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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

FANAT- CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS


DISCIPLINA: Biologia e Sistemática de Algas, Fungos e Briófitas
CURSO: Ciências Biológicas (Licenciatura)
DOCENTE: Diego Nathan do Nascimento Souza
DATA: 03/10/2019

RESUMO: CLASSIFICAÇÃO DAS BRIÓFITAS (CAPÍTULO 16)

DISCENTE: Nayara da Silva Pontes

MOSSORÓ
2019
Sumário

1. Hepáticas - Filo Marchantiophyta ........................................................................................03

1.1. Hepáticas Talosas Complexas............................................................................................03

1.2. Hepáticas Folhosas.............................................................................................................04

2. Musgos - Filo Bryophyta.......................................................................................................05

2.1. Musgos-de-Turfeira – Classe Sphagnidae..........................................................................05

2.2. Musgos-de-Granito – Classe Andreaeidae..........................................................................05

2.3. “Musgos Verdadeiros” – Classe Bryidae............................................................................06

2.4. Algumas características dos musgos...................................................................................06

3. Antóceros – Filo Anthocerophyta.........................................................................................06

4. Referências...........................................................................................................................07
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Classificação das Briófitas

As briófitas são divididas em três filos, que são Marchantiophyta, Bryophyta e


Anthocerophyta. Neste resumo serão abordadas as características de cada filo e classe ou gênero
que o constitui, de acordo com a forma que a literatura utilizada apresenta.

1. Hepáticas – Filo Marchantiophyta

As hepáticas apresentam cerca de 5.200 espécies de plantas, elas são pequenas, mas
podem formar grandes massas em ambientes favoráveis como solo, rochas, ramos úmidos e
sombreados e algumas espécies também conseguem crescer na água. Elas receberam esse nome
devido os seus gametófitos terem um formato parecido com um fígado, por isso o nome
hepáticas e no século 9 eram usadas para finalidades medicinais no tratamento de doenças no
fígado devido a crença de que plantas com formato de um determinado órgão serviria para trata-
lo.

As hepáticas são agrupadas em dois clados. O primeiro é o das hepáticas talosas


complexas, que possuem tecido interno diferenciado. Já o segundo clado é constituído das
hepáticas folhosas e as hepáticas talosas simples que contêm células alongadas condutoras de
água com extremidades afiladas e paredes espessas perfuradas.

1.1. Hepáticas Talosas Complexas

Possuem um talo diferenciado, onde a região superior (dorsal) é mais fina e rica em
clorofila; e a porção inferior (ventral) é mais espessa e incolor. A superfície inferior apresenta
rizoides e fileiras de escamas, enquanto na superior está presente um grande poro que leva a
câmara aerífera. Podem-se ter como exemplos os gêneros Riccia, Ricciocarpus e Marcanthia
(tabela 1).

Tabela 1-Características de Riccia, Ricciocarpus e Marcanthia

Gênero Habitat Gametófitos Mecanismo de liberação


de esporos
Riccia Maioria terrestre, Unissexuados ou Após morte da porção do
algumas aquáticas bissexuados gametófito e decomposição
ocorre a liberação dos
esporos contidos nos
esporófitos presentes nesta
porção
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Ricciocarpus Ambientes mais Bissexuados Após morte da porção do


aquosos que Riccia, gametófito e decomposição
como água e solo ocorre a liberação dos
encharcado esporos contidos nos
esporófitos presentes nesta
porção
Marcanthia Solo e rochas úmidas Unissexuados O esporângio maduro
apresenta células chamadas
elatérios, que são sensíveis a
modificações na umidade .
Quando a cápsula seca e
abre, os elatérios sofrem
torção e assim ajudam os
esporos a serem dispersos.
Fonte: Autoria própria

A reprodução assexuada das hepáticas consiste em fragmentação como forma principal,


ou produção de gemas (figura 1), que em Marchantia as gemas são produzidas em
conceptáculos que ficam no gametóforo. E a dispersão dessas gemas acontece por gotas de
chuva.

Figura 1- Gametófitos de Marcanthia contendo gemas.

Fonte: Raven et al., 2014

1.2. Hepáticas folhosas

Grande parte das espécies das hepáticas são do grupo das hepáticas folhosas. Elas são
abundantes nos trópicos e subtrópicos em regiões de muita umidade ou chuva. São em geral
bem ramificadas e formam pequenos tapetes. Seus filídios apresentam uma semelhança com os
dos musgos que é a constituição em uma única camada de células indiferenciadas. Já as
diferenças entre os filídios delas e dos musgos estão no tamanho, disposição e ausência de uma
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“nervura mediana” espessada. As hepáticas folhosas ainda apresentam filídios modificados


que é chamado de Androécio onde se encontram os anterídios.

