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CULTURA DA ALFACE

Escola Família Agrícola de Caculé


Élen Sandy Oliveira Santos
Agricultura
4º Ano
• A alface (Lactuca sativa) pertence
à família Asteraceae, a mesma da
chicória e do almeirão.
• Tem como centro de origem o
Próximo Oriente e o
Mediterrâneo, sendo certamente
originária da Turquia e da região
de Cáucaso.
• Evidências arqueológicas indicam
que esta planta tem sido utilizada
como planta medicinal na região
do Mediterrâneo desde 4500 anos
antes de Cristo.
Visão histórica
• É considerada uma cultura de domesticação antiga sendo cultivada na região
mediterrânica, pelo menos, desde 2500 a.C.
• Há relatos de sua utilização como alimento, na Grécia Antiga e no Império Romano já
era cultivada para o consumo de folhas e no Egito Antigo, era cultivada para
aproveitamento do óleo extraído das sementes, sendo inclusive representada em
túmulos egípcios.
• A cultura provavelmente chegou na China no século VII, na França no início do século
XIV e foi introduzida na América pelos espanhóis, provavelmente na segunda viagem
de Colombo, em 1494, e no Brasil pelos portugueses, no ano de 1647.
Morfologia

A alface é considerada uma


planta herbácea, anual, glabra, de
germinação epígea, que atinge
100 cm de altura, que contém
látex, delicada, com caule
diminuto, ao qual se prendem as
folhas.
As folhas são grandes, lisas ou crespas, com pecíolo curto e crescem em
roseta, agrupando-se ou não em forma de uma "cabeça", com coloração
em vários tons de verde, ou com pigmento de antocianina roxa, vermelho
ou marrom, conforme a cultivar.
Posteriormente a fase vegetativa emite um
pendão floral ramificado, contendo
numerosos capítulos florais dispostos na
forma de racemos ou corimbos
A alface apresenta um sistema radicular muito ramificado e superficial, explorando
apenas os primeiros 25 cm de solo, quando a cultura é transplantada.
O sistema radicular do alface explora efetivamente de 15 a 30 cm do perfil do solo.
A alface apresenta um melhor
desenvolvimento em temperaturas diurnas
entre os 15 e 25 °C e noites frias entre 10 e
15°C.
Exigências
Quando submetida a temperaturas mais
climáticas elevadas, acelera o ciclo vegetativo,
dependendo do genótipo, pode resultar em
plantas menores e ou no pendoamento
precoce.
Quando ocorre o pendoamento se tem
alongamento do caule, com a redução do
número de folhas, afetando assim a formação
da cabeça comercial, as folhas tornam-se
amargas e mais rígidas e estimula a produção
de látex, resultando na depreciação do produto.
Os dias curtos e as temperaturas
amenas favorecem a vegetação.

Já os dias longos e temperaturas


altas favorecem o florescimento.
Cultivares de Alface
Praticamente todas as cultivares de alface desenvolvem-se bem em climas amenos,
principalmente no período de crescimento vegetativo.
No Brasil, os principais tipos de alface cultivados em ordem de importância
econômica são: crespa, americana, lisa e romana.
Nos últimos anos, devido ao aumento do número de redes de lanchonetes do tipo
“fast-food”, vem se destacando o grupo de alface denominada “americana”.
O principal segmento em termos de consumo é o da alface crespa (mais de 50% do
total).
Atualmente, está disponível no mercado brasileiro de sementes um número
expressivo de cultivares de alface, muitas das quais importadas que possuem nomes
de fantasia em Português ao invés do nome original.

As cultivares nacionais, por outro lado, têm sido produzidas principalmente por
instituições de ensino e de pesquisa, eventualmente em associação com empresas de
sementes, para ofertar aos produtores cultivares de alface “tropicalizadas”,
adaptadas às condições prevalecentes na maior parte do território nacional,
incluindo genótipos com tolerância ou resistência a doenças .
Existem cultivares para o plantio de verão, cultivo de inverno e aquelas que possuem
uma adaptação para as duas estações e que podem ser cultivadas durante todo ano.

