas, assim como vários ramos e gramíneas.

PAUL CÉZANNE:

VejaÉmos como o ramo deste grande pintor mo-


derno parece simples ao lado do de Breughel de
Velours. Nao tenta dar-nos, através do conjunto,
uma impressao de riqueza, mas desenvolve a graça
e o equilíbrio das linhas.

Reconhecemos grandes folhas de jarro e íris azuis,


em cima, sobrepondo-se às rosas e às folhas da
base. Os ramos estao misturados com as flores.

A jarra é dum magnífico azul escuro. Ao lado,


vêem-se maças.

Trata-se dum ramo que pode ser colocado na


cozinha .

ODILON REDON:

Que boa ideia foi fazer um quadro com os três


arranjos contidos nas canecas ! O conjunto é muito
feliz.

Reconhecemos cardos, ameixoeira, amores-perfei-


tos, maravilhas-bastardas, dálias, urze, borragem
azul e verbena.

Também aqui, encontramos, lado a lado, flores do


campo e flores de jardim.
ARRANJOS
DE INVERNO

Éolheita:

As flores sao mais raras e o seu preço sobe bas-


tante durante o Inverno. No entanto, a casa ficaria
bem pouco alegre sem a nota de delicadeza e
colorido du,-n arranjo floral.

Por isso, é necessário adquirir o hábito de, no


Verao, fazer as provisoes para os ramos de Inverno.

Quando chega o .momento, podereis folhear o vosso


arquivo de reservas, realizando arranjos poéticos e
plenos de fantasia, que modificareis e renovareis
à medida que certos elementos se forem dete-
riorAndo

O QUE PODEREMOS CONSERVAR ?

Consoante o local de férias, colhereis, respeitando


ao máximo a Natureza, grande quantidade de ele-
mentos de todas as espécies.

Vejamos como os podemos conservar e arrumar,


sua utilizaçao no
para que possamos recorrer
momento próprio.

FLORES:

Colher flores, umas, de preferência pouco abertas,


e outras, pelo contrário, já prestes a secar.
Serao os cravos-roÉmanos (amarelos, azuis, rosados
ou brancos), a urze (há de várias espécies), umbe-
las de cenouras selvagens e de funcho, flores
violáceas de azedas espontaneas, e outras.

As mais conhecidas nem sempre produzem o efeito


mais decorativo.

Encontrá-las-emos à beira-mar, na floresta, no


ca mpo.

No jardim da avó encontraremos alfazema, lunária


(devido à semelhança entre o suporte das semen-
tes e o disco da lua), sempre-vivas (de cores cas-
tanho-avermelhadas), gipsofilas.

Poderemos, também, coÉmprar estas flores no mer-


cado.

FOLHAGENS:

Nas florestas e matas, ao longo dos caminhos, nos


valados, nos jardins, encontraremos ramos de car-
valho, de castanheiro, de faia, de pinheiro, abeto,
cipreste, etc.

INFLORESCÉNCIAS EM ESPIGA:

Esta espécie de flores em espigas alongadas, que


se encontram, sobretudo, no início da Primavera,
sao do mais gracioso efeito: salgueiro, choupo,
carvalho, nogueira, aveleira.

ERVAS:

Grande quantidade de gramíneas (como a erva do


pastor, tao leve) e outras que crescem, esponta-
neamente, nos campos.

MUSGOS E LIQUENES, dos quais existem nume-


rosas variedades.
RAM OS:

Cepos de vinha, r7mos bifurcados e de formas es


tranhas, galhos trazidos pela maré (que se apa-
nham à beira-mar).

CASCAS:

As mais decorativas sao as do sobreiro. Mas re-


correre,mos, também, à do carvalho, do plátano
(placas que se destacam de forma tao bizarra),
do cedro ou bétula.

CARDOS:

Cardos da montanha (sem caule, e que podem


servir de barometro) cardo-penteador ou cardo do
bosque («cabaretÉ> dos pássaros, assim chamado
porque os pássaros bebem a água que se acumula
nos seus interstícios).

Todos os cardos, grandes ou pequenos, sao, vm


geral, muito decorativos. Mas cuidado coÉm as
picadelas ! Usar luvas próprias.

S UMAGR E :

As sumidades deste arbusto sao dum belo efeito,


porque, no Outono, tomam uma agradável cor ver-
melha .

CORTADEIRA (ou <(erva dos pa.mpas») de mara


vilhosos penachos prateados.

ESPADANA:

Esta planta aquática, de longas folhas ponteagu-


das, possui flores com a forma de longas espigas
cilíndricas. Também sao conhecidas por canas de
junco.

MILHO, assim como triqo, aveia

soja.
FRUTOS E LEGUMES de todas as cores e todas
as formas: bagas vermelhas de roseira brava,
pinhas de diversas coníferas, quase todas em
forma de cone: pinheiro, abeto, cedro, cipreste).

CoÉmo norma geral, nunca colher, para secar, plan-


tas húmidas da chuva ou do orvalho.

COMO SECAR FLORES,


GRAMINEAS E FOLHAS ?

Para conservar ou prolongar milho, aveia, trigo,


centeio, alho, sempre-vivas, cravos-romanos, car-
dos azuis e cardos dos Alpes, roseiras, urze, pi-
nhas, lunárias, colocínticas, que se apanham no
campo ou se compram no mercado, é necessário
co.meçar por fazer uma triagem.

Depois de retirar as folhas pequenas e inúteis,


atar os caules, de preferência com ráfia, de modo
o formar pequenos feixes que se suspendem num
local bem seco e sombrio, invenidos. Isto é
muito imponante.

O melhor processo consiste em deixar assi.m


plantas, até à utilizaçao.

Contudo, se há falta de espaço, arrumá-las, quando


estiverem bem secas, em caixas onde nao penetre
a luz, mas nas quais se tenha feito orifícios para
ventilaçao.

MILHO:

É preferível conar a espiga pela base do caule.


Deixar as folhas como estao, ou dispô-las em
forma de flor, com a espiqa no centro.

coÉ
ERvAÉvÉ VA,

C A e É o
Espetar a «flor» num bastao ponteagudo, e deixar

SEMPRE-VIVAS:

Podem secar como as gramíneas.

Mas podemos, também, retirar todas as folhas, e


fixar um Écaule» de arame rígido na base da flor.

JUNCO E MASSETA:

Pulverizar com laca do cabelo as grandes cabeças


acastanhadas dos juncos, a fiÉm de impedir que se
desfaçam, ou cobri-las com uma camada de verniz
incolor.

Podemos, ainda, pintá-las com duas camadas de


guache adicionado de algumas gotas de secativo.
Poderemos decorá-las, também, com pequenos
círculos, quadrados, linhas quebradas ou espirais.

LUNARIA:

Retirar as duas membranas que cobrem as silíquas,


de forma a isolar a parte nacarada.

MUSGOS:

Formar volumes compactos, atados em feixe. Dei-


xar secar. Na altura da utilizaçao, mergulhar em
água pelo menos durante três horas, para readquirir
vida e colorido.

LIQUENES:

Nao é necessário proceder à secagem.

Para a colheita, arranjar Supones: caixas, pratos,


fragmentos de cascas, etc.
FOLHAS:

Passar as folhas de ácer, nogueira, castanheiro,


faia, carvalho, com u.m ferro tépido, com papel de
seda.

Dar pequenos cones nos ramos ou caules. Depois,


mergulhá-los durante vários dias numa mistura
de água e glicerina (1/3 de glicerina para 2/3
de água).

Pulverizando as agulhas e pinhas com produtos


vendidos em pulverizador

mUitn intÉrRscAntÉc

RAMOS NUS DE MADEIRA FLUTUANTE:

Poderao ser utilizados tal coÉmo se apresentam,


depois de serem limpos, secos, ou mesmo enver-
nizados.

No entanto, após a secagem, poderemos recobri-


-los, a pincel ou com pulverizador, com lacas de
todas as cores. Mas cuidado, aqui, para nao cair
no mau gosto: nada de dourados excessivos ou
tintas agressivas I

COLOCINTIDAS E CUCURBITACEAS:

Secá-las à sombra, evitando que se toquem. Po-


deremos torná-las brilhantes esfregando-as com um
pano embebido em azeite.
Realizaçoes:

Quando chega o mau tempo, munidos de todas


estas provisoes, poderemos, enfim, dar livre curso
à nossa imaginaçao.

Como é evidente, as recomendaçoes e conselhos


dados a propósito dos ramos frescos, mantêm-se
para os arranjos de Inverno (ver pág. 25 e se-
guintes) .

Primeiro, reflectir. Quer se escolha uma única es-


pécie vegetal ou uma mistura, é preciso determi-
nar, com Émais cuidado ainda do que no caso do
ramo efémero, o local em que será exposto: é
e.m funçao desta localizaçao que o arranjo será
confeccionado. A proximidade de um espelho, de
um objecto, de um móvel, de um quadro, a altura
a que será colocado (na lareira, numa mesinha,
no cimo de um armário ou rente ao solo), a ilumi-
naçao da sala; tudo isso entra em linha de conta.

É absolutamente necessário que o arranjo se inte-


gre no 7mbiente, que seja leve e pouco compacto.
Uma composiçao floral esbelta e harmoniosa cha,ma
muito mais a atençao do que uma massa pesada
e sem graça. É, sobretudo, o contraste com o
que está ao lado que realça uma flor, mesmo seca,
e nao a acumulaçao.

Os elementos secos sao muito frágeis: é conve-


niente manipulá-los com cuidado.

Prestar atençao ao arranjo, para substituir o que


se for deteriorando. Melhorar a composiçao floral
interpondo eleÉmentos novos. Ter a corage.m de
proceder a desbastes, se necessário.

Pode mesmo acontecer (mas só em casos muito


raros: cuidado com as facilidades e falta de
gosto 1) que uma flor «anificiÉl», discreta e ele-
gante, contribua para a graça do conjunto. Pode-
remos dar uma nota de cor hbricando flores ima-
ginárias com a ajuda de elementos naturais ou
materiais diversos É Ver: « Flores imagináriasÉ),
pág. 59 ) .

Também dá resultado misturar nas flores e ramos


secos pequenos caules de hera ainda verde, mer-
gulhando na água contida eÉm tubos ou provetas
(de farmácia, por exemplo) bem dissimulados.

Enfim, poderemos juntar ao arranjo seco penas de


faisao, pavao ou avestruz que, por vezes, se har-
monizam de forma muito feliz com o conjunto.

Neste domínio, o que importa é a moderaçao.


O efeito deve ser sempre discreto. Cansamo-nos
depressa de um efeito fácil e demasiado especta-
cular. Saiba.mos Émanter a humildade e respeito
pela Natureza.

Se sobram flores e folhagens que já nao cabem


nos vasos, ou se já nao possuimos mais vasos,
poderemos fazer um Kakemono, realizando um
quadro romantico, ou decorando caixas e Pratos.

--Arranjar uma tira larga de seda, veludo, ou dum


tecido vistoso, que valorize as cores das flores
secas. Este supone terá uma altura de cerca de
2 vezes e meia maior que a largura.

--se se trata de tecido, dobrar as pontas com cui-


dado, colando-as com um pouco de cola, a fim
de que o rebordo fiaue Derfeito.

Esticar a pane de cima e de baixo, fixando-as a


u,m tubo de electricidAde ou outra esPécie de
moldura. A quantidade necessária é muito pequena:
só duas vezes a largura do Kakemono.

Pintar os bastoes ou dourá-los, se ficam à vista.


Mas poderemos, também, enrolar o tecido por trás,
fixando-o com «punaises» ou cola.

--Arranjar um fio ou qualquer processo de sus-


pensao.

--Neste fundo, dispor as flores, atadas com uma


fita. As flores que ficam por trás sao colocadas
com precauçao ou presas ao tecido com pontos,
habilmente dissimulados.

O QUADRO DE VIDRO ROMANTICO:

--Proceder como para um quadro vulgar (isto é,


é preciso colar os elementos num cartao forte,
pintado ou cobeno com tecido ou papel de uma
cor que se harmonize com o conjunto). Podere-
mos, também, utilizar uma placa de contraplacado,
igualmente pintada ou forrada.

--Adaptar um vidro convexo cnamaao <Évloro ae


relógio» (1). Colar este vidro a toda a volta, utili-
zando um fio de cola forte, em tubo. Cobrir com
um galao adesivo. Ou, se arranjamos um fundo
maior do que a superfície do vidro, colar sobre
este fundo um cartao com as mesmas dimen-
soes, mas recortado no sítio onde encaixa o
vidro: desta forma, este mantém-se na posiçao
correcta. Naturalmente, este fundo será também
pintado ou cobeno com tecido adesivo.

(1É GerolmenÉe as caÉaÉ de bijuÉarias fociliÉam a aauisi


sao desÉes vidros, semelhonÉes oos vidros dos
desperÉadores
ou dos relóÉqios de mesa Por vezes concordam em for-
nece-los em quanÉidade pora coleclividadeÉ EÉes vidros
Éao baÉonfe baraÉoÉ
N T --PoderemoÉ adquiri-loÉ hmbem naÉ casoÉ forn-- i
cedoras de maÉerial para labaralório
--Arranjar uma simples caixa de fósforos, uma
lata de conservas cilindrica ou cúbica: o formato
pouco importa, pois o procedimento é o mesmt

--Pintar com uma caÉmada de cor clara, que será


o fundo. Deixar secar hPm

--Aplicar a segunda camada de pintura.

E, sem esperar que esta seque, dispor as folhas


e flores segundo um esboço previamente traçado,
que indique correctamente as posiçoes.

Para este trabalho minucioso e delicado, utilizar


uma pinça pequena (ou uma agulha grossa, ou de
croché), para nao tocar com os dedos na pintura.

--Com cola feita de água e farinha, os principiantes


poderao limitar-se a colar os elementos na pin-
tura já seca.

--Para terminar, passar uma leve camada de ver-


niz incolor em todo o conjunto.

MesÉmo as flores que já nao possuem o caule


(sempre vivas ou outras flores deste género, de
quaquer tamanho) podem ser utilizadas para a
decoraçao de pratos de piquenique, em cartao.

--Recobrir o prato co.m cola, e dispor simetrica-


mente, flores, musgo, sementes, etc.

