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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CAMPUS I - CAMPINA GRANDE


CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Adeilton Silva Brito


Davi Menezes de Freitas
Mileny Marinho de Medeiros

RELATÓRIO DE ZOOLOGIA DOS INVERTEBRADOS I


CNIDÁRIOS: DESVENDANDO A VIDA MARINHA

Campina Grande
2023
Adeilton Silva Brito
Davi Menezes de Freitas
Mileny Marinho de Medeiros

RELATÓRIO DE ZOOLOGIA DOS INVERTEBRADOS I


CNIDÁRIOS: DESVENDANDO A VIDA MARINHA

Relatório de Zoologia dos invertebrados I,


referente a aula prática sobre o filo cnidária,
apresentado ao curso de licenciatura em
ciências biológicas, do Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da Universidade
Estadual da Paraíba, como requisito parcial à
obtenção do título de licenciado em ciências
biológicas.

ORIENTADOR: Prof Dra. Ana Marcia


Barbosa da Silva.

Campina Grande - PB
2023
LISTA DE FIGURAS

Fig.1 Hidróide...........................................................................................................................2
Fig.2 Caravela..........................................................................................................................2
Fig.3 Água-viva........................................................................................................................ 2
Fig.4 Anêmona do mar.............................................................................................................2
Fig.5 Gorgônia......................................................................................................................... 2
Fig.6 Corais.............................................................................................................................. 2
Fig 7. Teoria polipoide.............................................................................................................. 5
Fig 8. Desenho feito posteriormente........................................................................................ 8
Fig 9. Desenho feito durante a prática..................................................................................... 8
Fig 10. Desenho feito posteriormente.................................................................................... 12
Fig 11. Desenho feito durante a prática................................................................................. 12
Fig 12. Água viva................................................................................................................... 13
Fig 13. Medusa..................................................................................................................... 13
Fig 13. Desenho feito posteriormente.................................................................................... 13
SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................................................1

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................... 2

2. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................. 2

2.1. LOCAL DE TRABALHO........................................................................................ 4

2.2. MATERIAIS DIDÁTICOS.......................................................................................4

2.3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..............................................................4

3. PÓLIPOS E MEDUSAS................................................................................................. 5

4. TEORIA POLIPÓIDE E MEDUSÓIDE........................................................................... 5

5. CLASSES EXAMINADAS............................................................................................. 6

5.1. ANTHOZOA.......................................................................................................... 7

5.1.1. Octacorallia...................................................................................................8

5.1.2. Hexacorallia..................................................................................................9

5.1.3. Recifes de corais.......................................................................................... 9

5.1.3.1. Importância ecológica........................................................................10

5.1.3.2. Importância médica........................................................................... 10

5.2. HYDROZOA........................................................................................................ 11

5.3. SCYPHOZOA...................................................................................................... 12

6. COELENTERATA........................................................................................................ 13

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 15

REFERÊNCIAS................................................................................................................16
1

RESUMO

Na sessão prática, realizada em 18 de outubro, nas instalações do laboratório didático de


zoologia, da Universidade Estadual da Paraíba, sob a orientação da professora Ana Márcia,
fomos introduzidos às configurações anatômicas de diversos representantes do filo Cnidária
e a muitas particularidades desse grupo, que compreende organismos diblásticos.
Inicialmente, tivemos a oportunidade de examinar amostras de antozoários, como os corais
e, posteriormente, scyphozoarios e hidrozoários, como medusas e caravelas. Notamos, em
um primeiro momento, a delicadeza das amostras presentes, que apresentavam estruturas
leves e sensíveis. A riqueza de detalhes morfológicos que foi encontrado nesses
exemplares deixou claro o quão diversificado esses seres podem ser, apesar de sua
aparente similaridade, e a respeito disso pode-se citar as regiões orais e aborais, os
tentáculos, o sifonoglife, as gônadas, o pneumatóforo, a umbrela, e etc. Além da
observação, foi solicitado aos graduandos a confecção de desenhos acerca das estruturas
que estavam a ser observadas, seguido de legendas que auxiliassem, por diante, na
identificação de cada estrutura, tornando ainda mais completa a experiência.

Palavras-chaves: Zoologia. Cnidário. Observação.


