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ESUDER

• Departamento de Producao Agricola


• Cursos: Ap
• Disciplina: Producao de Materia prima de
origem vegetal
Distribuição geográfica em
Moçambique (Carvalho, 1969)
• Zona Norte – Províncias de Niassa, Cabo Delgado,
Nampula e parte da Zambézia. Predominancia
das culturas da mandioca, mapira e milho.
• Zona Central – Províncias de Tete, Manica, Sofala
e parte da Zambézia. Prodominam o milho,
mapira e mexoeira.
• Zona Centro-litoral – Faixa litoral do distrito de
Pebane até Mopeia ao longo do Rio Zambeze
(passa pela Beira). Predomina o arroz.
• Zona Sul – Sul do Rio Save.
Zona Sul
• Vales dos grandes rios, predomina o milho.
• Faixa costeira, milho consociado com
mandioca, amendoim e feijão.
• Zona interior, milho consociado com feijão
Sistemas de cultivo em Moçambique
• Cultivo puro, especialmente no sector
empresarial, com uso de inputs.
• Cultivo consociado (leguminosas e
cucurbitáceas), sector familiar.
Limitantes em Moçambique
• Cultivares não adaptados, com
susceptibilidade a pragas e doenças.
• Brocas do caule é a praga mais importante,
em especial no Sul (Chilo partellus e Sesamis
calamistis).
• Míldio (Peronosclerospora sorghi) e listrado da
folha são as doenças mais importantes.
• Factores agronómicos e ambientais.
• Nível tecnológico usado.
Cultivares recomendados em
Moçambique
• Manica – libertada em 1981 para o sector
comercial. Ciclo de 120-130 dias na estação
quente e 140-150 dias no tempo fresco.
Terras baixas e região centro do país. Grão
branco dentado.
• Matuba – libertada em 1986 para o sector
familiar. Ciclo de 105 dias na estação quente e
125 dias no tempo fresco. Terras baixas. Grão
branco flint. Resistênci ao listrado e mildio
Cultivares recomendados em
Moçambique
• INIA Umbelúzi – libertada em 1991 para os
sectores familiar e comercial. Ciclo de 120 dias
na estação quente e 140 dias no tempo
fresco. Terras baixas. Grão branco
flint.Tolerante ao listrado.
Factores Climaticos que afectam o
desenvolvimento da cultura
Temperaturas
• A maior parte do milho é cultivado em regiões
com temperaturas diurnas superiores a 19oC e
nocturnas de 13oC
• Óptima para o crescimento: 24-30oC
• Minima de 10oC.
Temperatura de germinação
• Minima: 9oC. Máxima: 40oC.
• Óptima: 18-21oC.
• Maiores de 32-33oC são prejudiciais.
Temperatura para a floração
• O tempo para a floração é afectado pela
temperatura e fotoperiodo.
• Floração ocorre entre 21 e 30oC.
.
Outras temperaturas
• Temperaturas altas e baixa humidade do ar
causam problemas com a polinazação,
causando baixa formação de sementes.
• Temperatura critica que afecta o rendimento
é de cerca de 32oC.
Água
• Rendimentos mais altos em sequeiro com
precipitação da ordem dos 600-1000 mm/ano.
• Mais resistente à seca no início do ciclo que
no fim.
• Necessita de 450-600 mm
Água

•Deficiência de água (qualquer fase) causa


abaixamento do rendimento.
•Seca e temperaturas altas durante o
embandeiramento são particularmente
prejudiciais (reduz a taxa de formação de polen
e reduz o tempo de exposição das barbas ao
polen). Não afecta a viabilidade do polen.
Água (2)
• Rendimento não é tão afectado por stress
hídrico durante o crescimento vegetativo,
como durante o periodo reprodutivo
(enchimento do grão).
• Seca reduz a sobrevivência do grão.
Grau de redução do rendimento

Sem.