É importante que, antes de comprar as sementes, o produtor saiba qual a melhor


cultivar para o plantio na época pretendida.
Dentre os tipos de alface, destacam-se:
Repolhuda crespa (americana)
Repolhuda lisa
Solta lisa
Solta crespa
Mimosa
Romana
Repolhuda crespa (americana)
Possui folhas crespas e bem consistentes, com nervuras destacadas, formando uma
cabeça compacta.

‘América Delícia’, ‘Bounty Empire’, ‘Crespa Repolhuda’, ‘Grandes Lagos’, ‘Great Lakes’, ‘Great Lakes 659-700’,
‘Hanson’, ‘Iara’, ‘Lorca’, ‘Lucy Brown’, ‘Madona AG 605’, ‘Mesa 659’, ‘Nabuco’, ‘Raider’, ‘Salinas’, ‘Summertime’,
’Tainá’
Repolhuda lisa
Apresenta folhas lisas, delicadas
e macias, com nervuras pouco
salientes, com aspecto oleoso
(“manteiga”), formando uma
cabeça típica e compacta.

‘Áurea’, ‘Aurélia’, ‘Aurora’, ‘Babá de Verão’, ‘Boston Branca’, ‘Brasil 202’, ‘Brasil 303’, ‘Carla’, ‘Carolina AG 576’, ‘Crioula
Branca’, ‘Elisa’, ‘Floresta’, ‘Glória’, ‘Kagraner de Verão’, ‘Karina’, ‘Lívia’, ‘Luisa’, ‘Marina’, ‘Maravilha de Inverno’,
‘Maravilha de Verão’, ‘Minie’, ‘Piracicaba 65’, ‘Rainha de Maio’
Solta lisa
Possui folhas macias, lisas e soltas,
não havendo formação de cabeça.

‘Babá’, ‘Babá de Verão’, ‘Monalisa AG 819’, ‘Regina’, ‘Regina 71’, ‘Regina 440’, ‘Regina 579’, ‘Regina de
Verão’, ‘Vitória de Verão’.
Solta crespa
Possui folhas bem consistentes,
crespas e soltas.

‘Black Seeded Simpson’, ‘Brisa’, ‘Elba’, ‘Grand Rapids’, ‘Grand Rapids Nacional’, ‘Grand Rapids TBR’, ‘Grande Rápida’,
‘Hortência’, ‘Itapuã 401’, ‘Marianne’, ‘Marisa AG 216’, ‘Mimosa (Salad Bowl)’, ‘Salad Bowl’, ‘Simpson’, ‘Vanessa’,
‘Verônica’, ‘Vera (AF-470)’.
Solta crespa Roxa

‘Maravilha Quatro Estações’, ‘Mimosa Vermelha’, ‘Quatro Estações’, ‘Rossimo’, ‘Salad Bowl Roxa’, ‘Veneza Roxa’,
‘Vermelha Ruby’
Mimosa
Possui folhas delicadas e com
aspecto “arrepiado”.

'Ipanema', 'Mimosa brava', 'Paraty'.


Mimosa Roxa

'Mimosa vermelha', 'Mimosa Prado'


Romana
Possui folhas alongadas e
consistentes, com nervuras
protuberantes, formando
cabeças fofas.

‘Branca de Paris’, ‘Ideal Cos’, ‘Romana Balão’.