2

1. INTRODUÇÃO

Os cnidários, um fascinante grupo de animais aquáticos (HICKMAN; ROBERTS;


KEEN, 2016), pertencem ao filo Cnidaria, que abriga organismos notáveis por sua beleza
intrínseca e características únicas. Essas criaturas, que incluem águas-vivas, corais,
anêmonas-do-mar e hidras (RUPPERT; FOX; BARNES, 2005), são distinguidas por sua
morfologia simples, porém totalmente adaptadas ao seu habitat natural, que evoluiu ao
longo de centenas de milhões de anos. Esses indivíduos são animais diblásticos, de
simetria radial, superfície oral com tentáculos, corpos polipóides e medusoides alternados
(exceto nos Antozoários, que apresentam apenas corpo polipóide), larva plânula, dimórficos
e que possuem células especializadas, conhecidas como cnidoblastos (BRUSCA; MOORE;
SHUSTER, 2018). Essas células possuem uma espécie de arpão que dispara quando são
estimuladas, causando à vítima uma sensação urticante, pegajosa ou uma reação
aglutinante, sendo utilizada por esses animais para a captura de presas, defesa, locomoção
e fixação (BRUSCA, 2007).
O grupo é subdividido em três subfilos distintos: Anthozoa, Myxozoa e Medusozoa
(BRUSCA; MOORE; SHUSTER, 2018). O subfilo Anthozoa é notável pela presença de
espécies como corais e anêmonas-do-mar, com um impressionante registro de cerca de
6.225 espécies descritas. Por outro lado, o subfilo Myxozoa abrange aproximadamente
2.200 espécies, que são conhecidas por sua natureza parasitária, habitando
intracelularmente em certos vertebrados. Por fim, o subfilo Medusozoa compreende cerca
de 4.775 espécies e se divide em três principais classes: Cubozoa, que reúne
vespas-do-mar e águas-vivas-caixa; Scyphozoa, que inclui as clássicas águas-vivas ou
medusas; e Hydrozoa, composta por hidróides e hidromedusas (BRUSCA; MOORE;
SHUSTER, 2018).
Na sessão prática realizada em 18 de outubro, nas instalações do laboratório
didático de zoologia, da Universidade Estadual da Paraíba, sob a orientação da professora
Ana Márcia, foi possível observá-los, a olho nu e no microscópio, e obter uma compreensão
a mais sobre suas arquiteturas corpóreas. Ademais, a experiência concedeu aos
graduandos a possibilidade de realizar relações entre suas morfologias (interna e externa) e
seus estilos de vida, tornando o momento vivenciado ainda mais prazeroso e didático.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Durante a atividade prática, foram observados exemplares de Cnidários das classes:


Hydrozoa (Hidras fig.1 e colônias de hidrozoários, as Caravelas fig.2), Scyphozoa
(Águas-vivas fig.3) e Anthozoa (Anêmonas-do-mar fig.4, gorgônias fig.5 e corais fig.6). Por
não haver amostras da classe Cubozoa no laboratório, estes não foram examinados.
3

Fig.1 Hidróide Fig.2 Caravela Fig.3 Água-viva

Fonte: Freitas, D. M. Fonte: Freitas, D. M. Fonte: Freitas, D. M.

Fig.4 Anêmona do mar Fig.5 Gorgônia

Fonte: Freitas, D. M. Fonte: Freitas, D. M.

Fig.6 Corais

Fonte: Freitas, D. M.

A análise permitiu uma exploração detalhada da morfologia desses organismos,


incluindo estruturas como as superfícies orais e aborais, as gônadas em algumas medusas
e anêmonas-do-mar, além de outras características anatômicas relevantes. Foi necessário
recorrer à literatura e materiais referências para auxiliar na identificação das estruturas e
compreensão de suas funções específicas, além de frequentes dúvidas respondidas pela
orientadora. Essa abordagem prática enriqueceu o aprendizado e a compreensão da
zoologia dos cnidários, proporcionando uma experiência educativa completa e significativa
para a formação dos graduandos.
4

2.1. LOCAL DE TRABALHO

O trabalho de identificação foi realizado no Laboratório Didático de Zoologia,


sala 04, Bloco II, Edifício Três Marias, na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

2.2. MATERIAIS DIDÁTICOS

● Amostras conservadas em álcool 70%;


● Placas de petri;
● Pinças;
● Luvas descartáveis;
● Papel, lápis e borracha;
● Câmera de celular, para fazer registros fotográficos;

2.3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Foi realizada atividade prática de zoologia dos invertebrados I, com foco na análise
macroscópica de espécimes pertencentes ao filo Cnidaria, conhecidos como pólipos e
medusas. Estas amostras fazem parte do acervo do laboratório de Zoologia da
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e foram devidamente preservadas em álcool
70%, garantindo sua conservação para estudo. O processo de análise envolveu a utilização
de uma variedade de materiais didáticos, utilizados para:

- Amostras conservadas em álcool 70%: Essas amostras foram retiradas dos


recipientes de armazenamento e colocadas em bandejas, baldes com água e
placas de Petri para uma observação mais detalhada.