Flor.M
crítico
Periodo

Flor.F
água

Leitoso

E.grão
Pastoso
Periodo crítico para a deficiência de

Matur.
Solos
• Ideal: textura média, bem drenado, fértil, com
boa capacidade de retenção de água.
• pH óptimo 5.5-7.0 mas é cultivado com pHs de
5.5 a 8.0.
• Tolerante á salinidade durante a germinação.
• No global considera-se relativamente sensível
à salinidade
A planta
Sistemas de cultivo
• Cultivado em monocultura ou em rotação.
• Sucesso da monocultura depende do uso de
fertilizantes, e práticas culturais adequadas.
• Sistemas de minimum tillage e uso de
herbicidas permite a monocultura sem
destruir a estrutura do solo.
• Rotações mais comuns com trigo,
leguminosas, amendoim, batata, cana-
sacarina, tabaco.
Consociação
• Consociação é geralmente apenas usada em
condições de sequeiro, por agricultores
tradicionais.
• Culturas consociadas incluem amendoim,
feijão boer, feijão, feijão nhemba, gengibre,
mandioca, abóbora, mapira, melão, inhame.
Preparação do solo
• Últimos 30 anos mudança do sistema
tradicional para minimum tillage.
• A semente precisa dum solo morno, húmido,
bem aerado, que permita um bom contacto
com a semente.
• Pode-se semear em camalhões ou à rasa.
• Profundidade de lavoura de 20-25 cm.
Preparação do solo
• Últimos 30 anos mudança do sistema
tradicional para minimum tillage.
• A semente precisa dum solo morno, húmido,
bem aerado, que permita um bom contacto
com a semente.
• Pode-se semear em camalhões ou à rasa.
• Profundidade de lavoura de 20-25 cm
Data de Sementeira
• Sementeira atempada é o método mais
barato para atingir rendimentos aceitáveis.
• Em geral, deve-se semear com o início das
chuvas.
• Atrazo na sementeira, reduz o rendimento,
devido a humidade de solo não adequada,
maior pressão de pragas e doenças. Maior
risco de falta de água (seca).
• Factor mais critico para a definição do
rendimento.
Taxa de sementeira
• Depende da densidade esperada.
• Atrazo na sementeira tende a necessitar de 5-
15% mais semente.
• Desbaste com 12-15 cm de altura.
• Profundidade de 2-5 cm (condições húmidas) a 6-
8 cm (condições secas).
• Para garantir as densidades requeridas deve-se
usar um excesso de 10-15% de sementes para
compensar contra perdas por má germinação,
insectos, roedores, pássaros
Densidade de plantação
• Altas densidades podem levar à acama, maior
dificuldade na colheita.
• Em geral 15-25 kg/ha.
– 45.000-65.000 plantas/ha com hibridos.
– 30.000-35.000 plantas/ha com OPV.
• Compassos de 70-100 cm x 25-30 cm.
• 2-3 sementes/covacho
Adubação
• As quantidades de adubos actualmente
utilizados pelo sector familiar em África são
muito pequenas ou mesmo nulas.
• O milho tem uma alta demanda por N.
• N é muitas vezes o factor limitante para a
produção.
• Hibridos só atingem a sua máxima expressão
com o uso de adubos e semeados em altas
densidades
Extração de nutrientes
• Para um rendimento de 6-7 t/ha tendo em conta
solos deficientes, deve-se usar:
– 100-150 kg/ha N.
– 40-50 kg/ha P2O5.
– 80-100 kg/ha K2O.
• Para máximo efeito deve-se aplicar o adubo em
linhas ao lado e abaixo da semente, mas nunca em
contacto com a semente.
• Na estação seca deve-se colocar o N mais profundo
Níveis críticos de nutrientes
(Möhr, 1975
• N = 3% • B = 10-14 ppm