ÉosÉ É
Dr ?É2ÉBÉ>s

CARToES PESSOAIS:

Para o Ano Novo, festaÉ, aniversários, etc.

--Dobrar ao meio um pedaço de papel fone, ou


canolina (todos 09 formatos sao aceitáveis).

--Decorar a primeira página do pequeno caderno


assim formado recorrendo a diversos elementos
florais secoÉ, dispostos com gosto: folhas, floreJ,
ervas. A colagem deve ser efectuada com toda a
delicadeza.

--Se neceslÉário, acrescentar plumaÉ, ca-ules e


folhaÉem.

--Adaptar, no interior, uma folha de papel ligeira-


mente mais pequenaÉ na qual podemoÉ eÉcrever.

ÉUSÉo

5EÉ I vÉs

É3É

1É/ í/

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a 9 É3
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É, É

É/É

PR É D r coÉDrÉ

ÉiÉo
ACTIVI DADES
Ll GADAS
AS FLORES

O interesse suscitado pelas flores poderá dar ori-


gem à prática de actividades que com elas se
relacionem ou, pelo contrário, ser pretexto para
a descoberta do mundo vegetal.

Estas actividades estendem-se desde a procura de


plantas para a confecçao do herbário, até aos jogos
e histórias, passando pela fabricaçao de flores
imaginárias.

Vejamos alqumas sugestoes:

O meu herbário:

Nao é necessário ser-se especialista de botanica


para iniciar a colecçao e conservaçao de plantas
num herbário. Ficaremos com uma agradável re-
cordaçao dos passeios pelos campos, exercitare-
Émos a observaçao e aten,cao da criança, comuni-
cando-lhe o prazer de uma actividade que a ocupará
nos dias de chuva.

Pl BÉn;ca É o estÉ,-
c6 faÉoÉ;todaÉaÉs
Éned ;tÉt;É
P2rece Ée ÉceleÉtc
É idel`a de csÉ`mu lÉ
vÉ c ;dade ola vosÉa
ÉIha Énediarrte uÉ
rnacÉ de dtÉnÉo
parÉcss.És peÉ4erÉas

sn.3 Éav i Ihd É 5ao


as pÉ as. ..
ÉJuÉna Éa lavÉa,  É14
proÉoÉ oe
ÉraÉao d e u
tÉi rÉ
MATERIAL NECESSARIO:

--Uma «Flora» (é um livro relativamente barato,


que permite um bom conhecimento das plantaQ).

--Jornais velhos, listas telefónicas. .

--Papel ou fita adesiva.

--Etiquetas.

--Folhas de papel bastante rígido, ou melhor, de


cartolina, todas do mesmo formato, numa capa
de cartao ou num cartao desenhado.

--Um saco (saca grande ou cabaÉ) ou, melhor


ainda, uma caixa especial, como indica o esqueÉma
anexo.

--Uma pá pequena, uma colher de jardineiro, te-


soura, uma faca.

COLHEITA:

Pretender coleccionar tudo fatigaria o principiante.


A colheita deve ser alegre, espontanea, imprevista,
voltando aos mesmos locais se se pretender apro-
fundar os conhecimentos. Umas vinte plantas dife-
rentes bastam para uma boa iniciaçao.

A planta, colhida com uma colher de jardineiro (ver


pág. 81), deve conservar as raees. Ser-lhe-á ane-
xada, imediatamente, uma pequena etiqueta, indi-
cando a data e o local da colheita.

Achatadas, separadas umas das outras por papel


de jornal, as plantas serao dispostas num saco de
base larga, num cesto ou, o que é preferível, numa
caixa de canao forte ou madeira, suspensa a
tiracolo por uma asa. Fixar solidamente esta es-
trutura com a ajuda de dobradiças ou porcas de
parafusos, mais convenientes do que os preÉos,
MATERIAL NECESSARIO:

--Uma «Flora» (é um livro relativamente barato,


que permite um bom conhecimento das plantas).
--Jornais velhos, listas telef6nicas. . .

--Papel ou fita adesiva.

--Etiquetas.

--Folhas de papel bastante rígido, ou melhor, de


cartolina, todas do mesmo formato, numa capa
de cartao ou num cartao desenhado.

--Um saco (saca grande ou cabaz) ou, melhor


ainda, uma caixa especial, como indica o esqueÉma
anexo.

--Uma pá pequena, uma colher de jardineiro, te-


soura, uma faca.

COLHEITA:

Pretender coleccionar tudo fatiyaria o principiante.


A colheita deve ser alegre, espont3nea, imprevista,
voltando aos mesmos locais se se pretender apro-
fundar os conhecimentos. Umas vinte plantas dife-
rentes bastam para uma boa iniciacao.

A planta, colhida com uma colher de jardineiro (ver


páÉq. 81), deve conservar as raíÉes. Ser-lhe-á ane-
xada, imediatamente, uma pequena etiqueta, indi-
cando a data e o local da colheita.

Achatadas, separadas umas das outras por papel


de jornal, as plantas serao dispostas num saco de
base larga, num cesto ou, o que é preferível, numa
caixa de cartao forte ou madeira, suspensa à
tiracolo por uma asa. Fixar solidamente esta es-
trutura com a ajuda de dobradicas ou porcas de
parafusos, mais convenientes do que os preÉos.
que ferem e arranham. Para dimensoes do fundo
da caixa, adoptar as das folhas empregues para a
separacao das plantas (folhas de jornal dobradas
ao meio, por exemplo).

As plantas muito altas podem ser dobradas ou


cortadas, para facilitar o transporte.

É conveniente, de início, colher dois exemplares


de cada espécie, porque uma planta pode ficar
estragada durante a manipulacao.

SECAGEM E CONSERVAÇAO:

Quando se chega a casa, retirar as plantas com


cuidado, dispondo-as na horizontal. UtiliÉar outras
folhas de papel de jornal ou mata-borrao.

Sobrepor as capas de protecçao. Adaptar, por


baixo, um cartao forte ou uma prancheta supor-
tando 4 a 6 kg. de peso. Um velho Anuário Co,mer-
cial pode ser de grande utilidade, neste momento.

Ao fim de cerca de uma semana de secagem (se


nao esperarmos tanto tempo as plantas nao secam
convenientemente), colocar cada espécie numa fo-
lha de papel de desenho dobrada ao meio, o que
protegerá as partes delicadas.

Quando dobradas, as capas devem ter as mesmas


dimensoes (25 por 80cm, por exemplo).

Para fixar os caules, as folhas, os pedúnculos,


utiliÉar fita-adesiva ou papel adesivo, em tiras
muito estreitas.

Os dados acerca da planta serao inscritos numa


etiqueta colada, ou escritos directamente num
canto da folha. Deveremos mencionar: o nome
(conhecido ou obtido a partir da consulta da
Flora), a data e o local da colheita.
Adoptar uma disposiçao uniforme para todas as
plantas.

A classlllca,cao mals slmples e a cronolOglca.

Quando os conhecimentos aumentaÉm, poderemos


agrupar as plantas por familias vegetais.

Prever, para isso, capas grandes em cartao.

Um pouco de D. D. T. em pó, ou pulverizado, con-


tribui para uma melhor conservaçao. Nos museus,
encontramos plantas colhidas há mais de um sé-
culo que estao ainda intactas.

Ao lado da planta, podemos colar uma fotorqrafia


tirada no momento da colheita. Poderemos ainda
hzer um pequeno esquema, mostrando os porme-
nores interessantes.

5/,É

- DE É"Épo

DÉ 11ÉS

hÉnÉ D6
OBSERVA ,CoES:

Ap6s a colheita das plantas ou


herbário, lavar bem as maos.

Nao debastar os locais de colheita: respeitar as


plantas vizinhas.

trabalho no

Flores imaginárias:

As flores artificiais raramente sao bonitas. Imitar


a Natureza é quase impossivel. No entanto, certas
flores fabricadas consegue.m atrair o olhar dos
decoradores devido à sua fantasia. Sem pretender
copiar as flores «vivas», podem ser feitas à base
de elementos naturais, de papel, de cartao, de
diversos tecidos. Chegamos, assim, à confecçao
de flores originais, que poderao utilizar-se em va-

, É_ É

ÉI'CÉ
CrÉlÉL.ncÉ,la cÉca )

aQ;L É-9

D£.. ..
DE ÉA ÉlotÉ

sos, ornamentando paredes, decorando uma mesa,


ou conjugadas com flores secas.

FLORES IMAGINARIAS A BASE DE ELEMENTOS


NATURAIS:

Folhas'de mahonia, pinhas, palha, cascas, carneira,


pergaÉninho, rolhas, sementes, aparas, conchas,
penas, etc., tudo poderá ser utilizado. Basta ter
gosto e imaginaçao, e trabalhar com.o máximo de
cuidado.

Daremos, apenas. alguns exemplos, deixando-vos


o prazer de descobrir, vós próprios, novas flores
imaginárias.

UTILIZAÇAO DAS FOLHAS DE MAHONIAÉ

Estas folhas, de aspecto liso e brilhante de uma


bela tonalidade castanho-clara e fulva, conservam-
-se durante muito tempo.

Reuni-las em flores é rápido e fácil:

--Para nao estragar as folhas, atravessá-las com


um punçao ou uma aÉqulha grossa.

--Cose-las numa rodela de feltro do mesmo tom.


Podemos também colá-las numa base de cartao.
--Inventar uma «corola» que se cola no centro.

--Montar a flor num arame verde (ou coberto de


papel verde), quer recorrendo a uma Éqrande pé-
rola ou botao, quer prendendo com la.
FLORES DE CONCHAS:

Para perfurar as conchas nacaradas, é necessário


um pequeno punçao.

A fim de nao estragar a mesa, trabalhar em cima


de uma prancheta ou duma chapa metálica bas-
tante espessa.

O centro pode ser uma pérola, um botao redondo


ou um fragmento de vidro colorido.

FLORES DE PALHA:

--Cortar a palha em fragmentos regulares, do ta-


manho pretendido (de 1 a 6 cm, aproximadamente).

--Colá-los em rosácea, sobre uma rodela de feltro,


cartao nu cnllrn

--Perfurar o centro da rosácea para a montagem


do arame do caule.

--Dissimulá-lo com outra rodela que será orna-


Émentada de um botao, sementes, feltro desfiado,
etc.

Alternando os fragmentos de palha de duas ou


mais dimensoes, obtém-se um efeito diferente.

FLORES DE PENAS:

Penas e plumas de qualquer cor e tamanho for-


mam flores imaginárias de grande delicadeza,

--Montar as penas numa rodela, como nos outros


exemplos, ou enrolá-las numa espécie de cálice
de feltro.

--Apertar com um arame, e dissimular coÉn galao


adesivo.

PA É L:
Co L ,oÉ D CÉ


É9É'v,
62

FLORES IMAGINARIAS A BASE DE ELEMENTOS


VARIADOS:

Com pergaminho, restos de couro, cartao, etc.,


recorrendo sempre ao mesmo processo de monta-
gem em arame, que pode ser coberto com papel
verde escuro, castanho ou branco, ou com um
galao (à venda nos estabelecimentos comerciais),
obtemos efeitos bastante felizes.

Os «núcleos» sao muito variados: podemos utili-


zar, por exemplo, esferas revestidas de tecido,
pérolas grandes, botoes de fantasia, uma rodela
de cortiça, etc.

Se os elementos que constituem as pétalas forem


bastante leves, fixar pela parte de trás um arame,
com a ajuda duma tira estreita de fita-adesiva no
tom do elemento empregue. Os arames, agrupa-
dos, constituem a flor. Nao hesitemos em criar,
assim, flores de formas bizarras. Em decoraçao, a
fantasia é permitida e, mesmo, recomendada.

Para este género de flores, nao é necessário imitar


servilmente a Natureza. Pelo contrário, juntar ro-
delas unidas, com ou sem recortes, opondo cores
e dimensoes. Misturar elementos variados, pro-
curando um aspecto fantasista.

Poderemos, mesmo, usar cores opostas, ou empre-


gar, unicamente, tons sombrios. O essencial é
que o conjunto seja harmonioso. Por exeÉmplo:
branco, castanho e alaranjado.

Se nao possuirmos fios de arame, fixar as flores


em ramos naturais, ou utilizar agulhas de tricotar
soltas, que, fixadas em pasta de modelar e com
uma rolha a fazer de corola, formarao caules mati-
zados.
Se dispwermos, unicamente, de papel, realizar
flores giÉqantes, tao em moda neste momento.

Jogos:

Para melhor fixar o noÉme e a forma das flores,


vejamos alguns jogos que serao executados e uti-
lizados conforme o tempo disponível, sem despesa,
recorrendo, somente, à habilidade, gosto, imagi-
naçao e cuidado.

Para oferecer a um companheiro doente que se vai


visitar, para o aniversário de uma amiga, podere-
mos fabricar pequenas lembranças em que o mérito
principal cabe ao trabalho de cada um.

O DOMINO DE FLORES SELVAGENS:

Vejamos um interessante jogo de doÉminó, que


pr6pria criança poderá confeccionar.

Recorte doÉl «domin6sÉ:

--Preparar 28 «domin6s» pequenos e semelhantes,


recortados em cartao forte, ou mandados cortar
em contraplacado muito fino. Poderemos até, se
necessário, utilizar 28 caixas de fósforos. Cada
pedaço de cartao terá um comprimento duplo da
largura: 2 por 4cm, ou 3 por 6cm, por exemplo.

--Pintar uma hce de branco, ou cobri-la com uma


folha de papel bem colado.

--Com um traço, dividir o rectangulo ao meio,


obtendo-se dois quadrados iguais.
E colha doÉ rrÉtivos:

Escolher 6 flores e um insecto (ou um pássaro).

Por exemplo:

6 flores selvagens: botao de ouro, violeta, mio-


s6tis, muguet, aciano, papoila) e uma libelinha,
ou 6 flores cultivadas (dália, rosa, mimosa, íris,
Éqladíolo, amor-perfeito) e um tentilhao.

A partir de flores diferentes umas das outras, na


forma e coloraçao, tentar desenhá-las de forma
rápida e simples.

DecoraçEao do dorninóc:

VejaÉmos, por exemplo, o conjunto de flores sel-


vagens.

Primeiro, fixar bem a numeraçao de cada cate-


goria:

1--botao de ouro
2--violeta
3--mios6tis
4--muÉquet
5--aciano
6--papoila
7 _ libclinha

Alinhar os domin6s como no esquema anexo, nu-


merando-os a lápis como está indicado.