Sistemas de produção
Atualmente, existem pelo menos quatro sistemas produtivos de alface no Brasil:
• O cultivo convencional e o sistema orgânico em campo aberto;
• o cultivo protegido no sistema hidropônico e no solo.
• O cultivo de alface a campo no sistema tradicional é o mais importante em termos
de área e de produção;
• Concentra-se geralmente perto dos grandes centros urbanos.
• Há produtores especializados no cultivo de folhosas que produzem alface de forma
contínua na mesma área durante o ano, com ou sem rotação de culturas;
• Há também pequenos produtores que possuem apenas alguns canteiros de alface
juntamente com outras espécies de hortaliças.
• O custo da alface em cultivo tradicional é relativamente baixo quando comparado
com outras hortaliças, como o tomate, o pimentão e o pepino híbrido.
Cultivo de alface em campo aberto
• Em campo, a alface pode ser cultivada diretamente nos canteiros ou com “mulching”,
técnicas de cobertura de solo.
• As aplicações de “mulching” com coberturas de solo opacas à luz solar com diferentes
reflectâncias (preto, branco, aluminizado) visam, entre outros aspectos, diminuir a
competição com plantas invasoras, propiciar um microclima mais favorável ao
desenvolvimento da cultura e evitar o contato direto das folhas com o solo.
• Dentre as formas frequentemente utilizadas de “mulching” estão as coberturas com
plástico preto e com cobertura morta ou palhada.
• As amplitudes térmicas tendem a ser menores sob solo nu, enquanto as temperaturas
médias para as plantas podem ser em média maiores ou menores dependendo das
propriedades físicas do “mulching”
Cultivo de alface em campo aberto com mulching.
• A alface também é cultivada a campo aberto no sistema orgânico;
• Seguindo os preceitos básicos de uso de adubação orgânica, como compostos e
adubos verdes, e manejo de doenças, insetos e plantas espontâneas de acordo com
as normas preconizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA) ou de certificadoras.
• O acompanhamento da produção e a auditoria pelas certificadoras são importantes
ferramentas que garantem a origem e a qualidade dos produtos orgânicos, inclusive
com um selo e rastreabilidade.
• O cultivo protegido de hortaliças pode ser feito em casas-de-vegetação ou em
telados, de acordo com o tipo de exploração agrícola e, principalmente, condição
climática prevalecente na região.
• As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, podem ser construídas estruturas com
cobertura de material plástico para servir como um ‘guarda-chuva’, com dispositivos
que facilitam a circulação de ar, como o uso de laterais totalmente abertas ou
protegidas por telas para evitar insetos.
• Deste modo é possível reduzir o calor excessivo e melhorar a ventilação interna, uma
vez que em grande parte do território nacional temperaturas excessivas no interior
de casas-de-vegetação é o grande problema que o agricultor enfrenta.
• Outra possibilidade de cultivo da alface é utilização de túneis baixos ou a cobertura
dos canteiros com TNT (“tecido não tecido”) para proteger as plantas contra pragas.
• O cultivo hidropônico de alface teve um notável desenvolvimento no Brasil, sendo em geral,
realizado em casas-de-vegetação de plástico ou telados, de vários tipos e dimensões, de
acordo com o clima de cada região.

• A alface hidropônica tem apresentado a melhor forma de comercialização do produto no


mercado nacional com a individualização do produto, uso de marcas próprias e
rastreabilidade.
O sistema hidropônico apresenta diversas vantagens como:

• A possibilidade de aproveitamento de áreas inaptas ao cultivo convencional,


tais como zonas áridas e solos degradados,
• permite o cultivo durante todo o ano,
• melhoria da ergonomia nas atividades,
• reduz o uso de mão-de-obra devido a eliminação de alguns tratos culturais
como a capina e preparo de solo,
• dispensa da rotação de culturas,
• Encurtamento do ciclo da cultura,
• Maior produtividade,
• Plantas de melhor qualidade visual,
• mínimo uso de defensivos,
• Maior uniformidade das plantas,
• Menores riscos de danos com intempéries,
• Rápido retorno econômico,
• Maior eficiências no uso fertilizantes
• Economia de água
• A alface é a planta cultivada em
maior escala pela Técnica do NFT
(Nutrient Film Technique ou fluxo
laminar de solução), onde circula
uma solução nutritiva na qual a
concentração balanceada de todos
os macronutrientes e
micronutrientes necessários para o
desenvolvimento das plantas e ao
mesmo tempo reduzir perdas dos
nutrientes minerais.
• O sistema NFT opera, mediante um
temporizador, fornecendo solução
nutritiva em intervalos regulares de
15 minutos, desde o amanhecer até
o anoitecer e, durante a noite, 15
minutos a cada duas horas.