• P = 0.25% • Zn = 15-20 ppm
• K = 1.9% • Mo = 0.5-1.0 ppm
• Se o nutriente estiver
Ca = 0.4%
presente a menos que o
• Mg = 0.25% nível crítico, sintomas
• Mn = 15 ppm de deficiência deverão
• ser notados
Fe = 25 ppm
• Cu = 5 ppm
Fraccionamento da adubação
• O periodo de máxima extração de nutrientes
começa 10 dia antes do embandeiramento e
vai até 25-30 dias depois.
• Adubação de fundo: todo o P e K, e 1/3 do N.
• Adubação de cobertura: 2/3 do N quando as
plantas têm a altura do joelho.
Adubação de cobertura
• Deve-se eliminar as infestantes antes da
adubação de cobertura.
• É preferível adubar em linhas a 2-5 cm de
profundidade.
• Para evitar danos ao sistema radicular, adubar
entre as linhas.
Controlo de infestantes
• Controlo manual (instrumentos manuais),
mecanico ou quimico (herbicidas).
• Controlo quimico é usado tanto em pré- como
em pós-emergência.
• O milho é muito tolerante á atrazina que é
usada tanto em pré- como em pós-
emergência
Tempo de controlo de infestantes
• Primeira sacha 3 semanas depois da
emergência (8-10 cm de altura).
• Mais duas sachas em intervalos regulares
costuma ser suficiente.
• Muitas vezes a segunda sacha é feita na altura
da adubação de cobertura (30-40 dias após a
emergência ou altura do joelho).
• A sacha é usada para conseguir um certo
efeito de amontoa.
Colheita
• Deve-se colher quando se atinge maturação fisiológica
(hard dough stage).
• A maturação fisiológica é atingida quando se forma
uma camada preta no ponto de inserção do grão na
maçaroca. Indica o fim da translocação de nutrientes.
• Ocorre na 8a semana (50-57 dias) depois da
polinização.
• Nesta altura a humidade do grão é de cerca de 30-
35%.
• Se não houver condições para a secagem artificial,
deve-se atrasar a colheita até termos uma humidade
do grão de 10-12
Colheita e armazenamento
• A percentagem de descaroçamento é de cerca
de 70-80% (camisa não incluida).
• Humidade do grão óptima para o
armazenamento é de 11-14% (factor mais
importante).
• Perdas durante o armazenamento são muito
comuns (pragas, doenças, aquecimento).
• Armazenamento deve ser feito em condições
secas e frescas
Doenças
• Míldio (Peronosclerospora sorghi, Sclerophthora spp.).
• Listrado da folha (virus) .
• Mancha da folha e queima da folha (Helminthosporium
spp.).
• Ferrugem (Puccinia sorghi).
• Carvão (Ustilago maydis “carvão commum” e
Sphacelotheca reiliana “carvão da espiga”).
• Podridão das raízes e do caule (Diplodia sp., Giberella
sp., Fusarium sp., Macrophomina sp.).
• Podridão da espiga e do grão (Diplodia sp., Giberella
sp., Fusarium sp., Helminthosporium sp.).
Pragas
• Brocas do caule (Chilo partellus e Sesamis
calamistis).
• Lagarta da raíz (Diabrotica spp.).
• Lagartas cortadoras (Agrotis sp.).
• Saltadores (Empoasca lybica).
• Lagarta americana (Heliothis armigera).
• Gafanhotos
Pragas
BROCAS DOS CEREAIS
Broca ponteada do colmo
Chilo partellus(Lepidoptera: Crambidae)
BROCA DO COLMO
Busseola fusca(Lepidoptera:
Noctuidae)
BROCA DO COLMO
Busseola fusca(Lepidoptera: Noctuidae)
BROCAS DOS CEREAIS
BROCA ROSADA DO COLMOSesamia
calamistis(Lepidoptera: Noctuidae
BROCA ROSADA DO COLMOSesamia
calamistis(Lepidoptera: Noctuidae
Sintomas
Sintomas

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