Resta, apenas, desenhar as 6 flores e o insecto,


seguindo a numeraçao correspondente. Por exem-
plo, o domin6 4-7 terá, na parte superior, um ramo
de lírios do vale, e em baixo a libelinha.

A primeira coluna é constituída pelos «duploÉ»:


duplo botao de ouro, dupla violeta... dupla libe-
linha.
REGRAS DO JOGO:

--Voltar os dominós para trás (onde nao há


nada desenhado).

--Misturá-los.

--Cada jogador tira, ao acaso, o mesmo número


de peças.

--É isso que constitui a É<corbeille».

--Cada um dispoe os domin6s virados para si,


escondendo o jogo dos companheiros.

--O que possui o domin6 «dupla-libelinha» colo-


ca-o no centro, e começa.

--É preciso colocar libelinha contra libelinha.

65
66

--Se nao se tem uma libelinha no jogo, e pre-


ciso ir buscá-la à reserva.

--O jogo continua assim até esgotar os dominós

--O vencedor é o que se libertou primeiro das


suas peças.

--Se o jogo nao pode continuar, contam-se os


pontos que restam a cada um, e ganha o que
tiver menos (o botao de ouro vale 1 ponto, a
violeta dois, etc.) Por isso, interessa desembara-
çar-se dos duplos o mais depressa possivel.

--O duplo dispoe-se em cruz (ver esquema)

BAILADO DAS FLORES:

É,uM BASTbES:

E necessário:

--um disco,

--um cenário,

--bastoes ornamentados de flores, ou flores mon-


datas em varinhas.

Entre duas cadeiras, na abertura de uma porta,


entre duas árvores, estender um tecido verde ou
acastanhado.

Escondendo-se bem atrás da cortina, o operador


faz aparecer as flores na parte superior, de forma
lenta e hesitante, de início, e, subitamente, com
toda a decisao As flores <(crescemÉ> segundo o
ritmo da música escolhida.

Estas flores-personagens podem ser flores natu-


rais, artificiais ou imaginárias, fixadas em varinhas
Dançarao, cantarao, falarao com bastoes de rosto
humano.
COM DISFARCES DE FLORES:

Nada impede que a criança se torne aflor))É dis-


arçando-se de forma muito simples

Cabeleiras:

O mais simples é confeccionar as cabeleiras:

--Com flores colhidas nos campos ou na floresta,


formar coroas, grinaldas, ou dispo-las num boné
ou num cone de cartao, preso com fitas ou com
um elástico.

--Com papel, tecido ou fita, inspirando-se na forma


e cor da flor escolhida, guarnecer em coroa um
boné (ou um simples circulo de cartao), uma
boina, um gorro ou uma forma qualquer de cartao.

Disfarces cornpletos:

Há revistas especializadas para ((travestisa que


fornecem moldes que permitem a confecçao de
roupagens inspiradas em flores.

Por exemplo, no caso da rosa, a saia é constituida


por pétalas montadas à medida, o corpo é for-
mado por sépalas, etc

Estas fantasias podem ser executadas rapidamente


em papel ou tecido reluzente, mas de preço aces-
sívÉl

A roda dos rnalrnequeres:

Vejamos o exeÉmplo de um fato, com mais por-


menor:

F/ É,

F(, o R É S
67
1/1É\É

Cada ((malmequer)> trará um colarinho franzido à


volta do pescoço, feito duma tira de papel
adamascado, no qual se recortaram pétalas

Para a cabeleira, uma tira de papel de veludo


verde, no qual se recortam as sépalas, sendo o
conjunto disposto na cabeça

Quando todos estiverem arranjados, organizam-se


rodas e cantares acompanhando a música

RAMOS FANTASISTAS:

--Juntar catálogos de floristas


çoes de flores.

várias reprodu-

--Recortar as flores com cuidado.

--Agrupá-las com o máximo de fantasia, quer


combinando as cores, quer procurando tons opos-
tos. Variar a disposiçao destes raÉmos de papel,
até encontrar um que satisfaça plenamente

--Entao, colar as flores recortadas num pedaço


drÉ rArtA o

--Colar também, por baixo, um vaso que se


adapte, que poderá ser também recortado ou
mesmo desenhado.

--Traçar os caules a pincel, lápis de cor ou giz.

--Colar ou desenhar as folhas.

Obtemos, assim, belas composiçoes florais que


poderemos oferecer sob a forma de quadro, se o
pretendermos .

Da mesma maneira, é possível fazer originais


cartoes de aniversário ou de festa.
A MULTA: Fazer um ramo.

Trata-se de um pequeno jogo de sociedade.


O É<multado» escolhe três flores.
O orientador do jogo toma nota, e escreve ao
lado de cada flor o nome dum companheiro. De-
pois, pergunta ao mesmo elemento o que conta
fazer das flores:
--O que vais fazer do malmequer ?
--Esmago-o com o pé !

69
70

O orientador diz, entao, o nome do omalmequer)).


Os Émais pequenos apreciam muito este jogo
oinocente)).

Histórias:

Debrucemo-nos agora sobre algumas histórias que


tratam de flores:

FLORZITA QIJE TINHA SEDE:

No Oriente, um pobre trabalhador subia com grande


dificuldade um caminho de montanha curvado sob
o peso do fardo que transportava.

Subitamente, ve, entre duas pedras, uma flor muito


pequena morrendo de sede

Apesar da carga que trazia às costas, ajoelha-se e


verte as últimas gotas de chá que ainda possuía
sobre a flor, para que pudesse viver até à noite.

Depois, continuou a caminhar

ULTIMA VIOLETA: História de Louis Guillaume.

Era a última violeta de Abril. Todas as suas irmas


tinham É,morrido, porque o tempo das violetas já
passara, mas aquela ficava sempre fresca e per-
fumada, junto da velha vereda, e via-se, intimidada,
rodeada pelas elegantes flores de Maio.

--Ora vejam ! Uma violeta, e tao bem conservada,


apesar da sua idade! exclama a verónica, de olhar
doce. Diz-me depressa a tua receita ..
70

O orientador diz, entao, o nome do Émalmequero.


Os Émais pequenos apreciam muito este jogo

(dnocenteÉ

HistÉrias:
Debrucemo-nos agora sobre algumas histórias que
tratam de florec

FLORZITA QUE TINHA SEDE:

No Oriente, um pobre trabalhador subia com grande


dificuldade um caminho de montanha curvado sob
o peso do fardo que transportava.

Subitamente, ve, entre duas pedras, uma flor muito


pequena morrendo de sede.

Apesar da carga que trazia às costas, ajoelha-se e


verte as últimas gotas de chá que ainda possuía
sobre a flor, para que pudesse viver até à noite.

Depois, continuou a caminhar

ULTIMA VIOLETA: História de Louis Guillaume.

Era a última violeta de Abril. Todas as suas irmas


tinham Émorrido, porque o tempo das violetas já
passara, mas aquela ficava sempre fresca e per-
fumada, junto da velha vereda, e via-se, intimidada,
rodeada pelas elegantes flores de Maio.

--Ora vejam ! Uma violeta, e tao bem conservada,


apesar da sua idade! exclama a verónica, de olhar
doce. Diz-me depressa a tua receita ..
--violeta, minha querida, como fazes para conser-
var essa cor ? pergunta a frágil anémona, muito
pálida .

--Ninguém acreditaria que és uma flor de Abril !


exclama a ficária dourada, com voz fina. É porque
ficas à sombra ?

E todas as outras a espiavaÉm com curiosidade


inveja .

Mas a violeta era tao tímida que nao sabia o que


responder. Assustada com tantas perguntas, bai-
xou a cabeça e escondeu-se atrás duma folha.

--Deixem-na sossegada ! gritou entao a marga-


rida, que era sua amiga. A pequena nao gosta que
tratem dela, é esse o seu segredo.

Neste momento, chega Cathy, que faz um belo


ramo de Maio. Apanhou todas as flores, as ele-
gantes e as tagarelas. Mas nao colhe a margarida
(havia muitas) e por isso nao vê a violeta, a
última violeta de Abril, que podereis admirar todo
o ano, se estiverdes com os olhos bem abertos
(ou mesmo fechados, se acreditais), no canto
da velha vereda, escondida, oh, Émuito bem es-
condida !

A SOMBRA DO SOL:

Era uma vez um patinho que se afastara da mae


quando nadava no pantano.

Estávamos em Julho, e o nosso amigo sofria muito


com o calor.

--Patinho, esqueces-te do teu chapéu de palha


Vais ficar doente ! Poe-te à minha somhrA

Quem é que Ihe falava assim É

71
72 É É É

Era uma flor grande e bonita, com pétalas douradas


rodeando a parte central, escura.

--Aceito, diz o patinho. Como és aÉmável, ocupan-


do-te de mim. Mas como é que te chamas ?

--Eu sou o girassol, o grande sol...

--Oh !

O patinho nem conseguia respirar, por ter feito


tal descoberta. Primeiro, fez uma vénia de agrade-
cimento, depois deitou-se à sombra do girassol,
tendo o cuidado de mudar de posiçao de tempos
a tempos, porque a sua Ésombrinha» viva rodava
sempre segundo o sol, o outro sol, o que queima
e nao se deixa olhar de frente.

A tardinha, enfim, o patinho perdido adormeceu


E, quando a Ma.ma Pata o encontrou, ficou satis-
feita porque ele nao estava doente. Mas ele
disse-lhe ao acordar:

--Nao tenhas Émedo, Mama, estou à sombra de


um grande sol, meu amigo...

Como foi invejado pelos irmaos, quando contou a


sua aventura !

árvore dos gulosos:

Enfim, quando houver uma festa de crian,cas, pode-


remos divertir-nos a fazer ou orientar a confecçao
desta <Éárvore» inesperada, que permite aos jovens
convidados a colheita dos frutos maravilhosos.

É constituída por um belo ramo bastante rígido,


fixado num caixote, no qual se suspendem laran-
jas ou toranjas.
Para segurar os frutos, atravessamos-lhes u,m duplo
fio de «nylon». Para isso, usar um atacador, uma
agulha grossa ou um arame. No anel interior do
fio, passar um pequeno fragmento de É.madeira, para
impedir a queda do fruto. As duas pontas que
ficam na parte superior sao atadas ao ramo.

Espetar, nos frutos, salsichas pequenas, pedaci-


nhos de queijo, sandes variadas, azeitonas... e
mesmo chupa-chupas.

Ao pé da árvore, dispor ao acaso pedaços de pao,


colocados sobre papel verde bem limpo. Debaixo
deste papel, estao escondidos bombons, chocola-
tes, etc., que os gulosos só descobrirao quando
tiverem comido o pao destinado a acompanhar os
alimentos que orna.mentam a árvore

Para completar a decoraçao, enrolam-se caules ae


hera aqui e acolá.

N
74

E SEMPRE
BOM SABER

AS FLORES MARCAM AS ETAPAS DA VIDA:

Os nossos antepassados, na ocasiao das festas,


cobriam de flores as ruas da cidade, a entrada e
as fachadas das casas, o pavimento dos santuá-
rios. Nos banquetes, os convivas ornamentavam
a cabeca com flores

Ainda actualmente, nas i!has do Pacífico, os visi-


tantes sao acolhidos com colares de flores perfu-
madas, que Ihes sao colocados à volta do pescoço

E frequente vermos as visitas levarem flores, e o


ramo mais modesto dá sempre prazer à dona da
casa, que deve encontrar palavras apropriadas para
agradecer. Dará toda a importancia ao ramo, que
porá imediatamente em água, trazendo-o para a
sala de receDcao.

No quarto de um doente ou de um convalescente,


em casa, na clínica, no hospital, a presença de
flores é sempre um sinal de esperança.
No entanto, nao oferecer ramos muito grandes ou
perfumados, que poderiam incomodar, numa sala
excessivamente aquecida

No Dia da Mae, é costume oferecer um belo ramo


de flores, quer com a cumplicidade do Pai, quer
recorrendo às próprias economias

Estas flores podem apresentar-se em ramo, ou sob


a forma de pequenos presentes decorados com
flores, como os quadros de flores secas de que
falámos na pág. 52, flores confeccionadas com
agulha ou pintadas a pincel, etc.

O ramo de luto, por vezes apresentado sob a forma


de palma ou coroa, representa o último adeus.
E acompanhado de um cartao de visita em que se
exprimem as condolências à família.

O ramo oferecido por ocasiao de um nascimento


ou baptizado, de cores delicadas (branco, azul
pálido, rosa) exprime os votos de felicidade à
cnança que agora entra no mundo.

O ramo de comunhao, de preferência branco, po-


derá ser, também, rosa pálido, malva ou azul
cla ro .

O ramo de casamento acompanha-se de uÉm cartao


de visita com parabéns e votos de felicidades.

75
O ramo de bodas de ouro, que marca uma uniao
de cinquenta anos, é, frequentemente, constituído
por rosas vermelhas.

Saibam também que:

O oitavo mês do ano republicano chamava-se


Floreal (20 de Abril a 19 de Maio), o mês das
flores.

As Florais. sao festas em honra da aeusa Flora


(deusa das flores). As Florais de 1969 foram orga-
nizadas no Bosque de Vincennes, em Paris.

A capital dos perfumes é a cidade de Grasse, nos


Alpes Marítimos, rodeada de campos de flores.
A indústria de perfumes está muito desenvolvida.
Alfazema, rosas, jasmins, cravos, flor de laran-
jeira, violetas, etc., sao aí colhidas, e, graças a
uma exposiçao privilegiada, adquirem um aroma
particularmente agradável.

Chamavam-se Écultivadores loucos)>, em Harlem


(cidade da Holanda, capital das tulipas desde o
séc. XVI) aos amadores destas belas flores que
possuiam as mais diversas variedades, por vezes
bastante raras. Nao hesitavam em se arruinar para
adquirir o bolbo duma tulipa que faltava na sua
colecçao.

Alexandre Dumas conta uma história a propósito


deste facto no seu livro A TULIPA NF(:RÉ
78

Ao contrário do que se pensava, n3io basta à


crianÉ,ca viver em contacto com a Natureza, rnas
deve, sobretudo, agir com ela, sobre ela, i5to é,
cultivar plantas,
Alu e Jacques
A FORCA
DAS
PLANTAS

Se, por instinto, a criança é atraída pelas flores


colhidas e agrupadas em ramos, é certo que gosta
ainda mais de plantas, das quais pode observar o
crescimento, apercebendo-se da vida que nelas
existe .