- Placa de Petri: Utilizada como plataforma para a manipulação das amostras e para a
observação macroscópica.

- Pinças: Utilizadas com precisão para manusear as amostras.

- Luvas descartáveis: Para impedir quaisquer tipos de contaminações.

- Papel, lápis e borracha: Utilizado na produção de desenho e esquema.


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- Câmera de celular: Utilizada para registrar fotograficamente as amostras e suas


características, possibilitando a documentação das observações.

3. PÓLIPOS E MEDUSAS

As medusas e os pólipos, ambos pertencentes ao filo Cnidaria, são distintos


em vários aspectos. Enquanto os pólipos exibem uma forma cilíndrica e
frequentemente se ancoram ao substrato (vida séssil), as medusas possuem uma
forma mais sinuosa e nadam livremente na água (vida livre). Além disso, as
medusas são notáveis por seus tentáculos longos e flutuantes, geralmente armados
com cnidas, usadas para capturar presas e se defender. Em contrapartida, os
pólipos têm tentáculos curtos que se estendem para alimentação, mas sua principal
função é a aderência ao substrato (BRUSCA; MOORE; SHUSTER, 2018).
Os pólipos são muito mais diversos que as medusas, em grande medida por
sua capacidade de reprodução assexual e a formação de colônias. O estado
polipóide ocorre em todas as classes de cnidários. A maioria dos pólipos é de
tamanho pequeno, mas algumas espécies de anêmonas-do-mar alcançam
tamanhos gigantescos (LIMA, 2015).
Já a forma medusóide ocorre em todas as classes dos cnidários, com
exceção do Subfilo Anthozoa. Além de existirem variações na formas, as medusas
são muito menos diversas que os pólipos, sendo muito mais fácil generalizar quanto
a sua anatomia. As medusas são em forma de sino, prato ou guarda-chuvas, e
geralmente possuem uma grossa camada de mesogléia de aspecto gelatinoso, daí o
nome popular de “jelly-fish” (peixe gelatinoso).
Essas diferenças na morfologia e no estilo de vida refletem as adaptações
únicas desses dois estágios da vida dos cnidários.

4. TEORIA POLIPÓIDE E MEDUSÓIDE

Ainda não se sabe ao certo como se deu a natureza dos cnidários, no


entanto, há duas grandes teorias que visam explicar sua origem. A teoria polipóide,
defende que a forma polipóide é a original e, consequentemente, a forma medusóide
é uma evolução mais recente do grupo, onde os pólipos teriam desenvolvido formas
de vida livres e natantes, sendo estas, de forma medusóide, visto que todos
cnidários apresentam uma forma polipóide, ainda que ligeira (exceto a ordem
Trachylina). Abaixo está uma representação filogenética sobre essa teoria pode ser
observada na figura a seguir:
6

Fig 7. Teoria polipoide

Fonte: Prova de mestrado da UFMG, disponível em


https://sites.icb.ufmg.br/pgzooufmg/wp-content/uploads/2016/07/2013_PGZoo_UFMG_Prova
_Zoologia_Mestrado.pdf

Para tais afirmações, os autores se sustentam, em parte, por certas


diferenças fundamentais entre cifomedusas e hidromedusas. Quanto a teoria
medusóide, defende-se que os cnidários surgiram de um ancestral planulóide, que
era nadador ou rastejador e flagelado ou ciliado, onde então o desenvolvimento de
tentáculos poderia ter produzido um animal semelhante a uma larva actínula,
semelhante a que é vista em certos hidrozoários, onde há a transição de plânula e
actínula. A partir disso, o brotamento (reprodução assexuada), realizada por uma
larva actínula bentônica pode ter levado ao estabelecimento de um estágio polipóide
destino, sendo assim, visto o pólipo como uma forma larval de vida estendida. Com
o surgimento do estágio polipóide, alguns cnidários começaram a reduzir a fase
medusóide, como pode ser observado entre vários hidrozoários, e alguns obtiveram
100% de redução da forma medusóide, como é possível observar na classe
Anthozoa. Sendo mais aceita, atualmente, a teoria medusóide devido a ausência de
sinapomorfias exclusivas em relação aos hidrozoários, implicando o fato de que o
cnidário ancestral era o que hoje seria possivelmente classificado como um
Hydrozoa (BRUSCA, 2007).