Phmetro Condutivímetro
Produção de mudas
• No cultivo da alface é importante que se faça a produção das mudas para posterior
plantio em canteiro definitivo. As mudas podem ser produzidas:
• em sementeiras
• em bandejas
• Espuma fenólica
Em sementeiras
• O canteiro (sementeira) para a produção de mudas é constituído de 1 parte de terra
de barranco e 1 parte de composto orgânico.
• O semeio é feito na profundidade de, no máximo, 0,5 cm.
• As mudas estão prontas para o transplantio quando tiverem com 4 a 6 folhas definitivas.
• Para o plantio de hortas caseiras este sistema de produção de mudas pode ser utilizado.
Mas, no caso de sistemas de cultivo comercial, recomenda-se que as mudas sejam
produzidas em bandejas.
Bandejas
• Neste método as mudas são produzidas em bandejas de isopor com o uso de substrato
próprio.
• Neste tipo de produção, é necessária a utilização de uma estufa (casa de vegetação), onde
as bandejas são colocadas.
Espuma fenólica
É um substrato estéril, criado à base de resina fenólica, livre de fungos e bactérias e
utilizado no enraizamento de mudas. Oferece boa retenção de água e aeração
fundamentais para o desenvolvimento saudável das raízes.

Vantagens da utilização da Espuma Fenólica


• Prático: fácil manuseio e transporte
• Higiênico: não deixa qualquer resíduo
• Econômico: não necessita de grandes espaços para a germinação
• Estéril: livre de contaminação por fungos e bactérias
• Inerte: a nutrição da planta não sofre interferências
• Versátil: possibilidade de diferentes manejos tanto de água como de nutrientes
Escolha do local e preparo de solo
• O local de plantio deve ter solo leve, bem arejado e bem drenado.
• Fazer um bom preparo do terreno para facilitar a construção de canteiros bem
destorroados.
• A incorporação dos fertilizantes deve ser feita com pouca profundidade, pois o sistema
radicular da alface é superficial e ramificado. Da mesma forma, não há necessidade de
aração profunda.
• Os canteiros devem ter entre 1,00 e 1,20 m de largura e até 20 metros de comprimento.
• No caso de plantio de inverno, a altura dos canteiros é de 12 cm, e, no caso de plantio de
verão, a altura é de 20 cm.
• O acabamento é feito manualmente, com o auxílio de enxada.
• Outro método de preparo de canteiro, empregado em áreas maiores, é a utilização de
implementos encanteiradores de tração mecânica.
https://www.youtube.com/watch?v=xHORM94luZM
https://www.youtube.com/watch?v=7ZY5y1ZMX6I
https://www.youtube.com/watch?v=yynQ8FYGhe8
https://www.youtube.com/watch?v=CX2ofJzSYmM
• Em terrenos com declividade superior a 5%, adotar práticas de conservação do solo,
principalmente a construção de canteiros, seguindo as curvas em nível.
• A alface apresenta um desenvolvimento adequado quando cultivada em solos
estruturados, bem arejados, ricos em matéria orgânica e com adequada umidade.
• Solo muito compactados ou encharcados provocam diminuição da produtividade e
aumento das doenças nas plantas de alface.
• São plantas exigentes em nutrientes principalmente, potássio, nitrogênio, cálcio e
fósforo.
• É uma cultura que apresenta crescimento lento, até os 30 dias, a partir daí o
ganho é crescente até a colheita.
• Quando há deficiência de nutrientes, há diminuição direta na produtividade.
Plantio
• A retirada das mudas da sementeira deve ser feita com cuidado para não prejudicar as
raízes.
• Selecionar as mudas, escolhendo as mais vigorosas.
• Fazer o transplante das mudas nos horários mais frescos do dia, principalmente à
tarde ou em dias nublados.
• Fazer a irrigação da sementeira e do canteiro definitivo antes do transplante.
• O espaçamento indicado para o cultivo da alface é de 30cm x 30cm ou de 25cm x
25cm.
30cm 25 /20 cm

30cm
25 /20 cm
Disposição das
plantas no canteiro
Correção do solo
• Para a correção do solo deve elevar a saturação por bases do solo (V%) a
70%.
• Ou pelo método do Al+3 e Ca+2 + Mg+2 com valor de X = 3,0 e mt = 5%.
Exigências nutricionais
Nitrogênio
• As doses adequadas de nitrogênio favorecem o crescimento vegetativo, ao
acúmulo de massa e o aumento da área foliar.
• O excesso pode ocasionar perda de qualidade do produto, menor durabilidade do
tempo de armazenamento e tornar as plantas mais susceptíveis à ataque de
insetos sugadores.
• A adubação nitrogenada requer um manejo especial, por ser de fácil lixiviação e
pela planta requer maior quantidade no final do ciclo.
• Sua deficiência, retarda o crescimento da planta e induz a má formação da cabeça
da alface, consequentemente reduz a produtividade. As folhas mais velhas ocorre
o amarelecimento, devido a mobilidade para as folhas mais novas.
Fatores que causam a deficiência de N:

• Ausência de adubação nitrogenada, ou em quantidade insufiiciente;


• Quantidade elevada de material não decomposto nos canteiros;
• Solo compactado;
• Excesso de chuva ou irrigação.
Deficiência de Nitrogênio
Fósforo
• As plantas com deficiência de P apresentam redução no desenvolvimento com
amarelecimento das bordas das folhas mais velhas e, se for severa, pode provocar a
necrose das margens das folhas velhas.
• As raízes apresentam desenvolvimento anormal.
• A disponibilidade vai depender, principalmente da quantidade existente no solo, tipo e
quantidade de argila, época de aplicação do fertilizante, compactação e umidade do solo e
temperatura ambiente.
Deficiência de fósforo
Potássio
• A deficiência de potássio provoca necrose das margens das folhas mais velhas, que pode
se estender para as áreas internervais.
• Condições que favorecem a ocorrência de deficiência:
• Solos ácidos e de textura arenosa;
• Solos intensivamente cultivado, sem adição de nutriente;
• Elevados teores de outros cátions (Mg+2 e NH+4)
Deficiência de potássio
Cálcio
• A alface é muito exigente em Ca, assim como tomate, pois interfere diretamente no
produto colhido.
• A deficiência de Ca se apresenta por meio de necrose em pontos de crescimento das
folhas novas (tip-burn), quando se apresenta de forma intensa, a planta não tem
valor comercial.
• As condições que predispõem à deficiência de Ca são o rápido crescimento da planta
em temperatura elevada, baixo teores de água no solo e
antagonismos (incompatibilidade) com outros cátions no solo, como NH+4, K+ e Mg+2.
• A principal prevenção à deficiência de Ca é a realização de calagem.
Deficiência de Cálcio
Magnésio
• Está diretamente ligado com a fotossíntese, por ser a molécula central da molécula de
clorofila.
• As plantas com deficiência de Mg apresentam clorose nas bordas das folhas mais velhas,
que pode ser estender para o interior, entre as nervuras.
• Geralmente a deficiência ocorre de forma generalizada.
• A deficiência é favorecida pela aplicação excessiva de N amoniacal ou P, em solo com
acidez elevada e de textura arenosa.
Deficiência de Magnésio
Enxofre
• Encontra-se na forma de ânion (SO4-2)
• Os sintomas de deficiência de S se assemelham com sintomas de deficiência de N, porém
este nutriente não se desloca das folhas mais velhas para as folhas mais novas.
• Para a prevenção recomenda a utilização de fertilizantes que contenham S, como
superfostato simples, sulfato de amônio, sulfato de potássio.
Deficiência de enxofre
Boro
• O boro, quando aplicado no solo é afetado pelo pH, teor de MO, compostos de Fe e Al,
tipo de argila, textura, umidade e interações com outros íons.
• A deficiência de B provocam em plantas novas, uma ondulação nas bordas ,
engrossamento das folhas e também aumento da aspereza das folhas.
• As folhas novas ficam pequenas e necrosadas.
• Apresenta sintoma característico nas raízes, provocando o fendilhamento longitudinal.
• Fatores que levam a deficiência:
• Excessiva aplicação de calcário, principalmente em solos de textura arenosa,
• Excesso de adubação nitrogenada;
• Alto índice de chuva.
Deficiência de Boro
Adubação
• A adubação de hortaliças em geral, já vem se baseando na curva de absorção de
nutrientes.
• As curvas de absorção refletem o que a planta necessita, e não o que deveria ser
aplicado, uma vez que a eficiência de aproveitamento dos nutrientes é variável
segundo as condições climáticas, o tipo de solo, o sistema de irrigação, o sistema
de manejo, entre outros fatores.
• De modo mais efetivo, essas curvas auxiliam no programa de adubação,
principalmente na quantidade dos nutrientes que devem ser aplicados nos
distintos estádios fisiológicos da cultura.
Tratos culturais
• Capina
• Irrigação
• Controle de pragas e doenças