E bom deixá-la É<frente a frente>) com elas, para


que possa levar a efeito as suas experiências,
mesmo que sejam, à partida, condenadas ao fra-
casso. Isto faz parte da tomada de contacto com
a Natureza. Apesar de tudo, é conveniente pre-
servar o pequeno jardineiro de malogros suces-
sivos, decepçoes dolorosas, guiando-o, dando-lhe
indicaçoes e conselhos que Ihe assegurem vitórias
encora jadoras.

Para já, é necessário que a criança se aperceba de


que as plantas ao seu cuidado Ihe pertencem
completamente. Torna-se assim, como diz Froebel,
«responsável por uma acçao sériae. E isso fará
com que se aplique cada vez mais

Dispondo de um canto para as suas <(culturas)),


vigia-as, observa as suas carências, alimenta-as,
defende-as, trata dos seus ferimentos com pre-
cauçao, numa palavra, compreende essa coisa ma-

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79
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ravilhosa que se Ihe revela: <(o silencioso mundo


das plantas» (Holderlin).

E que excelente escola de perseverança ! Se a


rapidez do desenvolvimento (como no jacinto, por
exemplo) surpreende, por vezes, a criança, na
generalidade dos casos, a paciência quase que se
esgota, perante a lenta eclosao da vida.

Descobrirá que a planta nao é somente o que se


vê, o que sai da terra, mas que há, no solo, como
que um reflexo obscuro do caule: também a raiz
cresce, .mas em protundidade. A planta cresce
«para os dois lados !» Bastará observar um ja-
cinto num vaso de vidro para se convencer desta
realidade .

Habituemos a criança a tratar das plantas regu-


larmente, a uma hora fixa. C)ptimo exercício de
disciplina consentida, de observaçao contínua, de
educaçao da vontade e da generosidade, porque
o tempo reservado à É<cultura» diminui as disponi-
bilidades para brincar.

Podemos estar certos: a crianc,a gosta da des-


coberta, tem prazer em aumentar os seus conhe-
cimentos, e o nosso jardineiro vive, assim, a mais
divertida aventura.
TRATAR
DAS PLANTAS

Os utensílios do perfeito
jardineiro:

Antes de se dedicar à jardinagem, para nao sujar


ou estragar as roupas, a crianca deve proteger-se
com um pequeno avental, munido de u.m grande
bolso, se possível, onde serao transportados os
É<utensilio5»,

Instalar-se confortavelmente no chao ou a uma


mesa, tendo o cuidado de proteger sempre o local
escolhido coÉm folhas de jornal.

Munir-se de luvas velhas.

Veremos, adiante, como proceder para preparar


os vasos, a terra e as plantas.

Plantar é fixar uma planta na terra, e, para isso,


é preciso um plantador. f um pedaço de madeira
cilÉndrica, munido de uma ponta por vezes metálica,
e dobrado na outra extremidade de forma a poder
segurar-se melhor. Éegundo a i.mportancia das
raizes ou do caule (estaca), é preciso recorrer a
um verdadeiro plantador ou a um fragmento de
madeira ponteaqudo (um láDis, Dor exemDlo).
Para deslocar as plantas, transvasando-as, é indis-
pensável uma colher de jardineiro. Impede que os
caules, principalmente os mais jovens, que se par-
tam, e permite a conservaçao da terra à volta das
raizes. Uma velha colher poderia servir, mas é pro-
vável que o avô ou o pai se resolvam a fabricar
um autêntico É<transplantador», que serve, também,
para a herboriza,cao. Nao é difícil, basta proceder
como se segue:

--Arranjar um tubo de alumínio ou borracha muito


duro, de 15 a 25 cm de comprimento, e de 3 a 5 cm
de diametro.

--Cortar um dos lados do tubo em viés alongado,


inspirando-se nó desenho anexo.

Obtemos, assim, um utensílio muito prático para


a deslocaçao de plantas.

Para dobrar os caules, no solo, utilizar garKÉhos


de cabelo (modelo antigo).

Tambérn é preciso um regador de bico muito com-


prido para chegar às partes afastadas sem ferir
a planta, e um pulverizador ou uma rolha-pulveri-
zadora, que se pode adaptar a qualquer garrafa.

Encontramos à venda pequenas colecçoes de uten-


sílios para o perfeito jardineiro, próprias para
«jardinagem de apartamento».

Recipientes, vasos,
jardineiras, JÉciache-pot''
e jardins móveis:

VASOS:

Conforme o tamanho da planta, o vaso deve per-


mitir que as raizes fiquem à vontade, mas sem
exagero. Quando se torna muito pequeno, muda-se
a planta (ver pág. 90).

As formas tradicionais, as ,mais usadas, servem


perfeitamente, assim como os vasos de barro ou
faiança. Contudo, os vasos de matéria plástica
sao cada vez mais usados e apreciados.

O importante é escolher um recipiente que tenha


um ou mais orificios de evacuaçao.

MANUTENÇÉO:

Os vasos de barro perdem rapidamente a frescura.


Assim, é necessário escovar o exterior sempre que
pareça necessário.

Por cada nova utilizaçao, um vaso deve, aliás, ser


cuidadosamente limpo e desinfectado (com lixívia).

Para permitir a evacuaçao do excesso de água de


rega ou de chuva (plantas de varanda), é neces-
sário arranjar um dispositivo de fácil realizaçao:

--para um vaso pequeno, um simples caco ou


uma pedra basta para obturar o orifício;

--para uma jardineira grande, uma bacia de fonte-


nário ou outro recipiente com um fundo de grandes
dimensoes, será preferivel arranjar uma base de
pedrinhas, mas os orifícios de evacuaçao devem
sempre ser protegidos com pedras grandes ou uma
placa de fibrocimento imputrescível.

Os vasos mais práticos sao, como é evidente, os


que conserva,m a água, o que permite regas menos
frequentes (e isto é importante quando se parte
para férias). Obtém-se, assim uma distribuiçao
regular da água.

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«CACHE-POT))

Os vasos de reserva de água de que falámos nao


necessitam de «cache-pot>É, em vinude do seu
aspecto elegante e variedade de cores.

Mas, para evitar os <(acidentesÉ que podem ser


provocados pelo escoamento de água, e para
embelezar a apresentaçao da planta, existeÉm nu-
merosos tipos de «cache-potÉ, escolhidos em fun-
çao do local a que se destinam e decoraçao da
casa .

Para que o ar possa circular, deverao ser um pouco


maiores que o próDrio vasn

LOCALeAÇAO E DISPOSI,CAO:

Se se dispoe de várias plantas para cuidar, dis-


pô-las de forma simultaneamente prática e elegante,
sabendo como agrupá-las.

--Numa varanda: Colocar, apenas, plantas que


suportem a exposiçao ao sol e a sombra. Se a
temperatura for excessivamente baixa, os vasos
podem quebrar.

Aliás, os vasos devem ser solidamente fixados na


varanda, por causa do vento. E cuidado com a
rega das plantas, para nao molhar o vizinho ou os
transeuntf3g !

--Num suporte suspenso no tecto: Plantas pen-


dentes, de preferência.

Forrar o fundo do vaso com musgo natural ou


sintético.
--Numa mesa baixa.

--Num prato de balança.

--Num carrinho de chá.

--Nu.m recipiente apropriado, autêntico ((jardim


móvelÉx

O carrinho de chá e o jardim móvel deslocam-se


sobre rodas, o que facilita imenso os cuidados de
limDeza .

Elementos de suporte:
estacas e suportes vários:

As plantas que têm caules herbáceos devem ser


apoiadas, de início, para que sejam orientadas
harmoniosamente, e, depois, para que nao partam.

É essencial tentar dissimular as estacas o mais


possível (porque, por vezes, sao bastante dese-
legantes), ou, pelo contrário, empregar elementos
de suporte escolhidos para serem vistos (raízes
ou pedaços de madeira flutuante, por exemplo).

Para atar os caules, nao e.mpregar fios cortantes.


Prender com ráfia ou com uma fita liaeira.

Vejamos alguns modelos de estacas:

--Caules de plástico adquiridos nos estabeleci-


mentos comerciais. Sao bastante rígidos e muito
feios.

--Estacas de ferro. Têm o inconveniente de en-


ferrujar.

--Bastoes de madeira. Ao fim de certo tempo,


apodrecem.
--Ramos secos e bifurcados também apodrecem,
mas permitem arranjos muito decorativos.

--Bambus. Imputrescíveis, e, talvez, os menos


desagradáveis à vista, sao os que preferimos.

Prender os caules ramificados numa única estaca


tem o grande inconveniente de apertar demasiados
os caules, sobretudo os mais jovens, que ficam
bastante comprimidos.

O processo mais conveniente consiste em arranjar


várias estacas, unidas com ráfia, arame ou junco,
dispostas em paliçada, e.m triangulo, quadrado ou
círculo

Conforme a altura, poÉerao ser necessanas vanaS


filas de ráfia para segurar convenientemente esta
estrutura (o que, frequentemente, é indispensável,
nas varandas).

Nos apartamentos, para plantas com gavinhas, po-


deremos recorrer a um pedaço de tecido de corti-
nado ou uma rede leve, presa a dois suportes.

Numa superfície maior, podemos formar verdadei-


ros tabiques de folhagem (várias plantas trepa-
deiras) .

Se se pretender manter os caules na terra (para


germinar), poderemos usar ganchos de cabelo das
nossas av6s, muito práticos e baratos.

PrecauçoeÉ e eonselhos:

O importante é gostar-se das plantas, o que im-


plica a compreensao das suas carencias, para que
se mantenham belas e frescas.

Para se possuir plantas bonitas, para que se de-


senvolvam, é necessário rodeá-las de cuidados por
vezes um pouco desagradáveis. Mas que grande
alegria, depois, quando se observa o seu bom
estado, quando se consta que se desenvolvem
plenamente graças à vossa atençao !

Nao podemos obrigar as plantas a serem belas


por artes mágicas; mas, no entanto, há um se-
gredo importante: viver em comunhao com elas,
observá-las, ajudá-las, admirá-las.

Esta verdade, válida para todas as plantas, é ainda


mais notbria nas plantas de apartamento, que
recusam o seu meio natural para viverem connosco,
entregando-se aos nossos cuidados.

Nao há regras absolutas. Mas, assinalando-vos


factos diversos, comunicando-vos certos resulta-
dos, dando-vos alguns conselhos, esperamos aju-
dar-vos na vossa tarefa, que será teniar conservar
perto de vós, ou das crianças que vivem convosco,
as mais belas e variadas plantas.

COMO DEVEM SER TRATADAS:

As plantas, como é do vosso conhecimento, ali-


mentam-se, crescem, desenvolvem-se e reprodu-
zem-se. Se nao forem bem tratadas, morrem.

E estes cuidados sao tanto mais necessários


quanto nós es aprisiona.mos nos apartamentos,
onde se encontram numa situaçao anormal.

Todas precisam de:

--Alimentaçao, através de mudança de terra,


adubo,
rega.

--Ar, luz e sol.

--Éliqiene e beleza.
Quando chega a vossa casa, a planta está confor-
tavelmente instalada num vaso cheio de terra para
plantas de interior. Em geral, a mistura desta terra
é própria para a p!anta. De qualquer maneira, é
preciso que a terra seia areiada e húmida.

Arejada, porque as raizes respiram, tal como


partes da planta aue ficam no exterior

Húmida, para que a planta se alimente e sacie mais


facilmente.

Mas a terra esgota-se facilmente. Assim, de tem-


pos a tempos, é necessário mudá-la ou dar-lhe
um medicamento: adubo é a palavra apropriada

As plantas sao mudadas de um vaso para outro


quando a terra já nao tem as qualidades neces-
sárias.

Para a maior parte das plantas, esta opera,cao é


necessária todos os anos. Mas cabe à própria
pessoa ver quando se torna necessário mudar de
terra, ou arranjar um vaso ligeiramente maior.

Num vaso muito limpo, cujo orificio de base


(orifício de drenagem) foi obturado por um caco
ou uma pedra para facilitar o escoamento da água
e reter as raízes, colocar terra própria (à venda
nos estabelecimentos da especialidade), e insta-
lar a planta com precauçao.
A dificuldade está em retirar a planta do vaso
antigo sem estragar as raizes. Os jardineiros se-
guram com a palma da mao a terra do vaso, e,
apertando o caule entre dois dedos, rodam rapi-
damente a planta e batem num rebordo qualquer
para que o vaso se separe.

Por vezes, procede-se assim sem resultado. Antes


de isolar o vaso, é preciso humedecer bem a terra,
para que a operaçao seja facilitada. Se necessário,
sacrificar o vaso antigo, quebrando o fundo com
um martelo. Se se trata de um vaso de valor ou
de rega automática (Riviera, por exemplo), ter
paciencia e agir com cuidado

A planta, retirada do vaso antigo, é instalada num


novo. É preciso comprimir ligeiramente a terra,
deixando cerca de um centímetro do vaso livre
para facilitar a rega.

Terminada a mudança, regar abundantemente.

E entao, esperar por Março ou Abril

E, bem entendido, aproveitar a mudança para des-


dobrar certas plantas demasiado volumosas.

Adubos:

De tempos a tempos, é preciso dar à planta um


fortificante: um adubo.

A operaçao é bastante simples: existem, à vendÉ


várias especialidades prontas para emprerlar

Nunca se deve utilizar demasiado adubo, nem com


demasiada frequência. A terra pronta para adubar
deve estar húmida Regando bem, de véspera,
evitamos queimar as raízes.

8c)

91
Rega:

E difícil avaliar exactamente a água necessária a


uma determinada planta. Umas necessitam de muita
(Ipapiro), outras de menos (sanseveria). Em certas
casas o ar é muito seco (aqueci.mento central).
Se chove, o ar torna-se mais húmido. É necessário
ter em conta tudo isto.

Saibamos que:

--Pouca água é, geralmente, menos prejudicial que


água em demasia.

--As regas demasiado frequentes fazem apodre-


cer as raízes e tornam as folhas aÉmareladas.