5. CLASSES EXAMINADAS

Durante a aula prática, os graduandos tiveram a oportunidade de ter contato com


exemplares de algumas classes do filo. Foram elas: Hydrozoa (Hidras, colônias de
hidrozoários e Caravelas), Scyphozoa (Águas-vivas) e Anthozoa (Anêmonas-do-mar,
gorgônias e Corais).
7

5.1. ANTHOZOA

Os Antozoários são animais estritamente marinhos que podem ser


encontrados de forma solitária ou em colônias, e não possuem a forma medusóide.
Suas cnidas são epidérmicas e gastrodérmicas, o celêntero é dividido por
mesentérios longitudinais (oral e aboral) da qual extremidades livres formam
filamentos mesentéricos grossos, em forma de cordão (tentáculos), mesênquima
espesso, geralmente possuem 8 tentáculos ou múltiplos de 6 e podem se reproduzir
assexuadamente e sexuadamente, na sexuada os gametas surgem na gastroderme
(BRUSCA, 2007).
A respeito dos antozoários, entre seus representantes, foram observadas as
anêmonas-do-mar, as gorgônias e os esqueletos de corais, respectivamente.
Estruturas observadas nas anêmonas do mar:

- Tentáculos: Estruturas que são responsáveis por ajudar a anêmona a


sobreviver em diferentes ambientes. A anêmona possui vários pares de
tentáculos que podem ter as mais diversas colorações, sendo que a cor mais
recorrente é o laranja claro ou um tom mais amarelado. Os tentáculos
servem para que a anêmona consiga puxar a sua presa para a sua boca, de
forma que essa estrutura é essencial para que a anêmona consiga se
alimentar.

- Boca: É uma estrutura essencial para a grande maioria dos seres vivos, e é
claro que com a anêmona isso não poderia ser diferente de forma alguma.
Os tentáculos e a boca estão conectados entre si na morfologia externa do
animal.

- Faringe: É uma estrutura tubular que se estende da boca até o septo completo.
Ela é responsável por digerir os alimentos que a anêmona captura com seus
tentáculos. A faringe é revestida por células que secretam enzimas digestivas,
que ajudam a decompor os alimentos em partículas menores.

- Septo: É uma estrutura presente em todos os animais conhecidos como


antozoários, ou seja, animais que possuem a vida toda uma fase de pólipo.
No caso desses septos, podemos dizer que eles podem ser incompletos ou
completos, sendo que a diferença é que o completo se localiza rente à
faringe e o incompleto fica em volta, bem distante da faringe.
8

- A coluna: É toda a estrutura corporal que se estende do disco pedal, na base


da anêmona até o topo desse animal.

- O disco pedal: É uma estrutura adesiva que facilita a fixação desse animal, essa
estrutura é encontrada na base do corpo cilíndrico da anêmona e é responsável
por manter o animal preso ao substrato.

Todas as estruturas descritas foram representadas por desenhos durante a aula


prática, como nas imagens a seguir:

Fig 8. Desenho feito posteriormente Fig 9. Desenho feito durante a prática

Fonte: Freitas, D. M. Fonte: Freitas, D. M.

5.1.1. Octacorallia

As subclasses Hexacorallia e Octocorallia representam dois grupos


distintos de cnidários, que incluem anêmonas e corais. Hexacorallia,
anêmonas e corais-pétreos, solitários ou coloniais; nus ou cobertos com
esqueleto calcário ou cutícula quitinosa, mas nunca com escleritos isolados;
os mesentérios geralmente são pareados em múltiplos de seis; os
mesentérios têm músculos retratores longitudinais dispostos de forma que os
elementos de cada par estão voltados um para o outro, ou um em sentido
contrário ao outro. Além disso, os filamentos mesentéricos têm uma estrutura
trilobada, com duas bandas ciliadas flanqueando um filamento central que
contém cnidócitos (estruturas urticantes) e células glandulares (BRUSCA,
R.C, 2018).
Esses cnidários também podem apresentar um esqueleto, que pode
ser calcário ou constituído de cutícula quitinosa, mas nunca possuem
escleritos isolados. Muitas espécies de Hexacorallia abrigam zooxantelas
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endodérmicas, organismos simbiontes que auxiliam na fotossíntese. As


anêmonas e corais hexacorais são conhecidos por sua diversidade de
cnidas, que são usados para capturar presas.