Principais pragas na cultura da alface
Pragas chaves
• Tripes
• Pulgão
Tripes
• Adultos e larvas perfuraram os tecidos vegetais e sugam o conteúdo das células;
• A região atacada apresenta pequenas manchas irregulares de coloração esbranquiçada ou
prateada, com presença de pontuações escuras notadamente nas folhas centrais.
• Em ataques severos, com elevada infestação de tripes, as plantas de alface adquirem
coloração amarelo-esverdeada.
• O principal dano deve-se à transmissão de vírus causadores da doença “Vira-cabeça”
(Tomato spotted wilt virus - TSWV;. Esta doença é de grande importância para a alface,
causando grandes prejuízos. Frankliniella schultzei é o principal transmissor.
Virose associada aos tripes
VIRA-CABEÇA (Tomato spotted wilt virus – TSWV;
• Inseto vetor: Frankliniella schultzei, F. occidentalis, Thrips palmi e T. tabaci.
• Tipo de transmissão: Persistente propagativa – o vírus é adquirido pela forma imatura (larva)
do inseto durante a alimentação; o vírus circula e se multiplica no corpo do inseto e este, na
fase adulta, mantém-se como vetor do vírus durante toda a vida.
• Sintomas de infecção: Manchas necróticas nas folhas mais novas; bronzeamento das folhas;
necrose de folhas pequenas e sobrepostas do centro da planta (roseta); crescimento irregular
(assimétrico); nanismo da planta.
Pulgão
• Adultos e ninfas sugam a seiva e injetam toxinas nas plantas, provocando
definhamento de mudas e de plantas jovens; sua excreção adocicada (honeydew)
favorece a formação de fumagina (lâmina fina e preta) nas folhas.
• Infestam plantas no viveiro de mudas e no cultivo após o transplantio.
• Ocorrem tanto em campo aberto como sob ambiente protegido (estufa).
• Cerca de 15 espécies de pulgões podem infestar a alface, com destaque para Uroleucon
sonchi, Myzus persicae e Nasonovia ribisgrini.
• A estrutura atacada depende da espécie de pulgão, sendo que algumas infestam o
interior das folhas pequenas e sobrepostas do centro da planta (roseta) e folhas jovens
expandidas, enquanto outras preferem folhas velhas e externas.
• Em altas infestações podem afetar a produção e causar a morte das plantas.
• O principal dano dos pulgões resulta da transmissão de vírus; adultos e ninfas
transmitem os vírus causadores do:
• Mosaico-da-alface (Lettuce mosaic virus – LMV; gênero Potyvirus, família Potyviridae),
• Mosaico-do-nabo (Turnip mosaic virus – TuMV; gênero Potyvirus, família Potyviridae),
• Mosaico-do-picão (Bidens mosaic virus – BiMV; gênero Potyvirus, família Potyviridae);
• Mosqueado-da-alface (Lettuce mottle virus – LeMoV; gênero Sequivirus, família Secoviridae)
• Mosaico-do-pepino (Cucumber mosaic virus – CMV; gênero Cucumovirus,
família Bromoviridae).
Principal virose da alface associada aos pulgões
Mosaico-da-alface (Lettuce mosaic virus – LMV; gênero Potyvirus, família Potyviridae)
• Inseto vetor: Myzus persicae, Uroleucon sonchi, Nasonovia ribisgrini, Hyperomyzus lactucae
e Aphis gossypii.
• Tipo de transmissão: Não persistente – o inseto adquire o vírus durante a alimentação na
planta doente e pode transmiti-lo prontamente a uma planta sadia, por picada de prova;
o vírus não se multiplica no inseto e este deixa de ser vetor após alguns eventos de
alimentação.
• Sintomas de infecção: Mosaico, mosqueado, clareamento de nervuras, deformação foliar
e nanismo da planta
Colheita
• A colheita deve ser feita no momento em que as plantas apresentarem cabeças
firmes, bem formadas, folhas tenras e com tamanho normal para a variedade.
• Fazer a colheita sempre nas horas mais frescas do dia;
• Cortar as raízes, eliminando as folhas velhas e danificadas.
• Lavar com água limpa, retirando as impurezas
Alface minimamente processada

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