--Nunca se deve deixar o prato de suporte com


água, e também nao é conveniente deixar água no
fundo do Écache-pot)x

--E preferivel regar as plantas com água da chuva.


Nos apartamentos, se se recorre à água da tor-
neira, ter o cuidado, no Inverno, de deixar a água
em repouso durante um certo tempo, para que
nao fique muito fria.

O processo de rega mais prático consiste em usar


um regador de colo longo, que permite dirigir a
água exactamente para onde se quer, e que pode,
também, servir para encher os reservatórioS de
rega automÉtica, tao práticos.

Nos vasos vulgares, ter o cuidado de regar toda


a massa de terra, e nao, soÉmente, a superficie.
É preciso deitar bastante água, para que atravesse
a terra até ao orifício inferior de drenagem

TÉrÉtura:

Há poucas hipóteses de se ter, dentro de casa,


uma temperatura inferior a 10C.
Mas é preciso evitar as mudanças bruscas de
temperatura: Janelas abertas directamente sobre
as plantas, ou durante muito tempo.

O calor excessivo seca muito. Pôr água nos satu-


radores dos radiadores, e nao se esquecer de pulve-
rizar as folhas (Ipulverizadores ou rolhas-pulveriza-
doras, análogas às aconselhadas para as flores
--ver pág. 13).

Enquanto o aquecimento estiver ligado, estar atento


às carencias de água de cada planta. Para isso,
verificar com os dedos o teor de humidade de cada
vaso, procedimento a adoptar também, nas épocas
de grande calor.

AR. LUZ. SOL.

E necessário renovar o ar, porque as plantas tam-


bém respiraÉm. É sobretudo ao cair da noite que
se deve mudar o ar. E nao nos esqueçamos de
arejar um companimento onde estiveram fuma-
dnres I

Mas, como já dissemos, evitar as mudanças brus-


cas de temperatura.

A luz é necessária para a formaçao de combinaçoes


quimicas de grande importancia para a planta.
Desta forma, estejamos atentos à penetraçao de
eneroia luminnsA

EÉm certos locais sombrios (corredores, entradas),


poderemos instalar lampadas eléctricas especiais
(do género de lampadas fluorescentes Sylvania,
Gro-Lux), que fornecem energia luminosa equiva-
lente à do dia.

Em relaçao a plantas colocadas perto das janelas,


o sol pode ser contra-indicado para certas espécies.
Mesmo para as que têm necessidade de sol, é
necessário que este nao seja muito violento. Neste
caso, recorrer a persianas, portadas ou repostei-
ros grossos.

HIGIENE E BELEZA:

É muito importante observar uma limpeza rigorosa


dos vasos, dos Écache-pot)> e das plantas. É indis-
pensável lavar as folhas, para as libertar da poeira.

Por vezes, é necessário pulverizar com insecticida


para destruir os parasitas, ou com desinfectante,
no caso de certas doenças. Mas isto raramente
acontece quando as plantas sao bem tratadas.

Observá-las com frequência. Procurar descobrir a


causa de eventuais alteraçoes. Se a terra se torna
muito compacta, revolve-la com a ajuda de um
garfo velho, como se fosse um ancinho.

Adaptar estacas sempre que seja necessário.

Enfim, se pretendermos plantas com um aspecto


ainda mais belo e brilhante (como no caso da
«árvore da borracha>É, por exemplo), lavar as fo-
lhas com um pouco de algodao hidrófilo embebido
em leite cru, cerveja ou produtos especiais (à
venda nas floristas ou horticultores).
A VOSSA
ESCOLHA

Plantas de interior
de varanda:

A Natureza poe à vossa disposiçao um número


considerável de plantas.

É necessário familiarizarmo-nos com todas estas


espécies, mas nao é aconselhável empreender vá-
rias culturas ao mesmo tempo. Impoe-se fazer
u.ma escolha, que será funçao do acaso, da com-
pra, de uma preferência.

Vejamos algumas plantas atraentes e decorativas


que poderemos reconhecer.

Feita a escolha, observar atentamente as plantas,


tratá-las bem, aprendendo as suas necessidades e
caprichos.

Elas nao gostam de mudar de lugar.

Há afinidades entre elas. Nao podemos juntar no


Émesmo vaso plantas que nao tenham as mesmas
carências, porque murchariam. Deixá-las em va-
sos separados, colocados lado a lado em jardi-
neiras, ou recipientes vários.

E, sobretudo, ter muita paciência, como os puxa-


dores de ricochó, no japao, que, enquanto esperam
os clientes, tratam das suas minúsculas plantas
durante horas, ou como aquele velho prisioneiro
de Veneza, que tinha apenas uma amiga: uma
flor insiqnificante que crescera na goteira.

ARbLlA:

Com as suas belas folhas espalmadas, a Arália


adapta-se a qualquer decoraçao.

Exige regas regulares e uma temperatura moderada.

ASPARAGUS PLUMOSUS:

A sua folhagem leve e Émuito fina é utilizada em


ramos de cravos ou rosas.

Esta variedade de espargo gosta de luz, mas nao


se dá com muito sol.

É uma olanta que necessita de muita água.

A5ÉARAÉSUS SÉREÉ £í21


ASPARAGUS SPRENGERI:

Esta outra variedade tem longos caules pendentes


e abundante folhagem. Na Primavera, produz deli-
cadas e minúsculas flores cor-de-rosa, que origi-
nam bagas escarlates.

Este espargo também necessita de muita água.

AUCUBA:

Planta muito decorativa, originária do Japao, re-


siste muito bem em varandas, se Ihe for fornecida
humidade, regularmente.

AZALEA:

A sua inflorescência magnífica, que surge no inicio


da Primavera, é apreciada por todos. Devido às
suas tonalidades delicadas de ver.melho, branco,
rosa e salmao, é utilizada para a confecçao de ra-
mos, e muito decorativa em vaso.

Infelizmente, nao resiste muito tempo: cerca de


um mês, se a regarem atentamente.

Cortar as folhas murchas, para permitir outras


floraçoes.

BEGONIA REX:

Esta planta é apreciada pela sua folhagem mati-


zada, com rebordos prateados.

Suporta pouco sol.

De teÉmpos a tempos, é necessário pôr um pouco


de adubo.

Por vezes perde uma folha, mas depressa crescem


outras.
97
É'IRvÉRfÉ DA
É022,4

URZE:

A floraçao surge no Outono.

A urze tem necessidade de muito ar. Dá-se bem


em grandes entradas ou terraços.

«ARVORE DA BORRACHAo:

Muito em voga, neste momento, esta planta neces-


sita de muita luz.

Prefere as regas ligeiras e repetidas.

Pertence à família das plantas que fornecem a


borracha. Pode atingir grandes dimensoes.
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ÉoÉPÉ4 CÉ

URZE:

A floracao surge no Outono.

A urze tem necessidade de muito ar. Dá-se bem


em grandes entradas ou terracos.

«ARVORE DA BORRACHAo:

Muito em voga, neste momento


sita de muita luz.

Prefere as regas ligeiras e repetidas

Pertence à família das plantas que fornecem a


borracha. Pode atingir grandes dimensoes.
AVENCA:

É uma espécie de feto muito leve que nao resiste


às correntes de ar, que receia o sol vioÉento e
que gosta muito de água.

Esta planta, tao elegante, presta-se


arranjos florais.

CLIVIA (ou Flor de S. José):

A sua flor é dum vermelho flamejante.

Muito robusta, floresce todos os anos.

A partir de Setembro, é necessário reduzir muito


a rega de Inverno.

Podemos colher rebentos do pé para reproduzir


novas plantas.

Nao é necessário regar muito quando se forma


botao.

É É o O oO oÉ
'oÉ
É op 6 É OÉo
o É É0 É É  O rÉ
ÉoÉ08 "É ' oD DÉ0É

O qÉ DÉOp, o ÉoÉ
o
co co s
WEDD f ' LiÉ ÉA

COCOS WEDDELLIANAN

Esta planta, da família das palmeiras, agrada pela


sua delicadeza e porte.

Cortar as pequenas folhas da base desta robusta


árvore logo que se tornem amareladas. A sua reno-
vaçao é constante.

CICLAMEN:

Planta viva2, que nos chega da Pérsia, é de grande


elegancia.

Gosta de água e frescura. No entanto, nao a afas-


tar das fontes de rÉlr)r

Se for tratada regularmente, abrem-se numerosos


botoes semelhantes a borboletas.

FETOS:

Os fetos sao plantas ornamentais robustas.

De Inverno, é necessário diminuir as regas.

Na Primavera, com um pouco de adubo, desenvol


vem-se bastante.

Os fetos gostam de luz mas nao se dao com


aquecimento.

A beleza e resistência desta flor é


amadores. De Fevereiro a Junho, encontramo-la
naS floristas.
Branca, rosada, azul ou malva, a hortênsia adapta-
-se a interiores.

Evitar o sol excessivo, mas expô-la à luz e forne-


cer-lhe água.

HERA:

Existem várias espécies, todas bastante resistentes.


Umas têm folhas matizadas, outras em forma de
lança .

Os caules podem ficar pendentes, ou presos


estacas para adquirirem a forma desejada

De Inverno, a hera é mais frágil, mas adqulre vlgor


na Primavera.

Pode.mos apanhar, durante os passeios, pés de


hera selvagem ou ramos com raízes pequenas,
tentando adaptá-la à vida no interior.

PAPIRO ( Cyperus-Papyrus ):

Até ao séc. XVI, os papiros que cresciam na


regiao do Baixo-Egipto, assim como os lótus, ser-
viram para fazer uma espécie de papel (para isso,
colavam-se várias fibras estendidas lado a lado).

O papiro que podemos reproduzir facilmente per-


tence à família deste Papiro do Egipto (ver ca-
pítulo ((Reproduçao pela folhao, pág. 108).

A planta deve ser regada com muita frequência,


mas poderemos, taÉmbém, instalar o vaso num
prato baixo constantemente cheio de areia e água
(como nas margens do Nilo).

Quando os papiros sao muito altos, é necessário

1 RcÉ

101
apoiá-los em bambus ou estacas esverdeadas, dis-
postas em feixes de 3 ou 4, e atadas com arame
revestido de algodao verde ou cordao uPrdP

PASSIFLORA ( Martí rios ):

O missionário que trouxe esta planta da América


do Sul via nela todos os simbolos da Paixao de
Cristo: os cravos (na extremidade do gineceu),
as cicatrizes (cinco estames), a trave (o gineceu
alongado), a coroa de espinhos, etc.

Desenvolve-se muito bem, e agarra-se à estaca com


as gavinhas.

A flor, que aparece no Verao, abre-se ao nascer


do sol. É muito curiosa e decorativa.

FILOOENDRO:

É uma planta muito resistente, que absorve muita


água, emitindo raizes aéreas para extrair da atmos-
fera um suplemento de humidade.
Por vezes, instalam-se estas raizes em pequenos
recipientes presos à estaca, para satisfazer a sua
necessidade de água, e permitir que se alonguem
até à terra, onde penetram. Neste momento, é
necessário retirar o frasco ou tllho

SAINT PAULIA (Violeta de usambará ou violeta


de Africa):

Com efeito, é semelhante à violeta (sobretudo na


cor), mas pode taÉmbé.m ser rosada.

As folhas partem como vidro. No entanto, é muito


resistente.

Poderemos conservar esta planta durante vários


anos, expondo-a à luz, mas nao ao sol.

SANSEVERIA:

As suas longas folhas raiadas e ponteagudas sao


orladas de amarelo.

Muito resistente, mesmo com forte aquecimento


central, exige regas ligeiras e regulares. Pode durar
vários anos.

sr

SÉ, É VÉ R i É4

103
SELAGINELA:

Esta planta decorativa é semelhante aos fetos.


Precisa de humidade constante.

Os ramos sao muito apertados. Com excesso de


água apodrecem.

A selaginela é bastante bonita mesmo quando


isolada, Émas convém, sobretudo, compo-la com
outras plantas em arranjos florais.

TRADESCANCIA ( Erva -da -f ortuna ):

Vigorosa e abundante, a erva-da-fortuna dá-se em


qualquer lado.

Minimiza as decepçoes devidas às outras plantas.

Um ramo transplantado enraíza-se sem dificuldade


(ver É< Reproduçao por estaca ou enxertia »,
pág. 107).

Existem variedades de folhas raiadas de prateado,


outras púrpura, outras ainda de um verde muito
sugestivo. A flor, pequena, é muito delicada.

GERANIO:

Do conhecimento de todos, o ger3nio vulgar e a


hera-geranio, com flores de cores vivas, adaptam-
-se muito bem às varandas.

É uma planta resistente, que exige poucos cuidados


e floresce durante muito tempo.

Por outro lado, tem a vantageÉm de afastar os


mosquitos.

Regar pouco, senao desenvolvem-se só as folhas,


e nao as flores.

Reproduz-se facilmente por enxertia.


Reproduçao das plantas:

Para quem quiser desfrutar as alegrias da jardina-


gem, mesmo na escala modesta da cultura de
varanda ou apartamento, nao basta possuir algu-
mas plantas compradas na florista, e tratá-las com
cuidado. É preciso, també.m, tentar aumentar o
Éjardim)É de uma forma mais pessoal. Isto é:
semear, enxertar, formar tufos, recolher bolbos e
tubérculos.

O jardineiro-amador nao consegue levar a bom


termo todas as suas iniciativas. Mas pode tentar
pôr em prática vários modos de reproduçao de
plantas, obtendo flores encantadoras, mesmo em
r leno Inverno.

SEMFAR:

Pacotes de
derao ser
teiras.

Poderemos, também, Écultivar» lentllhas, soJa Éos


rebentos sao comestíveis), feijoes (os feijoes de
Espanha dao flores que ficam muito bem nas va-
randas), ou fazer experiências de volubilismo, etc.

Obteremos roseiras pequenas recolhendo as bagas


de uma cor vermelho-alaranjada que surgem quando
as rosas murcham. Guardá-las em areia seca, num
local temperado. Abri-las em Maio e semear as
sementes minúsculas a pouca profundidade.

É necessário regar suavemente as sementeiras,


recorrendo ao pulverizador (ou à rolha-pulveriza-
dor). Se necessário, usar um regador com o colo
obturado por uma placa finamente perfurada.

sementes com imagens sugestlvas po-


primeiro passo para diversas semen-

105
O mais prático é ainda regar bem a terra antesde semear.

No apartamento, cobrir as sementeiras com uma


placa de vidro (ou um pedaço de plástico trans-
parente) .