5.1.2. Hexacorallia

Por outro lado, Octocorallia, ou Alcyonaria, possui características


distintas. Seus pólipos têm oito tentáculos ocos, dispostos de maneira
marginal e pinados. Cada pólipo possui oito mesentérios completos, cada um
com um músculo retrator na face sulcal, voltado para uma única sifonoglife. A
maioria das espécies tem escleritos calcários livres ou fundidos embebidos
no mesênquima, embora os escleritos estejam ausentes em algumas
espécies; os estolões ou cenênquima conectam os pólipos (BRUSCA, R.C,
2018).

5.1.3. Recifes de corais

O filo Cnidaria forma um conjunto altamente diversificado, que inclui


medusas, anêmonas-do-mar, corais e Hydra comum de laboratório, além de
algumas formas menos conhecidas, como os hidróides, as gorgônias, os
sifonóforos, os zoantídeos e mixozoários. Existem descritas cerca de 13.400
espécies de cnidários atuais (BRUSCA, R.C, 2018).
Os corais são cnidários e possuem estruturas complexas, eles são
formados por milhões de pólipos minúsculos que extraem cálcio em
abundância da água do mar e o utilizam para criar uma estrutura endurecida
para proteção e crescimento.
Os corais podem ser classificados como corais moles (da ordem
Alcyonacea) e corais duros (da ordem Scleractinia). Os corais moles têm
uma aparência mais suave e flexível, enquanto os corais duros têm uma
aparência mais rígida e espinhosa. (REDAÇÃO NATIONAL GEOGRAPHIC
BRASIL, PUBLICADO 23 DE JUN. DE 2023, 08:00 BRT).
Eles também podem ser classificados como corais pétreos ou
verdadeiros que formam os recifes, e os corais falsos que não possuem um
esqueleto de carbonato de cálcio e vivem em zonas pouco profundas do
recife. (Em associação simbiótica com algas fotossintéticas (zooxantelas). Os
recifes de coral são importantes para o oceano e fornecem meios de
subsistência para mais de um bilhão de pessoas por meio de seus
inestimáveis serviços ecossistêmicos. Eles não só ajudam a proteger as
10

costas dos impactos da natureza, mas são habitat para muitas espécies
marinhas e movimentam a economia global de diversas formas.

5.1.3.1. Importância ecológica

Os recifes de corais são sistemas marinhos complexos,


compostos principalmente e estruturalmente de corais escleractíferos
(subclasse Hexacorallia), dando forma e vida a esses ecossistemas.
Esses ambientes apresentam grande importância ecológica, pois
hospedam uma imensa diversidade de organismos, sendo
considerados como o ecossistema marinho mais diverso
biologicamente, concentrando, aproximadamente, ¼ de todas as
espécies de peixes marinhos e diversas espécies de algas calcárias e
moluscos gastrópodes vermetídeos, o que os torna muito importantes
em termos ecológicos, pois tem a capacidade de fornecer alimento e
abrigo para uma infinidade de espécies. (BRYANT, 1998). Os corais
também são bioindicadores, mas que vem passando por um
lamentável momento: o branqueamento dos corais, que é um
processo de perda da coloração, causado pela interrupção da sua
relação de simbiose com outros seres vivos. Diversos fatores podem
influenciar esse fenômeno, sendo a alta temperatura das águas a
principal causa.

5.1.3.2. Importância médica

Os cnidários estão entre os organismos mais peçonhentos


que se conhece devido a presença de células urticantes em sua
estrutura (cnidócitos). Alguns cnidários podem apresentar além da
importância ecológica, importância médica, levantando interesse
farmacêutico, entretanto, o interesse humano maior está voltado para
um problema ocasionado por esses animais: as chamadas
"queimaduras” que ocorrem devido a frequentes acidentes com
banhistas nas áreas costeiras. Sendo estes representantes
pertencentes, em sua maioria, às classes hydrozoa e scyphozoa,
sendo representadas pelas caravelas-portuguesas e pelas
águas-vivas, respectivamente. Entretanto, uma espécie exótica
pertencente à classe cubozoa foi observada no litoral cearense,
podendo causar acidentes graves que podem levar até à morte.
11

Ademais, as propriedades peçonhentas dos cnidários dependem não


somente da composição química do veneno, mas também da
quantidade de nematocistos descarregados e da sua capacidade de
penetrar na pele da vítima. Conforme Migotto (1999) , a gravidade
das lesões ocasionadas por cnidários também muda conforme a
espécie, o tipo de cnida, a área do corpo atingida, o tempo de
contato, a idade, o estado de saúde da vítima e a sensibilidade de
cada pessoa.

