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RESUMO CANA-DE-AÇUCAR

Originaria de Nova Guiné em 500 D.C.

Foi trazida para o Brasil em 1531

O primeiro engenho foi erguido em Santos em 1534 e funcionou até o século 18

Até 1650 o Brasil liderou a produção mundial de açúcar

Atualmente São Paulo é o maior estado produtor

O cultivo no Paraná se iniciou em 1940 com pequenos alambiques e engenhocas

A cana é uma planta alógama, da família Poaceae, espécie mais comum Saccharum officinarum

A cana se desenvolve em forma de touceira

Parte aérea é formada por colmos, folhas, inflorescências e frutos

Parte subterrânea é formada por raízes e rizomas

Os nós são compostos por gema, anel de crescimento, cicatriz foliar e zona radicular

Folhas constituídas pela lâmina foliar, bainha e colar, com fileiras opostas e alternadas

Fruto do tipo cariopse

Raiz tipo cabeleira

Inflorescência: panícula aberta

Flor é hermafrodita protegidas por duas brácteas

A nomenclatura do híbrido de cana:


Variedades comerciais

Rustica – IAC 34-2034

Estável – IAC 93-3046

Responsiva – IAC 94-4004

FENOLOGIA DA CANA-DE-AÇUCAR

ESTADIO 1 – Brotação, a umidade no solo permite o entumescimento da gema localizado na


região do nó, o broto se desenvolve em direção ao solo, ao mesmo tempo as raízes surgem do
tolete. A emergência ocorre 20 a 30 dias após o plantio, a gema apical assume o crescimento
em altura com formação de nós e entrenós. Duas a três semanas após a emergência surgem
raízes fibrosas na base do colmo, fixando ao solo e absorvendo água e nutrientes. Ocorre
também a formação das primeiras folhas.

ESTADIO 2 – Perfilhamento e estabelecimento da cultura, 20 a 30 dias após a emergência,


ocorre o crescimento de gemas laterais que são denominadas porfilhos além de suas
respectivas raízes, formando uma touceira, entre 90 e 120 dias a emergência, cerca de 100%
das raízes das touceiras ocupar os primeiros 30cm de solo, o limite do perfilhamento é
definido pela máxima competição dos porfilhos, ocorrendo total cobertura do solo, iniciando-
se a dominância apical dos porfilhos mais velhos.

ESTADIO 3 – Período de grande crescimento, os colmos sobreviventes do auge do


perfilhamento continuam o crescimento e desenvolvimento, adquirindo altura e iniciando o
acúmulo de sacarose nos entrenós da base, inicia-se o amarelecimento e seca das folhas mais
velhas, as raízes crescem lateralmente e profundamente, 85% das raízes ocupam os primeiros
35 a 40cm do solo. No auge do verão a cana pode formar um nó e entrenó por semana e
atinge área foliar máxima, o crescimento do colmo resulta da formação de nós e entrenós, ao
final do crescimento intensifica-se a translocação de sacarose das folhas para os entrenós
maduros, no terço inferior de cada colmo, a altura pode chegar a 3m.

ESTADIO 4 – Maturação (intenso acúmulo de sacarose nos colmos), na medida que ocorre a
fotossíntese liquida, o excedente de sacarose é translocado para os entrenós basais de cada
colmo, quando as touceiras atingem 2 metros ou mais de altura, o amarelecimento e seca das
folhas do terço média indica que a sacarose estra sendo depositada nos entrenós dessa região.
A maturação final ocorre no outono-inverno, com a diminuição do fotoperíodo, onde acentua-
se as atividades de maturação e diminuem as de crescimento, ocorrendo intensa translocação
de sacarose das folhas para os entrenós maduros onde é armazenada. O momento da colheita
é definido em função da variedade, época de plantio, manejo químico da maturação e
condições climáticas. As touceiras devem apresentar colmos uniformes, com 16 a 22 entrenós
maduros por colmo
PROPAGAÇAO COMERCIAL DA CANA

Colmos ou mudas com até 12 meses de idade, secção (eliminar dominância apical) dos toletes
de 2 a 4 gemas, dominância apical a partir de 11 meses, colmos com 8 a 10 meses realiza
plantio de colmo inteiro.

EXIGENCIAS CLIMATICAS DA CANA

Planta tipicamente tropical

Temperatura: 16 a 33 ºC

Fotoperíodo: dias curtos 12 horas ou menos

Precipitação pluviométrica: maior que 1000mm bem distribuídos

Desenvolvimento vegetativo no período quente e chuvoso

Enriquecimento em açúcar no período frio e seco

CANA DE ANO:

Plantio de setembro a outubro, 7 meses de desenvolvimento vegetativo, 4 a 6 meses de


maturação, colheita de agosto a outubro.

CANA DE ANO E MEIO:


Plantio de fevereiro a maio, 2 a 3 meses de desenvolvimento vegetativo, sem maturação no
período frio e seco, desenvolvimento vegetativo no período de calor e chuvas, 4 a 6 meses de
maturação no período frio e seco, totalizando 16 a 21 meses

FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇAO

AMOSTRAGEM DE SOLO

Cana-planta – cerca de 3 meses antes do plantio, separar talhões uniformes e percorrer em


zigue-zague retirando 15 amostras de 0-20 e 21-40cm

Cana-soca – logo após o corte, em torno de 20 a 25cm da linha

Saturação por bases desejada 60%

Diagnose foliar no estádio 3, coleta em zigue-zague, coleta-se a folha +3 desprezando a


nervura central

Nitrogênio – Em geral a cana não responde a adubação nitrogenada na cana-planta,


recomendam-se doses baixas de N para a cana-planta, recomenda-se aplicar de 30 a 60kg de N
preferencialmente em cobertura.