Existem à venda estufas em miniatura, que permi-


tem fazer várias sementeiras no mesmo vaso.

Também é possível fabricar uma mini-estufa, utili-


zando uma dessas caixas de grades que servem
de embalagem de vários produtos:

--Obturar as aberturas com plástico transparente,


ou, melhor, com plástico armado (').

--Para fixar o plástico, utilizar fita-adesiva ou


agrafador.

--Arranjar uma tampa para a caixa, também de


plástico.

Abrindo mais ou menos esta tamoa, Podemos re-


gular a temperatura da estufa.

No interior, as sementeiras serao feitas em reci-


pientes planos, cheios de terra.

Qualquer que seja o modelo de estufa utilizado,


logo que as sementes se desenvolvam, transplan-
tá-las para outros vasos.

Para facilitar a transplantaçao, sem mudança de


vaso, existem recipientes em terra que se enchem
de húmus, e se colocaÉm num vaso .maior. Quando
as sementes se desenvolvem, os recipientes desa-
gregam-se, sem ferir as raízes que os atravessam.

A regularidade das regas é muito importante.

(I) E umo folho


muiÉo fina que
se vende o meÉro
de esíufos.

de plósÉico oÉrovessodo por uma rede


torno mois sólida. EsÉe maÉeriol que
os horÉiculÉores serve para a consÉruSao
ENXERTOS:

É a operaçao mais fácil. Corta-se um ramo, um


rebento ou mesmo uma folha, coloca-se na água,
depois na terra. Obtém-se, assim, novas plantas.

ENXERTO DE UM RAMO PEQUENO:

O sucesso é garantido no caso da tradescancia.


Resulta frequentemente no caso de geranio, cravo
e loendro.

--Cortar um ramo forte da planta-mae.

--Conservar só a extremidade, seccionando por


baixo de uma folha, ficando com 5 a 8 cm de
comprimento.

--Retirar suavemente as folhas da base.

--Plantar em terra húmida, à sombra, nos primei-


ros dias.

Podemos fazer vários enxertos lado a lado, em


todas as estaçoes. Éi de realçar o resultado obtido
com a tradescancia, chamada, também, erva-da-
-fortuna, por exemplo.

ENXERTO DE UM REBENTO (hera, filodendro):

Numa planta velha, colher um rebento que tenha,


de preferência, uma ou duas raízes adventícias, e
colocar na terra.

Resulta em 50 % dos casos, na Primavera.

107
ENXERTO DE UMA FOLHA:

Saint Paulia:

Escolher uma folha com bom aspecto, e plantá-la.


As raízes formam-se pouco tempo depois, assim
como os rebentos.

Quando a planta estiver bem fixada no vaso, supri


mir a folha-mae.

É preferível realizar vários ensaios, simultanea-


mente.

SarÉevena:

Plantar a folha completa ou parcialmente.

Papiro:

Na Primavera, cortar uma folha cora um caule de


cerca de 2 cm. Cortar as folhas a 3 ou 4 cm do
centro .

Dispor esta espécie de estrela numa taça cheia


de água pura (de preferência, água das chuvas).
Cobrir com uma placa de vidro. Vigiar o nível
da água.

As raízes e os rebentos formam-se rapidamente

Mudar para terra todos os rebentos, quando atin-


girem cerca de 5 a 7 cm.

ENXERTO DE MERGULHIA:

É um processo que consiste em fixar um ramo à


terra (com a ajuda de ganchos de cabelo), para
provocar o aparecimento de raízes.
É a operaçao mais difícil de realizar.

Podemos tentar, primeiro, com uma Caprifoleácea.

FORMAR TUFOS:

No momento da Émudança, separa-se o tufo em


dois.

Nas plantas com bolbos ou rizomas, separam-se os


bolbos (tulipa, jacinto) ou os rizomas (íris).

Estes bolbos e estas obatatas», como se diz,


desenvolvem-se muito facilmente em apartamentos.
E é divertido observar a evoluçao de um bolbo
de jacinto colocado nu.ma garrafa, ou de tulipas
dispostas numa taça.

Quando colocado na garrafa, o bolbo nao deve


mergulhar na água (deixar 1 ou 2cm de intervalo).
O segredo consiste em manter a garrafa e o bolbo
num local fresco e sombrio, durante três semanas.

Reajustar o nivel da água, que se vai evaporando.


Mudar de água de 15 em 15 dias

Ao fim de três semanas de permanência na sombra,


podemos assistir, à luz, ao crescimento da planta,
e ao desenvolvimento da flor.

Se nao se possui um vaso especial, recortar uma


rodela de cartao que se coloca no centro, para fixar
o bolbo numa taça ou num frasco de conserva.

Existe u.m vaso especial para o açafrao. Revestir


o fundo com areia fina coberta de musgo. Colocar
a parte descoberta dos bolbos junto dos orifícios
da parte superior. Deixar à sombra durante 15 dias.
Manter uma humidade suave.

So $É
É4É:RAo

109
casa transparente-

É o nome que podemos dar a esta forma de apre-


sentaçao das plantas, que começamos a ver nas
montras.

Na sua casa de vidro, vivem pequenas plantas, ao


abrigo de poeiras e correntes de ar.

Para isso, basta que tenham um pouco de terra


húmlda, e que o vidro seja branco. Graças ao
processo de isolamento, as plantas podem viver
em circuito-fechado, sem desperdiçar humidade, e
conservam a sua frescura durante muito tempo,
mantendo o tamanho desejado.

A realizaçao duma cultura deste género nao apre-


senta grande dificuldade:

RECI PI ENTES :

Garrafoes, boioes, frascos antigos, garrafas vulga-


res, redomas, etc. A forma pouco importa, o
essencial é poder fechar hermeticamente.

PLANTAS:

Escolher espécies de pequenas dimensoes: fetos


pequenos, avenca, begónia, hera, arruda-dos-mur
funcho-marinho, etc.

COMPOSIÇAO DO JARDIM:

Dispor as plantas de forma harmoniosa num prato,


ou mesmo num Dedaco de oaoel (com as mesmas
dimensoes do fundo do recipiente), como se esti-
vesseÉm já na sua casa transparente, visiveis de
todos os lados. Tentar descobrir um arranjo agra-
dável à vista.

Empregar plantas de folhagem diferente, cores va-


riadas, que se valorizem mutuamente.

COLOCACAO DAS PLANTAS

É tanto mais fácil quanto maior for a abertura do


recipiente.

Se se tiver dificuldades na disposiçao, servir-se de:

--uma agulha de croché para afastar a terra:

--uma pinça para prender as plantas;

--um ta.mpao de algodao para limpar as paredes


interiores, se estiverem sujas;

--um funil, para verter a terra: mistura de areia


do rio, húmus e terra húmida.

Se as plantas foram arranjadas no campo, ou


obtidas por enxerto, conservar o torrao junto à
raiz Se for muito volumoso, cortá-lo com a tesoura.

Se a planta foi comprada em vaso, retirá-la do


recipiente. É preferivel partir o vaso do que estra-
gar a planta

Verificar a humidade da terra. Se necessário, acres-


centar água com a ajuda de um conta-gotas. Tal
como no jardim japonês, as pedrinhas, conchas,
figuras minúsculas ou ani.mais poderao dar ao con-
junto uma nota de originalidade.

ÉO/ÉfÉ DE V,Év

ÉRÉTÉ 111
FECHO DO RECIPIENTE:

Fechar cuidadosamente o recipiente onde vivem


as plantas em circuito-fechado, sem perder humi-
dade, como na Natureza.

De dois em dois meses, aproximadamente, quando


a terra perde cor (sinal de secura), deitar uma, duas
ou três colheres de café com água, conforme o
tamanho do vaso.

Para fechar, usa-se uma rolha de cortiça ou vidro,


uma tampa, uma campanula ou uma placa de vidro,
conforme a configuraçao do recipiente.

Há quem aconselhe abrir a < casa» durante a


noite, retirando a rolha ou a tampa. No entanto,
este procedimento nao nos parece indispensável.

Ém factor importante é nunca colocar o jardim


transparente perto duma fonte de calor ou duma
ianela muito batida Delo sol.

Esta apresentaçao original das plantas é muito


apreciada pelos mais pequenos:

--por aqueles que, dispondo de pouco tempo,


possuem, mesmo assim, e com um minimo de
cuidados, o seu jardim bem vivo;

--por aqueles que sao curiosos (o mesmo é dizer,


todas as crianças !) e amadores do insólito;

--por aqueles que nao dispoem de espaço para a


«cultura>), o que, efectivamente, acontece com a
maioria das crianças da cidade.

IPlantas carnudas
e cactiformes:

Estas plantas, de aspecto estranho, sao conhecidas


por «plantas do deserto)x Nesta categoria, agru-
pamos também outras plantas que se Ihes asÉeme-
Iham, e têm as mesmas necessidades de solcalor.

Há centenas de espécies de caracteristicas dife-


rentes que se adaptam perfeitamente aos aparta-
mentos modernos.

É necessário colocá-las perto duma janela onde


incida o sol, assegurando-se de que nao apanham
frio.

Por aqui se conclui que estas plantas sao pouco


exigentes, acomodando-se, regra geral, em terra
arenosa adicionada de um pouco de terra argilosa,
num vaso que deixe escoar bem a água. Por isso,
é conveniente colocar no fundo do vaso uma
camada de cascalho.

Só é necessário regar quando a terra estiver seca,


isto é, pouco durante o Inverno e fins de Outono,
e um pouco mais de Abril a Setembro: cerca de
uma vez por semana nos dias bons, e de 15 em
15 dias durante o resto do ano.

Basta mudar ao cabo de dois, ou mesmo três anos.

Uma vez por outra, pulverizam-se as plantas por


causa da poeira, mas nunca se deve deixar água
no prato de suporte.

Como vereis, a cultura destas plantas é muito


fácil. Mas cuidado com as picadelas, que podem
ser perigosas. E preferivel tomar certas precau-
çoes: usar luvas velhas sempre que nos ocupemos
delas, e colocá-las num local onde nao possam
ferir ninguém.

Se forem atacadas por insectos (joaninhas, aranhas


vermelhas), pulverizar com insecticida à venda nos
estabelecimentos.

Bem tratados, os cactos poderao ter um aspecto


agradável durante muitos anos. Como se repro-
duzem muito facilmente, poderemos efectuar tro-

113
ÉJÉoÉBÉ C£É,

( CÉ'É'rÉJ

Go É
Éo cÉ e

£ É ÉoRÉ, DÉ
114

cas coÉm outros amadores, constituindo, assinuma bela


coleccao.

Os nomes sao estranhos. Por isso


geral, sao conhecidos por sobrenomes, mais fáceis
de fixar. Veja.mos algumas espécies:

EUFORBIACEAS:

--Semelhantes a velas (Euforbiácea-cirio)

--Com rebentos no caule

--Em forma de coxim

ECHINOCACTUS MAMMILARIA, conhecidos por


«cabeça de avó)), possuem inúmeras variedades.
As flores sao coloridas e assemelham-se a uma
bola.

Sobre a bola inicial formam-se outras mais peque-


nas, que podemos facilmente separar para obter
outras Dlantas


É'
ETCHEVARIA ou «alcachofra coral»:

A sua forma sugere, efectivamente, a duma alca-


chofra. Conforme as espécies, as folhas podem
ser verdes, cinzentas, azuladas ou brancas.

A reproduçao é muito fácil porque se formam


outras pequenas «alcachofras)) que se destacam
dos caules, desenvolvendo-se com rapidez.

SEDUM ou Erva-Pinheira:

As suas pequenas folhas carnudas crescem sem


se elevarem demasiado, e transplantam-se sem
dificuldade .

ASTROPHYTUM:

A superficie é verde, destacando-se pequenos pon-


tos brancos formados por pêlos fortes e curtos,
As flores surgem na parte superior da planta, como
uma arande borla.

4LCÉc ÉbfÉ

C O/iÉA L
ERÉ`p;ÉlÉA

115
CERCUS:

Planta Étrepadeira, ramificando-se em tufos. Na


Primavera, surgem flores de um belo vermelho-
-escarlate .

OPUNCIACEAS:

As folhas planas, ovais ou arredondadas, têm a


forma de uma paleta. Os pontos brancos, amarelos
ou avermelhados, conforme as espécies, sao muito
decorativos. As flores sao de um amarelo-vivo
muito quente.

ZYGOCACTUS:

A sua floraçao, Émuito abundante, produz-se no


Inverno. A planta é muito resistente, e vive du-
rante muitos anos.

Poderíamos citar muitas outras espécies de cactos


e plantas carnudas. Mas é fácil encontrá-las des-
critas e reproduzidas em livros da especialidade,
ou observá-las em floristas e em colecçoes de
a mAdorec

Como reproduzir
estas lÉiantas:

S EM ENTEI RA:

Até os jovens amadores podem semear a planta


escolhida, optando por um vaso relativamente pe-
queno e bem drenado, isto é, como já referimos,
um vaso que deixe escoar bem a água, graças a
uma camada de cascalho colocada no fundo.

necessário que a terra esteja bem peneirada


(passa-se por uma peneira ou coador). As semen-

CERCUS:

Planta Étrepadeira, ramificando-se em tufos. Na


Primavera, surgem flores de um belo vermelho-
-escarlate.
OPUNClbCEAS:

As folhas planas, ovais ou arredondadas, têm a


forma de uma paleta. Os pontos brancos, amarelos
ou avermelhados, conforme as espécies, sao muito
decorativos. As flores sao de um amarelo-vivo
muito quente.

ZYGOCACTUS:

A sua floraçao, Émuito abundante, produz-se no


Inverno. A planta é muito resistente, e vive du-
rante muitos ano.É

Poderíamos citar muitas outras espécies de cactos


e plantas carnudas. Mas é fácil encontrá-las des-
critas e reproduzidas em livros da especialidade,
ou observá-las em floristas e em colecçoes de

amadrlrec

Éomo reproduzi
estas plantas:

SEMENTEIRA:

Até os jovens amadores podem semear a planta


escolhida, optando por um vaso relativamente pe
queno e bem drenado, isto é, como já referimos
um vaso que deixe escoar bem a água, graças á
uma camada de cascalho colocada no fundo.

necessário que a terra esteja bem peneirada


(passa-se por uma peneira ou coador). As semen-
tes serao dispostas na terra ligeiramente compri-
mida, a pouca profundidade.