5.2. HYDROZOA

A alternância de gerações ocorre na maioria dos gêneros (em geral, os


pólipos bentônicos assexuados alternam com as medusas planctônicas sexuadas),
embora uma ou outra geração possa ser suprimida ou ausente; as medusas são
produzidas por brotamento lateral do anticódon; frequentemente os medusoides são
retidos no pólipo; os pólipos geralmente são coloniais com celênteros
interconectados; pólipos individuais frequentemente polimórficos, modificados para
desempenhar várias funções (p. ex., os gastrozoóides para alimentação, os
gonozoóides para reprodução, os dactilozoóides têm função de defesa e captura de
presas); quando está presente, o exoesqueleto geralmente é de quitina ou,
ocasionalmente, de carbonato de cálcio (hidrocorais); o celêntero dos pólipos e das
medusas não tem faringe nem mesentérios; a mesogléia é acelular; os tentáculos
são sólidos ou ocos; as cnidas ocorrem apenas na epiderme; os gametas
originam-se das células epidérmicas; a maioria das medusas é pequena e
transparente, quase sempre craspedotas (com véu) e com um canal circular; a boca
tipicamente está localizada no manúbrio pendente; estas medusas não têm ropálios.
(Brusca, 2018, pág. 334)
A respeito dos hidrozoários, entre seus representantes, foram observadas as
hidras, colônias de hidrozoários e Caravelas, respectivamente. A
caravela-portuguesa (Physalia physalis) possui uma morfologia externa única e
distintiva, composta por várias estruturas especializadas, sendo elas:

- Pneumatóforo: Estrutura mais proeminente e visível da caravela.


Também conhecido como flutuador, é uma bolsa cheia de gás que se
projeta acima da superfície da água. Essa estrutura tem uma forma
característica de "vela" ou "bolsa de ar" e é responsável por manter a
caravela na superfície da água e permitir sua flutuação.
12

- Tentáculos: São longos e finos, pendendo abaixo do pneumatóforo na


água. Eles são cobertos por células especializadas chamadas
cnidócitos, que contêm nematocistos.

- Zoóides: Abaixo do pneumatóforo, há uma colônia de zoóides


especializados que desempenham funções específicas, sendo eles:
gastrozoóides, dactilozoóides e os reprodutivos.

Todas as estruturas descritas foram representadas por desenhos durante a aula


prática, como nas imagens a seguir:

Fig 10. Desenho feito posteriormente Fig 11. Desenho feito durante a prática

Fonte: Freitas, D. M. Fonte: Freitas, D. M.

5.3. SCYPHOZOA

A classe Scyphozoa agrupa os animais tipicamente conhecidos como


águas-vivas, sendo esses seus maiores representantes. Nesses animais, o estágio
medusóide é o predominante, os pólipos geram e liberam medusas por brotamento
assexuado (estrobilização), os pólipos são ausentes em alguns grupos, o celêntero é
dividido por quatro mesentérios longitudinais (oral e aboral); medusas acraspedotas
(sem um véu) tipicamente com uma camada espessa de mesogléia (ou colênquima),
pigmentação distinta, tentáculos capitados ou filiformes, e com reentrâncias
marginais formando lóbulos; órgãos dos sentidos ocorrem nas reentrâncias,
alternando-se com os tentáculos; os gametas surgem da gastroderme; cnidas
presentes na epiderme e gastroderme. Os cifozoários são estritamente marinhos;
planctônicos, demersais ou fixos (BRUSCA, 2007).
Em relação aos scyphozoários, pode ser observado duas espécies de
medusas e nelas pode-se observar diversas estruturas e regiões, tais como
exumbrela, umbrella, gônadas, regiões oral e aboral, tentáculos e etc. Algumas
13

podem ser vistas nos seguintes registros realizados na sessão, além de um desenho
feito posteriormente para fixação do conteúdo:

Fig 12. Água viva Fig 13. Medusa Fig 13. Desenho feito posteriormente

Fonte: Freitas, D. M.