Fosforo – a pesquisa diz para aplicar a dose necessária para 5 anos no plantio, mas pode
responder com doses adicionais, fontes mais usadas são, superfosfato simples, superfosfato
triplo, map, dap, termofosfatos, multifosfato magnesiano, fosfatos naturais e resíduos como
torta de filtro.

Potássio - Cana é acumuladora de potássio, exporta grandes quantidades tanto na cana-planta


como na cana-soca, a vinhaça pode ser usada como fertilizante, além de cloreto de potássio ou
sulfato de potássio.

Micronutrientes – solos de muito baixa fertilidade podem apresentar deficiências de


micronutrientes, principalmente de Cu ou Zn, em caso de deficiência pode ser aplicado 5 a
8kg/há de Zn ou Cu como sulfato no sulco.

PLANTIO

Plantio realizado a 30cm de profundidade, cobrindo 10cm acima do tolete

Os toletes são seccionados, base com ponta, para melhor desenvolvimento

Cultivo convencional – Calagem, 2 gradagens aradoras, 1 gradagem intermediaria, subsolagem,


gradagem niveladora e sulcação

Cultivo mínimo – Glyfosate + Provence na rebrota, calcário ou gesso, subsolagem e sulcação.

Para fazer dessecação, é necessário esperar a brotação

Espaçamento de 10 a 12gemas/m, 12 a 16 plantas/m no corte, 1,5m entre-linhas.


PRAGAS

Solos arenosos e períodos de seca favorecem as pragas.

CIGARRINHA-DAS-RAIZES:

Poe ovos na bainha seca ou sobre o solo, sugam a seiva das raízes, controle por fungo, cultura
e variedades resistentes, controle químico.

BESOUROS:

Vivem em solos profundos, bem drenados, causa dano em larga escala, abrem galerias nas
plantas, controle cultural, biológico parasitados, controle químico das larvas.

CUPINS:

Prejuízo pode atingir dez toneladas por há, abrem galerias, causando falha na lavoura e exige o
replantio, controle por iscas e químico.

BROCA DA CANA-DE-AÇUCAR:

Principal praga, são larvas de mariposa, abre galerias de baixo para cima, causa perda de peso
e morte das gemas, dano indireto podridão vermelha, controle é necessário saber a
intensidade da infestação, abrir colmo e contar o número de internódios atacados, controle
cultural por variedades resistentes, eliminação de plantas hospedeiras, armadilhas, controle
químico.

BROCA GIGANTE:

Poe ovos em touceiras velhas, no meio dos detritos e caules cortados, abre galerias, podendo
causar podridão e morte, controle por catação manual de larvas por enxadeco, e captura de
adultos com a rede entomológica.

ELASMO:

Se alimenta das folhas na fase inicial e depois se aloja na parte inferior dos colmos, nas canas
novas, causa amarelecimento da planta e coração morto, controle por manutenção do solo
umedecido

DOENÇAS:

MOSAICO:

Linhagem resistente mais comum é a B, sintomas vistos olhando a folha contra a luz, alterna
entre verde e amarelo, disseminação por pulgão ou mudas contaminadas, controle por
variedades resistentes, erradicação de touceiras doentes e uso de herbicida.

AMARELINHO:

Transmitido pela espécie de afídeo (pulgão), sintoma – coloração vermelha na face superior da
nervura central, controle por uso de variedades resistentes, rouguing e uso de mudas com
qualidade.

CARVÃO:
Pode causar 100% de perda, surge um chicote, cor prateada-preta, controle por uso de
variedades resistentes, mudas sadias, eliminação de plantas doentes, disseminação pelo vento,
água, humanos.

FERRUGEM:

Causada por fungo, com grande esporulação, disseminado pelo vento, controle por variedades
resistentes.

MANCHA PARDA:

Confundida com ferrugem, pequenas manchas ovaladas vermelhas escuras, dissemina por
água e vento, controle por variedades resistentes.

PODRIDÃO ABACAXI:

Aberturas ou ferimentos, entra e coloniza a planta, provoca baixa germinação e morte de


brotos, coloração vermelha dos tecidos internos e cheiro de abacaxi, dissemina pelo solo,
controle por tratamento de mudas com fungicida, picar toletes maiores, evitar replantio em
solo contaminado recentemente.

PODRIDÃO VERMELHA:

Associado a broca-da-cana, degrada os colmos, sistema radicular pouco desenvolvido,


disseminação por vento e água, controle por variedades resistentes e controle da broca.

PODRIDÃO DE FUSARIUM:

Pode causar morte ou deformação no colmo, causa podridão de raiz e enfezamento dos
brotos, controle por uso de variedades tolerantes e controle da broca da cana.

ESCALDADURA DAS FOLHAS:

Causa má formação dos colmos, morte das touceiras, queda de produção e queda da riqueza
de sacarose, estrias brancas nas folhas, dissemina por vento e chuva, controle por variedades
resistentes, eliminação de bactérias e resto culturais, desinfecção de equipamentos.

ESTRIA VERMELHA:

Estrias finas e longas vermelho-marrom, dissemina por vento e chuva, controle por variedades
resistentes.

RAQUITISMO DA SOQUEIRA:

Não visual, causa crescimento irregular, baixa produção, dissemina através dos manejos,
controle por resistência varietal, esterilização dos equipamentos e tratamento térmico a 50ºC
por duas horas.

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