2. Musgos – Filo Bryophyta

Os musgos genuínos são membros de filo Bryophyta, que é constituído de cinco classes,
entre elas Sphagnidae (musgos-de-turfeira), Andreaeidae (musgos-de-granito) e Bryidae
(“musgos verdadeiros”).

2.1. Musgos-de-Turfeira – Classe Sphagnidae

São reconhecidas mais de 400 espécies do gênero Sphagnum e contêm plantas bastante
variáveis. Apresentam grande distribuição como em regiões de Turfeira no Hemisfério Norte.
Na reprodução sexuada há a formação de anterídios e arquegônios em ramos especiais que
ficam localizados no ápice do gametófito. E a assexuada é por fragmentação.

Esquema 1- Características que diferenciam Sphagnidae de outros musgos

Mecanismo exclusivo de Protonema- Nesta Gametófito com


abertura do opérculo- classe não é formado morfologia peculiar-
Após pressão no interior por um conjunto de É ereto e origina-se de
da cápsula, proveniente filamentos com uma estrutura que se
do amadurecimento e ramificações. parece uma gema e
secagem da cápsula, possui meristema
resultando na explosão do apical.
opérculo e liberação dos
esporos.

Fonte: Autoria própria

2.2. Musgos-de-Granito – Classe Andreaeidae

Esta classe possui dois gêneros que são Andreaea e Andreaebryum. Esta última cresce
principalmente sobre rochas calcárias. Já Andreaea recebeu o nome popular de musgo de
granito devido ser bastante encontrada sobre rochas graníticas de regiões montanhosas ou
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Árticas. Este gênero apresenta características incomuns, como o protonema, que diferente de
outros musgos que apresentam uma única fileira de células, ela apresenta duas ou mais; O
rizoide possui duas fileiras de células e suas cápsulas são minúsculas, com quatro valvas
sensíveis a umidade do ar, que se abrem quando o ar está seco e se fecham quando está úmido.

2.3. “Musgos Verdadeiros” – Classe Bryidae

A maioria das espécies de musgos pertencem a esta classe. Os filamentos dos protonemas
apresentam uma fileira de células. Os gametófitos folhosos são desenvolvidos em estruturas
parecidas com gemas. E em alguns casos o protonema é persistente, realizando fotossíntese
com ramos do gametófito muito pequenos.

2.4. Algumas características dos musgos

 Tecidos especializados em condução da água: Muitos musgos possuem o tecido


chamado hadroma, para a conduzir água, que é constituído de células chamadas
hidroides. E para condução de substâncias nutritivas, o leptoma, cujas células
condutoras são leptoides.
 Apresentam padrões de crescimento: Os mais comuns são em “coxim” ou “almofada”,
quando os gametófitos são eretos, com poucas ramificações, sustentando esporófitos
terminais. Ou em forma “pinada”, quando são muito ramificados e os esporófitos se
desenvolvem lateralmente (figura 2).
Figura 2- Padrões de crescimento em “coxim” e “pinada”, respectivamente.

Fonte: Raven et al., 2014

3. Antóceros – Filo Anthocerophyta

É a linhagem menos diversificada, com apenas 300 espécies. Algumas possuem vários
cloroplastos pequenos e sem pirenoides, e com apenas um plastídio. Quanto ao talo, há secreção
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de mucilagem, que ajuda na retenção de água. Na epiderme inferior há pequenos poros que são
delimitados por células reniformes, que lembram as células-guarda do estômato. Os gametófitos
parecem-se com chifres e suas ramificações não são visíveis na maioria das vezes. Possuem
cavidades onde há a presença de cianobactérias Nostoc que fixam nitrogênio. A maioria dos
gametófitos dos antóceros são unissexuados. Já o gênero Anthoceros tem seus gametófitos
variados, uns são unissexuados, enquanto outros são bissexuados. E o esporófito é reto e
alongado e não possui seta. Apresenta várias camadas de células fotossintetizantes, por isso são
verdes. Possui estômatos que ficam sempre abertos e cutícula. E entre os esporos localizam-se
pseudoelatérios, no qual a dispersão acontece por meio da torção dele e dos esporângios.

4. Referências

RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray F.; EICHHORN, Susan E. Biologia Vegetal. 8. Ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

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