6. COELENTERATA

O Filo Ctenophora compreende aproximadamente 80 espécies de organismos


planctônicos. Anteriormente, esses organismos eram considerados como grupo-irmão dos
Cnidários, o filo denominado Coelenterata, que agora é considerado obsoleto. De fato,
ambos os grupos compartilham semelhanças em diversos aspectos, como a presença de
um eixo oral-aboral, a ausência de sistemas complexos, a presença de uma rede nervosa
difusa e a organização diploblástica com ectoderme e endoderme distintas (BRUSCA, R.C,
2018). No entanto, ambos os filos apresentam algumas diferenças importantes em termos
de morfologia, anatomia e características biológicas, fundamentais para a separação
definitiva dos dois grupos, entre elas:

I. Células Cnidárias vs. Coloblastos:

- Cnidários: Possuem células cnidárias especializadas, como os cnidócitos, que


contêm estruturas cáusticas chamadas nematocistos. Esses nematocistos são
usados para capturar presas e se defender contra predadores (BRUSCA, 2007).
- Ctenóforos: Em vez de cnidócitos, os ctenóforos possuem coloblastos. Os
coloblastos também são células especializadas, mas contêm uma substância
adesiva utilizada para capturar presas (HARBISON & MADIN, 1982).
14

II. Simetria:

- Cnidários: Geralmente exibem simetria radial, o que significa que seu corpo é
organizado em torno de um eixo central, como é o caso das águas-vivas.
- Ctenóforos: Apresentam simetria birradial, uma forma de simetria que combina
características de simetria radial e bilateral.

III. Tecidos e Órgãos:

- Cnidários: Muitos cnidários possuem tecidos verdadeiros e alguns têm órgãos


especializados, como tentáculos, pólipos e medusas.
- Ctenóforos: São conhecidos por sua organização tecidual mais complexa, com
alguns ctenóforos desenvolvendo órgãos como células sensoriais e órgãos de
equilíbrio.

IV. Digestão Extracelular vs. Intracelular:

- Cnidários: Geralmente realizam digestão extracelular, secretando enzimas no


ambiente externo para quebrar alimentos antes de absorvê-los.
- Ctenóforos: Realizam digestão intracelular, onde as células gastrodérmicas internas
são responsáveis pela digestão dos alimentos.

V. Presença de Colarinho Oral:

- Cnidários: Muitos cnidários possuem um colarinho oral, uma estrutura que envolve a
boca e ajuda na captura de presas.
- Ctenóforos: Geralmente não possuem colarinho oral.

VI. Locomoção:

- Cnidários: A locomoção pode ser realizada por movimentos coordenados de


tentáculos, movimentação de pólipos ou pulsos de natação em medusas.
- Ctenóforos: Muitos ctenóforos são capazes de nadar ativamente por meio de cílios
natatórios presentes em sua superfície.
15

VII. Desenvolvimento Embriológico:

- Cnidários: Muitos cnidários passam por um estágio de pólipo em seu


desenvolvimento, que pode se reproduzir assexuadamente.
- Ctenóforos: O desenvolvimento embrionário dos ctenóforos é menos diversificado,
com muitas espécies reproduzindo-se principalmente por meio de reprodução
sexuada (HARBISON & MADIN, 1982).

Essas são apenas algumas das diferenças observadas entre cnidários e ctenóforos,
destacando a diversidade evolutiva e adaptativa dentro do grupo dos celenterados.

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante a aula prática de zoologia sobre o filo Cnidária, observou-se uma notável
diversidade morfológica nos representantes do grupo, incluindo águas-vivas, corais e
anêmonas-do-mar. As características morfológicas externas e internas foram destacadas no
decorrer da atividade como características distintivas entre as classes. A alternância de
gerações entre pólipos e medusas foi claramente observada, ressaltando aspectos do ciclo
de vida desses organismos. A simetria radial foi uma característica prevalente,
evidenciando-se em várias partes do corpo dos cnidários. Na discussão, enfatizou-se a
importância ecológica dos cnidários, como nos recifes de coral, e as possíveis conexões
evolutivas com outros filos animais. Em resumo, a aula proporcionou um conhecimento
valioso sobre a biologia, diversidade e papel ecológico dos cnidários nos ecossistemas
marinhos.
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