Rega-se suavemente com um pulverizador, para


nao deslocar as sementes, ou com um frasco
especial, semelhante aos que se usam para borrifar
a roupa.

Cobrir o vaso com uma placa de vidro, ou mesmo


com um pouco de plástico transParente.

REPRODUÇAO POR ENXERTO

Poderemos também reproduzir estas plantas por


enxerto. Enxertar é separar uma parte da planta e
deixá-la em condiçoes favoráveis para criar raiz.

Alguns enxertos podem fazer-se imediatamente de-


pois do corte. Outros exigem a secagem do golpe
durante vários dias, e só depois se procede à
reproduçao.

De início, as reqas devem ser mllitn s.lAvrÉc

O jardim-miniatura: Bonsai

Se, efectivamente, nao se dispuser de condiçoes


para a criaçao de plantas, devido à falta de espaço
dos apartamentos muito pequenos, é possível
arranjar-se um jardim-miniatura, como se encontra
no Japao.

Para um Europeu, Bonsai poderá traduzir-se por


«jardinagem em miniaturaÉ>.

O bonsaÉ é de origem chinesa, mas pratica-se, so-


bretudo, no Japao.

Dispostas e.m pequenos vasos alongados, as árvo-


reS anas exigem cuidados atentos e constantes
Podem viver vários anos, transmitindo-se de pais
para filhos.
117
O vaso representa a terra. Por isso, nao deverá
ser de cor agressiva, mas sim cinzento, castanho,
azul-ardósia, verde-escuro. É quase sempre rectan-
gular, com cerca de 30 a 40 cm, mas poderá ter
outras dimensoes.

A falta de profundidade nao permite uma alimen-


taçao abundante, e a planta nao cresce, dando a
mpressao de ser muito velha.
preciso regar várias vezes por dia, sempre em

.É É/É.
pequena quantidade, com um conta-gotas no caso
de se tratar de arranjos muito pequenos.

Encontramos jardins japoneses à venda nos esta-


belecimentos da especialidade, assim como árvo-
res anas tratadas especificamente para estas com-
posiçoes .

Mas é muito mais apaixonante ser a própria pes-


soa a criar este conjunto, escolhendo plantas
erectas, inclinadas ou pendentes, e realizando,
como quem faz um quadro, um minúsculo jardim
bem ordenado.

É ò'`,É

119
,4

ÉrC "É ÉITÉ 1/3

DÉ É4LTLz2A Do

| cA(20É0 Ao
1 É É 21 É CÉ JJo É rÉ .

--No fundo do recipiente, colocar uma pequena


rede de arame galvanizado.

--Introduzir nas malhas fios de cobre que servem


para fixar as raizes, e uma mistura de areia e
terra (com 3 a 5 cm de espessura, aproximada-
mente ) .

--Nos locais escolhidos para as árvores anas,


colocar seixos e fragmentos de carvao de madeira,
para evitar a putrefacçao.

--Dissimular a superficie com musgo húmido.

Posteriormente, será necessário odesbastar)É (isto


é, suprimir) os rebentos principais. Formar-se-ao
outros, mais numerosos e de menores dimensoes.

Insistimos na necessidade de regar frequentemente,


mas em pequena quantidade.

Poderemos escolher pinheiros anaos, áceres, púr-


pura, ginkgos, e todas as plantas pequenas (sa-
xífraga, linária, tomilho).

Os bonsai sao ornamentados com pequenos ele-


mentos: pagodes, personagens, animais, rochas
etc., que se encontram nos armazéns.

Para divertir:

Debrucemo-nos, agora, sobre algumas culturas bem


simples, mas suficientemente originais para des-
pertar a curiosidade dos mais pequenos, e, sem
dúvida, também dos adultos
ABACATE:
tste fruto, dos países quentes, é já frequente nos
estabelecimentos da especialidade. Prové,m, essen-
cialmente, da bfrica e Israel.
Além do sabor, tem a particularidade de possuir
um caroço susceptível de originar uma curiosa
planta de apartamento.

Vejamos como proceder:

--Lavar bem o caroço do abacate com água


tépida .

--Colocá-lo num recipiente de boca larga, man-


tendo-o direito com a ajuda de seixos ou ramos.

--Encher o recipiente com água tépida, que nao


deverá cobrir o caroço. O nível da água atinge,
apenas, a sua parte inferior (cerca de 1/3 da
altura ) .

--Colocar o recipiente num local quente (mas ao


abrigo do sol) e esperar com paciência, muita
paciência !

--Observar de tempos a tempos e, se necessário,


acrescentar um pouco de água tépida, sem alterar
a posiçao do caroço.

--Um dia, finalmente, veremos emergir um caulí-


culo com duas folhas verdes.

--Esperar, ainda, pacientemente.

--Quando o caule tiver 12 a 15 cm de altura,


cortar metade.

--Entao, instalar cuidadosamente o caroço num


vaso Émuito limpo, com terra até .metade da sua
altura, isolando bem o caule.

--A partir deste momento, regar suavemente, mas


com regularidade, uma vez por dia. O abacate
começa a expôr-se à luz.

--Cortar sem hesitaçao os caules secundários que


cresçam com muita rapidez e pareçam frágeis.

Enfim, observar um certo número de regras:


Nunca perder a corage.m: este processo pode
demorar vários meses...

É1É/

É A
\JcÉ POR ÉiA

ÉXPo2

Ao 5É

121
Recomeçar sempre que a primeira tentativa falhe.
É preferfvel plantar vários caroços, simultanea-
mente.

PLANTA MAGICA:

O mundo vegetal é uma surpresa constante. Até


existem plantas que crescem e florescem sem
áÉqua nem terra !

Com certeza que já viram, no campo, o jarro


vulgar, que se reconhece pelos frutos de cor ver-
melha viva, folhas sarapintadas e em forma de
lança, e flores brancas semelhantes a um cornetim.

A nossa planta mágica é uma variedade de jarro,


que podemos encontrar nas floristas e horticulto-
res: n «arum rÉnrnlmlmÉ

Basta colocar o bolbo num prato.

Nao sao necessários quaisquer cuidados, basta


observar o fenómeno: sem terra e sem água, após
um curto periodo de tempo, surgem folhas e uma
flor estranha e muito decorativa

OS ÉCABELOSÉ:

É fácil provocar a germinaçao de lentilhas, semen-


tes de linho ou relva japonesa em locais inespe
rados, desde que se Ihes assegure uma base cons-
tantemente húmidA

Este suporte pode ser constituído por algodao hi-


drófilo, musgo ou pedaços de esponja. Humedecer
regularmente. Em breve veremos que estas semen-
tes originam cauliculos finos como «cabelosÉ, e
folhas minúsculas de um verde muito fresco, cres-
cendo em todas as direcçoes, como uma cabeleira
desgrenhada.

Poderemos decorar, assi.m, nao só um pires ou


um prato, mas cascas de ovos, conchas ou um
velho tamanco de madeira, o que diverte imenso
as criancas.

A BATATA MIRACULOSA ou Batata Doce (Con-


vulvulus batatas):

Originária da América do Sul e também da lndia,


é comestível, e encontra-se à venda nos estabe-
lecimentos de frutas e produtos exóticos.

A batata doce será instalada num vaso grande,


numa caneca ou num copo, cujo diametro corres-
ponda ao seu tamanho.

A água deve atingir cerca de um terço da altura


total.

Mais tarde, quando a planta se tiver desenvolvido,


dissimula-se este recipiente com um «cache-pot».

Deixar o tubérculo num local sombrio, durante


alguns dias. Em breve se desenvolvem raízes na
parte imersa. Depois surgem embrioes que origi-
nam cauliculos.

Entao, mudar a batata para um local claro, mas


que nao seja excessivamente batido pelo sol.

A partir deste momento, desenvolvem-se folhas,


e os caules crescem, pelo menos, 2 cm por dia !
A planta toma uma forma natural e harmoniosa.

123
ÉD' ÉtÉ4S
PÉs£fÉ, 7DÉ`o J

Com uma despesa mínima, obteremos, assim,


uma planta bastante curiosa, que nos surpreende
pelo seu crescimento quase miraculoso.

PLANTA CALHAU (Litrops):

Ée tivéssemos referido esta planta no capítulo da


Cactáceas, é possível que tivesse passado desper-
cebida. É tao pouco vulgar que preferimos dá-la
a conhecer pelo seu sobrenome de ePlanta-CalhauÉx

É originária dum deserto da Africa do Sul, onde


chove apenas uma vez por ano, ou nao há, mesmo,
qualquer tipo de precipitaçao !

Em repouso, coberta com uma película esbran-


quiçada, tem o aspecto de uma pedra oval, com
uma fenda que a divide ao meio, tomando a cor
dos verdadeiros calhaus que a rodeiam. Na rea-
lidade, trata-se de duas folhas que funcionam
como reservatório de água.

Nessa fenda surge um rebento, que origina duas


outras folhas semelhantes. A pouco e pouco, as
folhas precedentes secam.

No momento da floraçao, sai da fenda uma flor


do mesmo tamanho da planta, de um amarelo
maqnífico.

Os próprios ecalhauso tomam cores muito varia-


das, amarelo, vermelho, azul ou rosa, e sao de

De realçar que, se mudarmos as pedras que ro-


deiam esta planta-camaleao, a sua própria cor é
alterada, passando a assemelhar-se à dos elemen-
tos que a rodeiam. Mas, mesmo assim, é preciso
ter paciência, esperando uns quinze dias até que
o fenómeno se torne visível.
flores e
plantas na
cozlnha

PÉntas aromáticas:

Os bons cozinheiros utilizam as plantas aromá-


ticas com conhecimento de causa.

Estas plantas podem ser pulverizadas, encontran-


do-se à venda sob esta forma. Mas, colhidas
directamente no jardim, sao muito mais perfu-
madas !

Mas, quem nao dispoe de jardim, terá que renun-


ciar às verdadeiras É(ervas aromáticasÉ> ?

E possível cultivar as principais ervas aromáticas,


e até mesmo o agriao, num canto da janela da
cozinha ou numa varanda, numa cidade. Basta
dedicar um pouco de atençao a este tipo de É(cu!-
tura em vaso)), que é, aliás, Émuito decorativa.

PROCESSO ONEROSO, MAS SEGURO:

Encontramos à venda colecçoes de plantas já de-


senvolvidas, muito apreciadas pelas cozinheiras:
cebolinha, saturagem, tomilho, estragao.

125
Dispondo-as num recipiente de plástico, podemos
regar, cuidar e utilizar estes condimentos segundo
as necessidades.

PROCEDIMENTO UM POUCO MAIS ECONÉ5MICO,


E COM BOAS PROBABILIDADES DE EXITO:

Seguindo as indicaçoes e conselhos fornecidos na


tampa da caixa já preparada que encontramos à
venda, poderemos criar até à utilizaçao estas mes-
mas plantas, sobretudo a salsa e a cebolinha.

TERCEIRO PROCESSO, MUITO MAIS ECONÉ5MICO:

Exige muito mais cuidado e atenc,ao, mas culti-


vareis, em vaso, autenticas É<ervas aromáticas».

O essencial é respeitar a exposiçao e semear em


pequenas quantidades, com intervalos que permi-
tam a distribuiçao da produçao segundo as ne-
cessidadeÉ

EXPOSIÇAO AO SOL:

--Alfavaca. No Outono, conar pelo caule e secar.


Dará gosto às sopas durante todo o Inverno.

EXPOSIÇAO A SOMBRA:

--A salsa, uma das ervas culinárias mais vulga-


res, contém muitas vitaminas. Neste caso, é
necessario terra adequada, e... muita paciencia I
Só cresce ao fim de cerca de 20 dias, e, para
colher, é necessário esperar que se forme um
grande tufo.
--O cerefolho, de folhagem fina, cresce rapida-
mente, mas dura pouco tempo porque começa a
original sementes. Semeia-se a pouca profundidade.

--A cebolinha, de caules esguios, forma tufos.


Os rebentos desenvolvem-se ao fim de tres sema-
nas, aproximadamente. Existe outra variedade se-
melhante.

EXPOSIÇAO INDIFERENTE:

--A manjerona, com pequenas folhas redondas,


nao deve ser regada com muita frequencia. No
Outono, tal como no caso da alfavaca, cortar os
caules; secá-los e utilizar no Inverno.

--O tomilho tem necessidade de um vaso bastante


grande, porque é uma planta vivaz, desenvolvendo-
-se rapidamente quando é cortada. Mas a sua
cultura exige um pouco de cuidado.

Há ainda a segurelha, o rosmaninho, mas creio


que é preferível limitar as experiências às plantas
mais usadas na cozinha.

Plantas de acompanha-
mento de pratos:

Vejamos, agora, «culturas» um pouco mais ori-


ginais:

REBENTOS DE SOJA:

A soja é uma leguminosa muito apreciada. Os


conhecedores utilizam os ÉeuÉ rebamoÉ nm CAíAdA

1É7
Éc;Do D É É,4 -
É 4 5 É ,4 12 c;,4 5
coÉ,s rÉlurÉ
h' UÉ/D O

c muito fácil obter estes rebentos, procedendo à


germinaçao das sementes que encontraremos à
venda nas casas de produtos exóticos.

Poderemos recorrer a vários dispositivos. Vejamos


uma instalaçao muito simples, que permite obter
rebentos em cerca de 8 dias:

--Num recipiente de barro ou porcelana, de base


larga, instalar as sementes (que devem ter ficado
24 horas mergulhadas em água numa tira de tecido
de malhas largas (como tecido de saco), tendo o
cuidado de dobrar a tira sobre cada nova camada
de sementes.

--Humedecer regularmente mas sem exagero


(pouco, todos os dias).

--Colocar o recipiente num local quente.

Ao fim de cerca de uma semana, as sementes


germinaram, e os rebentos atingem 4 a 5 cm,
sendo, entao, próprios para consumo.

AGRIAO:

Tal como as ervas aromáticas, também o agriao


é empregue com muita frequência: serve para
quarnecer oratos, e é usado em salada.

Poderemos comprá-lo no mercado, mas é muito


mais divertido cultivá-lo em casa.

Para isso, é preciso arranjar sementes de agriao,


ou rebentos com raizes.

REC I PI ENTE :

c necessário dispor de um recipiente adaptável:


uma pipa velha e pequena, um tacho de cobre.
um vaso de grés ou um reservatório de vinagre,
no qual se adapta uma torneira pequena.

Atençao ! A localizaçao desta torneira determina


a espessura da camada de terra, que deve ter
5 a 15 cm, conforme o tamanho do recipiente.
Esta camada, depois da sementeira, será coberta
com água, renovada frequentemente (de prefe-
rência todos os dias). Para isso, recorre-se à
utilizaçao de um funil de colo longo, mantendo a
torneira aberta (ver esquema).

SEMENTEIRA:

Semear as sementes na camada de terra, a pouca


profundidade, e regar suavemente.

Ter o cuidado de manter uma humidade regular.

Para fixar a terra, poderemos adaptar uma espécie


de tampa ligeira, feita de ripas de verga.

É "

COMO REGULAR O NiVEL DA AGUA: É | !

Logo que os caules atinjam 4 a 6 cm, acrescentar É I


/ I ,
água, de forma a que os caules fiquem imersos,
I l l ,,
mas nao as folhas. I I .

Como é evidente, o nivel da água acompanhará 1É


I ! ,'
o crescimento dos caules, o que implica uma ll I ,É
renovaçao da água. 1É--t,

COLHEITA:

A primeira colheita permite ((desbastar>É os caules,


que se ramificam. 129

.._
Posteriormente, o agriao será colhido à medida que
se desenvolve.

Para melhorar o rendimento, podemos utilizar um


adubo próprio e nao tóxico, como o superfosfato
de cálcio.

As plantas medicinais:

A arte das flores nao se resume, unicamente, a


valorizaçao das suas qualidades estéticas, mas
implica, também, um conhecimento das suas vir-
tudes. Grande núÉmero de remédios (sobretudo no
Extremo-Oriente) sao feitos à base de plantas.

Em familia; depois do jantar, toma-se, POr vezes,


uma infusao, uma tisana. Desde a mais remota
antiguidade que as plantas sao utilizadas em me-
dicina e em ervanária.

Porquanto, é indispensável conhecer algumas plan-


tas usadas devido às suaS virtudes medicinais.

Aliás, é bastante agradável proceder à colheita de


ervas medicinais, conservando-as e utilizando-as
posteriormente, em bebidas, tisanas, cataplasmas

COLHEITA E CONSERVAÇAO:

Noutros tempos, acreditava-se que as plantas colhi


das na noite de S. Joao teriam virtudes especiais.
No entanto, e como é evidente, é preferível
colhê-las com tempo seco, e sol.

Secá-las à sombra, virando-as de tempos a tempos,


e arrumá-las em caixas ou frascos opacos bem
fechados, munidos de uma etiqueta onde sera
apontado o nome da planta e a data da colheita.
Por exemplo: Tilia, Junho de 1975. Camomila,
Julho de 1977, etc.

PREPARAÇAO:

Fixemos que a preparaçao de tisanas deve fazer-se,


de preferência, em recipientes de esmalte, barro
ou alumínio.

INFUSAO:

Prepara-se vertendo água fervente sobre a planta,


flor. Exemplos: chá, tília, camomila,

a ralz ou

DECOCÇAO:

Consiste em submeter a planta, raiz ou flor, a um


cozimento mais ou menos prolongado. Exemplo:
aciarÉo

MACERAÇAO:

É utilizada, principalmente, para as raízes, que sao


mergulhadas, durante um determinado periodo de
tempo, em água ou outro liquido (vinagre, álcool).
Exemplo: raiz de alteia.

OUTRAS PREPARAÇt5ES:

Preparam-se ainda tinturas, extractos, pomadas.


pós, etc. Mas a sua preparaçao só é possivel na
farmácia.

131
OUTRAS UTILIZACÉES:

Banhos, inalaçoes, compressas, sacos perfumados


sao também, frequentemente, à base de plantas

Algumas plantas medi-


cinais de fácil colheita:

A Natureza fornece-nos inúmeras plantas medici-


nais, espontaneas, que nao é necessário cllltivAr
nem exigem qualquer tipo de cuidados

TILIA:

As flores colhem-se em Junho ou Julho. A tilia é


utilizada em tisanas. Emprega-se, também, para

hAnhoc rAlmAntPc

ACIANO:

A flor emprega-se em decoccao ou infusao, para


tratar inflamaçoes dos olhos.

CAMOMILA:

As suas pequenas flores brancas sao colhidas de


Maio a Setembro. É utilizada em tisana, para
eliminar dores de estômago.

Uma espécie, chamada Écamomila alemao, faz alou-


rar os cabelos.
sacos perfumados,
Érequentemente, à base de plantas

Algumas plantas medi-


cinais de fácil colheita:

A Natureza fornece-nos inúmeras plantas medici-


nais, espontaneas, que nao é necessário cultivar
nem exigem qualquer tipo de cuidados.

TILIA:

As flores colhem-se em Junho ou Julho. A tília é


utilizada em tisanas. Emprega-se, também, para
banhos calmantes.

ACIANO:

A flor emprega-se em decoc,cao ou infusao, para


tratar inflamaçoes ÉlnÉ nlhÉ5

As suas pequenas flores brancas sao colhidas de


Maio a Setembro. É utilizada em tisana
eliminar dores de estômago.

Uma espécie, chamada ocamomila alema)>, faz alou-


rar os cabelos.
ALTEIA:

Utiliza-se, sobretudo, a raiz desta planta, para as


dores de dentes dos animais. Com as suas flores
malva, faz-se uma tisana para a tosse. É colhida
de Março a Julho.

LINHO:

As sementes sao utilizadas em cataplasmas contra


as inflamaçoes, e colhem-se em Setembro.

ALFAZEMA:

As flores de alfazema, colhidas de Junho a Setem-


bro, sao utilizadas em perfumaria. Poderemos
confeccionar saquinhos que se enchem de alfa-
zema e se colocam depois nas gavetas de roupa
ou nog armários.

HORTELA:

As folhas devem ser colhidas antes da floraçao.


de Junho a Setembro, e sao utilizadas em tisana
para facilitar a digestao.

Há, ainda, muitas outras plantas do campo que


os nossos antepassados usavam para tratar as
doenças. A pouco e pouco, aprendereis a reconhe-
cer outras.

133
PARA
APRENDER
E FIXAR

Se a terra de uma planta for invadida por vermes,


colocar um pedaço de maça na parte superior,
com a polpa virada para baixo: os vermes alo-
jam-se aí, e... destroem a maça.

Se o caule de uma flor se quebrou, poderemos


prolongá-lo rodeando-o, delicadamente
Éouco de fita adesiva transparente.

Se, em Novembro, colhermos ramos de amentilho


e os colocarmos em água, num local quente, temo-
-los abertos pelo Natal.

Se tocarmos, mesmo ligeiramente,

numa sensitiva,
verificaÉmos que as folhas baixam ao mínimo con-
tacto.

Se, no início do Outono, cortarmos ramos de


macieira, e os colocarmos em água açucarada,
num local temperado, teremos ramos floridos no
Ano Novo.

Se o vaso de ceramica nao retém a água, podemos


impermeabilizá-lo passando uma camada de verniz
no interior.

Podemos, também, deitar leite quente no vaso,


deixando-o durante 24 horas. Este processo dá
bons resultados.

Enfim, é possível, também, cobrir as partes poro-


CA.C do vaso com cera.

As plantas podem murchar numa sala onde haja


fumadores, se nao se proceder a um arejamento
conveniente.

Se as plantas nao estiverem expostas à luz, pode-


remos iluminá-las permanentemente com uma 13m-
pada de 1uO Watts ou com tubos especiais.

Existem cursos profissionais especializados para


quem quiser aprender a profissao de florista.

Para quem tiver que plantar no Outono:

A la Sainte Catherine

Le bois prend racine,

136

*
Para queÉm se ausenta durante muito tempo, exis-
tem ((pensoes)É para plantas de apartamento que,
de Junho a Setembro, organizam um serviço de
vigilancia

Para conservar a urze fresca, basta espetar o caule


numa batata, que servirá de pica-flores. Os orifí-
cios serao feitos com uma agulha de croché ou
com um punçao muito fino

Colocar o conjunto, sem 39Ud É ", .É"É,, "u",


vaso rústico, a fim de dissimular a batata.

Para ter um barómetro decorativo, pendurar na


porta de entrada um grande Cacto de Auvergne:
conforme a temperatura e a humidade do ar, a flor
fecha ou abre, anunciando o tempo.

Quando se colhem dormideiras, papoilas, ou qual-


quer outra planta de seiva espessa e leitosa, de
conservaçao dificil, passar a extremidade do caule
na chama de uma vela, depois de cortar correc-
tamente.

Algumas floristas pretendem obter o mesmo resul-


tado mergulhando a extremidade recentemente cor-
tada em 5 cm de água fervente.

Se se pretende conservar ervilhas de cheiro, nunca


molhe a flor.
A poeira dos arranjos de flores secas é facilmente
iliminada com um secador de cabelo, junto a uma
janela. Substituir, entao, os elementos deteriora-
rlÉc rProrrendo AC flores de reserva.

Fazer provisao de folhas de plátano, para guarne-


cer os pratos de fruta ou queijo. Secá-las entre
folhas de papel absorvente ou de jornal.

Quem coleccionar selos ou imagens, encontrara


no Daomé e no Japao séries de selos represen-
tando plantas e flores do país, que sao muito de-
corativas e variadas.

No Japao, depois de tomar o chá, espalham-se as


folhas e flores junto das camélias, para que se
tornem mais agradáveis.

No Ocidente, há quem disponha os residuos do


café junto das plantas, para afastar os insectos.

Se o vosso gato vive num apartamento, necesslta


de verdura. Em vez de comprar na florista a «nê-
veda-dos-gatosÉ, semear cevada em vasos. Regar
ligeiramente e com regularidade. Semear a cevada
137
com intervalos de 10 dias, para que nao cresça
toda ao mesmo tempo.

Quando o irmaozito mais novo observa a prepa-


raçao dos ramos e o tratamento das plantas, é
preciso cuidado para que nao se magoe nos uten-
silios, ramos ou espinhos ! Sempre que haja um
ferimento, desinfectar imediatamente com álcool,
mercurocromo ou outro desinfectante

Sempre que se utiliza um pulverizador (insecticida,


por exemplo), afastá-lo do calor, porque poderia
explodir.

Se os jardins japoneses vos interessam, em


Boulogne-sur-Seine (92), Quai du 4 Septembre,
existe um autêntico jardim Japonês, que é um
exemplo delicado da beleza originária de um lon
gínquo país estrangeiro.

SrÉbrenonÉs divertidos:

Sabiam que há inúmeras plantas que têm um so-


brenome divertido, que Ihes vem do seu aspecto
ou características? Estes sobrenomes sao ainda
utilizados, com muita frequência, no camÉo.
Assim. chama-se:

<Éerva de ouroo às heliantíneas (devido à sua cor


dourada ),
«erva-moura>É à reseda-de-cheiro (origem africana),

<Éerva-umbigo>) à cinoglossa (as sementes asseme-


lham-se a um umbigo),

erva sem costuraÉ> aos fetos da familia das Of io-


glossáceas (desprovidos de nervura),

omilfurada)> ao hipericao (folhagem perfurada),

<Éerva de dois ladosÉ ao escalracho (importancia


dos caules subterraneos),

<Éerva dos espirros)> à Achillea ptarmica (em pó,


faz espirrar),

Éerva do algodaoÉ ao Gnaphalium arveuse (caules


felpudos ),

Éerva do limaoÉ à erva-cidreira (odor a limao),

«erva dos dentesÉ à paliteira ou bisnaga-das-searas


(as umbelas sao usadas para tratar dores de den-
tes),

Éerva das pulgasÉ à zaragatoa (a semente asseme-


lha-se a uma pulga ),

Éerva das abelhasÉ à filipêndula (as flores atraem


as abelhas),

Éerva das verrugasÉ à celidónia (dizem que a seiva


elimina as verrugas),

«erva de NicotÉ ao tabaco (em homenagem ao


indivíduo que o introduziu em França).

1 39
** No page found **
Jogos ........ .. ... ..... .... ....... .. ...
O dominó de flores selvagens .......
O bailado das flores .................
Ramos fantassitas ........... .........
A multa: fazer um ramo ............
H istória s .. ........ ..... . . .. ....
A florzita que tinha sede ...........
A última violeta ...................
A sombra do sol ................
A árvore dos gulosos ... ..............

É SEMPRE BOM SABER ............................ 74

AS PLANTAS ...................... ............. 77

A FORÇA DAS PLANTAS ............. ........ 79

TRATAR AS PLANTAS ............................. 81

Os utensílios do perfeito jardineiro .......... 81


Reciplentes, vasos, jardineiros É(cache-potÉ
e jardins móveis ............................. 82
Elementos de suporte: estacas e suportes
várioS ....................................... 87
Precauçoes e conselhos ........................ 88

A VOSSA ESCOLHA ............................... 95

Plantas de interior e de varanda .............. 95


Reproduçao das plantas ........................ 105
A casa transparente ............. .... ... 110
Plantas carnudas e cactiformes .. ..... 112
Como reproduzir estas plantas .. .. 116
O jardim miniatura: bonsaÉ . .. . 117
Para divertir . . .... .. .. 120
O abacate ........... . .. . ... 120
A planta mágica . ... .. .... . . 122
Os ÉcabelosÉ ...... ...... 122
A batata miraculosa . 123
A planta-calhau ..... .. 124

FLORES E PLANTAS NA COZINHA .. . 125

Plantas aromáticas ... .......... 125


Plantas de acompanhaÉmentos de pratos . . 127
Rebentos de soja ............................ 127
Agriao ....... .......... .....
128
As plantas medicinais ........................ 130
Algumas plantas medicinais de fácil colheita 132

PARA APRENDER E FIXAR ........................ 134

141
Tiragem: 5,000 exs,--Março 1978
ComposiçÉo, impressÉo e ÉcÉbÉmento
Rocha/Artes Gráficas
Rua Soares dos Reis, 604--Vila Nova de Gaia

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